Contabilidade: Reguladores agora querem enfrentar os banqueiros
Jonathan Weil, Bloomberg
Os figurões da contabilidade nos Estados Unidos estão mostrando que possuem espírito de luta, afinal de contas. Chame-os de loucos, ou talvez apenas corajosos. O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb) está se preparando para mais uma briga com o setor bancário envolvendo a contabilidade da marcação a valores de mercado. E, desta vez, é o Fasb que está em vantagem.
Foi muito recentemente, em abril, que o Fasb cedeu às pressões do Congresso americano, aprovando mudanças emergenciais nas regras para que os bancos e companhias de seguros pudessem manter as perdas de longo prazo com títulos de dívida podres fora de suas demonstrações de resultados.
Agora o Fasb diz que poderá ampliar o uso dos valores justos de mercado nas demonstrações financeiras das empresas de capital aberto de uma maneira como nunca fez antes. Até mesmo os empréstimos terão de ser lançados no balanço a valores justos, sob uma decisão preliminar tomada em 15 de julho. O conselho poderá decidir sobre a publicação de uma proposta formal sobre o assunto neste mês.
"Eles sabem que pisaram na bola e agiram para corrigir isso", diz Adam Hurwich, sócio da Jupiter Advisors, uma administradora de investimentos de Nova York, e membro do Comitê de Consultoria Técnica a Investidores do Fasb. "Quando maior a resistência que houver, mais credibilidade será estabelecida."
O alcance da iniciativa do Fasb, que passou quase despercebida pela imprensa, é enorme. Sob o plano do conselho, todos os ativos financeiros teriam de ser registrados a valores justos no balanço a cada trimestre.
Isso significaria um fim nas classificações de ativos como os de mantidos para investimento, os mantidos até vencimento e os mantidos para venda, juntamente com seus tratamentos diferentes no balanço.
A maior parte dos empréstimos, por exemplo, provavelmente seria apresentada no balanço a preço de custo, com um item abaixo mostrando a mudança acumulada no valor justo, seguido abaixo de um item com um número de valor justo líquido. Para os bancos, as mudanças nas regras poderão significar um reconhecimento mais rápido das perdas com empréstimos, resultando em lucros e valores marcados menores.
O Fasb disse que os instrumentos financeiros do lado do passivo do balanço também teriam que ser registrados a valores de mercado, embora possa haver exceções para o endividamento próprio de uma companhia ou os depósitos dos clientes de um banco.
A postura do Fasb é mais dura com os bancos do que o caminho tomado pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), com sede em Londres, que no mês passado divulgou uma proposta que permitiria às empresas continuar carregando muitos ativos financeiros aos custos históricos, incluindo empréstimos e títulos de dívida. Os dois conselhos reuniram-se no dia 24 de julho em Londres para discutir seus planos contrastantes.
Os balanços patrimoniais poderiam ser simplificados, mas as demonstrações de resultados adquiririam novas complexidades. Estas incluiriam mudanças nos valores de todas as ações do capital e quase todos os derivativos. Os pagamentos de juros, dividendos e perdas de crédito também ocorreriam em valores líquidos, assim os lucros e perdas realizados. O mesmo aconteceria com as flutuações em todos os instrumentos de dívida com derivativos embutidos em suas estruturas.
Outros itens, incluindo as flutuações a valores justos de certos empréstimos e títulos de dívida, seriam encaminhados para uma seção chamada lucro amplo ("comprehensive income"), que apareceria pela primeira vez antes da demonstração de resultados, abaixo do lucro líquido. O lucro amplo aparece hoje no balanço patrimonial das companhias.
Outra peculiaridade é que o Fasb não pretende exigir os números por ação no lucro amplo. Somente o lucro líquido vai aparecer em uma base por ação. Minha aposta é que os analistas de Wall Street terão uma propensão menor a publicar estimativas de lucros trimestrais usando o lucro amplo.
Pense agora como a saga do CIT Group poderia ter se desenrolado se os empréstimos já estivessem sendo marcados a valores de mercado. O banco comercial, que está lutando para evitar a falência, disse em uma nota explicativa de seu último balanço anual que seus empréstimos até 31 de dezembro eram US$ 8,3 bilhões menores que o mostrado no balanço. A diferença era maior que o patrimônio líquido divulgado pelo CIT.
