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19 junho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Quem ganha...

Receita da Terco Grant Thornton cresce 15% com adoção da nova lei
Valor Econômico - 19/6/2009

Com um peso cada vez maior das áreas de consultoria e tributos, que já representam cerca de 50% dos negócios, o faturamento da Terco Grant Thornton deve crescer 15% no ano fiscal encerrado em julho, para R$ 110 milhões.

Segundo Mauro Terepins, presidente da firma de auditoria e consultoria, se 2007 foi o ano das ofertas públicas de ações e 2008 das fusões e aquisições, 2009 tem gerado grande volume de serviço com a adaptação das companhias abertas às mudanças contábeis trazidas pela Lei 11.638 e também com a auditoria de grandes empresas - nacionais e internacionais - de capital fechado.

O crescimento dos negócios levou a Terco, que tem cerca de 650 colaboradores, a alugar mais um andar do prédio onde fica sua sede, na região da Berrini, em São Paulo. Neste ano, a empresa deve contratar cem trainees.

Segundo Terepins, a parceria com a Grant Thornton coloca a empresa numa situação favorável para disputar mercado com as chamadas "Big Four" do setor de auditoria - PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young e KPMG. "O mercado era muito concentrado e precisava de alternativa", diz ele, destacando que muitas multinacionais, que no exterior são auditadas por uma das quatro gigantes, escolheram a Terco aqui no Brasil para alguns serviços. "Até para evitar conflito de interesse", lembra ele.

Mesmo ressaltando a fatia maior de mercado entre grandes empresas, ao destacar que a Terco Grant Thornton audita hoje o balanço de "quase 40 companhias abertas", Terepins faz questão de enfatizar que o foco da empresa no segmento de pequenas e médias empresas não foi deixado de lado. "A gente nunca perde a origem. Dos nossos cerca de 1,3 mil clientes ativos hoje, 500 são do 'middle market'", afirma.

Ao ser questionado sobre se ainda há forte demanda de empresas de menor porte para se estruturar para o processo de abertura de capital, como ocorreu em 2007, o presidente da Terco é categórico ao dizer que "o sonho de virar companhia aberta da noite para o dia acabou". Por outro lado, no entanto, ele afirma que as empresas que ficaram de fora da euforia do mercado há dois anos, por falta de estrutura interna de controle e auditoria, aprenderam uma lição. "Se quiser entrar no mercado, esteja pronto. Quem não fizer, vai ficar para trás", afirma.

Assim, segundo ele, mesmo sem a corrida existente em 2007, as empresas médias têm buscado profissionalização, seja para facilitar empréstimos bancários, investimentos de fundos de participação ou captações no Brasil ou no exterior.

Em relação ao mau desempenho das ações de algumas empresas que abriram capital entre 2006 e 2007, o presidente da Terco negou culpa das auditorias. "Os agentes que impulsionaram [a onda de ofertas] não foram os auditores", afirmou, acrescentando que as empresas foram auditadas pelas maiores do mercado, como as "Big Four" e a Terco. "Se algumas não foram bem, foi por problemas do mercado", disse Terepins, que considera que as companhias tiveram, de um modo geral, preocupação em melhorar a governança.

IFRS no Brasil

Empresas estão atrasadas para IFRS
Valor Econômico - 19/6/2009

Foi em 13 de julho de 2007, há quase dois anos, que a Comissão Valores Mobiliários (CVM) informou ao mercado que as companhias abertas registradas no Brasil teriam de publicar o balanço consolidado de 2010 - incluindo a comparação com os dados de 2009 - pelo padrão internacional de contabilidade, chamado de IFRS.

Como era de se esperar, a tradição de deixar as coisas para a última hora foi mantida e muitas empresas ainda nem começaram a se planejar para a tarefa. Segundo Daniel Maranhão, sócio da Terco Grant Thornton e especialista em IFRS, é bom que as companhias comecem a se preparar ao menos neste segundo semestre para implementar as mudanças para evitar atropelos no ano que vem.

