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30 julho 2009

Futebol, Evidenciação e Desempenho

Qual o nível da evidenciação das informações contábeis geradas pelos clubes de futebol no Brasil? Usando uma abordagem de checklist, eu, Higor Teixeira e Jorge Katsumi fizemos uma pesquisa em 19 clubes de futebol no Brasil - todos da série A ou B do campeonato brasileiro de 2007. Os clubes que participaram do estudo foram os seguintes:

Atlético Mineiro; Barueri; Atlético Paranaense; Coritiba; Corinthians; Gama; outro de Minas; Ponte Preta; Flamengo; Santo André; Fluminense; São Caetano; Grêmio;
Internacional; Palmeiras; Paraná; Santos; São Paulo; e Vasco.

A tabela a seguir mostra a evidenciação dos itens recomendados pela Lei 6404. O único clube que não divulgou todas as demonstrações do artigo 176 da lei foi o Gama - publicou apenas o Balanço e a DRE. O Gama também não publicou o parecer de auditoria. Mas somente 6 redigiram o Relatório de Administração.



A tabela a seguir mostra os itens de menor evidenciação. Somente um clube divulgou o balanço social, por exemplo.


O gráfico a seguir mostra a relação entre receita e evidenciação. Em outras palavras, quanto maior o clube (ou seja, maior receita) maior a evidenciação contábil. Existe um ponto fora do padrão (outlier) que é o Vasco, com receita de R$51 milhões e baixa evidenciação.


O ponto mais interessante encontra-se a seguir. A relação entre evidenciação e desempenho é positiva. Ou seja, os clubes com melhores desempenho em campo foram aqueles que evidenciaram mais suas informações. A relação não é muito forte (R2 de 0,23 indica que 23% da evidenciação poderia ser explicada pelo desempenho), mas é significativa.



Este trabalho será apresentado no Congresso USP de Iniciação Científica, no dia 31 de julho, as 16:30. Estão todos convidados a participar.

Teste #120

Você seria capaz de ligar os gráficos das cotações anuais, em bolsas dos EUA, de três empresas brasileiras: Aracrzu, Inbev e Vale



Figura 1


Figura 2


Figura 3

Resposta do Anterior: a = iii; b = i; c = ii

Manipulações do mercado publicitário

Formatura casa com propaganda online?
Ethan Smith e Sabrina Shankman, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 29/7/2009

Mês passado, Kenya Mejia, de 18 anos, encerrou seu discurso de formatura na Escola de Ensino Médio Alexander Hamilton, de Los Angeles, com um recado surpreendente: declarou abertamente a paixão por um colega.

"Não posso deixar passar esta oportunidade", disse Mejia, que vai estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. "Eu te amo Jake Minor!"

A audiência se empolgou. Minor se levantou e comemorou a declaração. E, poucos dias depois, Mejia descontou um cheque de US$ 1.800.

A comoção criada por Mejia foi na verdade parte de uma jogada elaborada por executivos e consultores de marketing para o estúdio de cinema Twentieth Century Fox, cuja sede se localiza a uns 3 quilômetros da Alexander Hamilton.

O objetivo da armação, que incluiu uma empresa de marketing chamada Intelligence Group e pelo menos outra firma, era criar burburinho "viral" na internet para a comédia romântica "I Love You, Beth Cooper" (sem previsão de lançamento no Brasil), em que o protagonista usa um discurso de formatura para declarar seu amor pela garota mais popular da escola. A Fox e seus consultores conceberam o plano para recriar a cena antes da estreia do filme nos Estados Unidos, em 10 de julho, dizem pessoas a par da questão, na esperança de provocar discussões online sobre como o filme supostamente inspirou imitadores.

O incidente é um exemplo de uma tática cada vez mais comum em Hollywood: encenar eventos que parecem espontâneos para inspirar burburinho na internet.

"Brüno", uma comédia da Universal Pictures que estreou no mesmo dia que "Beth Cooper", usou métodos parecidos. Na cerimônia do prêmio de cinema da MTV, em maio, o astro do filme, Sacha Baron Cohen, foi jogado abruptamente por fios sobre o rapper Eminen numa aparente falha técnica que deixou os dois numa posição sugestiva.

Depois de dias de especulação sobre se o episódio foi realmente um acidente, o rapper reconheceu que ele havia sido encenado pelos realizadores do filme.

Em 2007, a Hollywood Records, gravadora da Walt Disney Co., ajudou a cantora Marie Digby a produzir vários vídeos de aparência caseira para divulgação na internet. Só depois que os vídeos começaram a atrair milhões de visitantes é que a gravadora divulgou um comunicado anunciando que tinha contratado "o novo fenômeno do YouTube" — embora as duas partes já tivessem um contrato desde 2005. Mas a carreira de Digby acabou não decolando.