Isso mostra que a instituição provavelmente estava insolvente meses antes disso, só que seu valor contábil não mostrava isso.
A discussão sobre a contabilidade da marcação por valores de mercado é antiga. Muitos bancos e seguradoras afirmam que as estimativas feitas pela chamada marcação a mercado, ou pelo "valor justo" nem sempre são confiáveis e criam uma instabilidade enganosa em seus números.
Os investidores que preferem os valores justos para os instrumentos financeiros afirmam que esses são mais úteis, especialmente no que diz respeito a sinais de alerta de problemas nos negócios de uma companhia.
"O que está sendo travada é uma guerra religiosa", disse o membro do Fasb Marc Siegel na reunião do mês passado. "E está muito claro para mim que nenhum dos lados vai ceder."
Portanto, o Fasb criou uma maneira de permitir aos leitores dos balanços das empresas, com que eles vejam valores alternativos para os empréstimos e vários outros instrumentos financeiros - a preços de custo ou a valores justos - sem ter de buscar isso nas notas explicativas. Na reunião do mês passado, o membro do Fasb Tom Linsmeier chamou isso de "uma abordagem muito útil que resolve as preocupações de ambos os elementos".
É claro que isso não vai satisfazer o lobby bancário, que não quer nenhuma expansão significativa da contabilidade do valor justo. "Acho que a melhor coisa que posso dizer é que é difícil encontrar vantagens nisso", me disse Donna Fisher, diretora de tributação e contabilidade da American Bankers Association.
Se os banqueiros não gostaram, deve ser um bom sinal de que o Fasb agora está fazendo a coisa certa. (Jonathan Weil é colunista da Bloomberg. As opiniões expressas por ele não são necessariamente as da Bloomberg.)
10 agosto 2009
Reguladores e Banqueiros
BDO e Fraude
Ex-sócio admite culpa em fraude
David Glovin, Bloomberg, de Nova York
O gestor de recursos Mark Bloom declarou-se culpado das acusações de ter roubado pelo menos US$ 20 milhões dos clientes e de mentir para eles, além de ajudar a vender planejamentos tributários ilegais quando trabalhava na BDO Seidman.
Bloom, que mora em Nova York, admitiu culpa num tribunal federal de Manhattan em cinco acusações, incluindo fraude com títulos mobiliários. Ele confessou ter roubado milhões de investidores do fundo de investimento North Hills, com mais de US$ 30 milhões em ativos administrados por ele. Ele concordou em devolver cerca de US$ 20 milhões e em colaborar com os promotores na investigação.
Como parte da admissão de culpa, Bloom, um contador com registro para trabalhar como auditor de companhias abertas, disse que ajudou a vender os chamados "abrigos de impostos" para clientes milionários quando ele entrou para a BDO Seidman, firma americana da rede de consultoria e auditoria BDO International, em 2001. Três outros executivos da BDO Seidman declararam-se culpados no caso dos planos de planejamento tributário, incluindo o ex-vice presidente Charles Bee.
Os promotores afirmaram que o esquema de Bloom funcionou de 2001 até fevereiro deste ano. Bloom mandava demonstrações financeiras falsas aos cotistas e usava dinheiro de novos investidores para pagar os antigos, para comprar objetos de arte, um apartamento em Manhattan e joias.
A sentença está prevista para o início de dezembro.
Valor Econômico - 10/8/2009
David Glovin, Bloomberg, de Nova York
O gestor de recursos Mark Bloom declarou-se culpado das acusações de ter roubado pelo menos US$ 20 milhões dos clientes e de mentir para eles, além de ajudar a vender planejamentos tributários ilegais quando trabalhava na BDO Seidman.
Bloom, que mora em Nova York, admitiu culpa num tribunal federal de Manhattan em cinco acusações, incluindo fraude com títulos mobiliários. Ele confessou ter roubado milhões de investidores do fundo de investimento North Hills, com mais de US$ 30 milhões em ativos administrados por ele. Ele concordou em devolver cerca de US$ 20 milhões e em colaborar com os promotores na investigação.
