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05 fevereiro 2010

Custo de uma Hidrelétrica

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) finalmente concedeu a licença prévia para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, fazendo exigências que elevarão substancialmente o custo da obra. Conforme os cálculos dos empresários privados, será um projeto caro, que gerará energia a custo superior ao de outras usinas situadas na Amazônia, como as de Santo Antônio e Jirau.

Com capacidade instalada de 11,4 mil MW, Belo Monte terá uma geração média de 4,6 mil MW, em decorrência das condições hidrológicas dos Rios Tapajós e Xingu, que fornecerão a água para seu reservatório. Belo Monte será a segunda maior usina do País e a terceira maior do mundo, depois de Itaipu e de Três Gargantas, na China.

O projeto da hidrelétrica começou a ser desenvolvido nos anos 80 e foi reformulado várias vezes. Em 2001 a Justiça Federal proibiu o Ibama de emitir o relatório de impacto ambiental da obra, frustrando a intenção do governo de licitar a usina em 2002. Ainda hoje o projeto enfrenta resistências de ambientalistas e do Ministério Público. No final do ano passado, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, chegou a baixar a Portaria 434 com as regras para a licitação, que o governo pretendia realizar ainda em 2009, mas teve de adiar o leilão para este ano.

Não há dúvidas quanto à resistência de representantes do Ministério Público Federal (MPF) à obra. O procurador da República Ubiratan Cazetta declarou que a licença prévia é só uma etapa e terá de ser analisada pelo MPF. “Todas as fases serão acompanhadas pelo MPF, que poderá ingressar com novas ações” contra a construção, afirmou outro procurador, Daniel César Avelino. A Advocacia-Geral da União (AGU), por sua vez, contra-atacou, anunciando que ajuizará ações de improbidade contra os promotores que exorbitarem de suas funções.

Com a reforma do projeto, Belo Monte terá um reservatório proporcionalmente pequeno – uma exigência ambiental –, de 516 km², menor que o de Tucuruí, que produz menos energia. Das 15 maiores usinas do Brasil, Belo Monte é a que terá o menor reservatório em área ocupada.

Os investidores que se articulam para disputar Belo Monte terão de atender a nada menos de 40 exigências socioambientais, de saneamento, habitação e segurança, cujo cumprimento é precondição para a concessão da licença de instalação, segunda etapa do processo e que, normalmente, demora meses para ser concedida.

Terão de ser construídas escolas e postos de saúde na região da usina e realizadas obras de saneamento básico em municípios próximos à barragem. Terá de ser mantida a navegabilidade do Rio Xingu durante a construção e a operação da usina. E os empreendedores precisarão elaborar um plano de conservação dos ecossistemas aquáticos e terrestres da região. Nenhum índio – prometeu o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc – será deslocado em decorrência da obra. “Se houvesse possibilidade de desastre ambiental, essa licença não seria dada, pelo menos na minha gestão”, declarou ele.

O custo das exigências ambientais é estimado em R$ 1,5 bilhão. Isto “não vai inviabilizar a obra”, afirmou o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco. Mas há uma enorme diferença entre as estimativas do governo e do setor privado sobre o custo de Belo Monte.

O governo fala em valores entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões, enquanto empresários estimam o custo em não menos de R$ 26 bilhões – para a produção de 4,6 mil MW. Nas usinas do Madeira, estão sendo investidos R$ 18 bilhões para a produção de 3,6 mil MW de energia média. Aos R$ 26 bilhões de Belo Monte cabe acrescentar, ainda, o R$ 1,5 bilhão decorrente das novas exigências.

Graças aos sistemas nacionais de transmissão de eletricidade, a energia de Belo Monte tanto poderá servir para o abastecimento dos principais centros consumidores da Região Sudeste como para assegurar um aumento substancial da oferta na Região Norte, viabilizando a construção de novas fábricas eletrointensivas, como as de alumínio, aproveitando a matéria-prima abundante na área.


O custo de Belo Monte - 5/2/2010 - O Estado de São Paulo

Existe um custo adicional referente ao risco de mudanças no projeto em razão de novas exigências.

