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08 maio 2009

Adoção da IFRS

CVM permite, novamente, balanços sem comparação
Valor Econômico - 8/5/2009

Os resultados trimestrais de 2009 já precisam, obrigatoriamente, ser apresentados pelas novas regras contábeis, mas o dado comparativo, ou seja, o do trimestre correspondente do ano passado não precisará ser ajustado aos novos padrões. Isso desde que as notas explicativas detalhem os efeitos que ocorreriam no resultado e patrimônio se as novas regras já estivessem sendo adotadas.

A possibilidade de que os ajustes não sejam feitos foi aberta ontem pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para a autarquia, embora a apresentação do comparativo ajustado à nova contabilidade seja o ideal e o mais recomendado, podem ser apresentados os dados trimestrais de 2008 no padrão anterior, desde que com as devidas notas explicativas.

O gerente de normas contábeis da CVM, José Carlos Bezerra, afirmou que a autarquia vinha recebendo muitas consultas com relação ao assunto, não só de companhias como também de auditores, por isso resolveu se manifestar. Entretanto, a maioria das companhias que já divulgou o balanço do primeiro trimestre ajustou os números.

A falta do ajuste dificulta a análise das demonstrações financeiras, já que a comparação fica prejudicada. O leitor dos balanços terá que buscar informação nas notas explicativas para não comparar dados contabilizados de acordo com regras diferentes.

Bezerra lembra que o prazo de entrega das demonstrações do primeiro trimestre vai até o próximo dia 15. Ou seja, muitas empresas ainda vão entregar os dados. "Buscamos esclarecer essas dúvidas e o Ibracon também está divulgando um comunicado técnico sobre o tema", disse.

O ofício divulgado ontem pela CVM alerta, porém, que está admitindo essa possibilidade no dado comparativo em caráter pontual e que, no próximo ano, os ajustes relativos aos trimestres de 2009, que serão usados para comparação com 2010, serão obrigatórios.

O processo de convergência dos padrões contábeis brasileiros com as normas internacionais foi iniciado oficialmente com a Lei 11.638, assinada no fim de 2007, mas que exigia uma série de regulamentações complementares. Assim, a CVM e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tiveram de correr para emitir uma série de pronunciamentos para balizar a aplicação das regras.

Novas normas foram editadas no ano passado e as companhias tiveram de adotá-las no balanço fechado do ano de 2008, porém os trimestres do ano passado ainda foram divulgados com base nos padrões antigos, gerando o problema comparativo com os períodos deste ano. Mais regras estão sendo emitidas neste ano e serão adotadas a partir de 2010.

Na visão do gerente da CVM, devido ao processo muito atribulado, as companhias podem ter precisado de tempo num primeiro momento para compreender as novidades. "Mas aos poucos as coisas vão entrando nos eixos e sendo assimiladas", disse Bezerra, justificando porque ainda está havendo alguma flexibilidade neste momento, mas lembrando que isso já não será mais necessário no próximo ano.

Inbev tenta fazer caixa

A Inbev vendeu a segunda empresa coreana de cerveja por menos de 2 bilhões de dólares. Empresas como a Inbev, que fizeram aquisições nos bons tempos, necessitam agora de recursos para pagar os financiamentos realizados no passado. No caso da Inbev, 45 bilhões de dívida para adquiri, por 52 bilhões, a Anheuser-Busch. Naturalmente que a parte vendedora tentará convencer os acionistas que o preço foi razoável.

Fonte: Aqui

Lobby e Ajuda

A imagem a seguir mostra um levantamento das empresas que receberam ajuda do governo estadunidense, da empresa de lobby contratada, do valor gasto com a atividade lobista e o valor recebido. Assim, o Citigroup gastou 1,68 milhão e recebeu 50 bilhões de dólares. (Para ver melhor, clique na imagem).

Índice Dow em 1929

A seguir, as ações que compunham o índice Dow 30 em 1929:

Allied Chemical
American Can
American Smelting
American Sugar
American Tobacco
Atlantic Refining
Bethlehem Steel
Chrysler
General Electric
General Motors
General Railway Signal
Goodrich
International Harvester
International Nickel
Mack Truck
Nash Motors
North American
Paramount Publix
Postum Inc
Radio Corp
Sears Roebuck
Standard Oil
Texas Company
Texas Gulf Sulphur
Union Carbide
US Steel
Victor Talking Machine
Westinghouse Electric
Woolworth
Wright Aeronautical

Fonte: Aqui

Conselhos

A questão dos conselhos dentro de uma organização deve ser acompanhada de perto em razão do seu papel no processo de controle.

