O artigo examinou se eventos de default de companhias abertas no Brasil podem ser previstos por um sistema de classificação de risco de crédito baseado em índices econômicofinanceiros. O sistema de classificação desenvolvido utilizou a análise de conglomerados para classificar as empresas em oito classes de risco, das quais sete são destinadas a empresas solventes e uma para empresas insolventes (em default). A variável utilizada para atribuir as classificações de risco às empresas foi a probabilidade de default estimada pelo modelo de risco de crédito desenvolvido por Brito e Assaf Neto (2008). O sistema de classificação de risco atribuiu ratings anuais para as companhias não-financeiras listadas na
BM&FBOVESPA no período entre 1994 e 2006. Com base nesses ratings, foram geradas diversas matrizes de migração de risco anuais e uma consolidada para todo o período analisado. As matrizes de migração geradas evidenciaram a elevação do risco das empresas insolventes previamente ao ano de ocorrência do default. A maior parte dessas empresas foi classificada nas piores classes de risco ou apresentou migrações para ratings inferiores nos
anos que precedem o default. Além disso, as taxas de mortalidade das empresas são crescentes nas classes de risco do sistema. Esses resultados evidenciam que insolvências empresariais podem ser previstas por sistemas de classificação de risco baseados apenas em índices contábeis.
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE CRÉDITO: UMA APLICAÇÃO A COMPANHIAS ABERTAS NO BRASIL - Giovani Antonio Silva Brito; Luiz João Corrar; Alexandre Assaf Neto (USP)
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