Translate

16 novembro 2009

Contabilidade & Política

Segundo conclusão da The Economist de 14 de novembro de 2009 (Divided and Overruled), a contabilidade tornou-se política. A mudança das regras do valor justo, que determina que ativos sejam marcados a preços de mercado, proposta pelo Iasb, reflete a pressão dos bancos e dos políticos. A medida, segundo estimativa divulgada pela revista, é que a proporção dos ativos avaliados pelo valor justo deve cair pela metade nas grandes empresas européias.

A revista reconhece que o Iasb fez "grandes concessões". Mas a Comissão Européia deve decidir se parte da Europa adotará as novas regras. Apesar do pedido do G20 para que existam padrões globais independentes, há resistências. A The Economist cita especificamente a França. Para agravar, as diferenças com o Fasb, responsável pelas normas contábeis dos EUA, enfraquece a posição do Iasb.

Uma pesquisa recente encontrou que somente 24% dos executivos financeiros dos EUA apoiam a convergência entre as normas dos EUA e do Iasb, lembra o texto.

O Financial Times (EU delays adoption of accounting rule changes, Nikki Tait & Rachel Sanderson, 12/11/2009) também destaca o atraso da União Européia em adotar as normas do Iasb. Os analistas consideram que os bancos franceses, alemães e italianos podem ter grandes perdas em razão das suas operações com derivativos. Mas o atraso tem provocado resistências daqueles que acreditam que a não adoção imediata das novas regras representa uma desvantagem em relação com as instituições internacionais.

Segundo o Blog Accounting Principles (IFRS: Political Sharks in the Waters) a nova proposta do Iasb é uma versão melhorada do Ias 39 e lembra que o European Financial Reporting Advisory Group no último mês endossou o novo padrão, o primeiro passo para adoção na Comunidade Européia. Este blog lembra que uma das objeções francesas deve-se ao fato de achar que o Iasb é muito focado no investidor. Um resumo das mudanças pode ser encontrado aqui. Um texto do Cinco Dias, periódico espanhol, foi postado hoje no blog.

Links

Petrobrás ultrapassa Coca-Cola e Wal-Mart em valor de mercado

Iasb propõe mudança no impairment para empréstimos

Fraude de Madoff também envolvia programadores que produziam relatórios fraudulentos

O auge das melhores decisões financeiras ocorre com 53 anos

Itens de Madoff leiloados

Contador na visão do Enade

Fisco cria perfil do contribuinte brasileiro

Pesquisa acadêmica em Contabilidade Social e Ambiental

Foram analisados 80 artigos de um total de 1.291 apresentados no EnANAPAD, Congresso USP e Anpcont, no período de 2004 a 2008 na área de contabilidade, correspondendo a 6,2% do total da produção dessa área. Buscou-se analisar as abordagens teóricas, temáticas estudadas, bem como apresentar a modelagem da rede de citações dos 157 autores constantes na população analisada. Na produção dos 80 artigos foram citadas 422 obras de autoria dos autores listados, correspondendo a uma média de 5,27 citações por artigo. Dos assuntos levantados, maior ênfase foi dada ao disclosure social e/ou ambiental (28,75%). A maior parte dos artigos (52,5%) valeu-se da pesquisa documental para atingir aos objetivos propostos. Os resultados também evidenciaram que 77,07% dos autores publicaram apenas uma vez na população analisada. Finalmente, ressalta-se a quase inexistente utilização de uma fundamentação teórica.


ANÁLISE CRITÍTICA - EPISTEMOLÓGICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL NO BRASIL - Márcia Reis Machado (UFPB); Artur Roberto do Nascimento (USP) e
Fernando Dal-Ri Murcia (USP)

Além do erro de digitação - acredito - no título ("Critítica"), o termo "contabilidade social" tradicionalmente está associado ao estudo das contas nacionais.