Recentemente um texto da Gazeta Mercantil (Conselhos devem ser avaliados com rigor, 23/4/2009, Caderno D - Pág. 7, João Paulo Freitas) comentava sobre este assunto. Logo no início o texto afirmava que as decisões ruins dos executivos têm forçado a busca por conselheiros que “entendam profundamente de gestão de riscos”.
No Brasil a atuação destes conselheiros é inadequada em razão dos critérios de sua nomeação serem familiares ou lobistas. Num dos trechos o artigo lembra outro problema do conselho no país:

E ele [Paulo Conte Vasconcelos, da ProxyCon] ressalta outro empecilho além da mera ausência de uma cultura de mensuração: "diversas empresas têm um controlador definido e que faz parte do próprio conselho de administração. Imagine fazer uma avaliação e chegar à conclusão de que o controlador não está agregando nada como conselheiro."


O texto lembra algumas mudanças recentes nos conselhos de administração.

Os conselheiros profissionais estão atuando em menos empresas [em outros países]. Nas regiões pesquisadas, os conselhos tem em média dez membros. Em 1973, quando a Korn/Ferry fez o estudo pela primeira vez, um quinto dos conselhos de administração tinha entre 16 e 25 membros. "No Brasil, temos notado muitos profissionais participando de um número demasiado de conselhos. Neste caso, a qualidade pode deixar a desejar", afirma Amorim [Paulo Amorim, da Korn/Ferry].

Outra mudança detectada foi a redução do total de encontros, enquanto o tempo de dedicação aos conselhos tem crescido. Hoje, as companhias norte-americanas realizam em média oito reuniões de conselho anuais. Há 20 anos, pelo menos um quarto fazia um encontro por mês. Ao mesmo tempo, na América do Norte os conselheiros gastam 16 horas por mês com suas atribuições (para cada uma das companhias em que atuam). Há vinte anos, esse tempo era de aproximadamente 9,5 horas mensais.

Hedge Cambial

(...) Por exemplo, na literatura acadêmica, alguns estudos apontam que a proteção cambial tende a ser mais eficiente no curto prazo, quando a volatilidade da taxa real de câmbio é maior, enquanto que, no longo prazo, na medida em que a taxa real reverte à média, os custos desta proteção tendem a suplantar os benefícios. Outros estudos já relacionam uma estratégia de risco cambial à volatilidade do portfólio e sugerem maior ou menor exposição justamente naquelas moedas que covariam negativamente com alguns ativos do portfólio.

A falta de consenso sobre uma estratégia de risco cambial é particularmente insatisfatória no momento atual, quando o dólar perde participação no cenário global. A boa notícia é que os mesmos dados que ilustram esta menor representatividade do dólar, também sugerem uma nova direção. Afinal, na medida em que o Dólar deixa de ser a única moeda de denominação para o padrão de gastos de um investidor, ele também deixaria de ser a única moeda de denominação para seu portfólio internacional. Neste sentido, a similaridade entre "proteção cambial" e "proteção do consumo" - que no passado foi mascarada pela existência do dólar como moeda de referência - agora se torna aparente.

(...) O exemplo acima delineia alguns princípios para uma estratégia de risco cambial, na ausência de uma única moeda de denominação: (I) a solução de mínimo risco é aquela em que a alocação de moedas do portfólio replica o padrão de gastos do investidor - como ilustrado pelos dados do portfólio e PIBs mundiais; (II) desvios da solução de mínimo risco ocorrem na medida em que existe a possibilidade de retornos adicionais - também medidos com relação a este padrão de gastos - para determinadas moedas. Neste sentido, dada a conjuntura atual, e a alocação de 34% do portfólio global em dólares para uma proporção de apenas 23% com gastos denominados nesta moeda, não estaria o mundo tomando um risco alto demais com relação ao seu padrão de consumo?

Paulo Tenani - Hora é de reavaliar as estratégias de hedge cambial – 24/4/2009 - Valor Econômico

Ambev

A InBev emergiu como um peso pesado há cinco anos, a partir da fusão da brasileira AmBev com a belga Interbrew SA, produtora da marca Stella Artois. Apesar de a base ser em Leuven, na Bélgica, a cultura dos sócios brasileiros acabou por predominar. Essa abordagem enfatiza o acompanhamento atento dos custos e um sistema de pagamento de incentivos que pode ser lucrativo se as vendas e as metas de lucro forem atingidas.

A InBev evita escritórios luxuosos e automóveis para executivos, e grupos de executivos compartilham uma única secretária. A empresa usa orçamento base zero — em que todas as despesas têm de ser justificadas a cada ano, e não apenas os aumentos de despesas. A empresa afirma ter economizado 250.000 euros (US$ 325.000) ao mandar os funcionários do Reino Unidos usarem impressões em preto e branco e nos dois lados da folha de papel, e usou esse dinheiro para contratar mais vendedores.

Gestão ao estilo AmBev causa choques na terra da Budweiser
David Kesmodel e Suzanne Vranica, The Wall Street Journal, de Saint Louis, Missouri
29 /04/ 2009 - The Wall Street Journal Americas - 1
(Colaborou Matthew Dalton)