Translate

28 agosto 2009

Capenga 2

Sobre a postagem "Capenga", recebi a seguinte provocação:

Minha opinião:
Além de falar sobre as dificuldades nas negociações com fornecedores, o professor Ariovaldo dos Santos também comentou as dificuldades na contratação de empréstimos e financiamentos por parte dessas empresas com contabilidade “capenga”.

Taxar a contabilidade dessas empresas de “capenga”, foi no mínimo um ato de infelicidade do professor Ariovaldo dos Santos, a classe contábil espera mais de seus formadores de opinião. De críticas vazias, que não levam a lugar nenhum, o mundo está cheio.

Se essas empresas realmente dependessem das publicações dos balanços para obter condições de negociação melhores, como estariam sobrevivendo até hoje?

Concluir que essas empresas sofrem nas negociações com seus fornecedores, por conta de uma contabilidade “capenga”, é no mínimo, um trabalho para um paranormal, é não de um analista.

Um empresa pode ter a melhor contabilidade do mundo, em todos os seus aspectos, e mesmo assim, ter problemas de negociação com seus fornecedores, por conta de uma série de aspectos, que não tem nada haver com sua contabilidade não “capenga”.

Gostaria de saber sua opinião sobre o assunto.

Grato,

Paulo Atadaine Sobrinho
Contador
Sorocaba - SP

Derivativos e consolidação

Usinas perdem R$ 4 bi com derivativos
Mônica Scaramuzzo e Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
Valor Econômico - 28/08/2009

Os resultados negativos de usinas têm contribuído para aprofundar a consolidação no setor sucroalcooleiro

As perdas das usinas de açúcar e álcool com derivativos de câmbio atingiram R$ 4 bilhões durante a safra 2008/09. Esses prejuízos, estimados por empresas, bancos e consultorias financeiras ouvidas pelo Valor, enfraqueceram ainda mais boa parte das companhias do setor, que já enfrentavam problemas por conta do grande envididamento assumido para a construção de novas usinas, os projetos "greenfield".

Os resultados negativos de usinas têm contribuído para aprofundar o processo de consolidação no setor sucroalcooleiro. Grandes grupos que seriam potenciais compradores, como Santelisa Vale e Moema, foram colocados à venda. Dezenas de projetos de expansão e de novas unidades também foram interrompidos.

Os maiores bancos do país, que financiaram projetos de expansão, tornaram-se os maiores credores das usinas, inclusive o BNDES, que passou a ser sócio de alguns grupos.

Muitas das perdas das usinas foram contábeis, mas causaram impacto no caixa porque a piora nos índices de endividamento levou as companhias a quebrar cláusulas financeiras restritivas ("covenants") dos contratos de empréstimos. Com isso, credores puderam pedir resgate antecipado da dívida ou conseguiram negociar condições mais favoráveis de pagamento. A quebra de "covenants" - que limitam o endividamento da empresa em relação a uma série de indicadores e protegem os credores - é considerada semelhante à inadimplência e as empresas são obritadas a negociar um "waiver" (perdão) para não ter de quitar a dívida à vista. Foi o caso da Nova América, dona da marca União, incorporada neste ano pela Cosan. Em agosto do ano passado, os credores do grupo pediram o pagamento antecipado de uma dívida de US$ 300 milhões que venceria em 2013.

As perdas contábeis foram parcialmente revertidas neste ano com a queda do dólar para níveis entre R$ 1,80 e R$ 1,85 - a cotação superou R$ 2,50 no ano passado. Com cerca de 400 usinas em todo país, o setor sucroalcooleiro faturou R$ 40 bilhões na safra 2008/09, dos quais cerca de US$ 7,5 bilhões foram provenientes das exportações de açúcar e álcool.

