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23 novembro 2009

Madoff e Auditores

El caso 'Madoff' y los auditores
Expansión - 23/11/2009 - Lupicinio Rodríguez

El 2 de diciembre de 2001 se presentó en el estado de Texas la mayor suspensión de pagos de la historia de Estados Unidos hasta entonces. Estas quiebras y las que siguieron provocaron pérdidas multimillonarias para miles de accionistas, despidos masivos de la plantilla de trabajadores y quiebras en cascada de multitud de filiales de las compañías en el resto del mundo. Se demostró, además, en algunas de las investigaciones judiciales, la involucración fraudulenta de administradores y auditores en la presentación de una información financiera manipulada y desvirtuada.

Dos años después -en 2003- se promulgó la Ley Sarbanes-Oxley con el propósito de prohibir a los auditores la realización de numerosos servicios complementarios, extremar las reglas de conflictos de interés y reforzar las relaciones entre auditores y el comité de auditoría. A pesar de esta ley, hemos sufrido nuevas catástrofes financieras -Madoff, Lehman, Gescartera, Forum Filatélico- que han sumido a la comunidad de negocios en la gran incertidumbre y la frustración. Los auditores: Enron, Ibercorp, Parmalat, Gescartera, Forum Filatélico, no detectaron en origen, las falsedades mercantiles, la manipulación fraudulenta de valores y precios o, de manera general, la existencia de irregularidades o fraudes o los riegos latentes.

Las cifras de los últimos tsunamis son galácticas. Han trastornado el sistema financiero mundial y han abierto un proceso de progresiva intervención e incluso publicitación de la actividad financiera en la región anglosajona.

¿No pudieron los auditores -desde su marco normativo- conocer la pésima calidad de los activos subyacentes, la creditworthiness de las hipotecas subprime o de los instrumentos financieros derivados de tales hipotecas? Si no pudieron, ¿para qué sirven los auditores? Si debieron y no lo hicieron, ¿qué hacer con los auditores? Si no debieron ¿qué hacer con los reguladores?

Parece que los reguladores no fueron capaces de edificar un marco normativo que obligara a conocer el verdadero valor intrínseco de los activos y de los instrumentos financieros y, con ello, la confianza pública en los mercados y en sus reguladores/supervisores ha desaparecido.

El modelo teórico de la profesión auditora implica grandes riesgos para su independencia, honestidad y eficiencia.

Señalaré dos riesgos fundamentales: primero, la ineficacia. Los papeles de auditores son en general afirmaciones subjetivas basadas en el examen con escaso contraste real de los registros de contabilidad de la entidad auditada. A partir de estos registros y de un documento firmado por los responsables de los estados financieros de la compañía, el auditor emite una carta, dirigida al universo de stakeholders, expresando su posición.

El segundo talón de Aquiles de la función auditora atañe a sus riesgos de independencia. La incompatibilidad de auditores con otras profesiones fue ya objeto de un enérgico pronunciamiento del Consejo General de la Abogacía Española en 1997. La práctica totalidad de los informes que han atacado esta cuestión (Hempel, Winter, Cadbury o Le Portz) alertan sobre los riesgos de dependencia y subjetividad de los auditores. De la lectura de los diferentes informes y del análisis de las grandes catástrofes financieras debiera concluirse (por el legislador) que los servicios de auditoría de cuentas son incompatibles con numerosas actividades o disciplinas que realizan en la actualidad los auditores, como la asesoría jurídica, fiscal o la secretaría de sociedades.

En realidad, si se desea evitar nuevas catástrofes financieras de gran repercusión y daños a los consumidores. Debieran los auditores verificar la certeza de los papeles de trabajo sometidos a su consideración, al menos, mediante muestreos razonables. Sin una modificación radical de las normas técnicas y una fijación estricta del cuadro de actividades incompatibles, seguirán produciéndose desastres. Probablemente, la auditoría no será un servicio eficaz para la comunidad financiera si no se modifica el propio estatus de los auditores que debieran, poseer prerrogativas y disciplina similar (mutatis-mutandis) a los fedatarios o, in extremis, a los inspectores de tributos.

Links

Três artigos do NBER

Existe relação entre a crise financeira e o valor justo? Não

Qual o impacto do mercado de capitais nas artes?

Qual o estado da arte da pesquisa em governança corporativa?

