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09 março 2009

IFRS no Brasil 3

Confusão contábil prejudica análise de balanços de 2008
Valor Econômico - 9/3/2009

O Pão de Açúcar divulgou e explicou um lucro de R$ 281 milhões em 2008. O ganho que ficará em seus registros históricos será, porém, de R$ 260 milhões, segundo as novas regras contábeis adotadas a partir dos balanços anuais de 2008. Assim como a rede varejista, quase todas as grandes empresas do mercado - entre aquelas que já divulgaram seus números - ofereceram ao leitor, no mínimo, dois dados de lucros. Há casos de três e até quatro resultados. A Petrobras divulgou duas receitas consolidadas. E os ajustes são relevantes, como os da Vale do Rio Doce e da Camargo Corrêa, que reduzem o lucro do ano passado em 28,6% e 46,5% , respectivamente.

A dificuldade com os balanços desta temporada em função da tumultuada adaptação à nova lei contábil foi tanta - para fazer e para entender - que nasceram diversos resultados para um único período. Não faltou criatividade na hora de tentar explicar, ou não, as mudanças. O lucro nunca teve tantos adjetivos: além do já conhecido pro forma, surgiram ainda os resultados "teóricos", os "orgânicos" e os "reconciliados".

"Não deu para fazer milagre. As circunstâncias são desafiadoras", disse Sérgio Citeroni, da Ernst & Young. Ele se refere à correria da reforma contábil, antecipada em um ano pela assinatura da nova lei em 28 de dezembro de 2007. Se ela fosse assinada três dias depois, companhias, reguladores e investidores teriam um ano a mais para se preparar.

A maioria das companhias optou por não apresentar o balanço de 2007 de forma comparável ao do ano passado, conforme licença concedida pela Comissão de Valores Mobiliários em função da correria dos trabalhos. Com isso, as empresas fizeram os comentários e explicações de desempenho sobre um número que legalmente já não é mais o oficial - o balanço de 2008 pela lei antiga. No quarto trimestre, o problema é maior, com cada empresa adotando a regra que entende mais adequada. Com a confusão, perdeu-se a precisão do primeiro registro dos efeitos da crise global.

Há setores com impactos mais dramáticos, como o de construção. A mudança para as incorporadoras imobiliárias deve resultar em perda de margem. Em compensação, os balanços passarão a ser comparáveis entre as empresas do setor, o que não acontecia antes.


Sem dúvida nenhuma, a IFRS será justificativa para muitos resultados de 2008.

IFRS no Brasil 2

Treinamento em IFRS: 2009, o ano do desafio
Gazeta Mercantil - 9/3/2009

9 de Março de 2009 - O ano de 2008 foi um dos mais relevantes em relação à evolução das técnicas contábeis no Brasil, assim como do processo de harmonização das práticas locais às normas de contabilidade internacional, ou IFRS. O termo IFRS - International Financial Reporting Standards - tornou-se conhecido pela maioria das empresas de capital aberto, de grande porte, ou multinacionais. Agora, chegou o momento de os profissionais terem contato detalhado e próximo com essa nova literatura contábil.

A importância do IFRS para os processos de governança corporativa já se faz presente e necessária para a transparência das transações e mensuração dos fatos financeiros, inclusive para haver comparabilidade global. O desafio é conhecer as normas e aplicá-las de uma forma correta.

Estima-se que, no Brasil, haja mais de 400 mil profissionais da área contábil. Acredita-se que apenas entre 5% e 10% deles tenham algum treinamento em IFRS, sendo que grande parte dos agentes em processo de treinamento avançado encontra-se nas empresas de auditoria.

Assim, possivelmente, temos um universo de mais de 360 mil profissionais que necessitam passar por adequado treinamento em relação a um padrão contábil que se tornou referência para a contabilidade brasileira desde a promulgação da lei nº 11.638, ao final de 2007, e, como conseqüência, das normas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão criado para centralizar as regulamentações do setor. Isso sem contar os universitários que se preparam para ingressar no mercado.