Como parte da admissão de culpa, Bloom, um contador com registro para trabalhar como auditor de companhias abertas, disse que ajudou a vender os chamados "abrigos de impostos" para clientes milionários quando ele entrou para a BDO Seidman, firma americana da rede de consultoria e auditoria BDO International, em 2001. Três outros executivos da BDO Seidman declararam-se culpados no caso dos planos de planejamento tributário, incluindo o ex-vice presidente Charles Bee.
Os promotores afirmaram que o esquema de Bloom funcionou de 2001 até fevereiro deste ano. Bloom mandava demonstrações financeiras falsas aos cotistas e usava dinheiro de novos investidores para pagar os antigos, para comprar objetos de arte, um apartamento em Manhattan e joias.
A sentença está prevista para o início de dezembro.
Valor Econômico - 10/8/2009
Blogueiro
O blogueiro contador na batalha pelo "valor justo"
Por Nelson Niero, de São Paulo
Jeremy Newman, chefe global da rede de auditoria e consultoria BDO International, pode ser considerado um blogueiro de longa data, comparado aos seus colegas do mundo executivo. Em setembro de 2006, na sua primeira postagem, ainda como presidente da BDO Stoy Hayward, a firma britânica da rede, Newman confessou estar assustado com a tarefa de manter esse diário online. Mas seguiu adiante, apresentando aos seus comentários sobre o assunto que mobilizava a quinta maior firma mundial de contabilidade: a competição com PwC, Deloitte, Ernst & Young e KPMG, as quatros firmas que dominam com grande vantagem o mercado.
Três anos depois, Newman já é um blogueiro inveterado, mas as incômodas "Big Four", como são conhecidas no setor, perderam força, pelo menos na lista de assuntos do blog. O caso é que a crise financeira tratou de colocar outros temas em pauta e, entre eles, a marcação dos ativos ao valor de mercado é sem dúvida a grande coqueluche do momento entre os profissionais de contabilidade. No blog novo que estreou depois de assumir a chefia da BDO International, "CEO Insights", Newman tornou-se uma defensor obstinado da marcação ao valor de mercado, ou "valor justo". No ranking de assuntos, "Mark to Market" bate longe os outros temas - e atrai muita polêmica e muitos críticos.
Para seus defensores - entre eles os mentores da normas internacionais de contabilidade (IFRS), em processo de adoção no Brasil -, o valor justo dá muito mais transparência aos números que são apresentados aos investidores pelas companhias. Alguns políticos e muitos banqueiros americanos não concordam e, no auge da crise, conseguiram que as regras fossem flexibilizadas.
Em entrevista por telefone, a reportagem do Valor usou um dos comentários de um leitor particularmente enraivecido do blog para começar a conversa com Newman: "Se a marcação a mercado é tão sensacional, como conseguimos sobreviver sem ela entre 1938 e 2008?"
O chefe da BDO dá gargalhadas, mas sabe que sua cruzada é séria e enfrenta muitos oponentes de peso. A razão, replica ele, para defender um sistema que segundo seus críticos torna os balanços instáveis, é que os mercados financeiros ficaram muito mais sofisticados e complexos nos últimos anos, um ambiente pouco amigável onde termos exóticos como "securtização" e "colaterização" pipocam sem nenhuma cerimônia. "De uma hora para outra, tornou-se difícil usar os modelos tradicionais para avaliar instrumentos financeiros."
"A marcação pelo valor de mercado não é perfeita. Se fosse, não haveria tanta polêmica. Mas é a melhor opção, porque é a mais transparente e mais consistente", afirma. "Os modelos que estávamos usando para avaliar os instrumentos financeiros são os mesmos que bancos usavam para fazer empréstimos e, se os modelos fossem tão bons, não haveria os prejuízos enormes que vimos." E, lembra ele, foram perdas reais, não perdas contábeis. "Dinheiro de verdade foi perdido e não será pago", afirma. "Mudar as regras da contabilidade não vai criar dinheiro."
A pressão política preocupa Newman, já que a interferência estaria prejudicando a contabilidade. Seria razoável pensar, afirma, que a crise do "subprime" impulsionasse a harmonização das regras contábeis - especialmente entre as americanas e o IFRS -, porque uma língua única tornaria mais fácil o entendimento do que está acontecendo. Mas a ironia é que a turbulência causou muito mais divergência do que convergência.
