A correta decisão de um gestor passa por conhecer alguns dos conceitos técnicos. Em minha opinião, o mais difícil de aprender e aplicar é o de custo perdido. Geralmente a noção de custo perdido é aprendida nos livros de contabilidade gerencial ou de custos, muito embora algumas obras de finanças também comentem o assunto.
Entretanto, apesar da existência do conceito e da explicação, os gestores insistem em não levar em consideração este conceito no processo de tomada de decisão. Isto é algo tão relevante que se criou a denominação de falácia do custo perdido para explicar este problema.
O problema da falácia do custo perdido apareceu num texto do jornal Gazeta Mercantil sobre os parques de diversões (Segunda chance para parques de diversão, 22/4/2009, Finanças & Mercados - Pág. 1, Maria Luíza Filgueiras). O texto procura mostrar que os parques de diversões (Wet´n Wild, Hopi Hari, Playcenter e outros) apresentam rentabilidade reduzida no longo prazo e as empresas estão com problemas de endividamento elevado. Em outras palavras, o custo do capital é superior ao retorno operacional, inviabilizando o negócio.
O Hopi Hari possui público anual de 1,5 milhão de pessoas e gera caixa de 15 a 18% da receita. Uma das alternativas para a Funcef é vender sua participação no Hopi Hari. Mas a decisão foi contrária. Veja o trecho do artigo:
Venda com deságio ou perdão de dívida são as alternativas encontradas pelos investidores para minimizar danos. A Funcef, após provisionar uma perda de R$ 20 milhões em 2003 com o Wet'n Wild, chegou a avaliar a venda de sua participação. "Mas achamos que seria mal negócio, por estar vendendo um crédito, e não a participação de uma empresa, de debêntures cuja remuneração é zero. Não tem mercado secundário para isso", explica Rosa, lembrando que os investidores iniciais saíram do negócio com venda dos papéis entre 3% e 5% do valor de face.
"Preferimos fazer uma nova tentativa e recuperar parte do valor. A idéia da Funcef é vender a totalidade ou parte das ações", afirma. O fundo de pensão precisa enquadrar o investimento à resolução 3.456, que limita participação acionária desses investidores em 20% - com a reestruturação, a Funcef passou a deter 56% das ações.
Esta é uma clara situação de falácia do custo perdido. O investimento já realizado pela Funcef é passado. A análise deve ser feita levando em consideração o fluxo de caixa futuro, comparado com o custo de oportunidade dos recursos do fundo de pensão. Manter o investimento é como “persistir no erro”.
08 maio 2009
A Nova Contabilidade
Conforme já comentado anteriormente neste blog, existe uma proposta conjunta do Fasb e do Iasb em mudar as demonstrações financeiras, classificando todos os itens do balanço, da DRE e dos fluxos de caixa, em financeiro e dos negócios (operacional e de investimento).
Uma crítica que já está sendo feita a proposta (Critics Pan New Financial Statements, Tim Reason, CFO.com, 24/4/2009) mostra este problema:
Interessante, não? Você sabia disto? O mesmo texto cita uma pesquisa entre os CFO e a grande maioria não estava familiarizada com a proposta. E mesmo aqueles que afirmaram saber da proposta, muitos alertavam para o custo e o benefício da alteração.
Uma crítica que já está sendo feita a proposta (Critics Pan New Financial Statements, Tim Reason, CFO.com, 24/4/2009) mostra este problema:
Como resultado, cada um das três demonstrações – balanço patrimonial, demonstração do resultado e demonstração dos fluxos de caixa – serão divididas em duas grandes seções: negócios e financiamento.
A seção de financiamento irá incluir todas as atividades de obtenção de recursos para os negócios da empresa. Para instituições não financeiras, isto inclui primariamente caixa, empréstimos bancários, títulos e outros items que representam o esforço de obter capital.
Na seção de negócios – que poderá ser subdividida em operacional e investimento – terá o foco no que a empresa produz de produtos e serviços. A categoria operacional irá incluir a receita e despesa gerada pela atividade principal e a categoria de investimento irá incluir atividades que geram retorno, mas que não são o foco.
