28 fevereiro 2010
Futebol e Mercado
A relação entre o futebol e o mercado financeiro
Brasil Econômico - Por Eduardo Carlezzo - 27/02/10
Quem poderia, há algum tempo, em sã consciência, cogitar que um clube de futebol poderia fazer uma emissão de bonds no mercado financeiro, visando captar 500 milhões de libras para o pagamento de suas dívidas?
Há poucas semanas, o Manchester United realizou tal operação através de sua subsidiária, a MU Finance.
Em janeiro deste ano o atacante Liedson, do Sporting Lisboa, trocou socos com o diretor de futebol após uma partida da Taça da Liga de Portugal. O fato tornou-se público, o dirigente foi demitido e o jogador multado.
Contudo, outra consequência chama a atenção: as ações do clube na Bolsa de Lisboa caíram 5,47% no dia seguinte.
O mercado de capitais está preparado para receber o futebol? Ou melhor, os clubes estão em condições de fazer parte deste mercado?
São perguntas cujas respostas não são fáceis, mas que quando olhamos para a quantidade de agremiações que já realizaram transações desta natureza, podemos dizer que o esporte mais praticado no mundo está cada vez mais próximo deste cenário do que se pode imaginar.
Jogada chilena
Em outubro de 1993, o britânico Tottenham Hotspur converteu-se no primeiro clube do mundo a negociar no mercado de valores mobiliários, mais precisamente na Bolsa de Valores de Londres. Desde então outros 26 ingleses seguiram a mesma trajetória, ainda que nem todos mantenham o status de companhia aberta.
Chelsea, Manchester United e Manchester City, após terem o controle acionário adquirido por magnatas, optaram por cancelar o registro.
Atualmente existem 24 europeus listados nas bolsas seus respectivos países, desde o Aalborg Boldspilklub, da Dinamarca, até a Juventus, da Itália.
Os últimos clubes a abrirem o capital foram o Olympique Lyonnais (França) e o Benfica (Portugal), cuja entrada deu-se em maio de 2007 com 33% do capital negociado em bolsa.
Contrariamente ao que muitos poderiam pensar, o movimento também está presente na América do Sul. Três chilenos (Colo-Colo, Universidad do Chile e Universidad Católica) estão listados na bolsa de Santiago, tendo a Universidad Católica captado U$ 25 milhões em dezembro de 2009 (a procura pelas ações superou em 6 vezes o montante disponível).
Quando pensamos na figura do investidor que compraria ações de um clube, o primeiro perfil que vem a cabeça é o do torcedor/investidor, aquele que compraria ações por paixão ao clube ou por ter o orgulho de dizer que também é proprietário deste. Todavia, o negócio futebol se expandiu e dinamizou vertiginosamente na última década, especialmente no Velho Mundo.
Grandes empresas, sem qualquer relação com o esporte, como Bank of Scotland (Hearts, equipe participante da Scottish Premier League), Commerzbank (Sunderland, Inglaterra) e Merrill Linch Mercury Ltd (Aston Villa, Inglaterra), passaram a ser acionistas de clubes de futebol.
Outras, ainda, possuem participação societária, o que denota que esta modalidade possui um componente estratégico para várias instituições privadas.
Impedimento jurídico
Em solo nacional, a entrada das agremiações no mercado de capitais ainda é algo que pode levar algum tempo. Primeiramente, há uma impossibilidade jurídica: os clubes, em sua esmagadora maioria, são estruturados como associação e, como é sabido, o registro de companhia aberta somente é concedido as empresas constituídas como sociedade anônima.
Em segundo lugar, deverá haver uma radical mudança de comportamento. A transparência das informações é um pressuposto fundamental para qualquer empresa com ações na bolsa.
Ou seja, fatos que possam afetar de forma significativa a administração do clube, como transações de atletas, deverão ser reportados ao público investidor.
Outro ponto relevante diz respeito à variação do valor dos papeis em função de determinadas notícias. O mercado é muito "sensível" ao noticiário nacional e internacional, oscilando fortemente de acordo com as informações diárias.
No futebol, teríamos alguns componentes extras que fatalmente fariam as ações flutuarem: o clube venceu uma partida e se classificou para uma competição internacional; está nas últimas colocações do campeonato e prestes a ser rebaixado; está contratando um dos melhores jogadores do mundo; vendeu um de seus melhores jogadores; sofreu uma punição disciplinar e perdeu pontos; venceu o clássico regional, etc. Enfim, fatores ligados à própria atividade esportiva e que podem afetar as decisões dos investidores.
A regra é clara
Em linhas gerais, como pontos determinantes do sucesso (ou não) dos clubes no mercado de capitais podem ser apontados os seguintes fatores:
a) resultados desportivos: número de competições em que o clube está inscrito ao início da temporada e as respectivas chances de conquista, grau de competitividade alcançado nas competições, número de competições conquistadas;
b) plantel de jogadores: lesões, jogadores punidos disciplinarmente, negociações, legislação pertinente à transferência de jogadores, unidade dos jogadores, política salarial;
c) projeto desportivo: organização do clube, governança corporativa, administradores;
d) gerenciamento de receitas: contratos de televisão, merchandising, sócios, receitas do jogo.
O futebol mudou. E muito. Mas pode mudar mais. A adesão dos clubes ao mercado de capitais, por intermédio de empresas das quais mantivessem o controle acionário, seria benéfica, pois possibilitaria uma capitalização relevante e uma total profissionalização das gestões.
27 fevereiro 2010
Rir é o melhor remédio
Uma coluna de conselho. Do lado esquerdo, a leitora narra que deixou o marido em casa assistindo televisão. Como o carro quebrou próximo a sua casa, ela volta para pedir a ajuda do esposo. E tem uma surpresa. Pede ajuda.
A resposta da coluna ensina o que fazer quando um carro quebra.
Fonte: aqui
A resposta da coluna ensina o que fazer quando um carro quebra.
Fonte: aqui
Registradora
Em 1879 James Ritty, um proprietário de um saloon em Dayton, Ohio, recebeu a patente de um produto de madeira que ele apelidou de “caixa incorruptível”. Com um conjunto de botões e sino, a máquina, vendida pela National Cash Register (NCR), foi um pouco mais do que uma simples máquina de somar. No entatno, como uma forma inicial de gestão do fluxo de informação, a caixa registradora teve um enorme impacto. Ela não só reduziu os furtos, alertando ao lojista que o caixa estava aberto, mas gravava cada transação, fornecendo uma visão instantânea do que estava ocorrendo no negócio.
A different game The Economist, 25/2/2010
A história da máquina registradora é fascinante. Mostra como a tecnologia ajudou na melhoria dos controles internos das empresas através de um instrumento aparentemente simples.
26 fevereiro 2010
Teste #237
Este escritor famoso, ganhador do Nobel de Literatura, baseou parte de sua obra num livro contábil de uma família proprietária de escravos. O manuscrito é do século dezenove e foi recentemente descoberto. Este escritor é:
Albert Camus
Thomas Mann
William Faulkner
Resposta do Anterior: Accenture
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