09 junho 2009
Peter L Bernstein
Bernstein escreveu um dos melhores livros técnicos que já li: Desafio aos Deuses. Neste livro Bernstein conta a história do risco, desde os primeiros trabalhos voltado para jogos de azar e seguros até os dias atuais, com finanças comportamentais. Apesar do tema do livro ser árido, Bernstein conseguiu fazer desta obra um texto muito agradável de ler. Sempre indiquei este livro para meus alunos.
Bernstein (foto) morreu aos 90 anos. Mais aqui.
08 junho 2009
Teste #88
O vendedor Wolfram Anastácio não é lá muito inteligente. Abriu uma loja de material esportivo e no seu primeiro dia fez uma venda para uma pessoa suspeita. O cliente comprou uma bola de futebol por R$12 e pagou com uma nota nova de R$20. Como Wolfram não tinha troco, foi ao restaurante ao lado para trocar a nota. Em seguida, entregou ao cliente a compra além de R$8 de troco. Dez minutos depois o dono do restaurante chega informando que a nota é falsificada. Wolfram pega a cédula, rasga e dá ao dono do restaurante uma nota de R$20. Qual o valor da perda de Wolfram, sabendo que ele trabalha com uma margem de lucro de 100%?
Desafio adicional: faça os lançamentos contábeis.
Resposta do Teste #87: Terrenos, bancos, estoques e máquinas
Desafio adicional: faça os lançamentos contábeis.
Resposta do Teste #87: Terrenos, bancos, estoques e máquinas
Ignore os Investidores!
Segundo Justin Fox, em Ignore Your Investors!(Fortune, 8 de junho de 2009, 20, Volume 159; Issue 12) no passado o conceito de valor dos acionistas era um conceito que fazia sentido. As empresas estavam focadas em fazer o acionista feliz e aumentar o preço das ações. Mas hoje isto parece não ser verdade.
Mesmo Jack Welch, que comandou a General Electric, afirmou recentemente que esta é uma idéia estúpida.
A idéia de agregação de valor é antiga em finanças corporativas. Um livro publicado em 1976 – há mais de 30 anos – de James Porterfield, Decisões de Investimento e Custo de Capital, já comentava, no segundo capítulo, que está é a finalidade de uma empresa. Outros autores, como Rappaport – que é lembrado no texto de Fox – ajudaram a consolidar esta idéia.
Geralmente a idéia de agregação de valor era defendida em contraposição ao conceito contábil de lucro. Substituir a última linha da demonstração do resultado pelo fluxo de caixa descontado. De certa forma, esta discussão significava retirar a atenção para o desempenho do curto prazo e focar no desempenho de longo prazo.
Fox faz uma pergunta interessante: por que aconteceram os problemas recentes com as empresas? Fox lembra que alguns dos problemas estão vinculados ao conceito de eficiência de mercado, desenvolvido na Universidade de Chicago.
A teoria da eficiência de mercado (EMH, como é conhecida) surgiu na década de sessenta e teve em Fama seu grande expoente. A idéia é que os preços das ações refletiam as informações existentes. E que estes preços eram uma síntese da perspectiva futura da empresa.
Mas as pesquisas mostraram que os preços refletem algo mais que o futuro de uma empresa. Variáveis comportamentais e até mesmo os próprios incentivos pagos aos executivos podem influenciar no preço das ações. Em outras palavras, o preço da ação talvez não seja um bom sinal em certas situações. Talvez.
Mesmo Jack Welch, que comandou a General Electric, afirmou recentemente que esta é uma idéia estúpida.
A idéia de agregação de valor é antiga em finanças corporativas. Um livro publicado em 1976 – há mais de 30 anos – de James Porterfield, Decisões de Investimento e Custo de Capital, já comentava, no segundo capítulo, que está é a finalidade de uma empresa. Outros autores, como Rappaport – que é lembrado no texto de Fox – ajudaram a consolidar esta idéia.
Geralmente a idéia de agregação de valor era defendida em contraposição ao conceito contábil de lucro. Substituir a última linha da demonstração do resultado pelo fluxo de caixa descontado. De certa forma, esta discussão significava retirar a atenção para o desempenho do curto prazo e focar no desempenho de longo prazo.
