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15 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Previsão do PIB


Uma forma de medir o tamanho e o crescimento de uma economia é verificar alguns sinais externos. Estas aproximações são importantes quando o tamanho do setor informal é grande que influencia nas formas tradicionais de cálculo.

Uma maneira interessante é comparar a luminosidade de uma região a partir de fotos de satelites. Segundo a revista New Scientist ( Night-time photos shed light on growing economies, 14/8/2009, Jim Giles, através do blog The Reformed Broker as imagens de satélites mostram a expansão de um país, através da construção de novas estradas e do aumento de áreas residenciais.

Através desta estimativa o crescimento do Congo entre 1992 e 2003 foi estimada em 2,4%, em lugar da estimativa do Banco Mundial de 2,6%.

14 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: aqui

Câmbio

Lucro cambial
Por Nelson Niero, de São Paulo
Valor Econômico - 14/8/2009

O câmbio tira, o câmbio devolve. Depois dos prejuízos alarmantes no ano passado, os números das empresas decapital aberto no segundo trimestre vieram recheados de ganhos não operacionais - cerca de R$ 8,8 bilhões, na soma de 124 demonstrações financeiras publicadas até ontem, comparado a uma perda de R$ 399 milhões no mesmo período do ano passado e a assustadores R$ 22,1 bilhões em dezembro, reflexo do ambiente de pânico no auge da crise. Mas a parte de cima dos resultados, antes do ganho financeiro, está mais magra: a receita de vendas foi menor, e, no cômputo geral, os custos aumentaram, o que significa menos dinheiro no caixa para tocar o dia a dia e, mais adiante, pagar os acionistas.

São literalmente os dois lados da moeda. Os executivos costumam desprezar os prejuízos com variação cambial: seriam apenas "contábeis", não têm "efeito caixa". Já há quem alerte seus acionistas que os lucros cambiais não vão se traduzir em dividendos reais.

A valorização do real em relação ao dólar entre o primeiro e os segundo trimestres do ano explica o "problema" Ao contrário das outras contas do balanço, que geralmente se comparam melhor com as do mesmo trimestre do ano anterior por conta da sazonalidade, a dívida é marcada a cada fim de período. Se for em moeda estrangeira (o dólar é a preferida), ela será transformada em reais pela cotação do último dia do trimestre.

Entre 31 de março e 30 de junho, o real se valorizou 18,63% em relação ao dólar e foi, em grande medida, essa variação que se transformou em bilhões de reais no resultado das companhias.

A briga das empresas com o câmbio não é nova. Em 1999, a maxidesvalorização desencadeou um lobby poderoso de endividados, que resultou num vergonhoso - para os contadores - parcelamento da conta cambial. Outros sobressaltos vieram e algumas empresas, notadamente do setor elétrico, cansaram de apanhar e reduziram a exposição em moeda estrangeira. Outras continuaram na gangorra.

Como os leitores de balanços não têm acesso à contabilidade gerencial das empresas, é preciso se contentar com os números publicados, meramente "contábeis" ou não. O fato é que, numa situação de turbulência cambial, os resultados ficam mais confusos, o que exige um olhar mais cuidadoso no lado operacional.

Nesse aspecto, os dados gerais do segundo trimestre são uma fotografia dos efeitos da crise mundial nas empresas brasileiras: vendas em queda e dificuldade de repassar custos. A receita de vendas, algo perto de R$ 123 bilhões, caiu pouco, 3,5%, mas os custos de produção cresceram 5,4%. Com o aperto, sobrou menos para as despesas operacionais - administrativas, com vendas etc. -, o que resultou num lucro operacional (antes do resultado financeiro) quase 40% menor em relação ao mesmo período do ano passado. A comparação com o segundo trimestre de 2008 não é tão ruim, levando-se em conta que se trata de um período pré-crise, quando a economia ainda vinha embalada. O problema é que o resultado é o pior de todos os períodos anteriores, primeiro trimestre deste ano incluso. Se os indicadores econômicos mais recentes estiverem apontando para o lado certo, há uma chance de que neste trimestre - o terceiro - os balanços já estejam em fase de convalescência.

É o que diz Luciano Coutinho, presidente do BNDES, para quem o fundo do poço foi no primeiro trimestre. A prova seria que o consumo das famílias voltou a crescer desde o primeiro trimestre. "Não temos ainda o segundo trimestre, mas acredito que ficará entre 1,0% e 1,2%." É o ciclo normal, afirma ele. Primeiro há uma recomposição do consumo e depois da produção, pois as empresas gastam seus estoques antes de voltar a produzir. "Estamos mostrando uma recuperação em V". Por coincidência, é a mesma curva que faz o resultado financeiro das empresas no período.

