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16 março 2009

Teste #37

Grau de Dificuldade: **

Responda as afirmativas abaixo:

1. Kenneth Lee Lay poderia ter jogado handebol quando era estudante do primário?
2. Dennis Leo Kozlowski poderia ter ganho um autorama quando criança?
3. Calisto Tanzi poderia ter encontrado com Rudolph Valentino?

Resposta do Anterior: Auditoria

O Custo Elevado dos Animais

Quer enriquecer? Uma sugestão: não tenha animais de estimação. São caros.

Não conheço nenhum dado sobre o custo no Brasil (taí um bom trabalho de pesquisa para alunos de contabilidade!!), mas as informações de outros países são interessantes.

Segundo um blog de conselhos para enriquecer devagar (Get Rich Slowly), em situações normais o custom de gatos é de 750 doláres ao ano.

A American Pet Products Manufacturers Association fez uma pesquisa entre 580 donos de cachorros e 402 de gatos: o custom de um cachorro é de 2 mil dólares e de um ganho é de 1200.

Em 2001 existia a seguinte estimativa:
• Cachorro = $730 ao ano
• Gatos = $355
• Peixe = 200
• Pássaros = 770
• Cobras = 520

BRICs

Dois gráficos comparativos mostram o desempenho do mercado nos países emergentes (BRICs). De 1999 até hoje o mercado brasileiro cresceu 314%, perdendo para Rússia (mais de 600%), mas ganhando da China, Índia e SP500



O segundo gráfico mostra a evolução recente. Entre os mercados do gráfico, o Brasil teve a menor redução (-36%).

Caixa como indicador

O Caixa (e equivalente) tem sido considerado um indicador de saúde das empresas. No passado, a revista Business Week usou a quantidade de caixa disponível pelas maiores montadoras do mundo para fazer uma projeção de consolidação (e fusão) do setor. A revista cometeu erros ao afirmar que sobrariam somente seis montadoras globais, entre elas pelo menos duas dos EUA. A afirmação era baseada no volume de caixa existente então nas empresas.

Apesar do termo consagrado “Caixa é o Rei”, devemos olhar com desconfiança para este indicador. Em primeiro lugar, nem sempre o volume atual de caixa é sintoma de caixa futuro. Este é o caso das montadoras, que possuíam um grande volume de caixa, mas com problemas graves.

Uma outra situação interessante é que nem sempre o caixa que consta do balanço de uma empresa é de propriedade da empresa. Este é o caso dos bancos.
Outro ponto interessante é que nem sempre o caixa significa um custo zero. Este é um ponto interessante destacado em Cash on The Balance Sheet: Not Always as Good as It Seems. O texto lembra o caso em que a empresa pode ter um custo elevado para usar o caixa disponível.

O exemplo interessante apresentado pelo texto é das empresas farmacêuticas dos EUA que possuem 115 bilhões em caixa. A J&J tem 13 bilhões, por exemplo. A questão é que uma parte deste valor está no mercado externo e sua utilização nos EUA irá gerar um imposto de 30%. Ou seja, os 115 bilhões talvez não sejam 115 bilhões.

[Existia uma piada dizendo que as duas coisas verdadeiras num balanço eram o caixa e o CNPJ. Bem, talveze não seja assim.]

Seis meses de crise

São Paulo, 16 de Março de 2009 - Ontem completou seis meses que o mercado mundial acordou atônito com o pedido de concordata do centenário Lehman Brothers. (...)

De lá para cá, o mundo mudou sensivelmente para um patamar bem abaixo que, no entanto, poucos arriscam a quantificar. Os prejuízos e baixas contábeis dos bancos já beiram os US$ 2,2 trilhões, conforme números do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estão sendo sempre revistos. Em abril de 2008, o FMI estimava em pouco mais de US$ 900 bilhões. Muitos dizem que boa parte do que existe de títulos "podres ou tóxicos", como são denominados informalmente os papéis que possibilitaram a grande alavancagem das instituições, ainda não veio a público. Na ponta do lápis, sabe-se que apenas US$ 1 trilhão, dos US$ 3 trilhões do mercado imobiliário de alto risco dos Estados Unidos, que lastreava a maioria dos títulos, já foi baixado como perdas. Relatório recente do Banco de Desenvolvimento da Ásia mostra que o valor dos ativos financeiros mundiais (incluindo ações, bônus e moedas) pode ter sido reduzido em mais de US$ 50 trilhões em 2008, equivalente a um Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Na América Latina caiu cerca de US$ 2,1 trilhões. As bolsas globais perderam cerca de US$ 28,7 trilhões.

O socorro dos governos também se avolumou. Os EUA, envoltos em recessão, não quiseram arriscar a piorar a situação deixando mais um naufragar, seguindo o exemplo do Reino Unido, um dos primeiros a injetar capital nos bancos, nacionalizando instituições como o Northern Rock e Bradford & Bingley (que teve parte comprada pelo Santander), entre outras. O exemplo de Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido, foi seguido por outros governos europeus e também pelos EUA, que nacionalizaram a Fannie Mae e a Freddie Mac, as duas maiores financiadoras de hipotecas do país e já injetou bilhões de dólares no Citi, arrematando uma boa fatia do banco, e no Bank of America.