Fox faz uma pergunta interessante: por que aconteceram os problemas recentes com as empresas? Fox lembra que alguns dos problemas estão vinculados ao conceito de eficiência de mercado, desenvolvido na Universidade de Chicago.
A teoria da eficiência de mercado (EMH, como é conhecida) surgiu na década de sessenta e teve em Fama seu grande expoente. A idéia é que os preços das ações refletiam as informações existentes. E que estes preços eram uma síntese da perspectiva futura da empresa.
Mas as pesquisas mostraram que os preços refletem algo mais que o futuro de uma empresa. Variáveis comportamentais e até mesmo os próprios incentivos pagos aos executivos podem influenciar no preço das ações. Em outras palavras, o preço da ação talvez não seja um bom sinal em certas situações. Talvez.
Folha do INSS
Governo licita em julho folha do INSS
2 Junho 2009
Valor Econômico
O governo vai realizar, em julho, a licitação para a escolha dos bancos que vão fazer os pagamentos de novos benefícios previdenciários. A informação foi dada pelo diretor de Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Benedito Brunca, em audiência pública ontem. Apesar das muitas dúvidas e críticas de representantes das instituições financeiras, os editais serão publicados nos próximos dias. "Está fora de cogitação voltar a pagar os bancos por esse serviço", avisou o diretor, referindo-se aos R$ 250 milhões anuais que eram gastos até setembro de 2007.
No mercado financeiro, o sentimento que prevalece é o de que esse ativo perdeu muito valor depois de garantida ao segurado uma ordem de transferência mensal e gratuita para outro banco. Brunca diz que é "zero" o risco de os bancos deixarem de realizar os pagamentos dos atuais benefícios do INSS quando os contratos deixarem de vigorar no fim de dezembro. Na visão dele, impasses anteriores foram resolvidos e o volume movimentado passa dos R$ 200 bilhões. "É importante para o país e para o INSS, mas as instituições também precisam de giro e contato com os beneficiários para buscarem alguma fidelização", disse. (...)
Altura e Desempenho
Pessoas altas têm mais chance de sucesso
Marcelo Rehder
31 Maio 2009
O Estado de São Paulo
Foi preciso se esticar nas pontas dos pés para ganhar alguns centímetros e não ficar escondido atrás do púlpito durante os cinco minutos em que defendeu sua candidatura à presidência da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês). O esforço do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, foi recompensado. Ele bateu seu oponente da Grécia e foi eleito com 70% dos votos dos 157 países que integram a Waipa.
Baixinho assumido, com 1,59 metro de altura, Teixeira se diverte ao relembrar o episódio, ocorrido há um ano.
Não são muitas as histórias de baixinhos de tamanho sucesso. O assunto é polêmico, mas foi demonstrado estatisticamente. Um estudo inédito no Brasil, feito pelos professores Naércio Aquino Menezes Filho, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper, ex-Ibmec São Paulo), e Andréa Zatune Couri, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas altas têm maior probabilidade de concluir mais anos de estudo, ocupar cargos que exigem maior nível de qualificação e ganhar mais que as mais baixas.
De acordo com o estudo, mulheres com estatura entre 1,70 m de altura e 1,75 m, em média, recebem 20,4% mais e completam 15,6% mais anos de estudo do que mulheres com altura entre 1,50 m e 1,60 m.
Já os homens que têm entre 1,80 m e 2,10 m de altura ganham, em média, 70,2% mais e completam 46,7% mais anos de estudo do que aqueles com altura entre 1,60 m e 1,65 m.
A estatura média do brasileiro é de 1,71 m para homens e 1,60 m para mulheres.
Para chegar a essas conclusões, os professores cruzaram dados da Pesquisa de Padrão de Vida (PPV) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), ambas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cerca de 50 mil domicílios brasileiros.
Como em toda pesquisa, os resultados não podem ser generalizados. “A econometria trabalha com médias”, explica o professor Menezes Filho. “ Eu mesmo conheço várias pessoas que têm menos de 1,65 m de altura e são milionárias. Mas é importante notar que existe essa correlação”, frisa o professor, de 1,72 m de altura.