[há controvérsias. Alguns defendem que somente uma pequena parcela das empresas brasileiras estão sujeitas ao IFRS]

Trata-se de um desafio de proporções enormes, já que o sistema contábil brasileiro está em pleno processo, aparentemente irreversível, de harmonização rumo às normas internacionais. Até o final de 2010, empresas de capital aberto, instituições financeiras e grandes corporações que faturam mais de R$ 300 milhões ao ano devem ter suas demonstrações contábeis preparadas de acordo com as novas métricas.

A perspectiva é que, gradativamente, a convergência seja ampliada e o novo sistema contábil utilizado no país seja adotado como padrão para todas as empresas brasileiras, das gigantes multinacionais até os empreendimentos de pequeno porte. Diante desse cenário, torna-se obrigatória a preparação adequada em IFRS de todos os profissionais da área contábil.

Vale lembrar que os próprios órgãos reguladores do mercado já demonstram preocupação com o tema. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já colocou em audiência pública minuta de deliberação que dispõe sobre o programa de educação continuada dos auditores independentes. O objetivo é fazer com que esses profissionais comprovem formação mínima nas normas internacionais.

Tal esforço concentrado demandará vultosos investimentos e dedicação concentrada de empresas, profissionais, instituições de ensino, estudantes, governos e demais instâncias da sociedade brasileira que dependem de demonstrações contábeis fidedignas.

A convergência ao sistema internacional é extremamente positiva para a economia brasileira, oferecendo transparência e, especialmente, padronização global para que a contabilidade das companhias seja compreendida pela maior parte dos agentes externos. Por isso, contar com profissionais que dominem as normas de contabilidade internacional é essencial

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ricardo Maciel - BDO Trevisan)

IFRS no Brasil

Fora de foco
Valor Econômico - 9/3/2009

Um alerta deveria acompanhar os resultados de 2008 que as companhias abertas terão que publicar até o fim deste mês. O que já era complexo na numerologia dos balanços, agora está perto do indecifrável.

A fotografia trimestral do desempenho das empresas com ações em bolsa, essencial para a tomada de decisão dos investidores, deve sair desfocada justamente num dos períodos mais críticos da economia global.

O principal motivo é a mudança das regras contábeis no Brasil. No momento, o país está num processo que, em 2010, pretende levar as empresas brasileiras ao mundo das normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês), uma tentativa de unificação da língua falada pelas companhias. O futuro parece promissor: como o IFRS já foi adotado em cerca de 110 países, os investidores poderão comparar as empresas de diferentes regiões.

Mas, até lá, apertem os cintos e peçam proteção a São Mateus, o padroeiro dos contadores. Do jeito que as coisas estão, o balanço não se compara nem com ele mesmo. Os ajustes nem sempre são pequenos e há setores com maior potencial de dano, como construção e aviação civil.

Para tornar pior o que já estava ruim, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com o endosso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), liberou as empresas de aplicar as novas práticas aos números de 2007, o que eliminou a base de comparação.

A ideia foi facilitar a vida das companhias, perdidas em meio à enxurrada de normas que entraram em vigor em 2008. Mas a benesse dificultou - e muito - a vida dos investidores.

"É um pedágio que todos estão tendo de pagar", disse Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. "No longo prazo, vai melhorar muito. Mas, agora, a confusão está grande."

Estamos diante de uma espécie de marco zero da contabilidade. Não é a primeira vez. A Lei das Sociedades por Ações, de 1976, causou rebuliço semelhante. Porém, naquela época, o mercado de capitais estava longe de ter a importância que ganhou nos últimos anos. (...)

A confusão ajudou a tornar mais lenta a safra de balanços. Com 21 dias para vencer o prazo legal, só 121 empresas, de um universo de 650 registradas na CVM, apresentaram o balanço completo e auditado de 2008.

