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19 março 2009

Valor justo

As propostas dos Estados Unidos para relaxar as normas contábeis do valor justo dos ativos poderão alterar as práticas no mundo, depois que o órgão que define os padrões internacionais disse que também discutirá as mudanças.

A contabilidade pelo valor justo exige que as empresas divulguem a maior parte das posições financeiras pelos preços de mercado. Os críticos dizem que a queda dos preços reduziu o lucro dos bancos e minou as reservas de capital.

O Financial Accounting Standards Board dos EUA preparava anteontem a divulgação de um documento que dará a bancos e outras empresas mais liberdade na avaliação dos ativos financeiros.

Mais títulos serão avaliados por modelos de computador, em vez e por preços de mercado, e muitos deverão aumentar de valor. Uma mudança de regra poderá ser implementada já no mês que vem.

O International Accounting Standards Board (Iasb) concordou ontem em submeter os documentos aqueles que seguem suas regras - mais de cem países. Tanto o Iasb como seu congênere americano vinham resistindo às mudanças. Mas as pressões políticas nos EUA levaram às alterações, enquanto o Iasb foi forçado pela Comissão Europeia a amenizar as próprias regras no fim de 2008.

A mudança de regra iminente está atraindo críticas e elogios. "Vinha me perguntando há cerca de dois anos por que eles ainda não haviam feito isso", disse Ed Yardeni, da consultoria Yardeni Research. "A marcação a mercado implica que existe um mercado que fornece informações precisas, mas essa suposição foi por água abaixo."

Mas Shyam Sunder, professor da Universidade de Yale e crítico do valor justo, acha que a decisão foi mal avaliada. "Quando se olha o mercado para decidir as regras, é a mesma coisa que não ter regra nenhuma."

Lynn Turner, ex-diretora da comissão de valores mobiliários americana (SEC), disse: "Eles estão fazendo os padrões contábeis regredir quatro décadas".

Europa também avalia mudança no valor justo
Valor Econômico - 19/3/2009

Psicologia do desconto do Caixa

Considere isto. Você caminha para uma loja e compra guloseimas. Quando você tira o seu cartão de crédito, o caixa informa a você que terá um desconto de 2% se você pagar em dinheiro. O que você faz? Se você é um típico consumidor, você ainda usará o seu cartão de crédito. Por que?

(…) 2% é muito pouco para pagar a conveniencia de usar o cartão de crédito. Então você usa o “plástico”.

Mas em lugar de oferecer um desconto em dinheiro, se o caixa falar para você que você irá ter que pagar 2% a mais no valor como uma despesa adicional pelo uso do cartão de crédito? Você deve então escolher pagar em dinheiro. Por que?
A razão é por causa do que os psicólogos comportamentais chamam de framing bias. (...)


B. Venkatesh - Psychology of cash discount - 15/3/2009 - Business Line (The Hindu) - 14

Oposição a Marcação a Mercado

Segundo Tracy Alloway (A mark-to-market history lesson, 13/3/2009), os membros do partido Republicano dos EUA são contrários a marcação a mercado e afirmam que:

Marcação a mercado (valor justo) é a maior causa do desastre financeiro atual. Ele acelerou o declínio do valor do ativo. (...) Ironicamente, a marcação a mercado não é nova. Desde 1930, contadores e reguladores bancários reconheceram a fraqueza inerente da contabilidade marcada a mercado. Datando de 1938, o Federal Reserve recomendou que os princípios contábeis fossem revistos. Presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR) usou este conselho e rapidamente repeliu a marcação a mercado.

(...) O Financial Accounting Standards Board (FASB) reintroduziu caprichosamente a marcação a Mercado em 2007 no esforço de crier mais transparencia.


Aqui um hiperlink sobre a marcação durante o governo FDR.

Fonte: aqui

Previsão pela multidão

Sobre o uso do mercado para o processo de previsão, a revista The Economist, em An uncertain future (28/2/2009) discute alguns dos problemas de sua utilização.

No livro O Poder das Multidões, Howe faz uma defesa deste uso. O mesmo ocorre na obra Sabedoria das Multidões, de Surowiecki).