27 agosto 2009

Rir é o melhor remédio

Recentemente a Escócia libertou um terrorista libanês acusado de colocar uma bomba num avião na década de oitenta. A alegação foi motivos de saúde. A atitude gerou protestos, inclusive dos humoristas. O primeiro cartoon compara a guerra de libertação da Escócia (e o filme sobre o assunto). O segundo mostra Madoff na prisão ligando para Escócia (alguns órgãos da imprensa chegaram a anunciar que Madoff estava com cancer)


Os ganhadores da recessão

'Risco prudente' cria ganhadores na recessão
Leslie Scism, Matthew Dolan, Ann Zimmerman e Michael Corkery, The Wall Street Journal
26/8/2009
The Wall Street Journal Americas

Depois de criar legiões de vítimas, a recessão dos Estados Unidos está criando uma classe de vencedores.

O J.P. Morgan Chase & Co. está conseguindo dinheiro dos depositantes enquanto instituições mais fracas balançam. A Golub Capital, firma pouco conhecida que financia empresas de médio porte, disparou para a dianteira de seu campo, à frente do combalido CIT Group Inc. e da GE Capital, divisão financeira da General Electric Co. A Ford Motor Co. está atraindo compradores de carros que normalmente optariam pela General Motors Corp. e pela Chrysler LLC.

Essas empresas ainda não "venceram", pois a economia continua em fase de aperto. Mas as que tomaram até agora a dianteira têm em geral alguns traços em comum — como uma boa reserva de caixa em relação às rivais, disposição para gastá-la e vontade de atacar a jugular dos rivais — que lhes dão uma vantagem, pelo menos no momento.

A seguradora New York Life Insurance Co. levou um duro golpe da crise financeira, perdendo US$ 3,5 bilhões em sua carteira de investimentos no ano passado, o que a fez fechar o ano no vermelho. Contudo, por causa de investimentos relativamente conservadores, a seguradora se saiu muito melhor que rivais como a American International Group Inc., que aceitou um vultoso socorro financeiro pago pelo contribuinte americano.

Os executivos da New York Life partiram para a ofensiva. Disseram a seus 11.000 agentes de seguros que tinham a "obrigação moral" de explicar os pontos fortes da firma aos clientes. Deram-lhes um documento detalhando os problemas dos concorrentes e pilhas de materiais sobre as gordas reservas financeiras e classificação de crédito AAA, a mais alta, da New York Life. A seguradora também aumentou a publicidade e contratou dezenas de vendedores para promover seus planos de previdência privada.

No primeiro trimestre, a New York Life pulou à frente da AIG, da Hartford Financial Services Group Inc. e da Lincoln National Corp. entre as maiores empresas de seguros de vida e previdência privada dos Estados Unidos em volume de prêmios. Sua fatia de mercado cresceu para 5,4% no trimestre, em comparação com 3,6% um ano antes, segundo dados da firma de classificação de risco A.M. Best Co. analisados pelo Wall Street Journal.

"Em épocas normais não haveria esse tipo de ganho em participação de mercado", diz Larry Mayewski, da A.M. Best.

É normal que uma recessão vire todo um setor de cabeça para baixo. As crises "são campos muito férteis para as oportunidades", diz Nancy Koehn, especialista em história empresarial e professora da Harvard Business School. Os vencedores são os que se saem melhor quando se trata de "ocupar o espaço que a concorrência deixou vago", diz ela, e de estudar as mudanças do comportamento do consumidor em tempos difíceis.

Na Grande Depressão da década de 30, a Campbell Soup Co. lançou novas linhas que até hoje vendem muito, como a canja de galinha com macarrão. O esmalte de unhas da Revlon Inc., também lançado nos anos 30, tornou-se o símbolo da teoria de que em tempos difíceis o consumidor gosta de pequenos luxos que pode se permitir comprar.

A Bain & Co. analisou 750 empresas logo antes e logo depois da recessão de 2001, classificando-as segundo o crescimento de vendas, margens de lucro e rendimentos para os acionistas. Descobriu que mais empresas mostraram grandes mudanças (tanto ganhos como perdas) de 2000 a 2002 do que de 2003 a 2005, período relativamente estável.

