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04 maio 2009

Passivo com Salários no Futebol

Segundo notícia da Agência Lusa (Hermínio Loureiro quer erradicar salários em atraso sem colocar em risco clubes, 3/5/2009)

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Hermínio Loureiro, disse hoje à Agência Lusa que pretende erradicar o problema dos salários em atraso, sem colocar em risco os clubes e os postos de trabalho.


A sugestão de Loureiro é

Admitindo que as alterações aos pressupostos financeiros, implementadas nos últimos anos, "nem sempre produzem a eficácia" desejada, o presidente da LPFP destaca a apresentação da proposta para "a não existência, no início das competições profissionais, de quaisquer dívidas, salários em atraso relativamente ao ano anterior, ou seja, partir do zero, com todos os compromissos assumidos e saldados".

"Uma segunda proposta tem a ver com o controlo orçamental. Para que a Liga tenha meios efectivos de efectuar esse controlo orçamental no decurso da época, e uma terceira prende-se com a inexistência de dívidas quer à segurança social, quer ao fisco", detalhou.

A Direcção da Liga defende ainda que, "os clubes ou as SAD possam recorrer ao Plano Extra-Judicial de Conciliação (PEC), mas a Liga quer que isso deixe de contar como uma simples intenção de aceder ao PEC e que exista um comprovativo por parte do IAPMEI de que esse plano está aceite".

Relativamente ao "incumprimento salarial no decurso da época", Hermínio Loureiro frisou que a direcção da Liga propõe que esta situação "possa traduzir-se em perda de pontos e multas acessórias", para "evitar e contrariar o argumento da falta de verdade desportiva".

Segundo Hermínio Loureiro, a "contabilidade" de clubes que, relativamente a estas propostas, estejam actualmente em incumprimento, "não foi feita".

"Estas alterações regulamentares não são à medida de ninguém, nem contra ninguém, são a favor do futebol. Aquilo que nós queremos é que todos tenham condições para cumprir os pressupostos e cumprir com compromissos com os seus trabalhadores", frisou, recordando que os clubes de futebol empregam mais de duas mil pessoas e contribuíram, no ano passado, para o fisco e Segurança Social com "75 milhões de euros". (...)


Imagine se isto fosse adotado no Brasil...

Buffett e o produto que conta

Buffett admite lucro menor da Berkshire
O Globo - 3/5/2009 - 37

OMAHA, Nebraska. O investidor Warren Buffett admitiu ontem, em Omaha, na reunião anual de acionistas de sua empresa, a Berkshire Hathaway, que o lucro operacional do primeiro trimestre caiu, roubando 6% de seu valor de mercado, à medida que a recessão afetou vários dos negócios e investimentos da companhia. Ante um público recorde, estimado em 35 mil pessoas, Buffett revelou que o lucro operacional da Berkshire recuou cerca de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo para US$1,7 bilhão.

Boa parte das perdas provém da desvalorização aguda das ações e de prejuízos com contratos de derivativos. Esse resultado se soma à queda de 9,6% do ano passado, a maior desde que Buffett assumiu a companhia em 1965. Esses resultados começam a levantar dúvidas sobre se o “mago” das finanças teria perdido o dom.

Sem parecer abatido, o investidor aproveitou a reunião para falar sobre vários tópicos econômicos, e criticou o teste de estresse que o governo vem fazendo com os maiores bancos.

— Acho que conheço o seu futuro (dos bancos) melhor do que alguém que chega para dar uma olhada no livro (de contabilidade) — disse ele, criticando os critérios de avaliação das autoridades monetárias. — Se você olhar para a Coca-Cola hoje, por exemplo, e só examinar seu balanço financeiro, isso não dirá nada a você sobre a Coca-Cola. É o produto que conta. (Com Bloomberg News)


Sobre esta reunião, veja os links do WSJ

Testosterona e Comportamento

(...) Estudos recentes encontraram correlações entre níveis de testosterona e comportamento de risco nos homens, incluindo um que encontrou que traders homens com mais testosterona na sua saliva faz decisões mais arriscadas.

Mas uma equipe liderada por Magnus Johannesson, um economista da Stockholm School of Economics, não encontrou o mesmo efeito num grupo de 200 mulheres na fase pós-menopausa. Nesta mulheres foram administradas testosterona, oestrogeneo ou um placebo por quatro semanas e foram pesquisados uma série de jogos econômicos que mede a propensão do jogador ao risco.


