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26 novembro 2009

Números negativos em Análise de Balanços

A existência de números negativos quando se faz uma análise das demonstrações contábeis representa um grande obstáculo em testes mais avançados.

Algumas soluções básicas são apresentadas em alguns livros de análise, como trabalhar com índices substitutos que não apresentam este problema. Por exemplo, enquanto a margem líquida pode assumir valores positivos e negativos, provavelmente a margem bruta não possui este problema. Neste caso, recomenda-se substituir a margem líquida pela margem bruta, por exemplo, se os índices são complementares.

Entretanto isto nem sempre funciona. A relação entre indicadores de lucro e o balanço patrimonial é um problema, já que relacionamos lucro líquido com o patrimônio líquido. O que fazer quando a empresa possui passivo a descoberto e prejuízo líquido? O resultado do retorno sobre o patrimônio será positivo, mas o número possui problemas.

Uma alternativa é converter os números em logarítmos. Mas alguns casos não são abrangidos e não resolve totaltmente o problema.

Uma alternativa é usar o log da seguinte forma:

r = log (1+ Rt). Seja por exemplo um índice de 100, no primeiro período, e 90, no segundo.

r = log (1-0,1) = 0,04576

Obviamente que os demais números deveriam seguir a mesma idéia. Esta possibilidade está em Campbell, Lo e Mackinlay, p. 11.

Adilson Tavares, um doutorando da UFRN, encontrou uma sugestão criativa no livro clássico de Foster (1986, p. 103) [Confesso que procurei no livro e não tinha encontrado], através da transferência de toda a distribuição de uma variável para a direita, tornando todos os valores positivos.

Assim, para que isto seja possível, o valor negativo mais extremo é selecionado e adicionado as outras observações. Isto muda média, mas mantém a dispersão, assimetria e curtose.

Teste #184

Veja as seguintes informações:

Preço Médio de uma Cirúrgia Coronária em US$:
Medicare = entre 20 a 40 mil
Hospital Indiano Privado = 5 mil
Narayana Hrudayalaya = 2 mil

Número de cirurgias
Massachusetts General Hospital = 536
Cleveland Clinic = 1367
Narayana Hrudayalaya = 3174

Com base nestas informações – e somente nestas – qual o conceito de custos que justifica o valor do Narayana Hrudayalaya? (Os dados são reais)

Resposta do Anterior: Spider Man

Links


Cursos de IFRS

Mundo de acordo com os americanos

O controle familiar somente cria valor em certas situações

Bovespa cria um tutorial para orientar usuários das demonstrações contábeis

Dubai está quebrada


Segundo notícias da Reuters, o reino de Dubai está quebrado. Dubai é um dos sete emirados árabes, que segundo a Wikipedia

Dubai é conhecida mundialmente por ser extremamente moderna, "futurista" e com enormes arranha-céus e largas avenidas.


A notícia (aqui e aqui, por exemplo) é que Dubai está negociando com credores.

Efeitos da crise...

Sobrou para contabilidade

Sobre as metas climáticas, eis um trecho do Jornal de Commercio:

(...) O dinamarquês Bjorn Lomborg faz jus ao apelido de “ambientalista cético”. Em entrevista por e-mail, ele admitiu que a meta de redução de 17% até 2020 “soa como uma boa promessa, mas simplesmente não será alcançada”. Para o especialista, as análises mostram que será mais provável uma redução de 3% a 4% — o restante viria do mercado de carbono. “É como usar truques de contabilidade para fazer com que o balanço bancário pareça maior. Muitos políticos estão prometendo coisas que não serão capazes de cumprir”, opinou. (...)


EUA entram na luta contra o aquecimento - RODRIGO CRAVEIRO - 26/11/2009 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Petrobras

Duas notícias recentes sobre a empresa Petrobras. A primeira, Petrobrás é alvo de lobby contra Irã (Gustavo Chacra, 23/11/2009, O Estado de São Paulo) informa de um lobby contra a presença da empresa no Irã. A União Contra um Irã Nuclear (UANI, na sigla em inglês) alertou para os negócios da empresa. Além disto, existe a possibilidade da empresa sofrer sanções do governo estadunidense por conta de uma ação do legislativo daquele país.

[A UANI] adverte estes investidores sobre as relações de companhias nas quais eles investem com o regime de Teerã, dizendo que, indiretamente, o dinheiro deles pode ser canalizado para um inimigo dos EUA.


A empresa enviou uma correspondência a SEC informando não ter mais atividade no Irã, apesar de manter três funcionários no país asiático.

Outro artigo diz respeito a capitalização da empresa (Capitalização da Petrobrás vai servir para financiar fornecedores, Kelly Lima, Estado de São Paulo, 24/11/2009). A empresa irá oferecer financiamento para fornecedores com os recursos obtidos com a capitalização para desenvolver os projetos do pré-sal.

Os financiamentos poderão ser adotados não somente para atender diretamente aos fornecedores ligados à estatal, mas também os de terceira ou quarta ponta. “Nosso objetivo é que toda a cadeia tenha condições de crescer junto com a Petrobrás”, disse o executivo [Barbassa], destacando que aqueles que tiverem contratos de longo prazo com a companhia serão os principais beneficiados. “Quanto maior o prazo do contrato, maior o valor a ser financiado e melhores as condições.” (...)

Passados dois meses da apresentação do novo marco regulatório do setor de petróleo, o mercado ainda demonstra preocupação quanto à possibilidade de diluição da participação dos acionistas minoritários depois da capitalização.

O conselho de administração da companhia aprovou aceitar títulos da dívida pública mobiliária federal para a integralização de ações pelos minoritários. Na semana passada, durante reunião da Apimec, em São Paulo, executivos da empresa foram questionados sobre possíveis danos aos acionistas.

Um dos pontos abordados foi o fato de os minoritários serem excluídos da operação de revisão do preço dos barris de petróleo a serem cedidos pela União, que servirão de base para a definição do valor da capitalização.

O argumento da estatal para a exclusão é o de que a cessão onerosa assemelha-se a uma transação comercial, o que tornaria desnecessária a participação dos minoritários.


Será papel da empresa financiar os fornecedores "até a quarta ponta"? Ou isto não seria uma forma de driblar certos controles - inclusive políticos?

Temor das novas normas 4

Contexto - Valor Economico - 25/11/2009

O Regime Tributário de Transição (RTT) foi criado pela medida provisória 449, convertida na lei 11.941/09, para que as empresas pudessem continuar recolhendo Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) pela legislação vigente até 31 de dezembro de 2007, como se não estivesse ocorrendo o processo de convergência para o padrão internacional de contabilidade, conhecido como IFRS.

Para ter controle sobre o impacto da mudança contábil no resultado das companhias abertas, a Receita Federal criou o Fcont, que faz a reconciliação do lucro conforme o novo padrão contábil com o resultado que a companhia teria se as regras vigentes ainda fossem as de 2007. A partir do "lucro velho", usa-se o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) para se chegar ao resultado sujeito à tributação, incluindo efeitos de diferenças temporárias.

Somente as empresas que optaram pelo RTT e pagam tributo pelo lucro real precisam entregar o Fcont. O prazo final é o dia 30 de novembro. A empresa que recolhe imposto sobre lucro presumido e optou pelo RTT também deve manter um registro de controle sobre as diferenças entre os dois balanços, mas não precisa apresentar a declaração.

O RTT é válido para o biênio 2008/09 e se tornará obrigatório a partir de 2010, a não ser que o governo edite nova lei para regulamentar o impacto tributário das diferenças trazidas pela nova lei contábil.