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30 outubro 2009

Auditoria e Gerenciamento de Resultados

O presente artigo busca identificar evidências se o Novo Mercado, a Auditoria realizada por Big4 e o Parecer dos Auditores estão associados a propensão ao gerenciamento de resultados por escolhas contábeis e ao gerenciamento de resultados por decisões operacionais – earnings management through real activities manipulation. Embora já existem alguns – poucos – estudos sobre o gerenciamento de resultados nas escolhas contábeis no contexto brasileiro, o gerenciamento de resultados por decisões operacionais é um tema ainda pouco explorado, e sobre o qual não existem pesquisa indicando como minimizá-lo. Utilizando-se modelos próprios para inferir o gerenciamento de resultados por escolhas contábeis e para o gerenciamento de resultados por decisões operacionais, este trabalho investiga se as empresas
que gerenciam resultados contábeis por accruals discricionários, também adotam decisões operacionais com o intuito de alterar os números contábeis. As evidências obtidas, numa amostra de empresas brasileiras, sugerem que o Novo Mercado e a Auditoria de Big4 reduzem o gerenciamento de resultados por escolhas contábeis, assim como o Parecer com Ressalva é um indicador de gerenciamento de resultados por escolhas contábeis. Entretanto no que toca ao gerenciamento de resultados por decisões operacionais, o resultados apresentados indicaram que exceto caso especais, o Novo Mercado e Auditoria de Big4, não asseguram menor gerenciamento de resultados.

NOVO MERCADO, AUDITORIA E O GERENCIAMENTO DE RESULTADOS POR ESCOLHAS CONTÁBEIS E POR DECISÕES OPERACIONAIS NO BRASIL - Antonio Lopo Martinez - Fucape

Crédito Tributário na Embraer

Crédito tributário turbina lucro da Embraer no trimestre

SÃO PAULO - A Embraer fechou o terceiro trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 221,9 milhões, beneficiada, segundo a empresa, "pela reversão de provisões de imposto de renda e contribuição social diferidos, como consequência da apreciação do real sobre os ativos não monetários, em especial os estoques".

Traduzindo: a empresa havia registrado pagamento de imposto diferido por conta da desvalorização no real no passado, que havia inflado o valor em reais de ativos no exterior, sem que de fato tivesse tido ganhos efetivos. Agora que o dólar recuou, ela pode reverter as provisões feitas e ativar créditos tributários.

No terceiro trimestre de 2008, a fabricante de aviões tinha registrado prejuízo líquido de R$ 39,2 milhões, sob o impacto de perdas com derivativos cambiais.

A receita líquida com vendas da fabricante de aviões totalizou R$ 2,327 bilhões no trimestre, ante os R$ 2,578 bilhões apurados entre julho e setembro de 2008, uma queda de 9,7%. Já o lucro bruto recuou 29%, para R$ 411,2 milhões, com a margem bruta caindo de 22,5% para 17,7%.

O lucro operacional diminuiu 42,2%, para R$ 162 milhões no terceiro trimestre.

No trimestre, foram entregues 57 aeronaves, incluindo 29 jatos para o setor de aviação comercial, 27 para o segmento de aviação executiva e 1 para a área de defesa. Foram 9 aviões a mais do que o total entregue no mesmo trimestre do ano passado.

No final de setembro, a carteira de pedidos firmes da empresa somava US$ 18,6 bilhões, o que representa uma queda ante os US$ 19,8 bilhões do fim de junho.

Do lado dos gastos, a empresa mencionou que houve redução de 17% nas despesas operacionais da companhia, para R$ 249,2 milhões, "refletindo os ajustes efetuados na estrutura de custos, o rígido controle das despesas e os ganhos de produtividade, principalmente por conta dos ajustes iniciados em 2008 nas estruturas de pessoal de todas as áreas e no controle de custos e gastos das mesmas".

No início deste ano, a Embraer demitiu 4,27 mil empregados, o equivalente a 20% de sua força de trabalho.

(Paula Cleto e Fernando Torres | Valor Econômico - 29/10/2009)

Gasto e Resultado na Justiça

Gasto com judiciário não resulta em agilidade, revela pesquisa
Daniel Haidar - Brasil Econômico - 29/10/09

Uma pesquisa derruba o mito de que mais gastos podem resultar em mais eficiência no Judiciário.

Um exemplo da falta de correlação é que a Justiça Estadual de Pernambuco tinha a maior taxa de congestionamento da primeira instância do país em 2008: 91,7% dos processos ficaram sem decisão judicial no ano.

Ou seja, quase a maioria das pessoas que recorreram à Justiça sofreram com a burocracia e a morosidade, enquanto o orçamento do Tribunal de Justiça de Pernambuco de 2008 representou o equivalente a 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, valor maior que estados com processos mais ágeis como o Rio Grande do Sul que gastou 0,63% do PIB e teve uma taxa de congestionamento de 67,1%.

