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16 junho 2009

Ciência

Honra ao Atlético: nome de abelha
Herton Escobar, SÃO PAULO
16/03/ 2009 - p. a12 - O Estado de São Paulo

Mineiro descobre 7 novas espécies e batiza uma em homenagem ao clube
Etimologia: Esse epíteto específico é uma homenagem ao glorioso Clube Atlético Mineiro, um dos times de futebol mais importantes do Brasil, que celebrou seu centenário em 2008. O Clube Atlético Mineiro, frequentemente chamado apenas de Atlético, ou simplesmente de Galo (uma alusão ao seu símbolo), é considerado dono da mais fanática legião de fãs de futebol do Brasil, com mais de 6 milhões de torcedores.

Parece introdução de álbum de figurinhas, mas o texto acima saiu das páginas da mais conceituada revista de taxonomia (a ciência que descreve espécies) do mundo, a Zootaxa. Faz parte do trabalho de doutorado do biólogo André Nemésio, da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em abelhas da subtribo Euglossina e torcedor fanático do Galo - não necessariamente nessa ordem. A Eulaema atleticana é uma das sete espécies de abelhas da mata atlântica que ele descreve na última edição da revista. “Até onde eu pude pesquisar, é a primeira vez que um bicho é batizado em homenagem a um clube de futebol”, disse o pesquisador ao Estado.

Aos olhos fanáticos de Nemésio - que conta já ter passado 36 horas numa fila, “debaixo de chuva”, para comprar ingressos para um jogo do Atlético na 2ª divisão - o padrão de listras pretas e douradas do corpo da abelha lembra o padrão de listras da camisa do Galo. Daí o nome mineiro - apesar de a espécie ter sido descoberta na Bahia.

É muito comum na taxonomia que os nomes de espécies prestem homenagem a algum cientista, circunstância ou lugar associado à sua descoberta - e não só a alguma característica morfológica. Outra das espécies descritas por Nemésio, a Euglossa carolina, foi batizada em homenagem a três Carlos: Carolus Linnaeus (inventor da taxonomia moderna), Carlos Garófalo (professor da USP de Ribeirão Preto) e Charles Michenes (segundo Nemésio, o mais importante “abelhólogo” do mundo).
Brincadeiras à parte, o trabalho de Nemésio é sério e minucioso. As sete espécies foram descobertas dentro de um processo amplo de revisão da nomenclatura de todas as espécies de abelhas euglossinas da mata atlântica. “Elas são muito difíceis de se identificar, o que acabou criando uma bagunça generalizada sobre nomes e áreas de ocorrência.”

É comum também na taxonomia encontrar uma mesma espécie descrita com dois ou três nomes diferentes por pesquisadores diferentes em lugares diferentes. Por outro lado, há também animais diferentes (mas muito semelhantes) descritos como se fossem a mesma espécie, por falta de comparação mais minuciosa. Foi o que ocorreu com a Eulaema atleticana, que até agora era classificada como E. flavescens, espécie muito parecida (mas não idêntica, como descobriu Nemésio) que vive nas florestas da Venezuela.

As abelhas euglossinas são bem diferentes das abelhas melíferas (produtoras de mel). Não formam colmeias, são solitárias, e muitas têm cores metálicas ou pêlos grossos. São polinizadoras de orquídeas, e tipicamente só ocorrem em áreas de floresta bem preservada. “Muitas orquídeas dependem exclusivamente dessas abelhas para se reproduzir”, diz o pesquisador. “Algumas, de uma única espécie.” Só os machos atuam como polinizadores: usam o aroma das flores para atrair fêmeas.

A maior parte do trabalho de Nemésio foi feito no laboratório, com base na literatura científica e na análise de espécimes “tipos” (referências), guardados em dezenas de museus nacionais e internacionais. “Fui atrás de todos os tipos, levantei todos os nomes citados na literatura e fui comparando”, conta. No fim, após consultar 102 tipos, chegou a uma lista de 54 espécies de abelhas euglossinas da mata atlântica, incluindo as 7 novas e 3 que ele recomenda sejam incluídas na lista de ameaçadas.

