Translate

17 julho 2009

Guerra Religiosa na Contabilidade

Nos últimos dois anos a contabilidade envolveu-se em uma guerra religiosa. De um lado estão aqueles que querem empréstimos, títulos e outros ativos financeiros sejam apresentados a preços de mercado. De outro lado estão os gerentes, apoiado por muitos políticos e reguladores, que prefeririam que os ativos sejam escriturados pelo custo amortizado e apenas baixar quando as perdas são prováveis.


Divine intervention - Accounting rules for financial firms are a mess. New proposals go some way to cleaning them up - The Economist - 16/7/2009

As duas possibilidades possuem problemas. A marcação a mercado tem sido acusada de obrigar a baixas exageradas que levou a uma situação de insolvência as instituições financeiras. O segundo lado é acusado de usar a regra antes da crise, mas não na crise.

Para complicar as normas permitem que diferentes empresas possam ter ativos idênticos por preços diferentes. E reconhecer a perda de forma diferente.

Para a The Economist,

O resultado ainda é uma bobagem, mas um tipo superior de lorota. Com alguns ajustes, deve entregar o que ambos os lados querem: contabilidade que não agrava o ciclo econômico, mas que ainda permite aos investidores usar ativos a "preços de mercado".


Para resolver a perda de autonomia que os reguladores tiveram recentemente, o texto recomenda a continuidade do processo de fusão das normas internacionais, restaurando a confiança, impedindo que normas nacionais se sobreponham e reduzindo o lobby nacional. Encerra o texto com,

Investors need not trust in God, but they must be able to trust accounts.

As novas normas do Iasb, segundo a The Economist

Em Marks and sparks - Accountants draw up new rules for financial firms a revista The Economist de 16 de julho de 2009 comenta a recente proposta de alteração da contabilidade pelo Iasb. O texto inicia lembrando que reescrever leis com pressa nunca é uma boa idéia, embora seja isto que o International Accounting Standards Board (IASB) esteja fazendo.

Apesar do aspecto desagradável da pressão política para mudar as regras, a revista reconhece que a mudança é necessária: as regras atuais são confusas, com exceções, mistura de mensuração e maneiras diferentes de reconhecer perdas. Ou seja, o resultado é a falta de comparabilidade.

O sistema proposto admite somente dois tipos de mensuração. Para a The Economist o sistema proposto é muito mais simples do que o existente. Mas, conforme um executivo da área financeira, a fronteira entre os dois tipos de ativos é muito tênue. Mas isto é inevitável, segundo a revista.

Muito provavelmente a proporção de ativos avaliados pelo valor justo deve reduzir. Mas qualquer outra coisa seria passível de pressão por parte dos governos europeus, lembra o texto.

Custo do Apagão

Apagão de energia elétrica custou ao país R$ 45 bilhões, conclui TCU

O apagão de energia elétrica, ocorrido entre 2001 e 2002, custou R$ 45,2 bilhões. A conclusão e do Tribunal de Contas de União (TCU) que divulgou, ontem, um relatório sobre os efeitos daquela crise nas empresas, no governo e para os consumidores.

Segundo o TCU, a maior parte do prejuízo foi paga pelos contribuintes. Os consumidores pagaram 60% do prejuízo do apagão de energia por meio de aumentos nas contas, o chamado repasse tarifário. Esse percentual equivale a R$ 27,12 bilhões.
O restante foi custeado pelo Tesouro Nacional, o que também onerou os contribuintes.

O relatório lembra que o Tesouro fez aportes em diversas companhias através do BNDES e pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) - empresa criada durante a crise para administrar o valor do "seguro apagão", quantia cobrada dos consumidores para fazer frente a eventuais dificuldades no setor. O tribunal verificou ainda que os R$ 45,2 bilhões permitiriam a construção de seis usinas como a hidrelétrica de Jirau, que será erguida no rio Madeira.

"A população brasileira sofreu com o racionamento de energia", disse o ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do processo no TCU. Ele lembrou que a atividade econômica teve uma redução no período do apagão. A taxa de crescimento da economia caiu de 4,3%, em 2000, para 1,3%, em 2001. "Com ela adveio problemas como desemprego, redução da competitividade do produto nacional, diminuição do ritmo arrecadatório, entre outros", afirmou o ministro.

O relatório contém recomendações para evitar que ocorram apagões no futuro. Para Rodrigues, o governo deveria aumentar o orçamento da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável por fiscalizar as empresas do setor. "Cabe a essa importante agencia regular e fiscalizar esse mercado que movimenta anualmente cerca de R$ 90 bilhões somente em compra e venda de energia elétrica", advertiu. No entanto, a Aneel obteve orçamento de apenas R$ 365 milhões para 2008, dos quais R$ 150 milhões foram gastos, pois o restante foi contingenciado (retido) pelo governo para outras atividades.

