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14 abril 2009

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QUEM SE OCUPA das idas e vindas da Bolsa no curtíssimo prazo já se pergunta até onde vai o atual estirão do Ibovespa. Por curtíssimo prazo entenda-se o período que vai até maio. Não há meios de prever o que será da Bolsa nem no "longo prazo" (no Brasil, um ano), que dirá daqui a dois meses. Mas, até maio, estão agendadas notícias que podem balançar o coreto.

Começou a temporada americana de balanços. Balanços merecem cada vez menos crédito, mas isso não vem muito ao caso. Desde março, bancos dos EUA dizem que tiveram um "grande" primeiro bimestre. As Bolsas dos EUA subiram, o que se refletiu aqui e deu mais impulso à alta motivada pela volta dos estrangeiros à Bovespa. Analistas de bancos por ora certeiros e famosos nos EUA, como Meredith Whitney e Mike Mayo, deram de ombros, dizendo que o otimismo banqueiro é cascata.

Mas o mercado deu de ombros para os analistas e seguiu comprando. Nem se importa com o fato de que a estimativa de resultados bancários seja agora ainda mais incerta, pois o conselho que regula a contabilidade nos EUA [FASB] relaxou normas de avaliação de ativos e registro de perdas.

GE, Johnson & Johnson e Nokia também divulgam balanços, além de perspectivas para o ano. Essas empresas são termômetros da economia real. Caso pintem um cenário ruim, isso em tese deveria derrubar os bancos (que correriam mais risco de perdas com calotes de empresas e consumidores). Enfim, sejam "bons" os balanços de bancos, maquiados ou não, quem comprou no boato venderá no "fato", derrubando a Bolsa? Por quanto tempo?

Além de balanços, virá o resultado dos "testes de estresse" de 19 bancões dos EUA. Trata-se de uma espécie de auditoria conduzida pelas autoridades americanas a fim de verificar se essas instituições precisam de mais capital. Se ignora qual tipo de informação o governo divulgará, mas entre abril e maio vai se saber algo sobre a necessidade de capital.

Os tais "testes" foram espinafrados, mas são ansiosamente esperados. Nouriel Roubini e Paul Krugman lembram, com mais ou menos ênfase, que as previsões de PIB, desemprego e preço de imóveis que baseiam tais testes são otimistas demais, quando não já desatualizados pela realidade. Portanto, os resultados do "teste" seriam maquiados.

Uns críticos dizem que o governo não pode revelar muitos dados do "teste", pois isso poderia arrebentar bancos. Outros, que a falta de transparência pode causar medos. Logo, ninguém sabe de nada do impacto dos "testes de estresse" sobre as ações. Mas trata-se de um bom motivo para detonar "volatilidades", ainda mais após semanas de alta.

Para piorar a confusão, a Bovespa tem suas particularidades. Mais e mais aparecem relatórios dizendo que commodities e cia. (Petrobras, Vale etc.) e "emergentes" como o Brasil podem ter um desempenho superior ao da média mundial. Boatos sobre a "recuperação" ou "crise" da China (grande consumidora de commodities) levantam e derrubam Bolsas e os papéis das duas maiores empresas brasileiras.

Mas não seria descabido esperar dias agitados e de "realização de lucros" (venda de ações para embolsar ganhos). Até maio, pode vir um período de recesso na alta da Bolsa.

A Bovespa e os bancos americanos
Folha de São Paulo - 14/4/2009 - VINICIUS TORRES FREIRE

Os maiores bancos brasileiros

1 ITAU
2 BANCO DO BRASIL
3 BRADESCO
4 SANTANDER
5 CEF
6 HSBC
7 VOTORANTIM
8 SAFRA
9 NOSSA CAIXA
10 CITIBANK

Por total de ativos. Fonte: Bacen via Seeking Alpha

13 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Teste #53

Grau de Dificuldade: **

Você pretende presentear professores de contabilidade dos seus times do coração. Para cada professor, coloque o time que ele torce. Uma dica: todos são clubes que já foi campeão de São Paulo e não existe time repetido:

Alexandre Assaf Neto
Jorge Katsumi Niyama
Sérgio de Iudicíbus

Resposta do Anterior: Fonte: aqui Em vez de uma convergência durante a pior crise financeira desde a depressão talvez o que e necessário é um pouco mais de competição entre os reguladores

Bancos brasileiros

Especialista questiona "ascensão" de bancos brasileiros em ranking
Valor Econômico - 13/4/2009

A crise global colocou os bancos brasileiros em destaque nos rankings internacionais de lucro, rentabilidade e valor de mercado. Mas, o professor Alexandre Assaf Neto, do Instituto Assaf, que faz análises financeiras e econômicas, alerta que os bancos brasileiros ganharam destaque por motivos equivocados.