Ativos Financeiros

Normas más flexibles en la valoración contable de los activos financieros
A. Corella Madrid - 16/11/2009 - Cinco Días

Elimina algunos criterios de valoración

El IASB ha asumido la petición del G-20 para reformar la NIC 39 sobre valoración de instrumentos financieros. La nueva norma sólo mantiene como criterios el coste amortizado y el valor razonable.

El IASB, el organismo internacional encargado de la elaboración de las normas contables internacionales, ha decidido simplificar una de las que estaba ocasionando mayores quebraderos de cabeza a los usuarios de la contabilidad debido a la complejidad que introducía la existencia de diversos métodos de valoración para los instrumentos financieros. La confusión generada llevó incluso a los países del G-20 a solicitar esta simplificación contable. Esta institución ha optado por abordar la reforma en tres fases con el objetivo de responder a las necesidades de las empresas que lo requieran, de forma que aunque inicialmente prevista para comenzar a utilizarse en 2013, las compañías que así lo deseen podrán utilizar esta simplificación en la valoración de los instrumentos financieros desde 2009.

El socio de KPMG Enrique Asla explica que hasta ahora la NIC 39 permitía el reconocimiento de los instrumentos financieros bajo al menos cuatro criterios diferentes, "lo que introducía mucha confusión". Se trata además de una norma que afecta tanto a las entidades financieras como al resto de las empresas "todas tienen instrumentos financieros, unas más sofisticados que otras, pero desde una cuenta a obrar o un préstamo a una operación de cobertura de cambio, todos serían instrumentos financieros", afirma el experto de KPMG. El IASB ha decidido asumir la reforma de la NIC 39 en tres pasos y es el primero de ellos el que acaba de completar para apostar por la eliminación de los criterios más confusos para optar tan sólo por la valoración de los activos financieros basándose en el coste amortizado y en el valor razonable. Sin embargo, hay quienes opinan que el organismo internacional que preside Sir David Tweedie podría decantarse por la intención a largo plazo de mantener exclusivamente el valor razonable para la contabilización de los instrumentos financieros. Enrique Asla apunta que la sustitución de la versión vigente de la norma de instrumentos financieros es un proyecto muy ambicioso, por lo que cree que es destacable la actuación del IASB "que ha sido capaz de alcanzar en pocos meses un gran progreso, en respuesta a las peticiones urgentes de modificación solicitadas por el G-20 y el Financial Stability Board, entre otros". El socio de KPMG explica que la distinción entre la aplicación del valor razonable y el coste amortizado va a venir determinada por el modelo de negocio de cada entidad y por las características de los flujos de efectivo que se deriven de las cláusulas contractuales de los instrumentos financieros. De esta forma la aplicación de un modelo de valoración mixto se alinearía con las demandas reiteradas de simplificación normativa solicitadas por los usuarios de la información financiera.

La CE cree que el cambio aún es insuficiente

Uno de los escollos con los que se puede encontrar la reforma es la reticencia de la CE a aprobar una norma que creen que aún genera demasiada volatilidad. En opinión del Ejecutivo comunitario, el IASB no ha conseguido el balance adecuado entre la contabilización de valor razonable y la basada en criterios de coste amortizado. Según la CE, este hecho podría determinar que exista un mayor número de instrumentos clasificados a valor razonable con cambios en la cuenta de pérdidas y ganancias, por lo que aún se estaría incrementando la volatilidad de los resultados.

A pesar de esta opinión, los expertos de KPMG apoyan la reforma del IASB para que las empresas europeas puedan usar los mismos criterios simplificados que las de fuera de la UE.

Caixa e Crise

Trauma da crise faz empresas engordar o caixa
Tom McGinty e Cari Tuna, The Wall Street Journal
4/11/2009 - The Wall Street Journal Americas

Escaldadas pela crise financeira, as empresas americanas começaram a manter mais dinheiro em caixa — e uma porcentagem maior dos ativos em dinheiro — do que em qualquer outro momento nos últimos 40 anos.