22 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Idéias e inimigos (Cristo, Beatles e Titanic)

Auditor

Engravatados e aventureiros
Eduardo Pocetti - CEO da BDO - Brasil Econômico

Em uma matéria sobre profissões, uma revista colocou a carreira de auditor em 18º lugar em um ranking relativo a salários. Como o levantamento foi feito com base em vinte possibilidades, essa colocação é a antepenúltima - posição pouco atraente para um jovem que esteja em busca de um futuro promissor.

No entanto, quem está nessa caminhada há mais de três décadas, como é o meu caso, sabe que a realidade não é bem esta.

Em primeiro lugar, poucas carreiras oferecem uma perspectiva tão concreta de ascensão rápida. Isso acontece porque, em geral, as empresas de auditoria são bastante flexíveis na sua composição societária, o que aumenta as chances de um jovem e talentoso profissional integrar o time de comando muito antes do que em qualquer outro tipo de organização.

Na própria BDO, boa parte dos sócios-diretores começou sua história na empresa na função de trainee.

Além da possibilidade de obter reconhecimento e ascensão em um prazo mais curto do que em outras carreiras, o auditor tem um dia-a-dia do qual a rotina não faz parte.

A cada novo cliente que atende, o profissional da área é desafiado a encontrar respostas e soluções, sem jamais abrir mão da independência que deve pautar o seu trabalho.

Essa batalha cotidiana é uma fonte de aprendizado constante, que torna a profissão de auditor uma das mais satisfatórias para quem está disposto a não se acomodar.

Claro que nem tudo são flores. O auditor tem que estar preparado, por exemplo, para não ser exatamente uma ‘figura querida' pelas equipes de seus clientes.

Embora a auditoria seja uma ferramenta valiosa para melhorar os controles internos e a gestão, maximizando lucros e otimizando o desempenho, ela ainda é vista com certa antipatia por parte das pessoas.

Isso acontece porque, muitas vezes, se invoca a figura do auditor quando a empresa está indo mal ou sob suspeição - e, assim, ele se transforma num ‘símbolo da crise'.

Sentindo-se investigado, o funcionário da empresa contratante vê a equipe de auditoria como uma espécie de interventora, empenhada unicamente em investigar e apontar erros.

Sem dúvida, uma auditoria bem feita realmente é aquela que revira tudo, analisa os detalhes, compara, esmiúça e não faz vista grossa ao que quer que seja.

Mas a intenção do auditor, nem sempre compreendida por aqueles que se sentem ou ameaçados, consiste em fornecer uma opinião imparcial sobre as empresas auditadas, de modo que estas possa, se necessário, corrigir processos e rever posicionamentos contábeis.

Para uma pessoa que se magoa com facilidade ou que gosta de agradar a todos, exercer esse papel e, ainda por cima, lidar com eventuais hostilidades, não é uma coisa simples.

Mas o profissional que tem consciência da importância e do valor do seu trabalho não se intimida, e com suas atitudes firmes e autoconfiantes torna-se capaz de reverter os cenários mais difíceis.

Assim, esteja em primeiro ou em último lugar nos rankings de revistas, a auditoria é uma carreira interessante, cheia de possibilidades e rica em experiências.

Mas quem atua na área deve estar sempre atento a três pontos: treinamento constante, preservação da própria credibilidade e total senso de responsabilidade.

A desatenção a qualquer um destes aspectos pode afundar uma carreira que levou anos para ser construída.

O Brasil está a caminho de se tornar a quinta economia do mundo na próxima década, o que certamente representa um campo fértil para a atuação dos auditores.

Afinal, da indústria de nanotecnologia à usina de açúcar, do banco ao mercadinho da esquina, todos os negócios precisam de contabilidade confiável.

Além disso, desde 2007 o Brasil está aderindo às normas internacionais de contabilidade. As novas diretrizes exigem adequações por parte das empresas e aumentam a necessidade de assegurar a transparência de seus números.

E mais: a quantidade de companhias dispostas a abrir seus capitais nas Bolsas de Valores cresce a cada dia. E, para que o processo se concretize, elas precisam ser auditadas.

O futuro é, enfim, bastante promissor. Principalmente para quem, apesar do terno, da gravata e do corte tradicional de cabelo, gosta de aventura e está disposto a fazer do dia-a-dia uma fonte constante de aprendizagem.

