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22 junho 2009

XBRL

Há uma maneira nova e melhorada para partilhar informações empresariais. Seu nome é XBRL e está prestes a tornar-se uma chave padrão de relatórios financeiros para as empresas em todos os lugares .(...)

XBRL é um padrão que é a base para um novo tipo de software financeiro. É universal e fácil de usar. Uma coisa que faz é codificar dados com rótulos e enviá-los através da Internet, quer para uma agência do governo ou a outra empresa. Existem mais de 16.000 tags para escolher, até agora.

Removing Blindfolds In Financial Reports - JAMES DETAR - 22 June 2009 - Investor's Business Daily

Contabilidade em multinacionais

Você é um político da oposição num país em desenvolvimento rico em minério. Você quer determinar exatamente quanto de imposto é pago e quais os lucros obtidos por uma empresa gigante de mineração. O problema é que você não consegue. Na verdade ninguém consegue.

Nos países mais pobres, as empresas não têm obrigação de divulgar qualquer uma destas informações. Concessão de mineração secreta é ofertada muitas vezes entre as empresas e os políticos corruptos. A sociedade civil não dar uma olhada no que os governos não podem ser responsabilizados.

(...) Os contadores fiscais que usam uma complicada teia de empresas para esconder pagamentos através de mecanismos de preços de transferência poderão em breve ser uma coisa do passado.

(...) A decisão do governo britânico de colocar o relatório de país por país relato na agenda da próxima semana os ministros das finanças G20 é um desenvolvimento significativo. Ele foi justamente saudada pelas entidades do terceiro setor.


Multinationals face exposure: Paying fair Country-by-country reporting - 16 June 2009 - The Guardian - 20

Valor Residual

A seguir, um exemplo de valor residual de ativos:

Fundo para Angra 1 e 2 foi criado em 2006
Valor Econômico - 22/6/2009

O Brasil começou a recolher há apenas três anos os recursos que serão usados na desativação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2. Os custos do futuro processo de desativação - ou descomissionamento, no jargão técnico - são um dos elementos que compõem a tarifa de energia paga pelos usuários de todo o país.

As cotas que compõem o chamado fundo de descomissionamento são depositadas mensalmente pela Eletronuclear numa conta do Banco do Brasil. O fundo é gerido pelo Eletrobrás.

O custo atual estimado para a desativação de Angra 1 é de US$ 232 milhões. O valor corrigido para o ano de 2024 (fim da vida útil da usina) sobe para US$ 307 milhões. No caso de Angra 2, o custo atual estimado é de US$ 281 milhões e o corrigido para 2040, fim de sua vida útil, é de US$ 426 milhões, segundo informações no site da Eletronuclear. Esses valores estão abaixo da média estimada nos EUA, de US$ 450 milhões

Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear, disse que o recolhimento de recursos para a futura desativação das usinas demorou para começar a ser feito por falta de legislação específica.

"A Eletronuclear passou a sofrer cobranças para formar o fundo e então, por determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o fundo foi criado", disse Guimarães.

Segundo ele, os custos do descomissionamento têm subido mais ou menos no mesmo ritmo dos custos industriais. E, para acompanhar essa elevação, a Eletronuclear faz periodicamente uma revisão do valor do fundo e das cotas mensais. A tarifa da energia gerada pelas usinas é regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A Eletronuclear vende a energia para Furnas que por sua vez vende para as distribuidoras de energia pelo país.

Angra 1 começou a operar comercialmente em 1985. Somente a construção de suas instalações custou R$ 1,468 bilhão - valor que não leva em conta os equipamentos. Angra 2 começou a operar em 2001 e a construção de suas instalações custaram muito mais: R$ 5,108 bilhões, segundo dados do site da Eletronuclear.

De acordo com a definição empregada da Eletronuclear, descomissionar uma usina significa adotar um conjunto de medidas "para retirar de serviço, com segurança, uma instalação nuclear - incluindo dependências, terreno, edifícios e equipamento -, reduzindo a radioatividade residual a níveis que permitam liberar o local para uso restrito ou irrestrito."

Existem diversas maneiras de descomissionar uma usina. Guimarães diz que há atualmente apenas cerca de 15 usinas nucleares desativadas no mundo, sob padrões distintos.

21 junho 2009

Rir é o melhor remédio

A crise e as artes:

Normas

Duas dezenas de normas em um ano e meio
18/6/2009 - Valor Econômico

Os trabalhos de publicação das normas para a convergência do padrão nacional ao IFRS seguem aquecidos. Até o momento, considerando as regras emitidas em 2008, já são 20 novos parâmetros contábeis.

