Translate

26 fevereiro 2010

Links

Questões e respostas sobre a crise, segundo o WSJ

Como vender a Torre Eiffel. Duas vezes.

Nassim Taleb (“Cisne Negro”) não gosta de críticas

Orçamento da NASA no tempo: gráfico

SEC e IFRS

O texto a seguir foi publicado antes da medida da SEC, mas destaca de maneira bastante apropriada a posição da SEC. Não foi, ao contrário do que parece, uma vitória para o Iasb, pois a SEC postergou a decisão. No fundo, é uma decisão da dúvida sobre a conveniência ou não de adotar os padrões mundiais de contabilidade nos EUA.


Sec Deve Apoiar Padrão Contábil Global(ifrs) Mas Não Adotá-lo Agora
DJ em Português - 24/2/2010

Washington, 24 - A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, em inglês) deve aprovar nesta quarta-feira uma declaração dizendo que apoia a adoção de regras globais de contabilidade por empresas americanas, mas que não buscará adoção rápida das novas normas.

De acordo com o resumo da declaração, a adoção do novo sistema pelas companhias dos EUA não ocorrerá antes de 2015. A comissão espera decidir até o ano que vem se recomendará tal mudança. A SEC tem trabalhado em um plano para abordar questões relacionadas ao uso de normas internacionais de relatórios financeiros ou IFRS.

Na declaração, a SEC afirma que incentiva a convergência das normas americanas e do IFRS, de maneira a "diminuir as diferenças entre os dois conjuntos de regras".

Atualmente, as empresas americanas apresentam seus relatórios financeiros de acordo com os princípios da contabilidade americana ou GAAP. Mas os responsáveis pela criação das regras contábeis nos EUA e no resto do mundo têm se movimentando em torno da uniformização, para uso do IFRS como um conjunto global de normas contábeis a fim tornar mais fácil a comparação de empresas em todo o mundo.

No ano passado, a Comissão publicou um roteiro que define a proposta de como as empresas americanas devem fazer a mudança para o IFRS a partir de 2014.

A SEC provavelmente irá migrar com cautela para o novo padrão global, levando em conta o custo adicional para as empresas americanas. A presidente da Comissão, Maria Schapiro, disse durante a cerimônia de sua posse no ano passado, que temia que a mudança para os padrões internacionais possa ser muito dispendiosa para as companhias durante a crise do mercado.

O comunicado da SEC irá direcionar funcionários para que analisem o impacto da transição para as normais globais para as empresas de todos os tamanhos, "incluindo alterações nos sistemas de contabilidade e no regime contratual, considerações de governança corporativa e contingências de litígio". As informações são da Down Jones. (Clarissa Mangueira)

Tradução

Palavras de Muhtar Kent, executivo da Coca-cola, que obteve o Most Meaningless CEO Quote in Corporate Press Release Award do Wall Street Journal:

“Our 2020 Vision calls for decisive and timely action to continuously improve and evolve our global franchise system to best serve our customers and consumers everywhere. Consistent with the 2020 Vision, our roadmap for winning together, we act today as an aligned system….Our new North American structure will create an unparalleled combination of businesses, which will serve as our passport to winning in the world’s largest nonalcoholic ready-to-drink profit pool.”


Tradução do Wall Street Journal:

“ Sorry guys, but we have to copy Pepsi after all.”

Contabilidade do Cartel

Ex-chefe do cartel do Golfo é condenado a 25 anos nos EUA- 25/2/2010

O ex-chefe mexicano do cartel do Golfo Osiel Cárdenas, extraditado aos Estados Unidos, foi condenado a 25 anos de prisão e a uma multa de 50 milhões de dólares por narcotráfico, anunciou o Departamento de Justiça nesta quarta-feira.

Cárdenas, de 42 anos, se declarou culpado ante uma juíza federal de cinco crimes relacionados ao narcotráfico, lavagem de dinheiro e ameaças contra agentes federais, informou o texto do Departamento de Justiça.

O ex-chefe foi extraditado aos Estados Unidos em 2007, após cumprir pena em uma prisão de segurança máxima mexicana desde 2003, quando foi preso em sua cidade natal, Matamoros.

"De julho de 2000 a setembro de 2001, mais de 2 mil quilos de cocaína diretamente ligados a Cárdenas-Guillém foram interceptados por forças de ordem nos Estados Unidos", explicou o comunicado.

O lucro obtido pelo tráfico ilícito no cartel do Golfo através da fronteira com o Texas foi considerável.