Linguagem simples

EUA querem linguagem simples em leis e provas
Gustavo Chacra
O Estado de São Paulo - 22/11/2009

Movimento defende inglês menos rebuscado e mais fácil de entender

Nos Estados Unidos, advogados, consumidores, professores e até políticos travam uma batalha para fortalecer a linguagem simples na hora de redigir leis, documentos, comunicados oficiais, bulas de remédio e descrições de alimentos. Instituições, como a Universidade de Nova York (NYU), começam a exigir que seus alunos escrevam trabalhos e provas de forma mais direta e com as palavras que melhor expressem as suas ideias, conforme manuais do movimento que luta contra os textos rebuscados e pouco claros.

O Centro para a Linguagem Simples (CLS), que busca alertar as pessoas para a necessidade de serem claras ao escrever, lançou uma premiação para escolher os mais bem escritos documentos e sites do setor público e do privado. Os piores também serão indicados e, posteriormente, divulgados. “Nós homenagearemos aqueles textos ruins que ninguém entende”, diz Susan Kleiman, do CLS. O anúncio dos vencedores será feito no mês de fevereiro.

Joseph Kimble, professor da Escola de Direito Thomas Cooley, escreve uma coluna mensal sobre linguagem direta no jornal da Ordem dos Advogados de Michigan há mais de duas décadas e se tornou o principal porta-voz do movimento. Seus artigos são encarados como a bíblia da linguagem simples. Em um texto intitulado Escrevendo para Dólares, ele demonstra 25 casos em que textos de leis, caso fossem alterados, poderiam ter levado o governo a economizar dinheiro. “A linguagem simples pode não ser um assunto sexy, mas eu acredito que o custo da má comunicação é um dos maiores desperdícios deste governo, podendo chegar a milhões e mesmo bilhões de dólares”, afirmou, em depoimento para uma comissão legislativa do Congresso dos Estados Unidos. “A linguagem simples deveria ser o idioma americano”, acrescenta.

Segundo David Daly, advogado Chysler e um dos entusiastas da linguagem simples, “advogados sabem que demora mais escrever uma petição clara e concisa. Assim como é preciso mais tempo para redigir um contrato que possa ser mais facilmente entendido pelos clientes”. Esse tempo a mais para escrever, na sua visão, seria compensado pela redução nos minutos gasto com a leitura.

Uma pesquisa de Kimble com oficiais da Marinha descobriu que eles demoravam de 17% a 23% menos tempo para ler documentos em linguagem simples. “O tempo perdido com a leitura de textos complicados pode custar até US$ 350 milhões para as Forças Armadas”, diz o professor de Michigan, sem determinar como chegou ao valor.

De acordo com seguidores do movimento pela linguagem simples, quase não há opositores. O problema maior está em educar as pessoas para não deixarem seus textos rebuscados. Por esse motivo, as universidades pressionam os alunos, principalmente na área de Direito, a serem muito claros na hora de escrever.

Outra preocupações está relacionada à quantidade de estrangeiros no país, que enfrenta dificuldades para entender leis escritas em um inglês mais rebuscado e com palavras ou expressões mais complicadas.

Incorporando os mandamentos da linguagem simples, o governo americano possui um site no qual explica o que é a “plain language”. Os funcionários são aconselhados a ler e usar as dicas disponíveis. Por exemplo, “palavras estrangeiras devem ser evitadas, assim como jargões e abreviações que deixem o texto menos claro”, diz uma das sugestões disponíveis pelo governo americano.

SUGESTÕES

O site do governo american também sugere utilizar algumas palavras em detrimento a outras: ao lado de (em vez de adjacente a); avião (aeronave); ajudar (beneficiar); parte (componente); querer (desejar); contar (enumerar); terminar (expirar); e, além disso ou também (no lugar de em adição a); e método (metodologia).

No manual oficial do governo, os funcionários públicos são aconselhados ainda a usar a voz ativa, a forma mais simples do verbo, evitar abreviações e escrever sentenças curtas, entre várias outras recomendações.

O bilionário Warren Buffett é outro defensor da linguagem simples. Na introdução do manual da Securities and Exchange Comission (a comissão de Valores Mobiliários dos EUA), o investidor aconselha a “escrever com uma pessoa específica na cabeça”. “Quando escrevo o relatório anual da minha empresa, imagino as minhas irmãs, que são inteligentes, mas não especialistas em contabilidade ou finanças. Elas entenderão a linguagem simples, mas os jargões podem confundi-las. Meu objetivo é dar a informação que gostaria de receber se estivesse no lugar delas”, afirma.


Grifo do blog. Sobre o assunto, vide a dissertação de Fernanda Rodrigues, em que a doutorando analisa a complexidade da linguagem dos relatórios de administração. Rafael Koifman fez um estudo sobre a narrativa em documentos contábeis.