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08 fevereiro 2010

Auditoria


A onda global de regulação em bancos também deve complicar a vida de auditores. Para reduzir o risco de um colapso no estilo da Arthur Andersen, que foi negligente com a contabilidade da Enron, em 2001, o Reino Unido criou um novo código de governança para firmas de auditorias. As "quatro grandes" (PricewaterhouseCoopers, Deloitte, KPMG e Ernst & Young) deverão, entre outras obrigações, indicar não executivos independentes para os trabalhos de auditoria.

Os auditores temem que as novas regras ameacem sua independência e acarretem conflitos de interesse. "A exigência de indicar não executivos independentes para nosso modelo de governança levantou considerações relativas à independência, a conflitos de interesse e de responsabilidade", disse Stuart Diack, sócio da auditoria, no Reino Unido.

Para Diack, o Código de Governança de Firmas de Auditorias vai permitir uma melhor comparação entre as empresas de auditorias, mas "não prevemos que acrescente algo de modo significativo às nossas responsabilidades regulatórias."

Uma disseminação de regras mais rigorosas pelo mundo pode ser preocupante, segundo os auditores. "Uma boa governança é preferível a uma regulação desproporcional", disse Diack.

"O regime de governança britânico é visto internacionalmente como equilibrado e lógico. Outros países vão julgar se requerimentos similares são apropriados as suas necessidades. No Reino Unido, o código foi introduzido para mitigar o risco de uma importante firma de auditoria se retirar do mercado, mas esse risco varia internacionalmente", acrescentou.

"Estamos sempre lidando com mudanças de regulação", disse Robert E. Moritz, presidente e sócio da PricewaterhouseCoopers. Para Moritz, o que é prejudicial é ter incertezas. "À medida que você já sabe o que muda, você se prepara, faz ajustes", afirmou Moritz.


Auditores veem ameaça à independência Chuvas irão influenciar voto de brasileiro em 2010, diz pesquisa - Folha de São Paulo - 8/2/2010 - MARIA CRISTINA FRIAS

07 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio

Arte num Mac









BAE Systems

A notícia do final de semana, na área contábil internacional, diz respeito a empresa BAE Systems. Esta empresa atua na área de defesa e possui sede na Inglaterra. Em setembro de 2005 o jornal inglês The Guardian revelou que registros bancários mostraram que a BAE pagou 1 milhão de libras para Augusto Pinochet. Além disto existiam acusações de corrupção para venda de armas para o Chile, República Checa, Romênia, Arábia Saudita, África do Sul, Tanzânia e Catar.

Agora a empresa concordou em pagar 257 milhões de libras para encerrar o processo. O Financial Times (BAE bribery fine raises concerns, Michael Peel) lembra que o governo de Tony Blair fez pressão para que o assunto não fosse investigado. E que o acordo final foi frustante para aqueles que gostariam que a empresa fosse realmente punida.

Em outro texto do Financial Times (BAE to pay out $400m to settle US and UK bribery allegations, Michael Peel & Stephanie Kirchgaessner) é lembrado que este é o primeiro caso de cooperação entre EUA e Inglaterra.

A empresa não admitiu suborno, o que teria provocado sua exclusão de contratos futuros na área da defesa na Europa e EUA, informa o The Times (It began with claims of bribing princes, but ends with an accountancy charge; David Robertson, Alex Spence; David Robertson; Alex Spence). Mas admitiu irregularidades contábeis, inclusive por prestar informações falsas ao governo dos EUA.

É interessante notar que o acordo com a BAE foi anunciado perto de um outro caso grave envolvendo membros do legislativo britânico e gastos com o dinheiro público.

Salário, Notícia e Demanda de Vestibular



Quando se toma a demanda do vestibular para profissões diferentes encontramos cursos, como medicina, são altamente concorridos. Na Universidade de Brasília a relação entre candidato e vaga para o futuro doutor é de 81: para cada vaga, 80 não irão passar. Por outro lado, outros cursos possuem uma demanda reduzida. É o caso de contábeis, onde na UnB a concorrência é de seis candidatos por vaga. Se considerar que a UnB possui um curso com programa de mestrado e doutorado, com tradição no mercado e muitos professores na graduação com mestrado e doutorado, esta concorrência é bastante reduzida.

O que poderia estar gerando esta distorção? O gráfico 1 faz uma comparação entre a demanda do vestibular e o salário do profissional. A informação do salário do profissional foi obtida no IBRE, que faz parte da Fundação Getúlio Vargas. É possível perceber visualmente uma relação entre os dois, onde quanto maior o salário, maior a demanda no vestibular. Ou seja, os futuros profissionais estão atrás do dinheiro. Em termos estatísticos a relação, medida pelo coeficiente de correlação de Pearson, nome em homenagem ao grande estatístico de criou esta medida, é 0,72. Este coeficiente de Pearson varia entre -1 e +1, sendo que valores próximos a zero indicam uma baixa correlação e valores próximos aos extremos possuem elevada correlação.

Uma medida auxiliar do coeficiente de Pearson é o grau de significância. Ele mede a qualidade de Pearson. Neste caso, a significância é de 2,9% e quanto menor maior a qualidade da relação. Outra forma de analisar é afirmar que existem 97,1% (ou 100 menos 2,9) de chance da relação entre salário e demanda do vestibular estar correta.

O segundo gráfico (abaixo) mostra a relação entre a demanda do vestibular e o número de vezes que a profissão apareceu nos jornais nos últimos dois anos. Esta relação é melhor ainda, pois o coeficiente de Pearson é de 0,945, muito perto de 1. Em termos mais claros, a quantidade de notícias sobre uma profissão aparentemente possui uma relação com a demanda do vestibular. O ponto sozinho no gráfico é o curso de medicina. O termo "médico" aparece muito nos jornais e a demanda do vestibular é também elevada. Como a significância do coeficiente de Pearson é muito próxima de zero, podemos afirmar que existe uma relação entre as duas variáveis.

No segundo gráfico está marcado um ponto, que se refere ao curso de Contabilidade. Apesar do termo "contador" aparecer muito nos jornais, a demanda é reduzida. Existem duas explicações para isto, uma decorrente da falha da pesquisa e outra mais técnica.

A falha da pesquisa é a seguinte: o termo contador não está somente associado à profissão. É comum aparecer no jornal termos como "contador de história", "contador de número de vezes que um sítio é acessado" e até "Contador", um famoso ciclista espanhol. Então, parte do número de vezes em que a palavra aparece não deveria se considerado. Mas o termo "contador" também aparece nos jornais nas páginas policiais, quando a polícia prende um grupo de bandidos e um deles é o "contador". Este é um caso onde a profissão não é bem representada.

De qualquer forma, os dois gráficos devem ser considerados com ressalvas em razão da pequena amostra (só dez profissões, com demanda limitada a UnB) e pelo fato de que correlação não é sinal de relação causa-efeito.


05 fevereiro 2010

Artigos para Periódico

A revista Contabilidade, GEstão e Governança está aceitando artigos científicos. Os artigos podem ser encaminhados ao editor (este blogueiro) por e-mail (Infelizmente o sítio da revista, mantido pelo IBICT, está apresentando defeitos constantes).

O leque de artigos é bastante amplo e estamos fazendo um grande esforço no sentido de dar uma resposta aos autores em até três meses.

Encaminhem...

Rir é o melhor remédio

Invenções Malucas