Cobrança

O empresário Marcio Goldfarb, dono da Lojas Marisa, rede nacional de roupa feminina, descobriu uma boa maneira de reduzir o prejuízo com a inadimplência de seus clientes, que chegou a 3,8% das vendas em 2007. Simplesmente dispensou a empresa terceirizada que executava o serviço de recuperação do crédito, passando a fazer o trabalho dentro de casa. Resultado: o calote caiu à metade, para os 1,9% registrados no final de 2009, irrigando o caixa da empresa. Já para incrementar as vendas neste ano, Goldfarb resolveu apostar na popularização entre a clientela dos cartões de crédito, que respondem por 56% de suas receitas - a Marisa trabalha com duas bandeiras, uma própria e outra do Itaú. A rede pretende emitir mais 2,5 milhões de cartões, elevando para 15,4 milhões o número de usuários.

Segundo ele, a operação é um negócio lucrativo. “Ela contribuiu com 20% do nosso Ebtida”, diz Goldfarb. Com 227 lojas espalhadas pelo País, a Marisa faturou R$ 1,5 bilhão no ano passado.


ECONOMIA & NEGÓCIOS - FATO RELEVANTE - O segredo da Marisa contra calote - Estado de São Paulo - 5/2/2010

Que país é este?

Num texto sobre a África do Sul (Stop that vírus, The Economist, 6/2/2010), a revista The Economist comenta algumas medidas que estão sendo discutidas para implantação na África do Sul, com o objetivo de vencer a corrupção: nova lei para acusação e condenação mais rápida de funcionários corruptos; revisão das políticas de emprego público, proibindo a ocupação de cargos públicos por pessoas com ligações com empresas que fazem negócios com o Estado; regras mais rígidas para contratos públicos; e proteção aos funcionários da contabilidade, que muitas vezes são suspensos ou demitidos por políticos por estarem mexendo em “áreas” com problemas.

04 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #226

Um dos indicadores de risco de um governo é a quantidade de dívida de curto prazo. (Numa empresa, seria a relação entre passivo circulante oneroso e o total do investimento ou o total do passivo oneroso) Qual destes três países europeus apresenta, por este indicador, maior risco?

Espanha
Grécia
Irlanda

Resposta do anterior: O aiatolá da contabilidade. Fonte: Interview -- David Tweedie: 'The ayatollah of accounting' strongly defends his principles --- Critics blame IASB chairman for financial crisis; he shrugs off attacks, seeks convergence on reporting standards. Dominic Elliott. 3/2/2010 - The Wall Street Journal Europe

Grandes perdas de valor de mercado

1. Cisco Systems - Perda: $425 bilhões; Valor máximo = $557 bilhões (março de 2000); valor recente = $132 bilhões

2. General Electric - Perda = $423 bilhões; valor máximo = 601 bilhões (agosto de 2000); valor recente = 178 bilhões

3. Intel - Perda = 400 bilhões; valor máximo = 509 bilhões (agosto de 2000); valor recente = 109 bilhões

4. Microsoft - Perda = 390 bilhões; valor máximo = 642 bilhões (setembro de 2000); valor recente = 252 bilhões

5. Norte - Perda = 283 bilhões; valor máximo = 283 bilhões (julho de 2000); valor recente = 0

6. Lucent - Perda = 274 bilhões; valor máximo = 285 bilhões (dezembro de 1999); valor recente = 11 bilhões (com a fusão com a Alcatel)

7. AIG - Perda = 239 bilhões; valor máximo = 242 bilhões (dezembro de 2000); valor recente = 3 bilhões

8. AOL - Perda = 219 bilhões; valor máximo = 222 (dezembro de 1999); valor recente = 3 bilhões

9. Exxon Mobil - Perda = 192 bilhões; valor máximo = 509 bilhões (dezembro de 2007); valor recente = 317 bilhões

10. Worldcom - Perda = 186 bilhões; valor máximo = 186 bilhões (abril de 1999); recente = 0

Fonte: Fortune

Frase

"The interviewer [da BBC] said: 'In this crisis fingers are pointing, people are saying you're responsible for the crisis.' I said: 'It is me. I made people make these loans for people with no money and no jobs, and I made them split up these loans and scatter them world-wide with fancy derivatives. I made the credit-rating agencies give these securities triple-A ratings, and I made people buy them. It's me, it's my fault.'
"There was a silence, and then the interviewer said: 'For the benefit of overseas listeners, that was irony.'"


Interview -- David Tweedie - Dominic Elliott - 3/2/2010 - The Wall Street Journal Europe