Algumas semanas antes da temporada de graduações, um empregado da Intelligence Group pediu a membros de um grupo de estudos que ajudassem a encontrar formandos. A empresa, divisão da Creative Artists Agency, faz pesquisas regulares com milhares de adolescentes para identificar tendências de consumo. Um participante era amigo de Mejia e a abordou com a proposta da empresa: ela receberia de US$ 1.000 a US$ 1.500 se mencionasse o filme e dissesse que o trailer a inspirara a fazer sua própria confissão.

Mejia, que se descreve como "tipo assim, a pessoa mais introvertida do mundo", diz que ainda não consegue acreditar que participou da trama. "Não sei o que me deu na cabeça", disse Mejia ao Wall Street Journal por telefone de Cambridge, no Estado de Massachusetts, onde ela está matriculada em diversas aulas preparatórias de ciências antes de começar o primeiro ano de faculdade.

A Fox contratou outra firma para filmar o episódio num estilo que imitasse o de um vídeo caseiro. A empresa então o colocou no YouTube — uma tática empregada por um número cada vez maior de marqueteiros interessados em criar vídeos aparentemente amadores que parecem mais autênticos do que anúncios convencionais.

Infelizmente para o estúdio, a jogada não deu frutos. "I Love You, Beth Cooper" foi um fracasso numa temporada em que os filmes andam faturando bem. O filme, de produção estimada em US$ 19 milhões, arrecadou apenas US$ 13,4 milhões nos EUA nas primeiras três semanas, segundo o site Hollywood.com. Nem Mejia o viu.

Um porta-voz da Fox, filial do conglomerado de comunicação News Corp., que também controla a Dow Jones & Co, editora do Wall Street Journal, disse: "Contratamos uma empresa externa para pesquisar oportunidades de publicidade viral, e essa foi uma das oportunidades que eles encontraram." Uma porta-voz da Creative Artists Agency se negou a comentar.

Mejia diz que planeja usar os US$ 1.800 que ganhou para pagar despesas no MIT. Pessoasa par da transação confirmam a quantia, mas não está claro por que ela recebeu mais do que a oferta inicial.

Vale

Vale: lucro líquido cai 81,5% no 2º trimestre para R$ 1,46 bi
AE Conjuntura e Finanças

O lucro líquido da mineradora Vale caiu 81,5% no segundo trimestre deste ano, para R$ 1,46 bilhão. Pelo padrão de contabilidade norte-americano, o lucro líquido da Vale caiu 84,2% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 790 milhões. A receita líquida da empresa no segundo trimestre teve queda de 53,3%, recuando para US$ 4,948 bilhões. O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de US$ 1,72 bilhão no segundo trimestre, queda de 72,3%.

De acordo com o balanço financeiro divulgado hoje pela Vale, o volume de vendas de minério caiu 28,5% ante o segundo trimestre de 2008. O preço médio do minério foi 31,48% inferior na mesma comparação. Já as vendas de níquel ficaram estáveis.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

EMH, Finanças Comportamentais e Crise

A crise de 2007 foi devastadora não somente para os bancos, mas também para uma disciplina acadêmica inteira de economia financeira, afirma a The Economist (Efficiency and beyond, 16/7/2009). A idéia que predomina é que os economistas financeiros ajudaram a começar a festa dos banqueiros. Apesar disto, existem defensores da EMH (efficient-markets hypothesis). Myron Scholes, que venceu o Nobel de Economia em 1997 e ajudou a criar a indústria de modelagem financeira - afirmou que "existem modelos e existem aqueles que usam os modelos". Segundo a The Economist, Scholes sabe o que fala: ele participou do Long-Term Capital Management (LTCM), um fundo hedge que faliu em 1998.

Dois trabalhos anteriores, no entanto, já apontavam uma contração nas EMH. Em 1980 Sanford Grossman e Joseph Stiglitz mostraram que se todos os preços refletissem todas as informações disponíveis não haveria incentivos para os investidores. Ou seja, é necessário que o sistema funcione com um pouco de ineficiência.

Mais recentemente, os pesquisadores começaram a investigar as chamadas “institutional frictions” dos mercados. Entre estes pesquisadores, aqueles que se dedicam as finanças comportamentais. O texto destaca o livro de Shiller e Akerlof, Animal Spirits. E o trabalho de Thaler, que afirma que os pesquisadores da área são menos arrogantes.

Mas existe uma convergência entre ambas as teorias já que elas estão perguntando as mesmas questões.

Balanço ou Balancete

Com respeito a postagem Este Seria um Bom Teste recebo a seguinte contribuição do Alexandre Alcantara:

Dizer que balancete "não segue as normas contábeis vigentes" é um absurdo cometido pelo advogado que não sabe que balancete é levantado antes do encerramento das contas de resultado.

É claro que se o balancete é fruto da falta de observancia de normas o balanço idem.

Um abusrdo mesmo. Algumas pessoas que leram este mesmo post em meu blog tb perceberam.

Concordo com o mesmo que se o Edital pede Balanço, somente Balanço pode ser aceito. O problema que algumas comissões de licitação não entendem de contabilidade (então para que pedem balanço?) e pedem o Balanço do último mês, pensando que tudo é a mesma coisa.