O governo federal anunciou que o Estado está voltando a investir na área de telefonia. As notícias mostram que a decisão não foi tomada pensando no bolso do contribuinte ou nos usuários do serviço público. Mas a razão foi provavelmente ideológica.
Etevaldo Siqueira, especialista na área, mostra que o governo enrolou durante sete anos a definição de uma política de banda larga. Mas a decisão deve enfrentar questionamentos legais e insegurança institucional por parte dos investidores.
Uma conseqüência da notícia foi o aumento no preço da ação da empresa. A previsão é obter 5,7 bilhões em dez anos, com Ebitda anunciado por um burocrata de 51% (Aqui um comentário: o Ebitda é uma medida em unidades monetárias).
Será viável o investimento para o governo? Fazendo um exercício simplista de rentabilidade, vamos admitir que o investimento seja todo realizado no ano inicial (isto não é verdade, provavelmente serão três anos, segundo as notícias). Vamos considerar também que o retorno de 5,7 bilhões seja distribuído igualmente entre os dez anos. Esta suposição também não é muito verdadeira, pois geralmente o retorno de um projeto ocorre mais fortemente nos últimos anos. Além disto, estamos supondo que não haverá nenhum avanço tecnológico que poderia destruir o negócio do governo. E que o governo resista a tentação de não usar a prestação do serviço para fins eleitoreiros ou como cabide de empregos.
Analisando sob esta forma, temos um retorno anual de 12% (taxa interna de retorno), o que afasta do fantástico negócio anunciado pelo governo. Provavelmente o negócio mais lucrativo foi para aqueles que compraram as ações da empresa antes do anúncio.
Ao leitor do blog é importante enfatizar: R$32,00 é o preço que iremos pagar por esta aventura.