Temor sobre impacto desestimula adesão ao IRFS
por Nina Alves - 25/11/2009
Para especialista da Audibra, empresas estão aguardando obrigatoriedade para aderir ao novo padrão contábil
SÃO PAULO – O impacto desconhecido que os resultados financeiros adaptados ao IFRS gerariam ao mercado contribui para a menor adesão ao sistema, facultativa nas informações trimestrais divulgadas pelas companhias abertas em 2010. A opinião é do diretor de Programa de Certificação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (Audibra), Renato Fontes Trisciuzzi.
“As empresas estão com receio de chocar seus acionistas por conta de um sistema que ainda está em implementação”, declarou. “Elas estão esperando para ver se grandes corporações, como Petrobras e os maiores bancos, publicarão os resultados no novo modelo já no primeiro trimestre. E, pelo que tenho notado, mesmo as empresas de grande porte vêm sentindo dificuldades”, complementou.
Com a formatação dos atuais resultados com base no IFRS, muitas empresas poderão sofrer redução do lucro líquido declarado, seguindo seus ramos de atuação.
“Tenho recebido muitas dúvidas dos meus clientes em relação a questões de concessão, derivativos, leasing financeiro – que antes não era contabilizado e agora será adicionado ao imobilizado. Esses fatores podem gerar uma alteração forte na apresentação dos resultados de um exercício, trazendo desconforto para os acionistas, mesmo que, a princípio, a mudança no padrão contábil seja divulgada em nota explicativa”, disse.
26 novembro 2009
Temor das novas normas
Casamento e contabilidade
A Contabilidade e o Relacionamento Conjugal (Segundo as Normas internacionais de Contabilidade) - Paulo Henrique Feijó
Como avaliar os resultados de uma relação conjugal? Essa é e sempre será uma pergunta de difícil resposta. No entanto, a Contabilidade, na qualidade de ciência social, poderia contribuir muito para avaliação dos relacionamentos conjugais a partir da adaptação de alguns conceitos, princípios e técnicas. Senão vejamos...
Quando duas pessoas decidem casar-se e formar um único núcleo familiar, de imediato aplicam-se dois princípios fundamentais da contabilidade: O primeiro é o princípio da Entidade, pois a partir da celebração da sociedade matrimonial não mais existirão duas pessoas, mas uma única entidade que não se confunde com os indivíduos que integram a relação.
Outro princípio é o da Continuidade, pois não se casaram com data de validade ou com o objetivo de se separar no futuro. A proposta de enlace, as promessas e as expectativas são de laços eternos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que a morte, em fim os separe, pelo menos acredita-se nisso e não se vislumbra naquele instante nenhuma perspectiva de falência da relação. Da mesma forma ocorre na constituição de uma empresa que, via de regra, não será criada com a expectativa de que irá falir. Neste caso também acredita-se que será para sempre!!!
O patrimônio da relação deverá ser segregado em ativo, passivo e patrimônio líquido, se apropriando da equação fundamental do patrimônio. No entanto, os ativos e passivos serão segregados em: Emocionais (intangível) e Patrimoniais (tangível).
Quando se casam já se constitui um patrimônio inicial do tipo emocional, pois normalmente pouco se tem de patrimônio. No ativo emocional estará registrada a capacidade que cada um tem de gerar benefícios futuros para relação.
O ativo emocional inicial deve ser contabilizado aplicando-se o princípio do Registro pelo Valor Original, ou seja, o valor de “compra” de cada um que integra a relação.
As promessas de longo prazo ditas no momento da paixão devem ser avaliadas a valor justo (fair value) e trazidas a valores de hoje (valor presente), para não inflar as expectativas. Senão, em ambiente de concorrência perfeita outros competidores de mercado já poderiam botar olho grande na relação.
Em alguns casos será necessária a criação de uma conta retificadora a fim de melhor representar o ativo ou passivo emocional muitas vezes em contrapartida de uma provisão. Isso acontece muito quando se tem uma expectativa não correspondida. A provisão pode ser revertida: são os pedidos de desculpas, a mão na consciência e o infalível envio de flores...