A constatação da revista é que o método não é mainstream dentro das ferramentas gerenciais, apesar das notícias de acurácia. Alguns acreditam que a técnica é complementar a outras existentes na previsão, mas não substitutos. Outras questões estão vinculadas a implantação da metodologia, como a inexistência de pessoas suficientes para “negociar” os contratos, inclusive por desinteresse das pessoas. Algumas empresas encorajam as rivalidades internas e outras oferecem pequenos prêmios. Outra razão apontada para os problemas de uso refere-se a dificuldade que o participante tem em ver os resultados e, por isto, a perda de interesse.

Já a dificuldade dos chefes em aceitar que não especialistas façam palpites sobre assuntos de sua responsabilidade também pode ser considerada. O texto conclui que talvez a maneira de saber como encontrar as soluções para os problemas de uso da técnica seja perguntar aos empregados, usando a previsão de mercado.

Salário do segundo homem mais rico do mundo

Warren E. Buffett, o Segundo homem mais rico do mudo, recebeu 175 mil dólares no ultimo ano pela sua empresa, Berkshire Hathaway. O salário anual do Sr. Buffett permanece em 100 mil dólares, o mesmo valor de 25 anos. (...)

Fonte: Aqui

Promovendo a Universidade através do Blog

A Universidade George Mason parece ter desenvolvido uma vantagem comparativa em blogar. A The Economist e a American Spectator fazem a constatação:

THE ECONOMIST -- Compared to other economics departments, George Mason appears to have developed a comparative advantage in blogging. Lots of top departments produce good research and competition for talent (both new professors and graduate students) is fierce. Anecdotally, it sounds as if George Mason may actually be attracting more quality students and faculty because of the higher profile it gained from blogging.

AMERICAN SPECTATOR -- What is clear, though, is that not only does George Mason have a comparative advantage in blogging, but also that it's to everyone's advantage to have these economists sharing their thoughts in an approachable format. In fact, I'm almost tempted to say that I've learned more reading Marginal Revolution, Econlog, Cafe Hayek, and Overcoming Bias than I did getting a degree in economics from a top-20 university. By maintaining these blogs GMU economists have raised the level of discourse with non-economists from basically zero.


Fonte: Aqui

Sinalização

A certificação da Apimec (CNPI - Certificado Nacional do Profissional de Investimento) atingiu em fevereiro de 2009 a quantidade de 1043 profissionais certificados, sendo que 902 já estão registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e aptos a exercer a atividade de analista de valores mobiliários. A Instrução CVM 388 permitiu um período de transição em que o profissional era certificado por experiência, para não travar o mercado. Essa fase foi chamada de "certificação do estoque" e requeria que todos os profissionais já certificados fizessem o enquadramento em conformidade com a instrução, por meio da manutenção de seu cadastro e reafirmando sua adesão ao código de ética. Muitos deles acabaram perdendo sua certificação por não atentarem para a necessidade do enquadramento ou da renovação do cadastro, cuja perda foi considerada irreversível.

Posteriormente, a certificação passou apenas a ser concedida através de exames. De início, a Apimec optou por importar os exames aplicados na Suíça para o programa de certificação do analista internacional, da ACIIA (Association of Certified International Investment Analysts), associação da qual a Apimec é sócia-fundadora.
Como o rigor das provas e do conteúdo programático ser muito amplo, acima dos requerimentos da profissão de analista, a Apimec solicitou e obteve da CVM autorização para flexibilizar a certificação nacional. Para completar o processo, a Apimec fez parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) para a aplicação de exames on-line que podem ser feitos em diversos locais espalhados pelo Brasil. Essa é uma prática também adotada por outras instituições certificadoras, podendo-se destacar a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), que já atingiu o status de autorregulador na certificação, uma vez que além de certificar, também exerce a supervisão. A Apimec é membro do Conselho de autorregulação da certificação Anbid, o que além de contribuir para a governança da certificação Anbid, é importante para a harmonização das atividades das certificadores, além de trazer a experiência de um processo mais avançado.

O avanço na certificação de analistas
16/3/2009 - Gazeta Mercantil
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Lucy Sousa - Presidente da Apimec Nacional (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais))


Será que a forma como está sendo conduzida a certificação dá segurança ao mercado? Certificação on-line pode criar problemas futuros?