Em curso, os EUA têm dois planos de salvamento do setor: um de US$ 700 bilhões proposto no governo anterior e o atual, de Barak Obama, de US$ 1,5 trilhão, que pode chegar a US$ 2 trilhões. E o mundo está à espera de que esses planos deem certo e que um dia se saiba onde está o fundo do poço.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1 - Iolanda Nascimento - Total dos prejuízos após quebra do Lehman ainda é um mistério - 16/3/2009

AIG e o dinheiro do contribuinte

A AIG, que recebeu US$ 170 bilhões do governo norte-americano para não quebrar no ano passado, deverá pagar bônus e incentivos para seus funcionários de US$ 165 milhões, informou neste final de semana o The New York Times. O total é apenas uma parcela do plano de cerca de US$ 1 bilhão em pagamentos de incentivos para a retenção de talentos e bônus negociados pela empresa antes da ajuda do governo, para um período de sete anos. O valor foi considerado por Lawrence Summers, principal conselheiro do presidente Barack Obama, como "ultrajante".

A empresa recuou de sua posição inicial diante das pressões do Tesouro americano, principal acionista da empresa com 79,9% de participação. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, criticou, inclusive os US$ 165 milhões. Ele teria telefonado à empresa quarta-feira passada exigindo mudanças no plano de premiações da seguradora, que amargou um prejuízo de US$ 99 bilhões no ano passado.

Carta ao governo

Em resposta, o presidente da AIG, Edward Liddy, ele próprio indicado pelo governo norte-americano para administrar a seguradora, escreveu uma carta ao governo argumentando que também não gostava do acordo da empresa com os funcionários mas, por mais desagradável que fosse , via-se obrigado a cumpri-lo, uma vez que datava de contratos assinados antes de sua chegada à companhia. "Francamente, as mãos da AIG encontram-se amarradas", resumiu o executivo em sua carta. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Redação - Com agências internacionais)
Governo dos EUA se irrita com pagamento de bônus pela AIG - 16/3/2009


Aqui um texto do NY Times mostrando o destino dos 170 bilhões recebidos pela AIG do contribuinte dos EUA. Entre os beneficiados: Goldman Sachs ($12.9 bilhões), Merrill Lynch ($6.8 bilhões), Bank of America ($5.2 bilhões), Citigroup ($2.3 bilhões) e Wachovia ($1.5 bilhoes). E alguns bancos estrangeiros como Société Générale, o Deutsche Bank, o Barclays ($8.5 bilhões) e UBS ($5 bilhões).

[É interessante notar a coincidência do UBS. Recentemente este banco fez um acordo com o governo dos EUA, abrindo suas contas secretas de clientes e contrariando a tradição suiça. Tudo tem seu preço]

Auditoria e Crise

As empresas do Reino Unido registradas na Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) foram proibidas de fazer acordos para limitar a responsabilidade legal de seus auditores.

Normalmente, a responsabilidade dos auditores é ilimitada. No caso de quebra de uma companhia, podem ser processados por todas as perdas de valores, independentemente do tamanho de seu papel efetivo no caso.

Regras introduzidas em 2008 no Reino Unido permitiram que auditores e clientes chegassem a acordos para limitar o risco a um valor proporcional a seu papel. A SEC, no entanto, agora indicou ao governo britânico que não aceitará acordos de limitação da responsabilidade por empresas britânicas que também estejam registradas na instituição americana.

A decisão afeta muitas das maiores companhias do Reino Unido. As empresas normalmente precisam registrar-se na SEC para listar suas ações nos EUA ou para ter números significativos de acionistas no país, embora atualmente existam exceções generalizadas a esta exigência. Alguns auditores disseram que sem aprovação dos EUA nenhum acordo deverá ser assinado, já que as empresas menores estavam esperando uma decisão para seguir o caminho das maiores.

"Isto é uma porta sendo batida na cara da realidade", afirmou Peter Wyman, sócio na PricewaterhouseCoopers (PwC).

As empresas de auditoria do Reino Unido pretendem fazer lobby para legalizar sua limitação de responsabilidade judicial. Caso a limitação fosse obrigatória, é improvável que a SEC a vetasse.

Tanto a SEC como o Departamento de Empresas e Reforma Reguladora do Reino Unido informaram que pretendem continuar discutindo a questão. A oposição da SEC centrou-se na negociação que seria necessária entre auditores e diretores das empresas para concordar sobre os limites.

As autoridades temem que isso poderia comprometer a independência dos auditores - o que não seria o caso se os acordos fossem obrigatórios.

Apesar de que qualquer limitação futura não abrangeria os trabalhos de auditoria já feitos, John Griffith-Jones, diretor da KPMG Europe, observou que os acordos são uma "tarefa de casa essencial" para limitar o risco de uma das quatro grandes firmas do setor quebrar de forma desnecessária.

"Aqui há um risco que foi identificado claramente. A questão é, vamos ficar sentados até que ocorra e então procurar alguém para culpar? Para variar, não seremos nós", afirmou.

Muitas autoridades reguladoras vêm inclinando-se a concordar com alguma forma de limitação por preocupações quanto aos riscos inerentes ao domínio das quatro grandes empresas de auditoria - PwC, Deloitte, KPMG e Ernst & Young - na contabilidade das maiores companhias do mundo.

EUA proíbem acordos para limitar deveres dos auditores
Valor Econômico - 16/3/2009