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27 março 2010

Por que o Lehman é importante para contabilidade?

Introdução

No início do século, a contabilidade passou por uma grave crise de credibilidade nos Estados Unidos. Diversos escândalos mostraram que empresas estavam manipulando as demonstrações contábeis. Entre estas empresas, a Enron tornou-se o símbolo daquela época. Para resolver estes problemas, aprovou-se uma legislação que tentava impedir que estes problemas ocorressem novamente. Esta lei recebeu a denominação de Sarbannes-Oxley, nome dos dois congressistas que elaboraram a lei. Uma das conseqüências dos escândalos contábeis foi a falência da Artur Andersen, uma grande empresa de auditoria, que estava envolvida em alguns dos escândalos contábeis.

Com a nova lei, acreditava-se que as empresas teriam menos incentivos para fraudar as demonstrações contábeis. A crise financeira recente mostrou que isto não era verdade. Entre as empresas que sofreram com a crise, encontra-se o Lehman Brothers.

O Lehman era um banco de investimento tradicional do mercado de capitais dos Estados Unidos. Em setembro de 2008 ele pediu concordata. Foi uma das maiores falências da história daquele país.

Uma investigação divulgada recentemente mostrou que os executivos do Lehman provavelmente estavam manipulando as demonstrações contábeis. Isto talvez seja um sinal de que a legislação Sarbannes-Oxley talvez não tenha resolvido alguns dos problemas que motivaram sua criação.

Como isto afeta a contabilidade?

Dois aspectos são importantes na crise do Lehman em relação à contabilidade. Em primeiro lugar, o papel da auditoria. A pergunta é "onde estava a auditoria que não percebeu as manipulações contábeis?" A empresa de auditoria responsável era a Ernst & Young, uma das maiores empresas do ramo do mundo. Além de não apontar no parecer de auditoria os problemas do Lehman, alguns dos executivos financeiros eram originários da Ernst. Existe uma grande chance da Ernst & Young ser responsabilizada pelo escândalo. Isto significa problemas futuros para empresa.

A segunda questão importante diz respeito à discussão sobre os "itens fora de balanço". Uma das formas de manipulação é fazer transações que retirem das informações contábeis, em especial o balanço, certos itens. As normas abrem esta possibilidade. Entretanto, alguns defendem que não deveria existir exceção: não deveriam existir "itens fora de balanço". Esta discussão talvez não esteja solucionada com os desdobramentos da crise do Lehman.

Como isto é importante para os contadores brasileiros?

Em primeiro lugar, a empresa Ernst & Young atua no mercado brasileiro. Um enfraquecimento da matriz pode trazer conseqüências para as operações brasileiras, como já ocorreu no passado com a Andersen.

Segundo, o caso da Lehman pode ser de argumento para aqueles que defendem as normas internacionais do Iasb. Uma das características das normas contábeis dos EUA é o grande detalhamento de certos itens, o que permite brechas na lei.

Em terceiro lugar, algumas discussões podem ocorrer em razão deste caso, incluindo aqui a comparação entre nosso país e os EUA. Isto inclui rodízio dos auditores, mecanismos de governança corporativa, itens fora de balanço, entre outros aspectos.

26 março 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

O problema da América Latina é a produtividade

SEC está investigando mais Repo 105 (o esquema do Lehman)

Google x China: o problema é o livre comércio

13 propagandas do mal

Explicando didaticamente o Repo 105 (Dica de Alexandre Alcantara)

Ainda a questão da pornografia na SEC: um funcionário com salário de $200 mil está envolvido

O e-mail diz sobre suas finanças

Previsão de Mankiw: a taxa de juros e os impostos irão aumentar nos EUA

Iasb e resumo de notícias relacionadas com as PMEs

25 comerciais horríveis (para divertir)

Revista de negócios Fortune antigas

Ernst & Young

A Ernst & Young começou a auditoria na Lehman Brothers em 1994 e dois dos Diretores Financeiros do Lehman veiram deste auditor externo. Um deles, David Goldfarb, juntou-se a Lehman em 1993 e tornou-se diretor financeiro da empresa em 2000. O outro, Chris O'Meara, juntou-se a Lehman em 1994 e foi o CFO a partir de 2004 a 2007. Foi sob Goldfarb que as políticas contábeis com relação ao "Repo 105" transações foram desenvolvidas.

On Audits and Auditors – John Mason – Seeking Alpha, 25 de março de 2010

Executivos e Remuneração

A lista dos executivos do setor bancário mais bem pagos:

1. John Stumpf, Wells Fargo = $21.3 milhões em caixa e ações

2. Brady Dougan, Credit Suisse = $17.9 milhões em caixa, salário e ações

3. Kenneth I. Chenault, American Express = $17.4 milhões

4. James Dimon, J.P. Morgan = $17 milhões

5. Richard Handler, Jefferies = $12 milhões

6. Richard Fairbank, Capital One Financial = $9.75 milhões

7. Lloyd Blankfein, Goldman Sachs, $9 milhões

8. James Gorman, Morgan Stanley = 9 milhões


 

Fonte: aqui

Atualização do blog

Depois de muito tempo, fiz uma atualização nos sítios que geralmente utilizo para fazer este blog. Tenho acompanhado diariamente mais de 200 sítios e blogs. Alguns possuem mais de cem postagens por dia, como o Seeking Alpha. Isto significa que em alguns dias o Reader (leitor de postagens automático do Google) possui mais de mil postagens, a maioria sem nenhum vínculo com nossos assuntos.

Mais poder a Receita

Projetos polêmicos ampliam poder da Fazenda para cobrar dívida tributária
Publicada em 25/03/2010 às 23h33m
O Globo

Os projetos que ampliam os poderes da Fazenda Nacional na cobrança de dívidas tributárias estão causando polêmica no Congresso Nacional e no meio jurídico. (...)

Os quatro projetos foram enviados ao Congresso pelo Executivo no fim do ano passado, mas só começaram a tramitar este mês numa comissão especial criada na Câmara dos Deputados para tratar da cobrança de dívida ativa. O ponto mais polêmico trata da possibilidade de a Fazenda Nacional penhorar bens de devedores (que posteriormente podem ir a leilão) sem autorização judicial.

Mas há críticas à criação de um Sistema Nacional de Informações Patrimoniais dos Contribuintes, que seria consultado pelos procuradores na hora de selecionar que bens de devedores poderiam ser penhorados. Outro ponto sensível é a possibilidade de os devedores buscarem a PGFN para fazerem acordos.