Nos EUA, universidade deixa as experiências financeiras
Por Craig Karmin, The Wall Street Journal
(...) Durante décadas, a maioria das fundações universitárias preferia ações e títulos de renda fixa. David Swensen, que Yale contratou em 1985 como diretor de investimentos, argumentou que as fundações - investidores de longo prazo não preocupados com retiradas ou com as flutuações do mercado a curto prazo - eram candidatas ideais para investimentos como imóveis, aquisições alavancadas e créditos de recebimento duvidoso. O desempenho de Yale superou o dos mercados em geral por uma ampla margem.
Mas a queda das bolsas desde outubro de 2007 revelou o que alguns consideram como falhas no modelo. "O modelo de financiamento continha um colossal erro de raciocínio, o de que os investidores de longo prazo não precisam de liquidez a curto prazo", diz Robert Jaeger, da BNY Mellon Asset Management, divisão do Bank of New York Mellon Corp. que dá consultoria a fundações sobre estruturação de carteiras.
Algumas fundações insistem que, apesar de grandes perdas, não vão mudar de orientação. "Isso exigiria abandonar os investimentos orientados para o mercado acionário que vêm servindo bem às instituições com horizontes de longo prazo", disse Swensen, de Yale, em uma entrevista ao Wall Street Journal este ano.
Em 2005, a Universidade de Chicago contratou Stein, que trabalhava na fundação de Princeton, onde tinha sido protegido de Swensen. Em junho de 2008, a fundação da universidade tinha 77% de seus recursos em "investimentos semelhantes a ações", ou seja, ações de empresas americanas e estrangeiras, fundos de hedge e private equity, segundo o relatório anual de 2008.
Naquele setembro, por volta da época em que o banco Lehman Brothers quebrou e os mercados de crédito se retraíram, membros do comitê de investimentos decidiram examinar objetivamente sua carteira de aplicações.
"Nós havíamos subestimado o valor da liquidez, e superestimado nosso grau de diversificação", disse Andrew Alper, presidente do conselho diretor da universidade e membro do comitê. Segundo Alper, o comitê esperava mudar a exposição da carteira ao risco e à volatilidade de longo prazo, e teria preferido aplicar em firmas de private equity. Mas como o mercado desses ativos ilíquidos estava basicamente congelado e os resgates dos fundos hedge eram muito lentos, eles começaram a falar em vender ações.
Valor Economico - 21/8/2009
25 agosto 2009
Passado e Futuro
Palavra do Gestor: Com que precisão os analistas do mercado brasileiro conseguem prever o futuro?
Aquiles Mosca
Imagine dois grupos de estudantes de pós-graduação. O primeiro grupo é informado que um de seus professores irá para a Europa durante um ano para um período sabático. A esse primeiro grupo de estudantes é pedido para que escrevam o que imaginam que o professor fará durante o ano que está por vir. Um segundo grupo de estudantes recebe a informação de que o mesmo professor já fez um ano sabático na Europa e a esses alunos pede-se para que descrevam o que imaginam que o professor fez durante aquele período.
À primeira vista, não esperamos que haja uma diferença grande entre os relatos dos grupos, por se tratar de grupos representativos e realizando praticamente a mesma tarefa. No entanto, as diferenças verificadas nos relatos dos dois grupos foram relevantes. Os relatos de um passado imaginário foram muito mais detalhados e ricos quando comparados às tentativas de descrever o futuro. Estas últimas, sempre vagas e genéricas. Tal estudo, conduzido pela psicóloga canadense Janet Bavelas, e outros experimentos demonstram que temos mais facilidade de imaginar o que alguém fez em oposição ao que alguém fará. Ou seja, há uma nítida assimetria entre nossa habilidade de explicar o passado e nossa capacidade de prever o futuro. [1]
Uma vez que um evento tenha ocorrido, mesmo que seja algo extremamente raro, nós humanos temos facilidade de encontrar uma explicação plausível. Atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2001 e grandes catástrofes aéreas são exemplos típicos, cujas sequências de eventos tornam-se bem conhecidas ao logo do tempo a ponto de serem facilmente assimiladas e até mesmo consideradas como previsíveis a posteriori. No entanto, mesmo na véspera, ninguém é capaz de prevê-los ou de evitá-los.