"As normas internacionais correm risco", alerta. A mensagem para o mundo, que assiste ao tiroteio entre europeus e americanos, não é das melhores. "O Brasil está no G20 e tem mais influência, mas ainda assim eu aposto que vocês também se sentem excluídos dessa discussão, que, no final, vai ter consequências para todos os países". Por isso, afirma, os governos têm que sair da toca e sustentar o compromisso fechado no último encontro dos países G20 em apoio às normas internacionais de contabilidade. "Não vi ninguém fazer isso ainda."
O momento não é bom para a contabilidade e nem para os negócios. Com firmas em mais de 100 países, a BDO, como seus concorrentes, está em busca de crescimento fora das economias "maduras" do hemisfério Norte. Não é novidade que o Brasil e seus colegas que ficaram conhecidos pela sigla Bric - Rússia, Índia e China -são o alvo.
"O Brasil parece mais estável que as economias vizinhas", diz Newman, que esteve no Peru há alguns meses, mas ainda não veio ao país onde tem sociedade com a Trevisan.
"Os países [do Bric] são muito diferentes entre si e as estratégias para cada um têm que levar isso em conta", lembra. "Apesar da China apresentar oportunidades enormes de crescimento, o Brasil tem um nível de sofisticação muito maior", afirma.
Em termos práticos, no entanto, a maior parte do dinheiro vai para onde estão as "oportunidades enormes". Nos seus dez meses como chefe global, Newman já foi seis vezes à China, o que não deixa margens de dúvida sobre quem está no topo da lista. Perguntado se essa preferência pelos chinesas não poderia enciumar seus sócios do Brasil, Newman usa a fleuma inglesa para afirmar que a BDO Trevisan é perfeitamente capaz de tocar o negócio sem sua interferência.
Investidores e Mentiras Corporativas
ARTIGO - É preciso acabar com as mentiras corporativas
Steven Pearlstein*, THE WASHINGTON POST
Em seus acordos desta semana com o Bank of America, a Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à CVM brasileira) ofereceu um vislumbre das manobras espertas que as companhias de capital aberto usam para ocultar informações vitais de seus donos.
Em novembro passado, o Bank of America pediu a seus acionistas para gastar US$ 50 bilhões na compra do banco de investimentos em dificuldade Merrill Lynch. A procuração buscando essa aprovação afirmava que o Merrill Lynch havia concordado em não conceder compensações arbitrárias - bônus - a seus empregados em 2008 sem antes obter aprovação escrita do Bank of America. O que ela não mencionou foi que, semanas antes, funcionários do Bank of America já haviam concedido essa permissão, limitando os pagamentos de bônus a US$ 5,8 bilhões.
Esse é um procedimento operacional bastante padrão nas corporações americanas - o Bank of America só teve a infelicidade de ser apanhado.
Para melhorar preços de ações e reputações, executivos de corporações chegam ao ponto de ludibriar seus acionistas e colocar a melhor luz sobre o que eles próprios estão fazendo. Eles contratam advogados badalados de Wall Street, como o Bank of America fez com Watchell Lipton, para descobrir maneiras espertas de acentuar os fatores positivos enquanto escondem em notas de rodapé qualquer informação que possa provocar controvérsias ou colocar as coisas sob uma luz ruim.
Em sua versão de realidade corporativa, as ações judiciais são sempre desprovidas de mérito, executivos só saem por "razões pessoais" e ações regulatórias são acertadas, não porque alguém fez alguma coisa errada, mas simplesmente para evitar o custo do litígio.
Com o tempo, esse jogo cínico se tornou tão entranhado que investidores, analistas e jornalistas econômicos agora simplesmente dão como certo que estão sendo enrolados ou ludibriados. Sempre que surge uma má notícia, os investidores supõem que estão lhes contando apenas a metade da história e reagem com exagero, levando as empresas a serem ainda menos leais na vez seguinte. O resultado é um círculo vicioso de enganos e desconfiança.
Não custa lembrar que os investidores no Citigroup não tinham uma pista sobre os bilhões de dólares que possuíam em forma de risco em veículos de investimento mantidos fora dos livros contábeis até que esses investimentos levaram os bancos à beira do colapso.
