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03 maio 2010

Imposto de Renda e o investidor racional

"Em alguns casos, o rendimento supera o da poupança - hoje em 4,07%. É o que explica o coordenador da consultoria IOB, Edino Garcia.

Considerando a atual taxa de juros básica da economia brasileira, elevada esta semana pelo Banco Central para 9,5% ao ano, o contribuinte que receber sua restituição no primeiro lote, em 15 de junho, terá o rendimento da Selic mensal efetiva relativa a maio, acrescida de 1%, o que totaliza juros de 1,76%.

Já sobre o último lote, a ser restituído em 15 de dezembro, incidirão a Selic mensal efetiva de maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro, além de 1%, o que resultaria em rendimento de 6,36%.

Até o pagamento do último lote, no entanto, ainda estão previstas mais seis reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), e entre os economistas o consenso é de que o ciclo de aperto monetário iniciado na quarta-feira está apenas começando.

"Para quem não precisa desse dinheiro agora e quer fazer um investimento, o ideal é entregar a declaração na última semana para receber a restituição no penúltimo ou último lote." Para Edino Garcia, a restituição é muito bem-vinda em dezembro, pois pode se tornar um "14º salário", destinado às despesas de início de ano, como matrícula escolar, IPTU e IPVA.

Ele recomenda, no entanto, que o contribuinte tenha o cuidado de providenciar os documentos com antecedência, para evitar erros e, consequentemente, a retenção da declaração na malha fina.

Já na avaliação do economista Bruno Lembi, da M2 Investimentos, essa escolha oferece retorno muito baixo e vale a pena só para o contribuinte que tem apenas a poupança como opção de investimento.

"Como estratégia de investimento, é mais vantajoso receber o quanto antes o valor e escolher uma opção mais rentável", recomenda."

Contribuinte que deixou declaração para última hora pode se dar bem (Brasil Econômico, Ana Luísa Westphalen, 30/abril/2010)


 

O grande problema desta análise é o que o coordenador de consultoria do IOB considera o custo de oportunidade da pessoa. Com efeito, comparando Selic e Caderneta de Poupança, a análise está correta. Mas e se o investidor tem como alternativa a aplicação no mercado financeiro, que pode render mais que o valor da Selic? Neste caso, é óbvio que a análise não faz sentido.

Pesquisa

O doutorando Paulo Nogas, da PUC PR, está desenvolvendo uma tese sobre decisão de investimento. Aos leitores do blog que possam colaborar, basta responder o questionário (cerca de dez minutos) aqui.

Grato.

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02 maio 2010

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Adaptado daqui

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O Objetivo da Empresa


 

Em "A new idolatry", a revista The Economist (22 de abril de 2010) discute o objetivo de uma empresa: os acionistas, os clientes ou seus empregados. Segundo o texto, até recentemente existia um certo consenso de que uma empresa deveria focar no retorno dos acionistas. Isto começou, segundo Roger Martin, da Rotman School of Management, em 1976, com o artigo "Theory of the Firm: Managerial Behaviour, Agency Costs and Ownership Structure", de Jensen e Meckling. Para Martin, que publicou um artigo na Harvard Business, o foco muda do acionista para um capitalismo voltado para o cliente ("customer-driven capitalism"). 

A The Economist lembra que recentemente um chefe da Unilever disse para o Financial Times: "eu não trabalho para os acionistas, para ser honesto; Eu trabalho para o cliente". Já Vineet Nayar, da HCL Technologies, diz que primeiro são os empregados, depois os clientes. 


 

Mas o texto lembra que o problema com a veneração pelo valor do acionista é a forma como é feita nos dias de hoje. Em especial, a ênfase no preço das ações de curto prazo.