Os vencedores não são "malucos que gostam do perigo", diz Darrell Rigby, sócio da Bain, mas sim os que estão preparados para "assumir riscos prudentes".

Um ponto-chave para sobreviver a qualquer recessão é ter pronto acesso a caixa, fato cuja importância aumentou no ano passado, quando várias instituições financeiras de Wall Street quebraram e o crédito secou.

Tanto a Chrysler como a GM entraram na recessão em péssimas condições financeiras, apesar de alguns cortes de custos, e a Ford também parecia estar logo atrás. Em outubro as três montadoras enviaram seus principais executivos ao Congresso americano para pedir socorro público.

Mas alguns meses depois a Ford partiu para um caminho diferente das outras e desistiu de pedir uma linha de crédito de US$ 9 bilhões do governo. Em vez disso, passou a reestruturar sua dívida.

A vantagem da Ford: em 2006, ela tomou emprestados US$ 23,5 bilhões, hipotecando quase tudo que possuía de valor — inclusive seu logotipo oval azul. A disponibilidade desse dinheiro em caixa quando os mercados de crédito congelaram, dois anos depois, no fim de 2008, é a principal razão pela qual a Ford conseguiu evitar o resgate com dinheiro público e as recuperações judiciais que a GM e a Chrysler enfrentaram, segundo analistas.

Notando a antipatia generalizada pelos resgates pagos pelo contribuinte para montadoras e bancos, a Ford logo mudou de marcha e lançou uma campanha publicitária exaltando sua auto-suficiência financeira. No dia em que GM comunicou que pediria concordata, a Ford anunciou que estava aumentando sua produção de carros — uma demonstração pública da sua relativa força.

Em julho, a participação da Ford na venda de veículos leves nos EUA foi de 15,9%, 2,2 pontos porcentuais a mais do que um ano antes, enquanto a fatia da GM caiu 1,6 ponto, para 18,8%, segundo a firma de pesquisas Autodata Corp. A participação da Chrysler aumentou ligeiramente, para 8,9%, auxiliada pelas reduções de preços que ofereceu, além do programa do governo que dava desconto na troca de carros velhos por novos mais econômicos.

Profissão: contador

Contabilidade ganha novo status nas empresas
Paulo Justus
O Estado de São Paulo - 27/8/2009

Contador agora atua na linha de frente e ajuda na tomada de decisões

A demanda por auditores e contadores vem crescendo nos últimos tempos. Na consultoria de recrutamento Robert Half, a procura cresceu 30% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2008. “A procura está forte não apenas por contadores, mas por pessoas com conhecimento na área para ocupar outras posições”, diz Sócrates Melo, especialista em recrutamento para Finanças e Contabilidade da Robert Half. Ele diz que o mercado procura um perfil mais comunicativo para esse profissional. “Hoje, o profissional está na linha de frente e ajuda na tomada de decisões das empresas.”

Antes ligado basicamente à rotina do escritório, o profissional de contabilidade ocupa hoje posições mais estratégicas nas empresas. O novo perfil da profissão acompanhou as mudanças importantes na contabilidade, que começaram a partir de 2007 mas se tornaram efetivas este ano, como a informatização das informações e a adoção das normas internacionais de contabilidade.

Na visão de Aline Freitas, consultora sênior da Michael Page, o principal motivo da procura por esses profissionais atualmente se deve à implementação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e da Nota Fiscal Eletrônica. “Na maioria das vezes, quem implementa isso são os profissionais da contabilidade, que também precisam conhecer a tecnologia e ter uma visão de negócio”, diz.

Além desse perfil mais dinâmico, o mercado busca um profissional atualizado. Além do SPED, outra mudança importante para os contadores e auditores foi a lei 11.638, de dezembro de 2007, que obriga as empresas de capital aberto e de grande porte a publicar seus balanços de acordo com as normas contábeis internacionais. “Hoje, o profissional que conhece as novas normas é muito desejado” diz Níveson da Costa Garcia, membro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC SP) e empresário da contabilidade. A dificuldade, segundo Garcia, está na formação desses profissionais. “As instituições de ensino não deixam o aluno preparado e cabe à empresa gastar muitas horas e muitos reais para deixá-lo pronto.”