Muitos, particularmente os bancos, comentam que o Fasb e o Iasb necessitam esclarecer mais as atividades de operações e investimento. “Eles estão usando a mesma terminologia que nós usamos no FAS 95 para fluxos de caixa, afirmou John Hepp, partner da Grant Thornton a CFO. Mas elas tem um significado completamente diferente.
Interessante, não? Você sabia disto? O mesmo texto cita uma pesquisa entre os CFO e a grande maioria não estava familiarizada com a proposta. E mesmo aqueles que afirmaram saber da proposta, muitos alertavam para o custo e o benefício da alteração.
Adoção da IFRS
CVM permite, novamente, balanços sem comparação
Valor Econômico - 8/5/2009
Os resultados trimestrais de 2009 já precisam, obrigatoriamente, ser apresentados pelas novas regras contábeis, mas o dado comparativo, ou seja, o do trimestre correspondente do ano passado não precisará ser ajustado aos novos padrões. Isso desde que as notas explicativas detalhem os efeitos que ocorreriam no resultado e patrimônio se as novas regras já estivessem sendo adotadas.
A possibilidade de que os ajustes não sejam feitos foi aberta ontem pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para a autarquia, embora a apresentação do comparativo ajustado à nova contabilidade seja o ideal e o mais recomendado, podem ser apresentados os dados trimestrais de 2008 no padrão anterior, desde que com as devidas notas explicativas.
O gerente de normas contábeis da CVM, José Carlos Bezerra, afirmou que a autarquia vinha recebendo muitas consultas com relação ao assunto, não só de companhias como também de auditores, por isso resolveu se manifestar. Entretanto, a maioria das companhias que já divulgou o balanço do primeiro trimestre ajustou os números.
A falta do ajuste dificulta a análise das demonstrações financeiras, já que a comparação fica prejudicada. O leitor dos balanços terá que buscar informação nas notas explicativas para não comparar dados contabilizados de acordo com regras diferentes.
Bezerra lembra que o prazo de entrega das demonstrações do primeiro trimestre vai até o próximo dia 15. Ou seja, muitas empresas ainda vão entregar os dados. "Buscamos esclarecer essas dúvidas e o Ibracon também está divulgando um comunicado técnico sobre o tema", disse.
O ofício divulgado ontem pela CVM alerta, porém, que está admitindo essa possibilidade no dado comparativo em caráter pontual e que, no próximo ano, os ajustes relativos aos trimestres de 2009, que serão usados para comparação com 2010, serão obrigatórios.
O processo de convergência dos padrões contábeis brasileiros com as normas internacionais foi iniciado oficialmente com a Lei 11.638, assinada no fim de 2007, mas que exigia uma série de regulamentações complementares. Assim, a CVM e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tiveram de correr para emitir uma série de pronunciamentos para balizar a aplicação das regras.
Novas normas foram editadas no ano passado e as companhias tiveram de adotá-las no balanço fechado do ano de 2008, porém os trimestres do ano passado ainda foram divulgados com base nos padrões antigos, gerando o problema comparativo com os períodos deste ano. Mais regras estão sendo emitidas neste ano e serão adotadas a partir de 2010.
Na visão do gerente da CVM, devido ao processo muito atribulado, as companhias podem ter precisado de tempo num primeiro momento para compreender as novidades. "Mas aos poucos as coisas vão entrando nos eixos e sendo assimiladas", disse Bezerra, justificando porque ainda está havendo alguma flexibilidade neste momento, mas lembrando que isso já não será mais necessário no próximo ano.
Inbev tenta fazer caixa
A Inbev vendeu a segunda empresa coreana de cerveja por menos de 2 bilhões de dólares. Empresas como a Inbev, que fizeram aquisições nos bons tempos, necessitam agora de recursos para pagar os financiamentos realizados no passado. No caso da Inbev, 45 bilhões de dívida para adquiri, por 52 bilhões, a Anheuser-Busch. Naturalmente que a parte vendedora tentará convencer os acionistas que o preço foi razoável.
