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07 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

GM e continuidade

Os auditores da GM nos Estados Unidos disseram ter “dúvidas substanciais” quanto à capacidade de a montadora continuar operando. (...)

“As recorrentes perdas da corporação, provenientes das operações, do déficit dos acionistas e da inabilidade de gerar um fluxo de dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações e manter suas atividades lançam dúvidas substanciais quanto à sua capacidade de continuar existindo enquanto negócio viável”, escreveram os auditores da Deloitte & Touche LLP, empresa que faz a contabilidade da montadora. (...)

Auditores alertam que a GM pode estar prestes a quebrar
Jornal da Tarde - 6/3/2009


Executivos de alto escalão da General Motors Corp. estão mais abertos a uma recuperação judicial financiada pelo governo, deixando de lado a preocupação anterior de que uma medida dessas afugentaria tantos clientes que a empresa não conseguiria sobreviver, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

É uma grande mudança em relação à posição da montadora no fim do ano passado, quando solicitou ajuda do governo americano. A mudança no pensamento, combinada com a informação ontem de que os auditores da GM suscitaram "dúvida substancial" sobre a capacidade dela de continuar operando, parecem deixar a montadora mais perto da possibilidade de pedir concordata. (...)

Nesse tipo de recuperação judicial, as partes envolvidas — sindicatos, fornecedores, credores — concordariam antecipadamente com as concessões. Recuperações judiciais já previamente definidas normalmente são mais curtas.

GM fica mais aberta à recuperação judicial
John D. Stoll e Neil King, The Wall Street Journal - 6/3/2009

A General Motors alertou que bilhões de dólares em ajuda do governo não poderão evitar que a companhia fique sem caixa, se as vendas de veículos não melhorarem logo. Em informe enviado às autoridades reguladoras, a GM sublinhou a magnitude da sua crise de liquidez, ao alertar que não terá condições de saldar um título com vencimento em 1º de junho. O título é parte de US$ 27 bilhões de dívida não garantida que a GM tenta reestruturar através de uma troca de dívida por ações.

(...) A montadora informou que sua liquidez caiu para abaixo dos níveis exigidos para tocar as unidades de negócios antes de ter começado a receber empréstimos emergenciais do governo em dezembro. (...)

GM alerta sobre atraso no pagamento de títulos
Valor Econômico - 6/3/2009


A General Motors, que perdeu no ano passado US$ 30,9 bilhões, reduziu a remuneração de executivos e cortará neste ano 47 mil empregos, entre outras ações de um programa de reestruturação para se habilitar a empréstimos ao Tesouro americano.

Em razão da dependência da ajuda governamental, auditores decidiram atribuir à empresa a denominação de "going concern", significando que há dúvida substancial sobre a capacidade da montadora de sobreviver.

A montadora reiterou, em relatório, que se não for capaz de promover, com sucesso, o processo de reestruturação, poderá ter de pedir liquidação pelo Capítulo 7. Tal pedido, fundamentado neste capítulo, é indicado para empresas que não têm chance de quitar as dívidas e é feita a liquidação de todo patrimônio do devedor.

Enquanto isso, no Canadá, o sindicato de trabalhadores e a GM identificam áreas para cortar custos e manter viável a operação local da montadora.

GM admite, em relatório, que pode falir
Gazeta Mercantil 6/3/2009 - C5 - 1ª Página - Pág. 1

06 março 2009

Rir é o melhor remédio

A Fábula das Vacas

Você possui duas vacas.

Você registrou no seu balanço as vacas por $100 cada.

Você notou que as vacas estão definhando. Mas o balanço continua dizendo que elas valem $100.

Felizmente, não existe marcação a mercado, e você não registrou isto.

Suas vacas estão morrendo.

Ainda bem que não se usa valor justo para chamar atenção disto e para não aleardear demais o mercado.

Mas como você sabe que elas não estão produzindo como devia, você decide ajustar seu modelo e marcar as vacas a $98 cada.

Você sabe que o fluxo de caixa do leite irá reverter no futuro próximo.

Mas você precisa de recursos e vai ao mercado. Os investidores dizem que as vacas estão morrendo e já existe um passivo de $200 que corresponde a um empréstimo que você obteve para comprar as vacas.

Você mostra as demonstrações contábeis, onde as vacas estão registradas a $98 cada.

Você pergunta ao governo se ele não quer comprar as vacas por $98 cada.

O governo resiste e finalmente monta um plano, convoca a imprensa e injeta $45 na sua empresa. Em troca, o governo quer os direitos do leite gerado pelas vacas.

As vacas morrem. Sua dívida aumenta para 245. Você não irá comprar novas vacas.