Em junho de 2001, as autoridades norte-americanas encontraram livros de contabilidade do cartel que descreviam um lucro de 41 milhões de dólares em apenas três meses de operações e apenas na cidade de Atlanta.

Remuneração e Comportamento

Uma experiência interessante foi realizada Nina Mazar, Uri Gneezy, George Loewenstein e Dan Ariely para verificar o efeito da remuneração em diversas tarefas (montar quebra-cabeça, jogar jogo de memória, entre outras tarefas). Foi prometido a um terço dos participantes o pagamento em uma semana; para outro terço, uma remuneração em duas semanas; e o restante iria receber em cinco meses. O estudo foi realizado na Índia, onde o custo de vida é mais baixo.

O grupo de pior desempenho foi aquele que iria receber somente em cinco meses. Isto tem uma implicação interessante para as discussões sobre remuneração. Os adversários da atual sistemática de elevadas gratificações por desempenho vinculadas as ações afirmam que o sistema induz ao foco no curto prazo, esquecendo o longo prazo. Sugerem que a remuneração seja essencialmente de longo prazo.

O estudo também trabalho outro aspecto da avaliação: o escrutínio público. Novamente algumas tarefas foram propostas (solucionar anagramas) de duas formas: privadamente, em cubículos, ou na frente de outros. O resultado foi que as pessoas queriam ter um melhor desempenho quando trabalhavam um na frente de outro.

Veja mais sobre o estudo em Bonuses boost activity, not quality, Dan Ariely, 1º de fevereiro de 2010, Wired.

Balanço do Banco do Brasil

Banco do Brasil investiga possível vazamento do balanço de 2009
O Globo

SÃO PAULO - A divulgação do lucro obtido pelo Banco do Brasil (BB) em 2009 por um veículo da imprensa, antes da publicação oficial dos números, que ocorreu apenas na manhã desta quinta-feira, gerou questionamentos sobre um possível vazamento dos resultados do banco.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, informou durante entrevista coletiva que a instituição está investigando a origem dessa divulgação.

- Nós estamos investigando a origem dessa divulgação. O banco tem tomado um cuidado especial em relação a esse vazamento de resultado. Nós alteramos recentemente a nossa publicação no site e na CVM com horário mais tardio, para que não houvesse esse tipo de situação. Infelizmente, de novo, isso se repetiu. Nós vamos procurar apurar esses fatos - disse o presidente do BB, em entrevista coletiva na quinta-feira.

Bedine também disse que medidas já tinham sido tomadas para que isso não ocorresse, como a mudança do horário de publicação do balanço, uma vez que não se trata da primeira vez que os resultados financeiros do banco vazam.

Procurada pelo Valor, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização das companhias de capital aberto, divulgou apenas no início da noite sua resposta padrão para casos como este.

Regras políticas

Economist: corrupção no Brasil vem de regras ‘irrealistas’
25 de fevereiro de 2010 | 16h31
Sílvio Guedes Crespo

A revista britânica The Economist, em mais uma reportagem sobre o Brasil, disse na edição desta semana que ”muitos escândalos de corrupção [no País] derivam do alto custo da política e de regras de financiamento de campanha irrealisticamente rígidas”.

A publicação cita casos de Roseana Sarney, Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros, além do mensalão e dos recentes acontecimentos envolvendo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Em relação a Arruda, a revista considera otimista a visão de que sua prisão representa um avanço no combate à corrupção, uma vez que ele governava “um estado pequeno” e é membro de um partido cuja importância está declinando. “E a sua alegada malandragem ocorreu sob o nariz do Ministério Público”.

A Economist considera que é recorrente em tais escândalos a suspeita de que o dinheiro venha de empresas que tinham contrato com o poder público e cita a afirmação da ONG Transárência Brasil de que os esquemas normalmente envolvem subornos, muitos dos quais relacionados a fundos de campanhas eleitorais.

A revista ressalva, no entanto, que a corrupção no Brasil “provavelmente não é maior do que em outros países de tamanho e riqueza semelhantes”, e que a situação aqui é melhor do que na China e na Índia, por exemplo. A Economist lembra, ainda, que tanto no Brasil como nos Estados Unidos “as empresas sentem que precisam estar bem relacionadas com uma ampla gama de políticos de todos os matizes”, e para isso precisam fazer doações de campanha.

O artigo não cita especificamente quais seriam as regras “irrealisticamente rígidas”.


Provavelmente refere-se a questão das doações e sua contabilização.