Nos momentos de “Discussão da Relação (DR)” deve-se fazer um ajuste a valor recuperável (impairment). Quando selarem as pazes e se restabelecer o equilíbrio da relação, resgatando a capacidade de ambos sorrirem, faz-se novo teste de imparidade e se restabelece o valor original do ativo.
As receitas são os momentos felizes, as conquistas, os filhos, a família, ou seja, tudo que de alguma forma aumentou o bem estar da relação e trouxe alegria ao casal, contribuindo para o aumento do ativo emocional.
As despesas são as brigas, tristezas e decepções, que devem ser levadas logo a resultado, pois diminuem o bem estar da relação. A rotina e os desgastes diários devem ser levados a “Custo da Relação Vivida (CRV)”, para em seguida serem levados a resultado.
O confronto das receitas (alegrias, conquistas...) e despesas (tristezas, decepções...) é o lucro da relação no período de apuração. Nesse confronto é importante garantir que as despesas sejam menores que as receitas, principalmente as emocionais, que garantem a liquidez da relação. Deve-se lembrar que os dividendos serão distribuídos em sistemática de partilha simples.
Sob a ótica fiscal (variação da dívida emocional líquida...) também deve-se garantir que as alegrias e conquistas sejam maiores que tristezas e decepções, sempre trazidas a valor presente (ótica de caixa...). Dessa forma também se evita a necessidade de financiamento junto a terceiros (as).
A técnica contábil para registro dos atos e fatos emocionais é o das partidas dobradas ou do carinho mútuo. Nunca haverá um débito sem um crédito, ou seja, nunca haverá um carinho sem reciprocidade. Algumas vezes a contrapartida poderá chegar tardiamente, de forma um pouco defasada, mas no final o lançamento deve fechar as partidas a débito e a crédito. Quando os dois estão bem, cada crédito exige em contrapartida apenas um débito para que o lançamento se feche. Esse é o típico carinho de primeira fórmula (um débito e um crédito).
Há momentos em que um deles se acha muito importante e exige diversos créditos para fechar com um débito ou diversos débitos para fechar com um crédito. Esses são instantes de carência de um dos lados, que exigem atitudes de carinho de 2ª e 3ª fórmula (diversos débitos para um crédito ou diversos créditos para um débito)
Quando o momento é de ampla felicidade, de ambos os lados, daí tem-se um momento de carinho de 4ª fórmula (diversos débitos para diversos créditos...), ocorre normalmente nos momentos de extrema felicidade da relação (nascimento dos filhos, filhos dormindo, orgasmos múltiplos...).
Ao longo da relação podem ocorrer momentos difíceis que diminuem a capacidade de geração de benefícios futuros para a relação. Nesse momento pode-se desejar incorporar outro ativo, externo a relação, muitas vezes denominados de ativo oculto, geralmente financiados como caixa dois, com capacidade de proporcionar benefícios presentes e futuros, normalmente para um dos integrantes da relação. Vale ressaltar que é um ativo de risco!! É “Derivativo Emocional”, pois deriva de situações em que não há carinho mútuo. Ao se desincorporar esse ativo as conseqüências podem ser desastrosas a ponto de se avaliar que patrimônio emocional ficou a descoberto e exigir um novo aporte emocional ou a falência da entidade, digo, da relação.
Assim, o principal ativo emocional da relação é a capacidade que cada um tem de fazer o outro feliz, de fazer o outro sorrir... Nesse sentido o valor da relação não está no que se viveu, mas no que se vive e na expectativa do que se pode viver. O que vale é a capacidade de continuar fazendo um ao outro sorrir e não o quanto sorriu!
Então ame, viva, registre as emoções, celebre as conquistas, provisione as decepções, avalie as expectativas a valor justo, valorize seu companheiro(a) e pontencialize a capacidade que ele(a) tem de gerar benefícios emocionais para a relação, pois essas são boas práticas de governança para uma relação duradoura!
Grato Orleans Martins, pela dica.
25 novembro 2009
Teste #183
Um conhecido super-herói dos quadrinhos "afirmou" que o custo de manter sua identidade secreta era "priceless" (sem preço, igual a propaganda do cartão de crédito). Entretanto, uma análise do quadrinho mostrou que o custo foi em torno de 11 mil dólares (vidros, móveis destruídos etc). Você arriscaria afirmar que herói é este?