O perda maior, em termos de informação, está nos resultados do quarto trimestre. Para fins de publicação legal, só existem os três primeiros trimestres do ano - o quarto é engolido pelo balanço anual. No entanto, o mercado não abre mão dessa informação. Como não houve nenhuma orientação específica da CVM para o período, as opções foram variadas e, em alguns casos, o quarto trimestre não se compara nem ao terceiro trimestre e nem ao mesmo período de 2007.

Um dos principais articuladores do processo de adoção das normas internacionais no Brasil, o diretor da CVM Eliseu Martins, admite a existência de um vácuo regulatório para o quarto trimestre. Ele recomenda que se apresentem os dados de ambas as formas: nova e antiga.

A dificuldade com os balanços desta temporada foi tanta - para fazer e para entender - que surgiram diversos resultados para um único período. Foi preciso buscar novas qualificações para tentar colocar ordem na balbúrdia contábil: há lucros "teóricos", resultados "orgânicos" e muitos números em choque que tiveram que ser "reconciliados".

E houve ainda quem não soube como fazer e tentou simplesmente deixar para lá. Num primeiro momento, a empresa decidiu não apresentar o quarto trimestre, mas acabou tendo que comentar os dados com analistas insatisfeitos.

"O cliente não quer saber da dificuldade. Quer uma conclusão: foi bom ou ruim", enfatiza Lika, da Fator Corretora.


E o usuário?

08 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui (adaptado)



Fonte: Aqui

Links

Em homenagem ao Dia da Mulher:

Pesquisa comprova: Franquias de mulheres faturam mais

A guerra dos sexos não acabou

Uma alerta importante

(...) Existe uma visão idealizada da web como uma espécie de armazém geral do conhecimento humano, e no sentido da amplitude daquilo que se pode descobrir com uma busca aleatória no Google, isso é verdade. Mas apesar de toda essa abertura, a rede provou ser um receptáculo ineficiente para a preservação histórica, e boa parte do que ela abriga fica perdido em um labirinto de páginas alteradas, links quebrados e sites eliminados.

O diretor da British Library recentemente alertou em artigo para o jornal Observer que, se essa memória digital não for reparada, corremos o risco de "criar um buraco negro para os futuros historiadores e escritores".

(...) À medida que proporção cada vez maior de nossa memória coletiva ganha abrigo on-line, cresce o perigo de que percamos o conteúdo e contexto de eventos acontecidos até mesmo há poucos dias, quanto mais há semanas, meses ou décadas. Tente recuperar links de escândalos antigos ou imagens inconvenientes na web, por exemplo Enron, Parmalat ou outros nomes corporativos que entraram em colapso. A maior parte deles desapareceu, apesar dos esforços de sites como a Wikipedia ou Smoking Gun ou combinação de forças da blogosfera para a preservação.

O modo como a World Wide Web evoluiu ao longo dos últimos anos tornou possível deixar obscuro ou mesmo apagar fatos inconvenientes. Isso não era a intenção do inventor da web, Tim Berners-Lee, cujo objetivo era fazer com que cada endereço apontasse para uma página de dados. Em vez disso, os projetistas da rede acharam conveniente criar endereços dinâmicos que podem tornar impossível encontrar informações em uma segunda visita a um mesmo site. Vivemos em uma época em que a capacidade de registrar e preservar o que fazemos em nossas vidas nunca foi tão grande. Mas usar a web para preservar essas memórias torna mais e mais provável que as gerações futuras vejam os primeiros anos da Internet como décadas perdidas

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8 – Reuters - Conteúdo da imprensa corre risco na web - 2/3/2009


Isto é relevante pois temos a mania de citar e usar a internet. Mas, e se um dia os computadores do Google apagarem os arquivos existentes?

Papel da IFRS

A ausência de padrão internacional de contabilidade seguido universalmente por todos países faz a análise e comparação de desempenho muito difícil, de acordo com o prof. David M Hunt, Presidente do Institute of Financial Accounts, da Grã-Bretanha. (...)

Uniform accounting norms needed
Business Line (The Hindu) – 2/3/2009 - 13