No segundo trimestre, as 500 maiores empresas não-financeiras dos Estados Unidos em ativos tinham US$ 994 bilhões em dinheiro e investimentos de curto prazo, ou 9,8% de seus ativos, segundo análise feita pelo Wall Street Journal com base em informes financeiros. Um ano atrás, esse número era US$ 856 bilhões, ou 7,9% dos ativos.

Essa tendência aparentemente continuou no terceiro trimestre, apesar da melhora na economia. Dessas 500 empresas, 248 já divulgaram os resultados do terceiro trimestre. O caixa delas aumentou para 11,1% dos ativos, ante 10,1% no segundo trimestre. Empresas tão diversas como Alcoa Inc., Google Inc, PepsiCo Inc. e Texas Instruments Inc. já divulgaram alta no caixa disponível no terceiro trimestre.

“Todo mundo está acumulando caixa”, diz Carsten Stendevad, que chefia o grupo de estratégia financeira do Citigroup Inc. Ele e outros consideram isso como uma ressaca da crise financeira de um ano atrás, quando as empresas não conseguiam levantar recursos ou tinham de pagar muito mais do que o habitual.

O saldo polpudo em caixa é tanto uma maldição para a economia quanto uma possível bênção. Tanta reserva indica que as empresas estão gastando e investindo menos, impedindo o crescimento da economia. Mas também as deixa com mais caixa para gastar quando a economia melhorar, facilitando aquisições, o reaquecimento das contratações e novas despesas de capital.

Caixas gordos “são ótimos para a macroeconomia”, diz Stendevad. “Muitas firmas estão agora numa posição (...) em que podem se reinventar e, no fim das contas, isso é que vai impulsionar o emprego.”

Numa reação à crise financeira do ano passado, os executivos aumentaram as reservas de emergência para garantir que haveria caixa para cobrir as operações do dia-a-dia. Cortes agressivos nos custos e o boom recente de emissão de títulos de dívida também ajudaram a rechear o caixa.

Muitas empresas ainda não têm planos para esses recursos, além de garantir uma certa segurança. “Eles teriam de me espancar na cabeça para tirar isso de minhas mãos”, diz Charles McLane, diretor financeiro da Alcoa.

A produtora de alumínio divulgou que detém US$ 1,1 bilhão em dinheiro e ativos líquidos em 30 de setembro, 28% a mais que há um ano. Com a queda da receita este ano, a Alcoa cortou dividendos, gastos e mais de 15.000 empregos para economizar. A Alcoa também divulgou lucro no terceiro trimestre, mas McLane continua cauteloso. “Seremos extremamente prudentes na administração dos recursos”, diz ele.

Algumas empresas já estudam investimentos ou aquisições. A fabricante de microchips Texas Instruments comprou duas empresas menores este ano, além de equipamentos de um concorrente falido. Ela divulgou caixa de US$ 2,8 bilhões em dinheiro e investimentos de curto prazo em 30 de setembro, 42% a mais que há um ano, apesar do declínio de 26% na receita dos nove meses encerrados em 30 de setembro em relação a um ano antes.
O diretor financeiro, Kevin March, diz que os executivos decidiram há um ano juntar dinheiro para aproveitar as oportunidades para comprar barato capacidade industrial, tecnologia e outros ativos. Agora, diz ele, a Texas Instruments pode “agir muito rapidamente” para fechar acordos e manter suas reservas num nível elevado.

A montanha de dinheiro economizada pelas empresas americanas acelerou uma tendência que já vinha tomando forma nos últimos vinte anos. No segundo trimestre de 1991, as 500 maiores empresas não-financeiras dos EUA tinham 3,9% dos ativos em dinheiro, segundo análise feita pelo WSJ nos informes financeiros compilados pela Capital IQ, filial da Standard & Poor’s. Esse total subiu continuamente até chegar a 9,2% em meados de 2004.

Rene Stulz, professor de finanças da escola de administração da Universidade Estadual de Ohio, diz que as empresas aumentaram o caixa porque a globalização e as mudanças tecnológicas as deixaram mais expostas aos riscos. “As firmas se tornaram mais arriscadas do que eram, então passaram a precisar de um colchão maior”, diz ele. Elas estão mantendo mais ativos em dinheiro do que em qualquer momento desde os anos 60, quando a automatização dos pagamentos reduziu a necessidade de manter dinheiro vivo para financiar as operações diárias, diz ele.