"É importante definir um plano e é preciso mudar processos internos para gerar as informações necessárias para o IFRS", diz ele, destacando que as empresas vão se surpreender com o nível de abertura dos dados que passará a ser obrigatório. "O principal choque pode não ser no lucro, mas na divulgação", afirma o executivo.

Para Maranhão, se as empresas deixarem tudo para o ano que vem, o volume elevado de trabalho pode exigir a contratação de consultorias para ajudar na adaptação.

O fato é que as áreas de contabilidade das empresas já estão atoladas de serviço com a adaptação às regras trazidas pela Lei 11.638 e pelos pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Apesar de essa adaptação ser uma etapa importante para a migração do padrão contábil brasileiro ao IFRS, o sócio da Terco ressalta que, mesmo com a regulamentação final de todos os CPCs, ainda haverá diferenças entre os dois padrões. Uma dessas diferenças, por exemplo, é a possibilidade de se fazer reavaliações de ativos segundo o IFRS, algo que foi proibido no Brasil.

Além disso, Maranhão lembra que o próprio IFRS está sendo revisto no exterior e que, quando os balanços forem publicados em 2011, terão de cumprir as regras vigentes na data da apresentação. "Muitas das empresas não têm noção sobre essas atualizações", afirma ele.

Desde o ano passado, o CPC já emitiu 20 novas normas contábeis em conjunto com a CVM. Até o fim do ano, outras 29 deverão ser emitidas. (FT)

18 junho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Efeito das normas

Mudança contábil reduz lucros
Valor Econômico - 18/6/2009

O início da adoção da nova contabilidade brasileira, nos balanços anuais de 2008, trouxe impactos significativos, além de muito trabalho. Estudo da consultoria e auditoria Ernst & Young mostra que os lucros tiveram redução de 20% em relação ao que seriam se apurados pelas normas antigas.

O levantamento contemplou 40 companhias abertas, eleitas entre as 100 de maior valor de mercado na Bovespa. Foram consideradas na amostra as empresas que não são instituições financeiras ou seguradoras e que tenham apresentado conciliação detalhada para lucro e patrimônio no balanço anual do ano passado, comparando as regras novas e as antigas. A pesquisa englobou companhias representantes de dez diferentes setores da economia.

De acordo com o estudo, o lucro líquido somado dessas companhias foi de R$ 67 bilhões em 2008. Esse valor foi reduzido em R$ 16,5 bilhões pelas 17 novas regras contábeis emitidas do ano passado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em conjunto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Pelas normas antigas, portanto, o lucro dessas companhias seria de R$ 83,5 bilhões.

As novas normas fazem parte do processo de convergência da contabilidade nacional ao padrão internacional, conhecido pela sigla IFRS. A Brasil foi colocado oficialmente na rota de harmonização das normas contábeis pela Lei 11.638.

"Esses ajustes são necessários para que as empresas passem a trabalhar com um padrão claro, transparente e mais acessível aos investidores, inclusive os estrangeiros", afirmou Reginaldo Alexandre, presidente da unidade paulista da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais.

Na avaliação dele, analistas e investidores estão conscientes de que a redução dos lucros, neste caso, foi contábil e reconhecem os benefícios das novas regras.

Paul Sutcliffe, sócio da Ernst & Young, explica que o efeito da adoção inicial da nova contabilidade no Brasil foi diferente da média geral verificada na Europa. Lá, a aplicação do IFRS produziu, em geral, aumento nos resultados das companhias.

Mas as diferenças se devem, basicamente, às peculiaridades do processo brasileiro, que vem ocorrendo de forma gradual. O objetivo é que as companhias brasileiras estejam plenamente adaptadas ao padrão internacional em 2010.