A previsão é que, neste ano, sejam emitidos 29 pronunciamentos contábeis até setembro. Desse total, 15 já foram para audiência pública - sendo que 11 estão encerradas. Ainda restam 14 em estágio de elaboração.

Antonio Carlos Santana, superintendente de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), explica que está mantido o objetivo de terminar a emissão das normas até o fim do terceiro trimestre.

As 29 regras deste ano serão aplicadas pelas empresas apenas a partir do primeiro trimestre de 2010. Com isso, os balanços de 2009 seguirão as mesmas regras utilizadas no ano passado. A única diferença é que os resultados deste ano não terão mais a amortização do ágio. "Mas é um item facilmente identificável", destacou Santana.

Apesar da meta de manter o cronograma, em julho, a CVM e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) avaliarão se haverá necessidade de se rever a meta original de adoção completa do IFRS nos balanços individuais - e não apenas no consolidado.

A análise se deve ao cronograma de trabalhos da convergência do padrão americano, o US Gaap, e o internacional, IFRS. A expectativa é que muitas normas sofram revisões. Diante disso, a CVM avaliará se há necessidade de aguardar uma versão mais definitiva das normas. Santana, contudo, não espera mudanças na base das diretrizes e acredita que os trabalhos seguirão o rumo previsto. (GV)

Aracruz e imprensa

A reportagem a seguir mostra a relevância da imagem.

Aracruz mede estrago na sua imagem
17/06/2009
Valor Econômico

O estrago provocado pelas operações mal feitas com instrumentos derivativos acabou trazendo prejuízos àAracruz Celulose muito além dos financeiros. A fabricante de celulose viu sua imagem ser manchada pelas notícias sobre as operações financeiras e decidiu medir o tamanho do índice de exposição negativa na mídia impressa.

A quantidade de reportagens jornalísticas publicadas depois de a empresa ter admitido as bilionárias perdas financeiras cresceu 28.100% no período de agosto e dezembro. Nos meses anteriores, de janeiro a julho, a quantidade de notícias ruins já tinha sido 100% maior.

Em todo o ano, a exposição negativa da Aracruz na mídia representou um crescimento de 6.700%, o que acabou ocupando 16.200 centímetros por coluna. Como comparação, isso significa o equivalente a um jornal com 54 páginas inteiras (tamanho "standard", igual ao qual o Valor é impresso) preenchidas apenas com as matérias, excluindo espaço para fotos, artes e anúncios. Em 2007, o número de artigos negativos havia sido de 200 centímetros por coluna, o que mal preenchia uma página.

Mesmo assim, a Aracruz teve mais reportagens positivas no ano, causadas principalmente pelos anúncios de novos investimentos em fábricas no Rio Grande do Sul e Minas Gerais - que foram depois adiados - e a compra da Arapar pelo grupo Votorantim. Foram 31.800 mil centímetros por coluna, o dobro da quantidade de notícias ruins. A empresa avaliou que sua imagem institucional nas regiões onde opera permaneceram estáveis, a despeito das notícias sobre os derivativos.

Os dados constam de levantamento publicado pela própria Aracruz no seu recém-publicado relatório anual de sustentabilidade. O documento traz informações sobre diversos índices, os quais incluem os dados relativos aos ativos intangíveis da Aracruz - ativos não-físicos, como a imagem da empresa. Procurada, a Aracruz não quis conceder entrevista para falar sobre os índices divulgados sobre a visibilidade da empresa.

A crise também levou a empresa a ser excluída neste ano do índice Dow Jones de Sustentabilidade Global (DJSI World), da Bolsa de Valores de Nova York, que seleciona as empresas com melhores práticas de sustentabilidade no mundo corporativo. A empresa fez parte do índice desde sua criação, por quatro anos consecutivos.

Os prejuízos à imagem da empresa em 2008 podem ser um dos motivos de extinção do nome Aracruz a partir da fusão da companhia com aVotorantim Celulose e Papel (VCP), tema em estudo pelos novos donos da fabricante de celulose. Nas próximas semanas, os novos acionistas da gigante de celulose, o grupo Votorantim e o BNDESPar, deverão divulgar as novidades, como o novo nome da empresa e seu corpo diretivo.

"Os acionistas têm algumas alternativas se não quiserem utilizar o nome Aracruz: engavetar o nome da empresa para que ninguém o utilize, reduzir o peso da marca dando nome a uma unidade, um segmento ou um ativo ou ainda vendê-lo para terceiros", opina o presidente da GlobalBrands, José Roberto Martins, especialista em marcas.