A teoria financeira comportamental denomina essa facilidade de explicar o passado de "viés retrospectivo" (do inglês, hindsight bias). A mídia financeira está repleta de especialistas sempre disponíveis para explicar os movimentos dos mercados no ano, mês ou na semana passada. Peça então para preverem o futuro e a explicação torna-se vaga e genérica, tal como no estudo acima. Qualquer pessoa consegue encaixar o passado em uma sequência de eventos perfeitamente racionais e intuitivos. Agora, prever o futuro é outra história.
Quão preciso é o mercado brasileiro na tentativa de prever o caminho que as principais variáveis econômicas e financeiras vão percorrer no futuro? Semanalmente, o Banco Central publica tais projeções no boletim Focus. Será que este conjunto de analistas consegue antecipar com alguma precisão e antecedência de 12 meses o PIB, a inflação, juros nominais e reais e o câmbio? Uma rápida olhada na diferença entre as previsões feitas 12 meses atrás e os valores efetivamente observados para essas variáveis revelam erros significativos, entre 40% e 12%. Além disso, para duas dessas variáveis, juros nominais e reais, a média das expectativas dos especialistas foi incapaz sequer de prever a direção em que elas iriam se deslocar. Há um ano, previam aumento dessas variáveis, quando na verdade vimos recuo significativo de ambas. A mesma tendência foi observada para os "Top 5", em princípio os mais precisos em suas previsões, ainda que com um desvio menor. [2]
Muitos dirão que nesse período o mundo foi assolado pela crise financeira e que isso torna as previsões menos precisas. No entanto, para outros períodos no qual predominou maior normalidade (como entre 2003 e 2007), ou seja, sem uma crise tão grave, a margem de erro das previsões também revelou-se grande. No frigir dos ovos, o que mexe com o mercado é exatamente o inesperado! Tudo que é previsível e aguardado não altera as cotações. Já está em grande medida embutido nas expectativas das variáveis econômicas e nos preços dos ativos. A oportunidade de ganhos está em antecipar o que os demais ainda não veem, em fazer isso mais rápido e de maneira mais eficiente que os demais e em traduzir isso em posicionamentos nos ativos certos, na "ponta" certa (comprado ou vendido) antes que os demais o façam. Nesse aspecto, o boletim Focus do Banco Central atua mais como uma fotografia do sentimento reinante na economia em determinado momento do que como uma fonte confiável de previsões desses indicadores ou mesmo da tendência que deverão assumir no futuro.
Durante o planejamento de voo da missão Apollo 11 para a lua, a NASA definiu como margem aceitável de erro nas primeiras estimativas e cálculos em 1961 o nível de 1%, que foi então reduzido para 0,5%, 0,2% e, finalmente 0,05% em 1969, ano do famoso primeiro vôo à lua. [3] Se a NASA precisasse contar com a precisão das previsões do boletim Focus, o voo da Apollo 11 provavelmente não teria alcançado a altura de um balão de festa junina...
Valor Econômico
[1] Talvez por isto os contadores não gostam de fazer previsão do futuro. Mas a questão não é tão simples assim. O processo de previsão está continuamente em ajuste.
[2] Isto vale uma pesquisa mais científica para testar esta hipótese. O resultado depende do desvio-padrão da amostra. Consequentemente, a afirmação do texto pode não ser verdadeira.
[3] O nível aceitável de erro depende de vários fatores, inclusive do que estamos medindo. Esperar um nível pequeno em ciências humanas é algo difícil exatamente pela complexidade do ser humano. A comparação não é válida.
Aquiles Mosca
Imagine dois grupos de estudantes de pós-graduação. O primeiro grupo é informado que um de seus professores irá para a Europa durante um ano para um período sabático. A esse primeiro grupo de estudantes é pedido para que escrevam o que imaginam que o professor fará durante o ano que está por vir. Um segundo grupo de estudantes recebe a informação de que o mesmo professor já fez um ano sabático na Europa e a esses alunos pede-se para que descrevam o que imaginam que o professor fez durante aquele período.