Fonte: Aqui
Fonte: Aqui
Lobby e Ajuda
A imagem a seguir mostra um levantamento das empresas que receberam ajuda do governo estadunidense, da empresa de lobby contratada, do valor gasto com a atividade lobista e o valor recebido. Assim, o Citigroup gastou 1,68 milhão e recebeu 50 bilhões de dólares. (Para ver melhor, clique na imagem).
Índice Dow em 1929
A seguir, as ações que compunham o índice Dow 30 em 1929:
Allied Chemical
American Can
American Smelting
American Sugar
American Tobacco
Atlantic Refining
Bethlehem Steel
Chrysler
General Electric
General Motors
General Railway Signal
Goodrich
International Harvester
International Nickel
Mack Truck
Nash Motors
North American
Paramount Publix
Postum Inc
Radio Corp
Sears Roebuck
Standard Oil
Texas Company
Texas Gulf Sulphur
Union Carbide
US Steel
Victor Talking Machine
Westinghouse Electric
Woolworth
Wright Aeronautical
Fonte: Aqui
Allied Chemical
American Can
American Smelting
American Sugar
American Tobacco
Atlantic Refining
Bethlehem Steel
Chrysler
General Electric
General Motors
General Railway Signal
Goodrich
International Harvester
International Nickel
Mack Truck
Nash Motors
North American
Paramount Publix
Postum Inc
Radio Corp
Sears Roebuck
Standard Oil
Texas Company
Texas Gulf Sulphur
Union Carbide
US Steel
Victor Talking Machine
Westinghouse Electric
Woolworth
Wright Aeronautical
Fonte: Aqui
Conselhos
A questão dos conselhos dentro de uma organização deve ser acompanhada de perto em razão do seu papel no processo de controle.
Recentemente um texto da Gazeta Mercantil (Conselhos devem ser avaliados com rigor, 23/4/2009, Caderno D - Pág. 7, João Paulo Freitas) comentava sobre este assunto. Logo no início o texto afirmava que as decisões ruins dos executivos têm forçado a busca por conselheiros que “entendam profundamente de gestão de riscos”.
No Brasil a atuação destes conselheiros é inadequada em razão dos critérios de sua nomeação serem familiares ou lobistas. Num dos trechos o artigo lembra outro problema do conselho no país:
O texto lembra algumas mudanças recentes nos conselhos de administração.
Recentemente um texto da Gazeta Mercantil (Conselhos devem ser avaliados com rigor, 23/4/2009, Caderno D - Pág. 7, João Paulo Freitas) comentava sobre este assunto. Logo no início o texto afirmava que as decisões ruins dos executivos têm forçado a busca por conselheiros que “entendam profundamente de gestão de riscos”.
No Brasil a atuação destes conselheiros é inadequada em razão dos critérios de sua nomeação serem familiares ou lobistas. Num dos trechos o artigo lembra outro problema do conselho no país:
E ele [Paulo Conte Vasconcelos, da ProxyCon] ressalta outro empecilho além da mera ausência de uma cultura de mensuração: "diversas empresas têm um controlador definido e que faz parte do próprio conselho de administração. Imagine fazer uma avaliação e chegar à conclusão de que o controlador não está agregando nada como conselheiro."
O texto lembra algumas mudanças recentes nos conselhos de administração.
Os conselheiros profissionais estão atuando em menos empresas [em outros países]. Nas regiões pesquisadas, os conselhos tem em média dez membros. Em 1973, quando a Korn/Ferry fez o estudo pela primeira vez, um quinto dos conselhos de administração tinha entre 16 e 25 membros. "No Brasil, temos notado muitos profissionais participando de um número demasiado de conselhos. Neste caso, a qualidade pode deixar a desejar", afirma Amorim [Paulo Amorim, da Korn/Ferry].
Outra mudança detectada foi a redução do total de encontros, enquanto o tempo de dedicação aos conselhos tem crescido. Hoje, as companhias norte-americanas realizam em média oito reuniões de conselho anuais. Há 20 anos, pelo menos um quarto fazia um encontro por mês. Ao mesmo tempo, na América do Norte os conselheiros gastam 16 horas por mês com suas atribuições (para cada uma das companhias em que atuam). Há vinte anos, esse tempo era de aproximadamente 9,5 horas mensais.
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