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01 dezembro 2009

Ociosidade no Ensino

Segundo notícia do Estado de São Paulo (Número de vagas ociosas em universidades federais cresce 117% , Lígia Formenti, Renata Cafardo e Simone Iwasso , 28/11/2009) existem mais de 7 mil vagas em universidades federais que não foram preenchidas, conforme o Censo da Educação Superior

Entretanto, mesmo com a ociosidade, o governo federal investe 2 bilhões de reais na ampliação das universidades.

Esta diferença entre o número de oferta de vagas e a demanda representa, segundo a reportagem,

um direcionamento equivocado do governo, são mais uma demonstração da saturação do mercado do ensino superior brasileiro. Este foi o primeiro ano, desde 1998, que o número de universidades, faculdades e centros universitários diminuiu. Desde o fim dos anos 90, com a facilitação de concessões para abertura de universidades privadas, o sistema cresceu mais de 100%.

As vagas ociosas representam 4,3% do total de vagas ofertadas em 2008. Maria Paula Dallari da Sesu - Secretária de Educação Superior - do MEC

acredita que muitos estudantes não saibam ainda dos novos cursos, instalados em cidades pequenas, e defende campanhas sobre o programa. (...) Segundo estimativas, cada vaga em uma universidade federal custa R$ 12 mil/ano. O País tem hoje 57 federais, com 643 mil alunos.

“Criaram cursos com viés ideológico”, afirma o consultor de ensino superior Ryon Braga. “Isso é dinheiro público jogado fora e o problema se torna ainda mais preocupante se contar as vagas que ficam ociosas por causa da evasão”, completou o especialista em educação superior Oscar Hipólito. “Foram criados novos cursos em regiões onde o nível do ingressante muitas vezes é tão baixo que ele não consegue passar no vestibular.”

Ociosidade no Ensino 2

Sob a ótica da oferta, a questão da ociosidade das vagas nas universidades federais deve ser considerada através dos seguintes fatos:

1. A decisão da expansão foi tomada de maneira descentralizada, baseado nas necessidades locais, sem análise da demanda da sociedade;

2. Como existia uma grande pressão do MEC para fazer a expansão, as universidades optaram pelas áreas onde a capacidade poderia ser adicionada sem grandes problemas. Neste caso, aumento de vagas em medicina, que representa uma necessidade de grandes investimentos em infra-estrutura, foram desconsiderados em favor da expansão na área social

3. O viés de criação de cursos de “gestão ...” chegou nas universidades federais, sem uma análise da real demanda da universidade. Entre um curso de “gestão hospitalar” e um curso de “administração”, por exemplo, a empregabilidade do segundo é muito superior.

4. A expansão geográfica não foi planejada, onde todas as regiões eram contempladas.

5. Em termos temporais, a expansão das universidades públicas ocorreu depois da expansão das instituições particulares. As particulares conseguiram absorver uma demanda reprimida; quando a expansão das públicas iniciou, a demanda existente era basicamente vegetativa.

6. Apesar da pressão por parte do MEC, a expansão das universidades federais é lenta pois depende de construções de infra-estrutura.

7. A questão da expansão nas universidades foi tratada como uma oportunidade para receber dinheiro. Isto significa dizer que não estava preocupado com a otimização dos recursos. Um exemplo claro disto foi a proposta de criação de um curso vespertino na UnB – quando das instalações estão ociosas – que foi recusada sob a alegação de que não existe turno vespertino. (Na realidade o curso não traria dinheiro para infra-estrutura).

8. Finalmente, e não menos importante, no setor público é muito fácil criar um curso, mas é praticamente impossível fechá-lo.

Ociosidade no Ensino 3

Economistas citam três motivações centrais para educação. Primeiro, nós vamos à escola para aprender alguma coisa. Segundo, nós vamos a escola para demonstrar que somos espertos e perseverantes ou em outras palavras para mostrar que nós podemos “saltar obstáculos”. Economistas chamam isto de “modelo de sinalização da educação”. Terceiro, nós vamos a escola por que (as vezes) é divertido.

Cowen, Tyler. Create your own economy, 1349

Em algumas universidades públicas geralmente não existe “praça da alimentação” ou “ponto de encontro”, onde a galera se reúne. Instituições particulares perceberam a importância deste fato e criaram estes locais de encontro. Isto faz com que as universidades públicas não sejam tão “divertidas”, apesar das festas dos centros acadêmicos.

Finanças Municipais

O objetivo principal do artigo em questão é avaliar a autonomia financeira e a alocação de recursos do município de Alagoinhas (BA) entre 2001-2006. Este é um estudo de natureza descritiva e é classificado como um estudo de caso. Os procedimentos empregados são:pesquisa bibliográfica, documental e técnicas de estatística descritiva. A fonte dos dados dapesquisa é a base FINBRA (Finanças do Brasil), referente aos exercícios 2001-2006. Os resultados indicam que houve um aumento na autonomia financeira do município no período analisado baseado nas seguintes evidências: aumento real da receita total, aumento das receitas próprias e conseqüente redução da participação relativa das receitas de transferências na receita total e aumento das receitas tributárias. Verificou-se uma forte preferência do gestor pelos gastos sociais. Os gastos econômicos foram considerados relativamente baixos. Observou-se um possível esforço pela redução de gastos relacionados ao custeio da máquina pública. Os investimentos tiveram um crescimento expressivo ao longo do período analisado. Essa configuração das finanças do município é considerada satisfatória do ponto de vista de uma gestão fiscal eficaz.


ANÁLISE EMPÍRICA DA AUTONOMIA FINANCEIRA E DA ALOCAÇÃO DE RECURSOS DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL - Josué Pires Braga (USP); Cláudia Ferreira da Cruz (UFRJ) Eugênio Lima Mendes (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA)

30 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #186

Já que toda vez que surge um escândalo de corrupção os jornais associam com a contabilidade, vamos usar a notícia do jornal O Globo de 29/11/2009, que transcreveu as gravações de mais um escândalo político, para fazer vinculações efetivas com a contabilidade.

Segundo a gravação, Arruda participaria ativamente da contabilidade, discutindo quem arrecadou [1], as empresas que pagaram propina [2] e de que forma seriam distribuídos os recursos.

— Aquela despesa mensal com político sua hoje está em quanto? — pergunta Arruda. [3]

José Geraldo Maciel, chefe da Casa Civil, explica que os políticos estão recebendo por duas fontes.

— Tá aqui a listinha — diz Maciel.

— Ué, ele não tem que unificar? — pergunta Durval.

— Seiscentos é aquilo que sobra — responde Maciel

— Mas unificou tudo? — pergunta Arruda.[4]

Diante da resposta de que não há um controle preciso do pagamento, se irrita e fala:

— Pois é, mas unificar é isso, não poder achar ninguém... é saber tudo! Nós temos que saber de um por um — diz Arruda. [5]
(...)


Os termos contábeis seriam:
[a] consolidação
[b] controle de custos
[c] distribuição de dividendos
[d] receita
[e] sistema de informação

Resposta do anterior: investiram em Dubai

Efeito Framing

Finalmente, os efeitos do framing são cada vez mais importantes. Algumas experiências, em alguns produtos e serviços, são mais sujeitos aos efeitos do framing que outros.


Create Your Own Economy, Tyler Cowen, 1149

O efeito framing tem sido objeto de estudo das finanças comportamentais. Entretanto esta é uma afirmação que merece uma comprovação da ciência.