À primeira vista, não esperamos que haja uma diferença grande entre os relatos dos grupos, por se tratar de grupos representativos e realizando praticamente a mesma tarefa. No entanto, as diferenças verificadas nos relatos dos dois grupos foram relevantes. Os relatos de um passado imaginário foram muito mais detalhados e ricos quando comparados às tentativas de descrever o futuro. Estas últimas, sempre vagas e genéricas. Tal estudo, conduzido pela psicóloga canadense Janet Bavelas, e outros experimentos demonstram que temos mais facilidade de imaginar o que alguém fez em oposição ao que alguém fará. Ou seja, há uma nítida assimetria entre nossa habilidade de explicar o passado e nossa capacidade de prever o futuro. [1]
Uma vez que um evento tenha ocorrido, mesmo que seja algo extremamente raro, nós humanos temos facilidade de encontrar uma explicação plausível. Atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2001 e grandes catástrofes aéreas são exemplos típicos, cujas sequências de eventos tornam-se bem conhecidas ao logo do tempo a ponto de serem facilmente assimiladas e até mesmo consideradas como previsíveis a posteriori. No entanto, mesmo na véspera, ninguém é capaz de prevê-los ou de evitá-los.
A teoria financeira comportamental denomina essa facilidade de explicar o passado de "viés retrospectivo" (do inglês, hindsight bias). A mídia financeira está repleta de especialistas sempre disponíveis para explicar os movimentos dos mercados no ano, mês ou na semana passada. Peça então para preverem o futuro e a explicação torna-se vaga e genérica, tal como no estudo acima. Qualquer pessoa consegue encaixar o passado em uma sequência de eventos perfeitamente racionais e intuitivos. Agora, prever o futuro é outra história.
Quão preciso é o mercado brasileiro na tentativa de prever o caminho que as principais variáveis econômicas e financeiras vão percorrer no futuro? Semanalmente, o Banco Central publica tais projeções no boletim Focus. Será que este conjunto de analistas consegue antecipar com alguma precisão e antecedência de 12 meses o PIB, a inflação, juros nominais e reais e o câmbio? Uma rápida olhada na diferença entre as previsões feitas 12 meses atrás e os valores efetivamente observados para essas variáveis revelam erros significativos, entre 40% e 12%. Além disso, para duas dessas variáveis, juros nominais e reais, a média das expectativas dos especialistas foi incapaz sequer de prever a direção em que elas iriam se deslocar. Há um ano, previam aumento dessas variáveis, quando na verdade vimos recuo significativo de ambas. A mesma tendência foi observada para os "Top 5", em princípio os mais precisos em suas previsões, ainda que com um desvio menor. [2]
Muitos dirão que nesse período o mundo foi assolado pela crise financeira e que isso torna as previsões menos precisas. No entanto, para outros períodos no qual predominou maior normalidade (como entre 2003 e 2007), ou seja, sem uma crise tão grave, a margem de erro das previsões também revelou-se grande. No frigir dos ovos, o que mexe com o mercado é exatamente o inesperado! Tudo que é previsível e aguardado não altera as cotações. Já está em grande medida embutido nas expectativas das variáveis econômicas e nos preços dos ativos. A oportunidade de ganhos está em antecipar o que os demais ainda não veem, em fazer isso mais rápido e de maneira mais eficiente que os demais e em traduzir isso em posicionamentos nos ativos certos, na "ponta" certa (comprado ou vendido) antes que os demais o façam. Nesse aspecto, o boletim Focus do Banco Central atua mais como uma fotografia do sentimento reinante na economia em determinado momento do que como uma fonte confiável de previsões desses indicadores ou mesmo da tendência que deverão assumir no futuro.
Durante o planejamento de voo da missão Apollo 11 para a lua, a NASA definiu como margem aceitável de erro nas primeiras estimativas e cálculos em 1961 o nível de 1%, que foi então reduzido para 0,5%, 0,2% e, finalmente 0,05% em 1969, ano do famoso primeiro vôo à lua. [3] Se a NASA precisasse contar com a precisão das previsões do boletim Focus, o voo da Apollo 11 provavelmente não teria alcançado a altura de um balão de festa junina...