Os dados constam no estudo "Justiça em Números: Novos ângulos" divulgado nesta quinta-feira (29) que foi feito pela cientista política Maria Tereza Sadek, da Universidade de São Paulo (USP), à pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), para lançar a campanha "Gestão democrática do poder judiciário".

A entidade quer criar nos magistrados uma visão de gestor público para racionalizar recursos de modo a obter melhores resultados nas suas serventias.

O objetivo é que cada juiz consiga identificar gargalos e planejar e solicitar investimentos necessários para solucioná-los, o que é o contrário do modelo atual de gestão em que a cúpula dos tribunais de justiça decide o orçamento dos órgãos.

De acordo com a pesquisa, cerca de 99% dos juízes simplesmente não sabem quanto tem de orçamento disponível. Segundo o presidente da AMB, Mozart Valadares, a pesquisa foi solicitada para mostrar o quanto o judiciário precisa melhorar seus métodos de gestão e de controle interno para desburocratizar a estrutura sem gastar mais com pessoal (magistrados e servidores).

"Temos consciência de que o cidadão está certo quando reclama da morosidade do poder judiciário", declarou Valadares.

Os relatórios "Justiça em Números" elaborados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2004 e 2008 foram as fontes dos dados citados na pesquisa.

Ao correlacionar o gasto com a manutenção dos judiciários ao Produto Interno Bruto (PIB) dos estados e à taxa de congestionamento, Maria Tereza Sadek, da USP, concluiu que não há ligação entre maiores despesas e julgamentos mais ágeis.

"O tribunal que gasta mais e o que gasta menos não apresentam diferença no ponto de vista de congestionamento", declarou.

O CNJ começou a criar este ano resoluções e metas para otimizar a gestão e o trâmite de ações, mas o caminho vai ser longo e árduo. "Vai ter muita resistência, porque se criaram feudos. Funciona hoje como funcionava há 100 anos atrás", disse Sadek.

Mesmo com o quadro geral de desorganização já constatado, a pesquisa não usou um indicador que na opinião do diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, seria essencial para dimensionar a lentidão da Justiça: o tempo dos processos.

Maria Tereza Sadek, da USP, entretanto, diz que esse tipo de dado é impossível de se obter para a pesquisa, porque seria preciso olhar cada processo: "Nenhum tribunal do mundo faz".

A campanha "Gestão democrática do poder judiciário" vai ser lançada no 20º Congresso Brasileiro de Magistrados que será realizado em São Paulo entre esta quinta-feira (29) e sábado (31). O objetivo principal é capacitar magistrados para planejar melhor a administração de suas serventias.

Isso pode facilitar o cumprimento da Meta 2 imposta pelo Conselho Nacional de Justiça para juízes de todo o país, de que todos os processos iniciados antes de 31 de dezembro de 2005 recebam uma sentença até o final deste ano. Assim, para o ano que vem os indicadores devem melhorar. "Vai ser completamente distinto de toda a série histórica que temos", acredita Maria, que pesquisa o judiciário desde 1993.

29 outubro 2009

Rir é o melhor remédio

Mensagem do Governador Schwarzenegger (o ex-ator) para assembléia da Califórnia. Veja a mensagem implícita. Fonte: aqui

Links

A irracionalidade dos psicólogos

O homem casado tem maior probabilidade de encontrar emprego

Prevenção da morte do motociclista e externalidade: morte de pessoas na lista de espera de transplante e aqui

A importância da raça no relacionamento entre as pessoas: uma pesquisa do OK Cupid

Teste #166

Três grandes escândalos bancários no Brasil nas duas últimas décadas. Você seria capaz de ligar a instituição com o nome do executivo?

Bancos:
Banco Santos
Banco Nacional
Banco Econômico

Executivos:
José de Magalhães Pinto
Edmar Cid Ferreira
Ângelo Calmon de Sá

Resposta do Anterior: Daslu. Fonte: Valor Econômico

IFRS

A adoção das normas contábeis internacionais não significa aumento da transparência do mercado financeiro e trará nos desafios tanto para as companhias quanto para os investidores brasileiros. A avaliação é de Paul Sutcliffe, sócio líder de IFRS no Brasil, Ernst & Young, especializado na prestação de serviços de implementação de IFRS para empresas. Após lembrar que antes de ser adotado na Europa o IFRS (International Financial Reporting Standards) era usado em países de menor expressão, destacou, durante sua apresentação no 11º do prêmio da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), que "não há garantia de transparência. Além disso, o risco de o investidor ou analista não entender o que mudou é alto. Este não é um caminho fácil".

O especialista lembrou que a alteração dos padrões contábeis das companhias provoca a mudança nas decisões dos investidores, que costumam olhar a última linha do balanço. "O risco é de que os interessados não entendam as alterações", alertou. Segundo Sutcliffe, a mudança em uma linha do balanço pode fazer a empresa passar de um prejuízo bilionário para um lucro também bilionário. "Dependendo de como é a contabilidade, o lucro vira prejuízo. Parece macumba", brincou.


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