Com isso, o balanço de 2008 sentiu o impacto de algumas normas, em gerais, redutoras de lucros, mas não o benefício de outras, que podem elevar os ganhos

O momento econômico global do ano de estreia também explica parte do resultado. Sutcliffe contou que o levantamento aponta que duas regras específicas foram as principais responsáveis pela redução dos lucros: a que trata dos efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contáveis e a que diz respeito à perda de valor de ativos.

O ano de 2008 registrou forte variação cambial, com alta do dólar próxima de 32%. As companhias que possuem ativos no exterior costumavam, pelas normas antigas, ser beneficiadas pela valorização desses bens por conta da moeda. Com as regras novas, porém, tal ganho deixou de transitar pelo resultado e passou a ser lançado diretamente no balanço patrimonial, sem afetar o lucro.

Segundo o estudo, somente essa regra, conhecida pela sigla CPC 02, diminuiu o lucro em R$ 8 bilhões, ou em 9,6% sobre o total dos resultados. Das empresas pesquisas, 15 reconheceram um ajuste.

A outra norma relevante cuja estreia gerou estragos nos balanços foi a que trata do valor recuperável de ativos, ou "impairment", como os técnicos gostam de chamá-la - CPC 01. Essa norma determina que ativos que tenham sofrido deterioração de valor devam ter o registro no balanço atualizado para baixo, por meio de uma "baixa contábil". Isso deve ser feito sempre que a companhia perceber que um bem não produzirá a riqueza compatível nem pelo uso nem pela venda.

Foi o segundo item de maior impacto na adoção das normas, produzindo uma diminuição nos lucros de R$ 5,7 bilhões ou 6,8% do total - embora tenha ocorrido em apenas sete das empresas avaliadas. Na opinião de Sutcliffe, o fato dessa norma ter estreado em meio a uma crise sem precedentes contribuiu para o resultado.

A Vale e a Cesp fizeram reduções de R$ 2,4 bilhões e R$ 2,3 bilhões no valor da Inco e da usina Porto Primavera, respectivamente.

Por fim, também a marcação a mercado de instrumentos financeiros das companhias trouxe impactos à última linha do balanço das empresas, especialmente num momento de crise como o fechamento do ano passado. O ajuste a essa regra representou 2,5% sobre o valor dos lucros do ano passado.

Apesar de o ano de 2008 já ter sofrido impactos significativos nos resultados, 2009 e 2010 ainda terão ajustes relevantes.

O sócio da Ernst & Young lembrou que a adoção de uma regra que contribuiu positivamente na Europa começará no Brasil só neste ano. Trata-se da norma que retira do balanço a amortização de ágio proveniente de movimentos de aquisição de companhias. Esse item é importante redutor do lucro, embora sem efeito caixa. O processo de convergência eliminará esse abatimento dos balanços.

Para os resultados do ano seguinte - 2010, portanto - outra regra nova relevante é a da depreciação dos ativos. A norma determinará que o lançamento das despesas pelo uso de máquinas e equipamentos reflita a vida útil dos bens. Para Sutcliffe, é possível que haja um alongamento desses prazos e, com isso, redução das despesas e efeito positivo sobre o lucro.

Pelas regras vigentes, ainda prevalece nos balanços a adoção de taxas de depreciação sugeridas pela Receita Federal, que, de forma geral, tornam a contabilização dos desgaste dos bens mais rápida.

Os resultados do levantamento da Ernst & Young serão apresentados hoje em um ciclo de palestras da Apimec, em São Paulo, a respeito do processo de convergência contábil. Serão cinco manhãs entre hoje e o dia 2 de julho. Cada manhã será dedicada a um setor específico da economia.

Corinthians 3

Postei anteriormente sobre o Relatório de Sustentabilidade do Corinthians (aqui). Usando o exemplo em sala, os alunos constataram que a Demonstração do Resultado não estaria correta:



Na realidade, um exame mais detalhado mostra que o sinal do Rateio das Despesas Administrativas confunde. Trocando este sinal e fazendo os cálculos, o resultado estaria, sim, correto.