Valor Econômico
[1] Talvez por isto os contadores não gostam de fazer previsão do futuro. Mas a questão não é tão simples assim. O processo de previsão está continuamente em ajuste.
[2] Isto vale uma pesquisa mais científica para testar esta hipótese. O resultado depende do desvio-padrão da amostra. Consequentemente, a afirmação do texto pode não ser verdadeira.
[3] O nível aceitável de erro depende de vários fatores, inclusive do que estamos medindo. Esperar um nível pequeno em ciências humanas é algo difícil exatamente pela complexidade do ser humano. A comparação não é válida.
Profissão excludente
Segundo o relatório inglês, a profissão contábil é cada vez mais exclusiva das famílias com renda mais elevada:
Fonte: aqui
Quarenta anos atrás, os contadores que iniciavam no emprego vieram de famílias com renda média; mas 20 anos depois, na década de 1990, os contadores eram provenientes de famílias com renda de 40 por cento acima da média.
Fonte: aqui
Reader´s Digest pede Concordata
Reader´s Digest pede concordata nos Estados Unidos
da Efe
24 August 2009
A empresa Reader´s Digest Association, uma das maiores editoras de livros e revistas do mundo, anunciou nesta segunda-feira que pediu proteção ao capítulo 11 da Lei de Falências americana --o equivalente à concordata, ou à recuperação judicial no Brasil-- para conduzir uma reestruturação de suas atividades nos Estados Unidos.
A companhia explicou em comunicado que chegou a um princípio de acordo com 80% de seus credores para reduzir sua dívida e fortalecer sua situação financeira. Pelo acordo, a empresa fará a troca de uma parte substancial do US$ 1,6 bilhão que tem de dívida garantida, por uma participação em seu capital.
Após ter conseguido $150 milhões em novos empréstimos para melhorar sua liquidez, a firma prevê sair desse processo com uma dívida de $550 milhões, o que representaria uma redução de 75% em relação aos $2,2 bilhões atuais. No comunicado, a empresa informou que a concordata afeta apenas os negócios da empresa nos Estados Unidos, e não às que realiza em outros mercados internacionais, incluindo os da América Latina e Europa.
"Nossas operações comerciais estão sólidas, com uma queda prevista de receita no ano fiscal de 2009 de menos de 10% apesar da recessão", explicou a presidente e conselheira delegada do grupo, Mary Berner, em comunicado. "Queremos ressurgir com um balanço contábil reestruturado e uma organização financeira mais forte que nos permita prosseguir com nosso crescimento e as iniciativas de transformação."
Em março de 2007, a Reader´s Digest passou a ser propriedade de um grupo de investidores liderado por Ripplewood Holdings, em uma operação que se avaliou então em US$ 2,4 bilhões.
A empresa comercializa livros, revistas, música, vídeos e produtos educativos em 78 países e chega cerca de 130 milhões de consumidores, segundo dados da empresa.
No comunicado a empresa ainda informou que apresentou propostas para que o pedido de proteção judicial "não afete de forma negativa a rotina de seus empregados, clientes ou fornecedores" e diz que tanto vendedores como fornecedores "continuarão a ser pagos com normalidade".
A empresa publica a revista Seleções no Brasil. O bordão "Rir é o melhor remédio", que usamos diariamente neste blog, é de autoria da revista Seleções.
Crise na Receita
Mudanças na Receita provocam rebelião de grupo ligado a Lina
RENATA VERÍSSIMO, LU AIKO OTTA, FABIO GRANER e ADRIANA FERNANDES
O Estado de São Paulo - 25/8/2009
O início do processo de demissão dos principais integrantes do grupo político da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira provocou ontem uma rebelião no órgão. Seis superintendentes, cinco coordenadores de área e um subsecretário da Receita puseram seus cargos à disposição em carta ao atual secretário, Otacílio Cartaxo. No documento, os demissionários condenam o que chamam de “clara ruptura com a orientação e as diretrizes que pautavam a gestão anterior”. Lina falava em fiscalizar os “grandes contribuintes”, em vez dos “velhinhos e aposentados”. Além da disputa política, a arrecadação fraca está entre os fatores da crise na Receita - para a Fazenda, os “rebeldes” colocaram os cargos à disposição apenas para se antecipar a uma demissão dada como certa.