Foi somente alguns meses depois que o American International Group (AIG) foi salvo pelo governo, que o Goldman Sachs reconheceu que possuía bilhões de dólares em credit default swaps na seguradora.
E foi só depois que a Fannie Mae e a Fredddie Mac foram encampadas pelo governo que se soube quanta exposição a empréstimos subprime elas tinham, de fato, nos seus balanços.
Ou tome-se o exemplo da General Growth Properties, o gigantesco fundo de investimento imobiliário que pediu concordata no primeiro semestre quando não conseguiu refinanciar bilhões de dólares em dívidas. O primeiro sinal da companhia aos acionistas de que alguma coisa estava errada veio em 22 de setembro de 2008, muito depois de suas ações terem começado uma forte queda.
Naquele dia, a General Growth emitiu um release anunciando que seus diretores e executivos estavam "fazendo uma avaliação abrangente de suas alternativas, tanto financeiras como estratégicas, num esforço para alinhar o valor de mercado das ações ordinárias da companhia mais perto do valor intrínseco do portfólio estável, de alta qualidade, em ativos imobiliários em boas localizações com barreiras significativas à entrada da companhia."
Somente depois de citar taxas de vacância baixas recordes e o lucro operacional crescente a companhia chegava ao ponto: um plano "para gerar capital de diversas fontes potenciais, incluindo, mas não se limitando, vendas de ativos centrais e não centrais, a venda de joint ventures ou de ações preferenciais de pools selecionados de seus ativos, uma infusão de capital em nível corporativo e/ou combinações de negócios estratégicos."
Tradução: os valores dos imóveis comerciais estão despencando, o financiamento está secando, o preço de nossas ações está em queda livre e, por causa de aquisições imprudentes, estamos muito endividados. A única maneira de sair dessa encrenca é vender algumas de nossas melhores propriedades, fundir com um competidor mais forte ou encontrar um novo grande investidor.
Esse tour de force retórico foi repetido meses depois, quando a General Growth emitiu outro release, este anunciando que dois membros de seu conselho de diretores, Adam Metz e Thomas Nolan Jr., haviam assumido os papéis de diretor executivo e presidente numa base interina. Os investidores não receberam nenhuma explicação para o remanejamento, mas foram tranquilizados pelo diretor executivo deposto, John Bucksbaum, de que "Adam e Tom trazem uma riqueza de experiência em finanças e imóveis para nossa companhia".
Foi somente quando leu o jornal no dia seguinte que um investidor ficou sabendo a história verdadeira: que Adam, Tom e os demais diretores haviam demitido Bucksbaum depois de descobrir que ele e sua família tinham violado a política da empresa ao fazer empréstimos ocultos a alguns executivos seniores - entre os quais o recém-demitido diretor financeiro - para que eles pudessem cumprir pedidos de cobertura de suas ações da General Growth.
É um bom sinal que a nova equipe da SEC tenha decidido jogar duro com o Bank of America, mas será preciso mais - muito mais - para transformar uma cultura corporativa hoje entranhada pela ocultação. Não se trata apenas de os investidores merecerem informações melhores sobre as companhias que possuem.
Trata-se também de que os executivos serão menos propensos a cometer erros crassos se souberem que não podem varrê-los para debaixo do tapete.
* Steven Pearlstein é jornalista
Estado de S Paulo 7/8/2009
Obesidade
Economia comportamental tenta encontrar uma estratégia mais efetiva para derrotar a obesidade estudando os padrões de comportamento e testando como as modificações no comportamento podem resultar na perda de peso. Um estudo conduzido pelo American Economic Review encontrou que mostrar as calorias não resultou em perda de peso entre os consumidores de restaurantes de Nova Iorque. Os melhores métodos de perda de peso inclui usar um prato de 25 centímetros, não comer enquanto assiste televisão e comer frutas antes dos lanches. Esse métodos tem um efetividade limitada, mas a economia comportamental está aumentando mais conhecimento numa indústria não científica da dieta.
Andrew Leigh - The Economics of Obesity - Australian Financial Review - 28/7/2009 - AFRNR - 62
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