Efeito Hawthorne

Quando estudamos a história da administração geralmente focamos inicialmente na escola taylorista (e também nos trabalhos de Henri Fayol). Frederick Taylor foi um engenheiro nascido em 1856 e falecido em 1915, considerado o pai da Administração Científica. Taylor estudou como realizar tarefas dentro de uma fábrica de forma que isto aumentasse a produtividade. Através do estudo dos tempos e movimentos seria possível determinar a melhor maneira de realizar uma tarefa simples. Na contabilidade, o taylorismo resultou na ênfase na mensuração dos custos.

O papel do taylorismo numa fábrica (e do fordismo, derivado deste) está no inconsciente das pessoas através do filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, onde o personagem Carlitos http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Tramp trabalha numa fábrica de produção em massa e sofre os efeitos deste ambiente.

Em contraposição ao taylorismo, surge no início do século XX a escola de Relações Humanas, comandada por Elton Mayo (1880-1949). Este sociologo australiano comandou a famosa experiência de Hawthorne, iniciada na década de 20 do século passado.

Neste ano, a direção da empresa Western Electric contratou Mayo e equipe para realizar experimentos no sentido de verificar os efeitos das condições físicas do trabalho na produtividade dos funcionários. A história conta que existia um departamento de montagem de relés e que o aumento da luminosidade da fábrica gerava um aumento na produtividade. Mas os pesquisadores também descobriram que reduzindo o nível de luz a produtividade continuava aumentando, num contrasenso inesperado.

A partir daí, os estudos voltaram para a relevância das relações humanas no ambiente de trabalho.

Aqui link sobre o assunto. Este link anteriormente postado já mostrava que a famosa experiência tinha problemas.

Agora um texto da The Economist (Questioning the Hawthorne effect - Light work, 4/6/2009) mostra que dois pesquisadores da Universidade de Chicago encontraram os dados originais de Hawthorne e fizeram uma análise econométrica da experiência.

Steven Levitt (co-autor de Freakonomics) e John List constataram que não é possível afirmar que exista evidência necessária sobre a relação entre o nível de produtividade da fábrica e a mudança da luz.

E agora?

15 junho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker, 18/3/2002

Links

Piscinas

Poder das palavras: O que a mulher quer de um homem

The Economist: a situação da educação no Brasil

Produtos patenteados estranhos

Mudança no valor justo e gastos das instituições financeiras com lobby

IASB

Ao mesmo que a convergência torna-se cada vez mais real, discute-se a estrutura do Iasb, responsável pelas normas. A discussão gira em torno da composição do Iasb e seu financiamento.

Com respeito a composição, destaca-se a elevada participação dos EUA e da Europa, em detrimento de outros países, inclusive o Brasil. Além disto, existem reclamações sobre o perfil dos membros [ver este link do blog, por exemplo], para alguns excessivamente acadêmico, para outros com baixa representação dos investidores.

O segundo aspecto é a questão do financiamento. Atualmente as fontes de financiamento do Iasb são realizadas através de doadores voluntários. Em 2008 as quatro empresas de auditoria doaram 2 milhões de dólares. Espera-se reduzir estas doações para tornar o Iasb realmente independente.

Mais sobre o assunto: IASB Governance: The Next Accounting Battlefield

IFRS na Argentina

La profesión contable argentina dio el gran paso para sumarse a una tendencia verificable en más de 110 naciones de todo el mundo, y aprobó el 20 de marzo de este año la adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) del Consejo de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB).

Las NIIF deberán aplicarse obligatoriamente para preparar estados financieros de entidades del régimen de oferta pública, o que hayan solicitado autorización para participar en él.

Se exceptúa a empresas que, estando dentro de la órbita de Comisión Nacional de Valores (CNV), acepten criterios contables de otros organismos reguladores (v.g. BCRA), o no estén incluidas dentro del régimen de la ley 17.811. Asimismo, se permite que todas las entidades exceptuadas - o no alcanzadas -por la obligatoriedad puedan aplicarlas de manera voluntaria.