O ministro Guido Mantega cobrou de Cartaxo um plano para recuperar o volume de recolhimento de tributos até o fim do ano. Com a melhora recente de alguns indicadores econômicos, o ministro está convencido de que o desempenho das receitas também já poderia ter melhorado. Os números divulgados na semana passada, porém, mostraram que a arrecadação das chamadas receitas administradas apresentaram redução de 7,03% em julho na comparação com julho de 2008, a nona queda consecutiva em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Nos próximos dias, o governo anuncia sua proposta de Orçamento para 2010 com um volume de receitas administradas semelhante ao do projeto de lei referente a este ano. Nesse quadro, não há espaço para grandes saltos nos investimentos, como seria desejável num ano eleitoral.
Para Mantega, segundo narram assessores do Ministério da Fazenda, esse decepcionante resultado em 2009 é indicador também de um fraco desempenho da administração tributária na cobrança e fiscalização dos impostos, especialmente das contribuições previdenciárias. O ministro tem sido cobrado por Lula sobre a queda na arrecadação.
GUERRA DE VERSÕES
Ontem, o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de dois integrantes do grupo de Lina que participaram da guerra de versões entre a ex-secretária e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre uma reunião na qual a então chefe da Receita teria recebido pedido para apressar a fiscalização do empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-RR). A ministra nega a reunião e o pedido.
Foram exonerados Iraneth Maria Weiler, que confirmou na imprensa que a secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, havia se encontrado com Lina no gabinete da Receita Federal para agendar o encontro com Dilma. Também perdeu o cargo de confiança Alberto Amadei Neto, assessor especial do gabinete da Receita, que assessorou Lina durante seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre a suposta reunião com Dilma.
A “faxina”, contudo, vai além. Na semana passada, o subsecretário de Fiscalização, Henrique Jorge Freitas da Silva, foi informado de que seria afastado. Outro que está na lista é o coordenador de Estudos Tributários, Marcelo Lettieri, funcionário que também esteve no Senado acompanhando Lina. Sua participação na reunião, assim como a de Amadei, acendeu a luz vermelha no gabinete de Mantega.
A lista se estende aos superintendentes Dão Real (Rio Grande do Sul) e Luiz Sérgio Soares (São Paulo). Os quatro são signatários da carta de demissão conjunta. É a coincidência entre os nomes da carta e a lista de demissões a executar pela Receita que faz a Fazenda considerar a rebelião como um ato de antecipação a algo que já iria ocorrer.
A rebelião foi articulada no último fim de semana e seu principal estopim foi a notícia do afastamento do chefe da Fiscalização, Henrique Jorge Freitas. “Ele havia encontrado meios de, com pouca gente, alcançar a indústria, o comércio, o setor de informática e fiscalizar os grandes contribuintes”, disse o superintendente adjunto da 4ª Região Fiscal, Luiz Carlos Queirós. Sua saída seria uma ruptura “radical” de um projeto coletivo, explicou.
Dirigentes da Receita veem "ruptura" e entregam cargos
Folha de São Paulo
LEONARDO SOUZA
Doze integrantes da cúpula da Receita Federal pediram exoneração coletiva na tarde de ontem, num levante contra a interferência política no órgão patrocinada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e o Palácio do Planalto. Os demissionários são o subsecretário de Fiscalização e cinco dos dez superintendentes regionais do órgão (entre os quais o de São Paulo), além de cinco coordenadores-gerais e um superintendente-adjunto.
A decisão do grupo de superiores hierárquicos provocou efeito em cascata noutros níveis de comando da Receita, o que ameaça paralisar o fisco. No início da noite, delegados, inspetores, chefes de departamento e superintendentes-adjuntos também avisaram que deixarão suas funções.
A iniciativa dos servidores é uma reação à demissão da ex-secretária Lina Vieira e à "ruptura" no projeto implantado por ela e sua equipe, que priorizava a fiscalização sobre os grandes contribuintes.