Ele admite, entretanto, que as empresas exportadoras que dependem da melhoria nas economias desenvolvidas sentirão a crise por um tempo maior As projeções de investimento de setores como mineração e papel e celulose apontam essa tendência. Para o triênio de 2009 a 2012, a expectativa é de investimentos de R$ 46 bilhões na mineração, queda de 21% frente o intervalo de 2005 a 2008. Já em papel e celulose, o recuo é ainda maior nessa comparação: 66%, para R$ 6 bilhões a serem aplicados entre 2009 e 2012.

Seu colega de governo, Guido Mantega, está mais otimista. "Em todos os setores está havendo recuperação, mesmo nos que dependem de exportações e estão sentindo a retração do mercado mundial por causa da crise."

O ministro da Fazenda considerou "excelente" o crescimento de 5,6% das vendas do varejo em junho, na comparação com um igual mês de 2008, "considerando que, no ano passado, a economia crescia fortemente". O cenário de recuperação foi apresentado ontem na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, que reúne empresários das diversas áreas.(Colaboraram Graziella Valenti, de Mata de São João (BA), e Azelma Rodrigues, do Valor Online, de Brasília)

Boi Gordo 3

Boi Gordo pode ter leilão neste ano, prevê síndico
Por Angelo Pavini, de São Paulo - Valor Econômico, 14/8/2009

A decisão do Tribunal Superior de Justiça (TSJ), anulando o processo criminal contra o controlador da antiga Fazendas Reunidas Boi Gordo Paulo Roberto de Andrade, não vai interferir na falência da empresa e no pagamento de ao menos parte dos R$ 2,5 bilhões que cerca de 30 mil investidores têm a receber. Segundo o síndico da massa falida da Boi Gordo, Gustavo Sauer de Arruda Pinto, a decisão do TSJ, de 4 de agosto, que elimina a possibilidade de Andrade cumprir pena de prisão por crime falimentar, foi lamentável, mas não muda a falência. "Esperamos fazer um leilão de algumas fazendas ainda este ano", diz.

A decisão do TSJ surpreendeu a todos os envolvidos. "Eu estava em reunião com a juíza e com o promotor falando do processo quando chegou o telegrama avisando e ninguém acreditou", disse o síndico. Para ele, o pior impacto é para os investidores, que esperavam ao menos uma punição para o responsável pelo esquema de investimentos na engorda de bois que prometia rentabilidade altíssima e que acabou se revelando uma pirâmide financeira, em que os que entravam pagavam os que saíam. "As pessoas até se conformavam em não receber, mas faziam questão de ver o responsável punido", diz. "Agora, acabou tudo em pizza e levanta de novo o tema da impunidade no país." A Boi Gordo pediu concordata em 2001, mas a falência começou só em 2004.

A decisão do STJ foi dada em um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Andrade, que já havia sido condenado em primeira instância a quatro anos de prisão em 2008. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça, que manteve a condenação, mas reduziu a pena para três anos. No STJ, os ministros consideraram que havia irregularidades no processo, e que Andrade não teve direito a defesa e anularam o caso.

Como o processo foi aberto ainda na antiga lei de falências, que previa a prescrição da pena em quatro anos, não há mais como reabrir o caso. "Se fosse pela nova lei, isso seria possível, pois a prescrição depende da pena do crime", explica o promotor Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, responsável pelo processo. "Como Andrade foi condenado a quatro anos em primeira instância, a prescrição seria em oito anos, mas isso não vale para este processo", diz.

Santos diz que lamenta o cancelamento da ação "porque era uma resposta que a sociedade esperava". "Há uma frustração pois 30 mil pessoas foram prejudicadas", diz. Para Santos, a culpa também não é do STJ. "É a legislação que é frouxa, com regras processuais que permitem adiar o processo indefinidamente e que causam esse tipo de coisa", diz.

Para Arruda Pinto, serve de consolo aos credores da Boi Gordo que eles ainda devem receber algo, diferentemente de outros casos como o da Gallus ou da Avestruz Master, que não tinham propriedades. "As empresas do grupo têm um ativo razoável, que deve dar para pagar uns 10%, 20% do passivo de R$ 2,5 bi", diz.

Segundo Arruda Pinto, os processos de avaliação das fazendas está adiantado. Das 14, uma foi desapropriada pelo Incra, mas a indenização deverá ser igual ao valor de avaliação. Das outras 13 fazendas, 11 poderiam ser colocadas à venda. "Neste primeiro leilão poderíamos ter um valor inicial de R$ 50 milhões", diz o síndico. "Com isso, eu pagaria os débitos trabalhistas, que têm prioridade", afirma. Os investidores são os últimos da fila. "Em meados do ano que vem, devo fechar o quadro geral de credores e, à medida que formos vendendo os bens, faremos rateios", diz Arruda Pinto, que estima que o processo todo de venda deve levar de dois a três anos.

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