El énfasis puesto en las empresas del mercado de capitales resulta aún mayor en la actualidad, frente a la crisis financiera mundial: un mundo globalizado necesita información clara, preparada bajo estándares comprensibles por todos sus participantes.

Los estados financieros que se deberán presentar obligatoriamente bajo NIIF son los correspondientes a ejercicios completos iniciados el 1 de enero de 2011, y a sus períodos intermedios, incluyendo -en ambos casos- la información comparativa.

Para poder realizar una transición conforme a los propios procedimientos establecidos por IASB, se establece la obligatoriedad de presentar cierta información complementaria, tanto para el ‘período de transición’ (i.e. los iniciados el 1/1/2009 y 1/1/2010) como para el primer período ‘NIIF’ completo (i.e. el iniciado el 1/1/2011).

Como paso final de esta primera etapa del proceso de adopción, falta que el Directorio de la CNV emita la Resolución que convierta a las NIIF en ‘normas contables legales’.

Sería ingenuo creer que las NIIF solucionarán todas las deficiencias de la información que las empresas comunican a los mercados. En realidad, la novedad superadora de las NIIF radica en su universalidad. Es por ello que deberemos divulgar estos estándares para que no existan asimetrías entre los diferentes sujetos vinculados con la información generada por las empresas y nadie quede ‘en desventaja’ .

Resulta fundamental apostar a la difusión y a la capacitación. Necesitaremos profesionales especializados en la aplicación de estos nuevos estándares financieros globales. En definitiva, el éxito de este proceso dependerá de la participación activa de todos los interesados en los reportes financieros de las entidades.

15 June 2009 - El Cronista Comercial - 029 - Los nuevos estándares contables son un avance y demandan una participación activa - Hernán P. Casinelli (Director de la carrera de Contador Público y Planes Conjuntos, de UADE)

Efeito propriedade

Um dos tópicos estudados nas finanças comportamentais é o chamado efeito propriedade. Este efeito refere-se ao fato de valorizarmos muito aquilo que possuímos.

Uma experiência tradicional que comprovou a existência do efeito propriedade ocorreu num grupo de pessoas, onde metade gostava de café e a outra parte de chocalate. Distribuiu-se, aleatoriamente, chocalates e café neste grupo. E, posteriormente perguntou-se se o grupo gostaria de trocar aquilo que recebeu.

Por um cálculo de probabilidade – supondo que a distribuição dos brindes foi aleatória – espera-se que 50% das pessoas troquem o que recebeu. Entretanto, as pesquisas mostraram que somente uma pequena minoria faz esta troca, pois se apegam aquilo que possuem.

Agora outra pesquisa confirma o efeito propriedade, mas também mostra que isto pode ser muito mais profundo na mente das pessoas que imaginávamos.

Um professor de Harvard, Dan Gilbert, utilizou pacientes com amnésia grave ou outros problemas de memória (via Accounting for the endowment affect http://ftalphaville.ft.com/blog/2009/06/04/56652/accounting-for-the-endowment-affect/ , Financial Times, 4/6/2009). Para cada paciente foram apresentados quadros de pintura com qualidade e estilos parecidos. Solicitou-se então que eles fizessem uma classificação de preferência. Após esta etapa, o pesquisador disse que daria o quatro classificado em quarto lugar.

Meia hora depois, e em razão dos problemas de amnésia dos pacientes, o professor volta a apresentar os quadros e inicialmente pergunta se eles sabem qual quadro lhes pertencem. Como os pacientes possuem problemas de memória, em geral indicam um quadro de forma aleatória. Gilbert repete a experiência solicitando que os quadros sejam classificados por ordem de preferência.

O resultado mostra que em média o paciente classificou o quadro que recebeu anteriormente – e que era o quarto na sua lista de preferência – de maneira superior.

Apesar dos pacientes não saberem que aquele quadro é seu, eles melhoraram sua classificação final.

Aqui, aqui e aqui postagens sobre este efeito.