A principal premissa da pesquisa é relacionada a questões socioeconômicas e de saúde. “Pessoas que vivem num ambiente físico e social saudável na primeira infância, e até no útero materno, tendem a ser mais altas”, explica o professor.
A empresária Amália Sina é um bom exemplo disso. Com 1,70 m de altura, que sobe para 1,80 m com o sapato de salto que só tira para dormir, Amália é uma das mais importantes e bem-sucedidas executivas brasileiras de sua geração.
Com MBA em Marketing pela USP e pós graduada em Gestão pelo Triton College, Chicago, Amália já assumiu cargos como presidente da Philip Morris do Brasil e da Walita e sênior vice-presidente da Philips para a América Latina. Recentemente, ela partiu para um novo desafio e criou a Sina Cosméticos, empresa que aliou tecnologia e ativos da biodiversidade brasileira numa linha de tratamento para cabelo e corpo.
“Não é porque uma pessoa é mais alta ou mais bonita que ela terá mais oportunidades”, diz a empresária.
Em geral, acrescenta, pessoas mais altas vêm de famílias mais abastadas, que se alimentaram melhor, tomaram mais leite quando eram pequenas, comeram mais vegetais e praticaram mais esporte.
“É claro que isso se reflete no corpo e na capacidade da pessoa aprender, ter uma formação acadêmica maior e, por consequência, ganhar mais dinheiro”, conclui a empresária.
Marcelo Rehder
31 Maio 2009
O Estado de São Paulo
Foi preciso se esticar nas pontas dos pés para ganhar alguns centímetros e não ficar escondido atrás do púlpito durante os cinco minutos em que defendeu sua candidatura à presidência da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês). O esforço do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, foi recompensado. Ele bateu seu oponente da Grécia e foi eleito com 70% dos votos dos 157 países que integram a Waipa.
Baixinho assumido, com 1,59 metro de altura, Teixeira se diverte ao relembrar o episódio, ocorrido há um ano.
Não são muitas as histórias de baixinhos de tamanho sucesso. O assunto é polêmico, mas foi demonstrado estatisticamente. Um estudo inédito no Brasil, feito pelos professores Naércio Aquino Menezes Filho, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper, ex-Ibmec São Paulo), e Andréa Zatune Couri, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas altas têm maior probabilidade de concluir mais anos de estudo, ocupar cargos que exigem maior nível de qualificação e ganhar mais que as mais baixas.
De acordo com o estudo, mulheres com estatura entre 1,70 m de altura e 1,75 m, em média, recebem 20,4% mais e completam 15,6% mais anos de estudo do que mulheres com altura entre 1,50 m e 1,60 m.
Já os homens que têm entre 1,80 m e 2,10 m de altura ganham, em média, 70,2% mais e completam 46,7% mais anos de estudo do que aqueles com altura entre 1,60 m e 1,65 m.
A estatura média do brasileiro é de 1,71 m para homens e 1,60 m para mulheres.
Para chegar a essas conclusões, os professores cruzaram dados da Pesquisa de Padrão de Vida (PPV) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), ambas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cerca de 50 mil domicílios brasileiros.
Como em toda pesquisa, os resultados não podem ser generalizados. “A econometria trabalha com médias”, explica o professor Menezes Filho. “ Eu mesmo conheço várias pessoas que têm menos de 1,65 m de altura e são milionárias. Mas é importante notar que existe essa correlação”, frisa o professor, de 1,72 m de altura.
A principal premissa da pesquisa é relacionada a questões socioeconômicas e de saúde. “Pessoas que vivem num ambiente físico e social saudável na primeira infância, e até no útero materno, tendem a ser mais altas”, explica o professor.
A empresária Amália Sina é um bom exemplo disso. Com 1,70 m de altura, que sobe para 1,80 m com o sapato de salto que só tira para dormir, Amália é uma das mais importantes e bem-sucedidas executivas brasileiras de sua geração.