O fato de serem pouco alavancados, por exemplo, elogiado por analistas em contraposição à política de assumir riscos exagerados dos bancos americanos, é consequência de uma distorção do mercado brasileiro, diz Assaf Neto. "Os bancos brasileiros parecem conservadores porque o juro alto lhes permite ganhar dinheiro aplicando em títulos públicos. Mas, é uma característica de banco ganhar com a alavancagem", afirmou.

Para ele, a política de juro elevado é fruto de um "período irregular" da economia; e os bancos não devem montar sua estratégia com base em uma situação de "desequilíbrio". "Distorções do mercado validaram políticas erradas. O que era nosso patinho feio virou mérito. Mas isso é fruto de um período irregular", acrescentou.

Estudo feito por Assaf Neto com base no balanço dos três maiores bancos brasileiros - Itaú Unibanco, Banco do Brasile Bradesco - mostra baixa participação do crédito nos ativos totais, apesar do forte crescimento das carteiras em 2008.

O BB é o banco mais alavancado dos três, com ativos totais 16,4 vezes maiores do que o patrimônio líquido. No Bradesco, o índice é de 13,5 vezes; e no Itaú, de 9,9 vezes.

O crescimento médio do crédito nos três bancos foi de 27,9% em 2008. A maior carteira é a do BB, com R$ 166,3 bilhões; Itaú Unibanco e Bradesco têm carteiras exatamente iguais, de R$ 133,4 bilhões cada. Ainda assim, a carteira de crédito representou na média 34,4% dos ativos totais, oscilando de 30,4% no caso do Bradesco a 37,4% no do BB. Em outras palavras, para cada R$ 100,00 investidos, R$ 34,40 estão aplicados em crédito, "atividade básica do negócio". Para o professor, quando os juros caírem mais, os bancos terão que dar mais crédito para ter lucro.

Os bancos brasileiros também apresentaram elevada rentabilidade em relação ao patrimônio líquido. Em levantamento feito pela Economatica, eles mostraram os maiores retornos entre instituições das Américas no balanço de 2008. O líder da região é o BB, com retorno sobre o patrimônio de 32,5% (32,4%, segundo Assaf Neto); em seguida vem o Bradesco, com 23,6%. Itaú Unibanco, com 21,5% (21,9%, segundo Assaf Neto), fica ligeiramente abaixo do Santander chileno, que teve retorno de 21,8% e foi na região o que mais se aproximou dos brasileiros.

Mas, Assaf Neto contrapõe que o elevado retorno do BB é "fruto principalmente da baixa participação do capital próprio". Segundo levantamento do Banco Central, o patrimônio líquido do Banco do Brasil era de R$ 29,9 bilhões no fim de 2008, enquanto o do Bradesco era de R$ 4,7 bilhões e o do Itaú Unibanco, R$ 44,8 bilhões.

Em relação a 2007, o lucro líquido dos três bancos cresceu, em média, 28,6%. O destaque foi o crescimento no Banco do Brasil (74%) e a redução do lucro líquido do Bradesco (4,86%) em 2008. O retorno sobre ativos dos bancos no país é o dobro da média mundial de 1%, atingindo 1,97% na média dos três bancos, com 1,74% no Bradesco, 1,98% no BB e 2,21% no Itaú Unibanco.

O estudo do Instituto Assaf também avaliou a eficiência dos bancos. As instituições financeiras analisadas utilizaram, em média, 35,9% de suas receitas de intermediação financeira para cobrirem as despesas administrativas e de pessoal em 2008. O banco mais eficiente neste indicador gastou 28% das receitas, e o menos eficiente, o equivalente a 42,7% das receitas financeiras. A diferença de eficiência entre as duas instituições é grande, podendo-se prever a existência de espaço para os bancos ganharem maior margem operacional numa eventual redução do spread, avalia Assaf Neto.

Outra forma de se demonstrar a eficiência operacional de uma instituição é calcular quanto cada uma gastou por dia útil em que manteve suas agências funcionando. Em média, as instituições financeiras gastaram R$ 81,6 milhões por dia útil de funcionamento em 2008.

Das receitas financeiras apropriadas em 2008, 13,8% dos recursos foram direcionados, em média, para cobrir devedores duvidosos. As despesas de pessoal e as despesas administrativas e operacionais consumiram 35,9% das receitas de intermediação dos bancos.

Os bancos apuraram em 2008 o equivalente a 20,5% de suas receitas de intermediação na cobrança de serviços e tarifas de seus clientes. As receitas de serviços e tarifas representam, em média, a 147,8% das despesas com pessoal.

As instituições obtiveram, em 2008, uma margem líquida 14,2%. Em outras palavras, do total das receitas de intermediação obtidas no exercício, restaram 14,2% na forma de lucro líquido, sendo o restante consumido pelos custos e despesas.

Do total da riqueza gerada pelos bancos no exercício de 2008, 34,6% foram destinados à remuneração de pessoal, 27,1% no pagamento de tributos, e 38,3% para remuneração dos acionistas (lucro líquido).