Kathleen Kahle, professora da escola de administração da Universidade da Geórgia, dá outro motivo: o crescimento das empresas de alta tecnologia, que tendem a manter reservas substanciais. Empresas novas e mais arriscadas têm mais dificuldade para levantar recursos quando o crédito está apertado, então mantêm mais liquidez, diz ela. “Ao mesmo tempo, elas tiveram várias oportunidades de crescimento e querem garantir que têm os recursos necessários para investir em bons projetos”, acrescenta.

Futebol e Gestão Financeira

Fair Play para a gestão do futebol - Brasil Econômico - 14/11/09 - Amir Somoggi - Diretor da Crowe Horwath RCS -

O Fair Play Financeiro, que entra em vigor em 2012, é um conjunto de normas cujo objetivo é garantir a saúde financeira dos clubes e tornar viável o esporte a longo prazo.

A regra principal é simples: os clubes não devem gastar mais do que ganham. O controle será feito por meio de auditoria e o descumprimento das regras ocasionará punições severas.

As novas diretrizes representam uma evolução do sistema de licenciamento criado pela entidade máxima do futebol europeu, com uma série de exigências para os clubes participantes das competições naquele continente.

O desenvolvimento comercial do futebol transformou os grandes clubes da Europa em verdadeiras potências no que tange geração de receitas, com seus estádios, contratos de mídia e receitas de marketing.

Por outro lado, este desenvolvimento não foi acompanhado necessariamente por uma gestão austera e equilibrada, o que resultou em grandes dívidas criadas no período de prosperidade.

Os países mais afetados foram Inglaterra, Itália e Espanha. A decisão da UEFA de criar uma rígida regulação do montante disponibilizado pelos clubes no pagamento de salários e contratações pode promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado do futebol europeu nos próximos anos.

A Premier League da Inglaterra, principal Liga do futebol europeu, é um dos exemplos mais emblemáticos da realidade atual.

Os vinte clubes participantes atingiram o maior faturamento de sua história na temporada 2007/2008, um total de £1,9 bilhão (R$ 5,5 bi). Uma evolução de 316% nos últimos doze anos.

Neste período, os gastos salariais dos clubes apresentaram crescimento de 368%, atingindo £ 1,2 bilhão (R$ 3,5 bi). As dívidas chegam a £ 3,1 bilhões (R$ 8,9 bi).

Pelas cifras praticadas e divulgadas, fica claro que os clubes produzem cada vez mais receitas, mas pela falta de regulação do mercado e deficiências de gestão, disponibilizam volumes cada vez mais altos para o pagamento de salários e contratações.

Tal realidade tem se mostrado um risco muito grande para a saúde financeira dos próprios clubes e do futebol europeu como um todo. Por isso, será repensado com a adoção do Fair Play Financeiro.

Um bom exemplo para ilustrar o modelo de administração adotado por alguns grandes clubes é o Chelsea, clube londrino de propriedade, desde 2003, do magnata russo Roman Abramovich.

O novo dono, desde a compra, focou a administração na construção de um negócio extremamente atrativo, produzindo cada vez mais receitas, disputando muito bem as importantes competições e conquistando fãs em todas as partes do planeta.

Na temporada 2007/2008 o clube de Stamford Bridge apresentou receitas de £ 213 milhões (R$ 617 milhões), uma evolução de 128% em comparação com a temporada 2001/2002.

Por outro lado, a expansão do negócio do clube foi fundamentada em pesados investimentos na contratação de grandes ídolos.

O problema é que eles chegaram com salários cada vez mais elevados, o que resultou em uma ampliação constante das despesas do clube e, como consequência, elevados prejuízos a cada temporada.