O TCU recomendou a Casa Civil que faca uma analise geral das condições de trabalho no Ministério das Minas e Energia (MME), na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e na Aneel. O objetivo e verificar se esses órgãos possuem estrutura organizacional, física e de pessoal adequadas para fiscalizar o setor. Segundo o tribunal, a Casa Civil deve promover "melhoramentos, se for o caso, de forma a mitigar os riscos futuros de uma crise energética".

As recomendações serão enviadas a ministra Dilma Rousseff, que ocupou o comando do MME durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005. O ministro Jose Jorge, hoje, no TCU foi, durante a crise, titular da pasta de Minas e Energia. Ele participou do julgamento e endossou o voto a favor dos alertas a Casa Civil. 2009 NoticiasFinancieras - Valor Econômico


Esta é um bom exemplo no estudo da tempestividade da informação financeira. Ou da falta de tempestividade.

Teste #111

Uma pesquisa estava tentando determinar quantos contadores já tinham realizado algum tipo de fraude contábil. Para isto utilizou-se o procedimento metodológico adequado para ter esta resposta (PAENZA, Adrián. Matemática ... Cadê você? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 156-159): cada entrevista entra numa "cabine cega" e joga uma moeda. Se sair cara, ele irá responder "sim" seja qual for a resposta verdadeira. Se cair coroa, deve responde a verdade. O número de participantes foi muito grande e no final 59% responderam sim, que já participaram de alguma fraude contábil. Com base na metodologia, qual o percentual que o pesquisador deve considerar na sua pesquisa?

Resposta do Anterior: Mateus = Hierapolis/Etiopia; Lay = Snowmass; Buchwald = Washington

Custo de Estacionar


Fonte: The Economist via Carpie Diem

Custo e Eficiência no Transporte

É sempre interessante analisar a eficiência e o custo dos diferentes meios de transporte. As figuras a seguir foram retiradas de um sítio da internet e convertidas para km/l usando um outro endereço de conversão.

A primeira figura refere-se a base para os cálculos. Assim, partiu-se da suposição que um avião teria 175 passageiros, por exemplo. Estas suposições são, em alguns casos, irrealistas pois em geral uma aeronave descola com cerca de 70% dos assentos ocupados. (Como cheguei a este dado? As empresas aéreas informam que o ponto de equilíbrio é em torno de 60%.) Uma SUV dificilmente transporte cinco passageiros.



A segunda ilustração apresenta o consumo médio por litro. Este valor pode sofrer variações pela condições do trânsito, manutenção, comportamento do motorista, entre outros fatores. Mas é interessante notar que por este critério a Scooter é o veículo mais eficiente.



A terceira figura parte de uma viagem de 800 quilômetros. O menor custo é novamente da Scooter. Mas a diferença com o carro híbrido não é muito significativa.



A quarta figura é uma derivação da anterior, mas as informações estão em custo por quilômetro. Como o tamanho da viagem é o mesmo para todos os tipos de veículos, a ordem não se alterou.



Finalmente, a quinta figura é controversa, pois mostra o consumo por passageiro. A suposição do número de passageiros termina por penalizar a Scooter.

16 julho 2009

O valor da mudança

As mudanças contábeis realizadas em 2008 permitiram uma melhoria nos resultados das instituições financeiras. O texto a seguir apresenta uma mensuração do valor destas mudanças. Grifo meu.

Las financieras elevan su patrimonio por la nueva normativa
Expansión - 16/7/2009

El patrimonio neto de un centenar de entidades financieras europeas mejoró en 28.000 millones de euros en 2008 gracias a los cambios que aplicaron tras la revisión de varias normas de contabilidad internacional, según un estudio del Comité Europeo de Reguladores (CESR) publicado ayer por la Comisión Nacional del Mercado de Valores.

De acuerdo con este informe, la flexibilización de las normas de contabilidad NIC 39 y NIIF 7 -que se refieren fundamentalmente a la valoración de instrumentos financieros derivados-, el pasado mes de octubre, permitió al centenar de entidades estudiadas -22 de las cuales cotizan en el FTSE Eurotop 100- mejorar el valor de sus activos, ya que el 61% de éstas -porcentaje que supone el 79% del total de los activos en balance- los reclasificó en las cuentas de cierre de 2008.

Información inadecuada

La declaración del CESR muestra también que gran parte de las 100 compañías analizadas -74 bancos, 14 compañías aseguradoras y 8 compañías financieras- no ha hecho pública de forma adecuada toda la información adicional exigida por la norma tras su modificación. En este sentido, subraya la importancia para los usuarios de los estados financieros de hacer públicas las informaciones que la modificación normativa emitida en octubre requería. Según explica, hubiera sido de esperar que las firmas que se han beneficiado de la mayor flexibilidad ofreciesen esta información. CESR publicará a finales de 2009 otro informe en el que analizará el futuro desarrollo de los instrumentos financieros y normas contables.