Batman
Spider Man (Homem Aranha)
Super Man
(P.S. Homenagem ao professor e amigo Wagner, fã dos quadrinhos e professor de custos)
Batman
Spider Man (Homem Aranha)
Super Man
(P.S. Homenagem ao professor e amigo Wagner, fã dos quadrinhos e professor de custos)
Resposta Anterior: Agnelli. Ver: Corporate News: Lawsuit Drives Rift Among Agnellis --- Fiat Patriarch's Daughter Wants Fresh Accounting of His Estate, Stacy Meichtry, 18/11/2009, The Wall Street Journal, J , B2. Rubirosa foi considerado o último playboy. Lundgren foi o fundador das Casas Pernambucanas.
Estudo de Caso de Contabilidade Pública 2
'Emprestei nome e recebi R$ 2 mil'
Bruno Tavares e Marcelo Godoy
23/11/2009 - O Estado de São Paulo
Além de ganhar a quantia mensalmente, aposentado ouviu promessa de que seria presenteado com casa
Foi no começo de 2006 que o aposentado Carlos Seiiti Nakajima, de 62 anos, recebeu a tentadora proposta: R$ 2 mil por mês e a chance de ganhar uma casa ou apartamento pelo empréstimo de seu nome para a abertura de uma empresa de representação comercial, a Carsena. O convite partiu de um homem que mal conhecia - só sabia se chamar João Pedro e seu apelido, Bigode. Sem que desconfiasse, Nakajima estava sendo envolvido em um esquema arquitetado pela J. Coan & Cia. Ltda, uma das maiores fornecedoras de refeições prontas do País.
Além de emprestar seu nome, Nakajima foi incumbido de recolher os encargos da empresa, tais como PIS, Cofins e Imposto de Renda, nas datas de vencimento. Colocou como sócia na empreitada Ana Maria Martins, uma amiga de baile. Segundo ele, a mulher nada sabe sobre o acordo firmado com Bigode. Em depoimento a promotores do Ministério Público Estadual (MPE), o aposentado disse desconhecer a razão social da Coan e o esquema de venda de refeições. “Doutores, na verdade eu assinei diversas procurações em branco”, afirmou. Algumas dessas procurações, segundo apuração do MPE, foram usadas para a abertura da conta bancária da Carsena.
Inicialmente, disse Nakajima, a empresa ficou registrada em Tietê, mesma cidade em que a Coan tem sede, no interior de São Paulo. Meses depois, a Carsena migrou, pelo menos no papel, para um endereço em Indaiatuba. Conforme registro na Junta Comercial de São Paulo, a empresa teria iniciado suas atividades em 2 de outubro de 2006, no número 106 da Rua Benedito de Campo, no Jardim Morada do Sul, loteamento residencial às margens da Rodovia SP-75.
Na semana passada, o Estado esteve no local. O galpão abriga, na verdade, uma igreja evangélica. “Os crentes estão aí há uns cinco anos ou mais”, afirmou o montador aposentado Valdomiro Soledade, de 47 anos, que há 22 reside na rua. “Antes da igreja, funcionava a mercearia do seu Sebastião. Nunca teve essa Carsena aqui, de jeito nenhum.”
Nakajima admite nunca ter ido ao endereço da Carsena em Indaiatuba. Só transferiu o registro da empresa no ano passado, por ordem de Bigode. Para justificar a existência da empresa, teve de alugar uma sala em Sorocaba. Indagado pelos promotores se tinha consciência de que fora usado como laranja, Nakajima não soube responder, pois desconhece o significado dessa expressão.
Estudo de Caso de Contabilidade Pública 1
Fornecedora de merenda de São Paulo admite fraude
AE – 23/11/2009
Uma rede de empresas fantasmas, laranjas e notas fiscais frias envolve uma das maiores fornecedoras de refeições prontas do País, a Geraldo J. Coan & Ltda. Investigação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo descobriu que o imóvel onde deveria funcionar uma representante da Coan abriga uma igreja evangélica. Dados bancários indicam depósitos periódicos da Coan nas contas de empresas fantasmas.