Fonte: Nature via Marginal Revolution

Custo da Conversão

(…) esses executivos estão preocupados com o custo da conversão. A SEC prevê que os primeiros a adotarem a IFRS poderão incorrer num custo de 32 milhões de dólares (...) James Campbell, controller da Intel, estimou que a conversão a IFRS irá custar para sua empresa 50 milhões. (...) A WellPoint, que teve 61,1 bilhões de receitas em 2007, estima que irá custar 80 milhões para o primeiro ano de implementação, um número que irá reduzir para 2 milhões no terceiro ano. O controller da Martin Miller duvida que investidores irão querer que suas empresas faça um “significante” investimento em IFRS. “Dado o estado atual da economia, muitas empresas potencialmente não possuem fundos disponíveis para gastar com o projeto de adoção da IFRS”


CFOs on IFRS: Forget about It
Sarah Johnson - 17 Abril 2009 - CFO.com

Faz sentido esta diferença?

No início do mês o jornal Valor Econômico publicou um texto sobre a avaliação dos ativos do grupo Iguatemi. Através de uma empresa de consultoria, o grupo Iguatemi apurou um valor de mercado para seus onze shoppings centers em R$4,2 bilhões. Retirando a parcela de terceiros da avaliação, isto significa um valor de R$2,2 bilhões. O próprio jornal destaca que o valor de mercado da empresa na bolsa de valores é de R$907 milhões.

Ainda segundo a notícia, utilizou-se a metodologia do fluxo de caixa descontado por um período de dez anos. As taxas de descontos usadas dependiam da maturidade do empreendimento e dos riscos envolvidos. Além disto, não se consideraram na avaliação cinco novos projetos, assim como os terrenos da empresa.

A empresa que fez avaliação, CB Richard Ellis, anuncia-se como líder mundial na área imobiliária. Mas existe alguma coisa errada neste processo.

Observe o trecho em negrito da notícia. O fluxo de caixa foi avaliado por um período de dez anos. Isto significa que a avaliação não considerou o fluxo de caixa da perpetuidade. Este é o fluxo de caixa que irá ocorrer após os dez anos. Em alguns setores o valor deste fluxo de caixa é relevante, como é o caso de setores onde a maturação do empreendimento é longa.

Não considerar o fluxo da perpetuidade só é compreensível quando a taxa de desconto é elevada – que poderia ser o caso brasileiro nos períodos de maior risco. Entretanto, a conseqüência deste fato é que o valor estimado pela empresa de consultoria está subestimado. Ou seja, o valor de R$2,2 bilhões apurados é um valor por baixo.

Agora vamos considerar o valor do mercado para o Iguatemi. Esta empresa está sendo avaliada abaixo de R$1 bilhão. Como foi obtido este valor? Basicamente multiplica-se o valor de negociação recente das ações pelo número de ações existentes. O preço da ação é determinado pelo mercado, mas podemos dizer que um investidor que paga por uma ação da empresa Iguatemi tende a avaliar o potencial futuro de geração de riqueza. Apesar dos inúmeros defeitos no processo de avaliação pelo mercado, não podemos dizer que os investidores sejam bobos. Se o preço atual da ação da Iguatemi estiver abaixo da riqueza potencial da empresa, haveria um movimento de compra da ação, que puxaria o preço para cima.

A avaliação usando o preço da ação pode estar subestimada já que não se considera o valor do controle. Quando compramos uma ação no mercado seremos acionistas minoritários. Em países onde o direito do minoritário nem sempre é respeitado, isto significa que o preço da ação para um minoritário é inferior ao preço com a aquisição do controle. Quanto seria o valor do controle? Este é um valor difícil de calcular e os métodos existentes são frágeis. Entretanto, mesmo no Brasil, seria difícil imaginar que a diferença entre uma ação minoritária e uma ação com controle seja de 100%. Seria necessário muito derespeito ao minoritário para que o controle tivesse este ágio.

Em outras palavras, será possível imaginar uma diferença substancial? Provavelmente não. Quem está errado: o mercado ou a empresa de consultoria? Será que o fato da empresa de consultoria ter sido contratada pela administração do Iguatemi não influenciou no valor obtido?

03 maio 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: Aqui

LIFO

Existe um boato de que os Estados Unidos estão pensando em proibir o uso do LIFO para avaliar estoques. O LIFO, ou Ultimo a Entrar Primeiro a Sair, é um método que avalia os estoques de uma empresa baseado na premissa que os preços mais recentes serão levados a resultado.

A principal razão para a reação é tributária, conforme alerta Elliot Zwiebach em Industry Concerned About LIFO Accounting Changes (13/4/2009, Supermarket News, 1, Volume 57; Number 15). Já que os produtos vendidos são comprados por preços cada vez maiores, em razão da inflação, o LIFO tende a reduzir o lucro tributável.

Nos Estados Unidos o LIFO é legal desde a década de 30, do século passado, e é usado por cerca de dois terços dos varejistas e distribuidores. Seu uso difundiu-se na década de 70 e 80, quando a inflação aumentou.

A estimativa da reportagem é que a proibição do LIFO pode representar receitas de 60 bilhões de dólares para o governo.