Como reflexo dessa carência, o salário de um contador com um ano experiência e conhecimento desejado pelo mercado subiu de R$ 2 mil para R$ 3 mil em dois anos, de acordo com a Robert Half. A remuneração dos executivos em cargos mais altos acompanhou esse crescimento, afirma Melo.

A demanda por profissionais para projetos temporários de implantação do SPED nas empresas, por exemplo, também cresceu. “Hoje cerca de 20% das nossas oportunidades temporárias são para projetos desse tipo”, diz Aline, da Michael Page. O salário para um profissional experiente nessas atividades vai de R$ 6 mil a R$ 10 mil.

Para se adaptar às mudanças, os profissionais passaram por uma alta carga de treinamentos. A supervisora da auditoria KPMG, Ana Karina Beckman, de 30 anos, diz que o aprendizado é contínuo e ocorre tanto nos seminários promovidos pela empresa quanto fora do expediente. “Uso meu horário de trajeto de casa para o trabalho para estudar”, afirma.

Ana foi contratada pela KPMG em fevereiro, vinda de uma empresa do setor químico. Em outubro, será promovida ao cargo de gerente. “Desde que me formei o mercado sempre foi crescente.”

Segundo ela, a profissão mudou bastante desde que concluiu o curso de Ciências Contábeis, em 2001. “Quando entrei na faculdade, todo mundo chamava os contadores de guarda-livros”, brinca. Hoje, ela diz que o aquecimento do mercado tem atraído novos estudantes para a área. “Um exemplo disso é meu irmão, que depois de fazer um ano de informática decidiu seguir os meus passos e hoje cursa Ciências Contábeis.

Internacionalização e Investimentos Sociais

Esta pesquisa investigou a relação entre o grau de internacionalização de empresas brasileiras e a evidenciação de informações sobre investimentos sociais privados, aqui entendidos como as transferências diretas de recursos em prol da comunidade local. Tal investigação foi motivada pela suposição de que, quanto menor fosse o envolvimento com o mercado consumidor local, menor seria o investimento social corporativo na comunidade. A amostra foi formada pelas 30 multinacionais brasileiras mais internacionalizadas, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais – Sobeet. Os dados sobre os investimentos sociais foram pesquisados nos relatórios anuais, páginas eletrônicas e balanços sociais (quando existentes) das respectivas empresas com base no exercício de 2007. O índice de internacionalização, usado na classificação das multinacionais, seguiu os critérios definidos pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – Unctad, o qual considera três variáveis nas operações com o mercado externo: total das receitas, valor de ativos e número de empregados. Os dados foram correlacionados e os resultados apontaram uma relação negativa significativa, sugerindo haver um menor interesse das empresas mais internacionalizadas em evidenciar possíveis ações sociais voltadas à comunidade local, comparativamente às empresas menos internacionalizadas.

INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS E INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS: UMA RELAÇÃO INVERSA? - Marco Antonio Figueiredo Milani Filho, Claudia Vasconcellos Silva Habib e
Aida Maria Mendes Milani (UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE)

O resultado é realmente muito interessante. Particularmente esperava que a relação seria o contrário (quanto maior a internacionalização, menor o investimento social) em razão das pressões do mercado consumidor estrangeiro.

Teste #139

O Blog do professor Alexandre Alcântara trata de assuntos vinculados a análise de balanços. No domingo, dia 23, o assunto com maior número de postagem era:

Auditoria Independente
Contabilidade Internacional
Lei das S/A
Normas Contábeis

Resposta do Anterior: Contabilidade Vista e Revista = UFMG; Contexto = UFRS; Contextus = UFC; Universo Contábil = FURB