O déficit acumulado do clube superou £450 milhões (R$ 1,4 milhão), sendo que os últimos quatro exercícios foram responsáveis por cerca de 80% do total.

Analisando os dados financeiros históricos do Chelsea entre 2002 e 2008, fica claro que a evolução da receita do clube foi insuficiente para equilibrar a sua gestão, fazendo com que seu proprietário fosse obrigado a injetar cada vez mais recursos para manter sua operação.

Nos últimos sete anos, as receitas do clube se ampliaram em 128%, enquanto a dívida líquida cresceu 769%, atingindo £ 711 milhões na temporada 2007/2008.

Isso prova que, embora o clube tenha se tornando um dos mais importantes players do futebol europeu, sua gestão apresenta um desequilíbrio financeiro e não é viável em uma perspectiva de longo prazo.

Um clube não pode depender única e exclusivamente da injeção de novos recursos por seu controlador. Pela lógica, este processo não se sustenta a longo prazo.

Assim, os números financeiros do Chlesea exemplificam claramente os motivos que levaram a UEFA a aprovar o Fair Play Financeiro, regulação que pode não apenas trazer equilíbrio esportivo entre os clubes europeus, mas também uma perspectiva financeira mais saudável para a gestão do futebol na Europa.

Certamente um controle mais rígido sobre as finanças dos times resultará em um crescimento sustentado da indústria, por meio da disciplina orçamentária.

Para o mercado brasileiro, as discussões em torno da adaptação do conceito de Fair Play Financeiro é muito bem-vinda, uma vez que a situação atual de nossos clubes demanda uma ampla reestruturação, que deve ir além do controle de gastos e receitas.

Em poucas palavras, o futebol brasileiro precisa se reinventar financeiramente. Assim como o europeu, buscar novas fontes de receita e melhorar a qualidade do espetáculo, bem como a dos seus palcos. Mas esta discussão está apenas no início.

Este novo ambiente pode ser decisivo no crescimento equilibrado da indústria do futebol no Brasil, que já será impactado positivamente pela realização da Copa do Mundo em 2014.

ONGs e fiscalização

TCU: ONGs ficarão sem fiscalização
14 November 2009
O Globo

BRASÍLIA. Para o Tribunal de Contas da União, o texto do projeto da nova Lei Orgânica da Administração Pública, se aprovado sem alterações no Congresso, inviabilizará a fiscalização dos recursos repassados pelo governo a Organizações Não Governamentais (ONGs) e fundações de direito privado, como aquelas que dão suporte às universidades, envolvidas de forma recorrente em denúncias de irregularidades. Os artigos 64 e 65 da proposta de lei restringem o controle externo sobre os recursos repassados a entidades de direito privado, limitando a fiscalização à legalidade dos contratos e à verificação do cumprimento da obrigação no final do processo.

— Se a redação não for revista, o TCU não poderá mais ir à ponta acompanhar a execução desses convênios — alerta o secretário-geral de Controle Externo, Paulo Wiechers.

Auditoria do TCU, em 2008, sobre repasses a 26 ONGs e cinco organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), em nove estados, identificou todo tipo de irregularidade: desvio de finalidade, falhas formais dos convênios, licitações e contratos, na execução física e financeira dos contratos e na prestação de contas; além de não execução ou execução parcial do objeto. Entre 2004 e 2008, o governo repassou cerca de R$13,9 bilhões a entidades privadas por meio de convênios.
“Muitas das irregularidades objeto das fiscalizações originam-se da escolha indevida de ONGs para a celebração de convênios, mormente nas situações em que não foram observados critérios objetivos e impessoais na seleção (...). Em muitos outros convênios examinados também restou evidenciado às equipes que não houve análise da capacidade técnica e qualificação jurídica das ONGs (...)”, diz o relatório final da auditoria.

O governo diz que não quer impedir a fiscalização, mas evitar interferências indevidas.

— O texto não impede a fiscalização. Mas os órgãos (de controle) querem fazer juízo de valor sobre decisões da administração — rebate o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Marcelo Vianna.