Com MBA em Marketing pela USP e pós graduada em Gestão pelo Triton College, Chicago, Amália já assumiu cargos como presidente da Philip Morris do Brasil e da Walita e sênior vice-presidente da Philips para a América Latina. Recentemente, ela partiu para um novo desafio e criou a Sina Cosméticos, empresa que aliou tecnologia e ativos da biodiversidade brasileira numa linha de tratamento para cabelo e corpo.
“Não é porque uma pessoa é mais alta ou mais bonita que ela terá mais oportunidades”, diz a empresária.
Em geral, acrescenta, pessoas mais altas vêm de famílias mais abastadas, que se alimentaram melhor, tomaram mais leite quando eram pequenas, comeram mais vegetais e praticaram mais esporte.
“É claro que isso se reflete no corpo e na capacidade da pessoa aprender, ter uma formação acadêmica maior e, por consequência, ganhar mais dinheiro”, conclui a empresária.
Justiça no Brasil
Walter Ceneviva
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 8/6/2009
MUITOS MILHÕES de processos em andamento no Judiciário brasileiro (nesta semana falou-se em 40 milhões) não têm a menor possibilidade de julgamento a curto prazo. Para enfrentar o problema, surgiram propostas de solução, ainda que parcial, para a crise.
Breve diagnóstico mostra, ao menos em parte, a origem do problema: em 1950 o Brasil andava na casa dos 50 milhões de habitantes, com menos de 8 mil advogados em São Paulo. Em 2010/2020, a população do país poderá ultrapassar os 200 milhões, com 300 mil advogados no Estado e mais de 600 mil no Brasil.
O Judiciário enfrenta o dilema entre melhorar a qualidade e a velocidade de seus serviços ou perder espaço e respeito em sua missão de julgar. As causas da deficiência são conhecidas. O número de juízes não acompanhou o crescimento populacional ou dos advogados. Os aplicadores do direito não se ajustaram à maior quantidade e complexidade das leis, sem falar nas variáveis constitucionais, surgidas em muitas emendas.
Cresceu o número de tribunais do trabalho, de tribunais federais, nas áreas civis e criminais relacionadas com a União, mas o atraso continuou.
Foram convocados juízes de primeira instância para funcionarem na segunda, e, desta, foram deslocados outros para os tribunais superiores. Acrescentou-se ao diagnóstico pessimista a criação nos tribunais superiores, de cláusulas restritivas ou de barreira. Deram causa a que a parte não tivesse seu recurso julgado por motivos insignificantes. Exemplo: a data, na impressão do protocolo no tribunal de origem, saiu imperfeita. Ou porque, num processo demoradíssimo, faltou o carimbo de juntada de um subestabelecimento dado na origem remota. O diagnóstico é, embora correto, injusto. Faz parecer que só o Judiciário é culpado. Culpados são todos, em particular os advogados e o Ministério Público. Não deram atenção à avalanche de autos, não foram firmes na busca de soluções. Não se opuseram às pressões do Executivo, mesmo quando não providas da moralidade prevista no artigo 37 da Constituição, quando governos se recusaram a pagar seus débitos.
Algumas destas questões foram suscitadas esta semana, na AASP (Associação dos Advogados de São Paulo) em palestras ligadas com o lançamento da revista dessa entidade, festejando os 20 anos do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Participando delas, tive oportunidade de dizer que os advogados devem unir-se no trabalho de contribuir para o melhor da prestação jurisdicional.
Convém aos advogados e aos promotores que o Judiciário assegure o respeito da cidadania por suas qualidades, no julgamento rápido e qualificado dos processos. Todos os profissionais da área jurídica são irmãos do mesmo ofício. Precederam os tribunais no uso das técnicas eletrônicas para dar agilidade ao andamento processual. Essa, porém, é uma questão material. Os meios humanos definirão a qualidade da Justiça.
Em tempos mais recentes ampliou-se a convicção de que o Judiciário deve melhorar o cumprimento da missão de resolver dissidências jurídicas. A história das nações aponta nesse sentido. A solução da crise atual depende do trabalho conjunto de todos, sem o qual a Justiça oficial tenderá a ser substituída por outros modos, na composição dos conflitos.
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