Dia do Beijo



Hoje é o dia mundial do beijo. Aproveite!
Gazeta Mercantil - 13/4/2009

(...) beijar, um verbo tão gostoso de conjugar que ganhou um dia só para ele, comemorado no mundo inteiro. E é hoje, 13 de abril! Então, não perca tempo, pois efeméride não tem esse nome à toa. Ela é efêmera.

(...) A questão remete, de início, à pré-história, quando uma necessidade alimentar gerou tal hábito. Afinal, no tempo das cavernas, as mães desmamavam os filhos, mastigavam a comida bem trituradinha e depois passavam a pasta resultante diretamente para a boca da prole, a exemplo do que ocorre com várias espécies do reino animal. Nada romântico ou erótico, hein?

Mais tarde, na Grécia Antiga, o ósculo funcionou como diferenciador de hierarquias: os subordinados tocavam com os lábios os superiores no peito, nas mãos, nos joelhos ou nos pés, de acordo com o nível social a que pertenciam. Na Idade Média, a prática era vista como uma forma de selar acordos entre os homens, e a Igreja Católica condenava os atos que não tivessem essa intenção.

No Brasil, a chegada da família real portuguesa, em 1808, importou uma modalidade de subserviência até então desconhecida pelos nativos: o beija-mão. Uma vez por dia, D. João VI abria as portas de seu palácio para receber a plebe, ouvir queixas e conceder benefícios. Cada súdito devia se ajoelhar diante do monarca e beijar-lhe as costas da mão direita - a mesma com que ele segurava suas indefectíveis coxinhas de frango sob o abrasador sol tropical. Ao fim da cerimônia, o monarca lusitano livrava-se da baba alheia impregnada na pele lavando-se numa bacia de água.

Na Rússia, desde a época mais sisuda da ditadura comunista, é comum que o cerimonial diplomático exija dos homens um cumprimento efusivo, coroado com um beijo na boca. Em decorrência desse costume arraigado, não foram poucos os líderes globais em visita ao país que tiveram de trocar saliva com Nikita Krushev e Leonid Brejnev.

Bicocas eleitoreiras

Por aqui, políticos em campanha adoram distribuir bicocas entre as criancinhas. Pense no trauma de ser agarrado por Paulo Maluf ou Luiza Erundina... não há terapia que dê conta! Outra figura pública que merece destaque nesse quesito (sem intenções eleitoreiras, porém) é o português José Alves de Moura, o Beijoqueiro, preso mais de 60 vezes por estalar a bochecha, à revelia, de personalidades como o cantor Frank Sinatra, o papa João Paulo II e o ator Stephan Nercessian.

Na literatura, por sua vez, o beijo adquire função mágica nos contos de fadas: serve para despertar personagens moribundos ou transformar sapos em príncipes. E, no cinema, rende cenas inesquecíveis. "A Um Passo da Eternidade", por exemplo, causou escândalo na sociedade conservadora americana de 1953 ao exibir o desentupidor-de-pia molhado, estalado e salgado que Burt Lancaster e Débora Kerr protagonizam numa praia deserta. Já no desenho animado "A Dama e o Vagabundo, dos Estúdios Disney, a cocker Lady e o Vira-Lata encostam os focinhos num beco sob o luar, embalados por espaguete e música italiana. A moçada das novas gerações, no entanto, deve ter como referência o malho que a bela Mary Jane Watson (Kirsten Dunst) sapeca no Homem-Aranha (Tobey Maguire), no primeiro longa-metragem da trilogia do personagem Marvel. Ou, para não sair da mitologia super-heroica, o grude voado entre o Superman e a Mulher-Maravilha em "O cavaleiro das Trevas 2", de Frank Miller. Dessa - e de outra - troca de fluidos corporais nasce a filha do casal, Lara.

Rodin na berlinda

Muitos orientais consideram o beijo um gesto tão detestável que, certa vez, a célebre escultura de Rodin que retrata dois amantes com as bocas e os corpos colados foi escondida atrás de um biombo durante uma exposição em Tóquio. Mas há casos ainda mais radicais. O beijo de Judas em Jesus, extraído de um episódio bíblico, ganhou conotação de punhalada nas costas. E o beijo da morte, da tradição mafiosa, prenuncia uma execução sumária.

Ah, só mais um tiquinho de cultura inútil: o beijo mais longo registrado pelo "Livro dos Recordes" durou 419 horas. E Madonna adora beijar outras cantoras para alavancar carreiras decadentes.

Obviamente, o dia internacional do beijo não celebra essas tolices, meras curiosidades. A data é dedicada ao carinho e ao tesão embutidos no gesto. Portanto, escove bem os dentes, chupe uma bala de hortelã e aproveite!

(Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 4)(marcelo alencar)

Desenho, Fonte aqui