Tudo foi confirmado pelo Ministério Público Estadual (MPE), a tal ponto que a empresa se viu obrigada a admitir sonegação fiscal. Promotores, no entanto, desconfiam de que o esquema tinha outra serventia: disfarçar o pagamento de propina a autoridades municipais. A Coan tem contratos com diversas prefeituras paulistas, incluindo a da capital.
A investigação começou em 2008, quando uma denúncia levou a 2ª Delegacia de Crimes Fazendários a abrir inquérito sobre o caso. Insatisfeito com a atuação policial, o mesmo informante procurou O Estado de S. Paulo em outubro de 2008. Trazia nomes, endereços e documentos que, segundo ele, levariam à descoberta de um grande esquema de fraude.
A reportagem confirmou os indícios de que duas empresas dessa trama seriam fantasmas: a Carsena Representação Comercial, que indica o endereço de uma igreja como seu escritório, e a CJM - Representação Comercial de Gêneros Alimentícios e Refeições Prontas, também registrada com endereço frio na Junta Comercial. Os promotores descobriram que a CJM havia mudado do endereço falso na Rua Barão de Itapetininga, no centro de São Paulo, para outro lugar inexistente. Dessa vez, a sede ficava em Belo Horizonte.
O acesso a papéis da Coan, obtidos em operação conjunta do MPE com a Secretaria Estadual da Fazenda, confirmou a denúncia de que ela fazia pagamentos para as empresas que nada lhe forneciam. Exemplo disso é um recibo de R$ 54,7 mil da Coan para a Carsena, datado de 31 de julho de 2007. A nota fiscal de número 17, emitida pela Carsena, mostra pagamento de R$ 144,7 mil em 24 de junho de 2007. Entre setembro e dezembro de 2007, cerca de R$ 900 mil entraram nas contas da Carsena. Outro tanto circulou pelas contas da CJM.
Fraude
Para se defender das acusações, há dois meses o empresário Geraldo João Coan apresentou ao MPE declaração de duas folhas em que assume que a CJM e a Carsena foram “utilizadas em transações que não correspondiam à efetiva prestação de serviço”. O documento isenta de responsabilidade as pessoas que emprestaram seus nomes e alega que o objetivo do esquema era diminuir a base tributável do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A Receita Estadual ainda não apurou quanto a Coan teria sonegado nem o valor da multa a que a empresa está sujeita.
A Coan e as demais fornecedoras de merenda escolar da capital paulista estão desde o ano passado na mira do MPE. Elas são acusadas de terem formado um cartel para fraudar licitações e corromper agentes públicos. Atualmente, a Coan é responsável por fornecer merenda para o lote 3, que engloba as unidades municipais de ensino em Pirituba e Freguesia do Ó, nas zonas oeste e norte de São Paulo.
Defesa
O advogado Geraldo Fabri, que coordena as bancas de defesa contratadas pela Geraldo J. Coan & Cia Ltda, preferiu não comentar o andamento das investigações feitas desde o ano passado pelo Ministério Público Estadual (MPE). “Esse caso (suposta fraude fiscal, uso de empresas fantasmas e laranjas) é objeto de investigação em São Paulo e estamos oferecendo defesa”, assinalou. “Não teria condições de dar nenhum veredicto. Ainda é um pouco cedo para falar qualquer coisa.”
Segundo Fabri, a própria empresa não chegou a nenhuma conclusão sobre as acusações de que tem sido alvo desde 2008. “É muito prematuro falar agora”, reiterou. O advogado disse desconhecer a existência da declaração entregue em setembro pelo empresário Geraldo João Coan ao MPE, na qual confirma o uso de duas empresas fantasmas para, segundo ele, burlar o Fisco. “Precisaria ver isso com ele mesmo, mas o sr. Geraldo não está aqui nesse momento. Não tenho como falar nada a respeito, me desculpe.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autismo
O novo livro de Tyler Cowen, Create your Own Economy, foca na questão da síndrome de Asperger ou autismo. O prêmio Nobel de Economia Vernon Smith – um dos mais importantes economistas modernos, responsável pela economia experimental – é um conhecido doente. Cowen, do blog Marginal Revolution, considera que a doença está vinculada ao mundo moderno.
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