Na carta de exoneração entregue ontem ao substituto de Lina, Otacílio Cartaxo, os demissionários ressaltaram que esperam que a nova gestão do órgão "mantenha e aprofunde a política de fiscalização que vem sendo implementada com foco nos grandes contribuintes" e que "não tolere qualquer tipo de ingerência política".
Cartaxo começou a dar sinais dos novos rumos do órgão na semana retrasada, quando fez uma interpretação favorável da manobra contábil adotada pela Petrobras em meados de 2008. Na gestão de Lina, a Receita soltou nota com entendimento contrário ao da estatal. O episódio serviu de estopim para o governo demitir a secretária.
Na madrugada de sexta-feira, o levante contra Cartaxo ganhou força. Numa reunião em sua casa em Brasília, ele anunciou exonerações e disse aos presentes que, devido a pressões do ministro Mantega, não teria como segurar Henrique Jorge Freitas, o subsecretário de Fiscalização, um dos 12 que entregaram o cargo ontem.
O aviso foi interpretado pelos dirigentes da Receita de que haverá um recuo na política de cerco aos grandes contribuintes -uma marca da curta gestão de Lina Vieira e que gerou, no primeiro semestre deste ano, um recorde de autuações. Lina Vieira foi demitida em 9 de julho. Disse que Mantega comunicou-a de que era uma "decisão de cima" -no organograma do governo federal, o presidente Lula ou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Um mês depois, a ex-secretária confirmou à Folha que havia sido chamada, no final de 2008, para uma reunião a sós com Dilma, em que esta teria pedido para encerrar as investigações sobre os negócios da família do senador José Sarney (PMDB-AC), aliado histórico do governo Lula. A ministra nega a existência do encontro.
Cartaxo, que era braço direito de Lina, assumiu o cargo duas semanas atrás, um dia depois do depoimento no Congresso em que se calou sobre a queda da ex-chefe e anunciou o "novo entendimento" da Receita acerca da manobra contábil usada por grandes empresas -a Petrobras entre elas. Ontem, o "Diário Oficial da União" divulgou a exoneração de dois funcionários de confiança da diretoria. Iraneth Weiler, chefe de gabinete que em entrevista à Folha confirmou a versão de Lina sobre o encontro com Dilma no Planalto, foi uma das dispensadas.
Segundo a Folha apurou, o protesto coletivo de ontem, além de chamar a atenção para a "ruptura", visa a constranger o governo federal e impedir intromissões de natureza política na Receita a pouco mais de um ano das eleições -quando os partidos já se movimentam em busca de doações financeiras.
A Folha tentou sem sucesso ouvir Mantega. No final de semana, o Planalto minimizou a insatisfação dentro da Receita e relacioná-la à "troca natural" de cargos após a saída de Lina.
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Vinho e Finanças comportamentais
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Casais que vivem juntos antes de casar tem mais chance de divorciarem do que aqueles que esperam para viver juntos
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Valor Adicionado na Espanha
La forma como las empresas distribuyen el valor añadido en sus actividades constituye un aspecto intrínseco de la responsabilidad social corporativa principalmente por tratarse de una cuestión de equidad el reparto de las riquezas en la economía, además de los objetivos de satisfacción de las necesidades de los grupos de interés y otros aspectos. Entre los agentes que actúan para generar esa riqueza, los más susceptibles a sofreír reducciones en ese reparto son los empleados. Por otro lado se busca la maximización de los beneficios para aumentar la remuneración de los propietarios. En ese estudio se busca analizar la distribución del valor añadido entre empresas de España, con enfoque más detenido en la parcela distribuida a los salarios y la destinada a dividendos y reservas.
ANALISIS DE LA RESPONSABILIDAD SOCIAL DE EMPRESAS ESPAÑOLAS PARTIR DE LA DISTRIBUCIÓN DEL VALOR AÑADIDO - Selma Alves Dios (UFF) e Fernando Llena (UNIVERSIDAD DE ZARAGOZA)
Trabalho apresentado no Congresso USP de Contabilidade. A amostra do trabalho é de 25 empresas. O principal resultado do trabalho está na figura abaixo.
Como pode ser notado, a principal forma de distribuição do valor adicionado na Espanha são os salários.
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