Adaptado: Aqui
via Seeking Alpha

Correlação entre prisão e crime


(...) Por exemplo, em 2007, a população carcerária da Califórnia encolheu cerca de 1%, enquanto a população carcerária global americana cresceu cerca de 2%. Vai levar alguns anos até a decisão final da Corte ser tomada, mas o resultado provável é que, em cinco ou seis anos, haverá 25.000 presos a menos nas prisões da Califórnia do que haveria de outra forma.

O que isso significa para o crime? Se minhas estimativas estiverem corretas, o crime violento será cerca de 6% mais alto na Califórnia do que teria sido sem a ação, o que significa aproximadamente 150 homicídios, 500 estupros e 4.500 roubos a mais por ano.

Esses números parecem alarmantes, mas, de acordo com minhas estimativas, liberar os prisioneiros é mais ou menos igual, de uma perspectiva de custo-benefício para a sociedade. O dinheiro que economizamos soltando os prisioneiros funciona na mesma ordem de magnitude que a dor e o sofrimento associados com o crime extra.

O grande experimento prisional da Califórnia - e uma pista italiana a ser seguida
Steven D. Levitt via Conjuntura Contábil

Celular, imposto e consumidor

Brasileiro paga mais caro pelo uso do celular, diz UIT
2/3/2009 - Valor Econômico

O consumidor brasileiro é o que paga mais caro pelo uso de telefone celular entre usuários de 154 países, com base no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC). Também desembolsa bem acima da média mundial pelo telefone fixo e para se conectar à internet.

(...) Por uma "cesta de preços de celular" (inclui o custo mensal da assinatura, 25 chamadas por mês e 30 torpedos), o Brasil tem o custo mais elevado, com US$ 44,2 medidos pelo PPC. É três vezes mais que o valor médio pago pelos consumidores de países industrializados e em desenvolvimento. A paridade do poder de compra corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para adquirir determinado conjunto de produtos e serviços idêntico no país a que pertence cada moeda.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92 em termos de PPC, quase o dobro do que pagam os vizinhos argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06).

Um fator que encarece os serviços de telecomunicações no Brasil são os impostos. A carga tributária incidente sobre o setor é uma das mais elevadas do mundo e ultrapassa 40% da conta telefônica, dependendo da alíquota de ICMS em cada Estado. A redução dos impostos é um pleito antigo das operadoras, que alegam que uma carga menor estimulará o uso dos serviços e, na prática, não haverá perda de arrecadação.
(...)

Índice do Batom

(...) De tempos em tempos, as revistas de economia divulgam índices baseados na economia real, como o índice Big Mac ou o "lipstick index".

O "indicador do batom" mostra que, quanto pior a crise, mais aumentam as vendas de produtos ligados à vaidade. Em 1929, as vendas de batom cresceram 25% nos Estados Unidos. Em 2001, ano dos atentados de 11 de setembro, 11%.

"Na verdade, as pessoas continuam tomando banho e as mulheres continuam vaidosas", afirma Nicolas Fischer, presidente da Nivea Brasil. "Felizmente."

Em outras palavras, isso significa que, mesmo em mares turbulentos, a Nivea navega com certa facilidade. Alguns clientes, nos últimos meses, passaram a se preocupar mais com estoques e mix de produtos e, em algum momento, diminuíram as compras. (...)

Na crise, empresários recorrem a cortes e união
Folha de São Paulo – 1/3/2009 – Cristiane Barbieri

Relatórios Trimestrais e Crise

O artigo a seguir faz um ataque aos relatórios trimestrais, usando como exemplo o Japão e a Ásia:

Maldição trimestral assola os mercados
William Pesek – 2/3/2009 - Valor Econômico

(...)
A americanização do Japão tem sido um objetivo dos Estados Unidos por décadas. (...) Há indícios de que as autoridades dos EUA estejam recebendo o que queriam, e isso não é necessariamente uma coisa boa. (...)

Não é divertido ser uma empresa de capital aberto nos nossos dias - não com as economias desabando e os mercados de crédito paralisados. Os acionistas estão exigindo ação dos executivos do alto escalão e, portanto, eles estão recorrendo a cortes de pessoal. A motivação para estas iniciativas parece bastante clara: o próximo balancete trimestral.

Pode ter chegado a hora de abolir este extremamente apreciado pilar do capitalismo ao estilo americano.

Uma das semelhanças existentes entre as explosões da Enron e do Lehman Brothers é o pensamento de curtíssimo prazo e os bizarros modelos de remuneração. O sistema dos EUA agora em frangalhos estimulou a contabilidade criativa, como: exagerar no valor dos ativos; diminuir a importância dos riscos e ocultar o que não se consegue explicar fora do balanço patrimonial.

Se os executivos não precisassem impressionar os investidores a cada poucos meses, estariam menos inclinados a assumir riscos extremos ou a cozinhar os números. Longe de resultar em menos transparência, um mundo sem dramas trimestrais poderia estimular rendimentos mais regulares e menos orgulho financeiro arrogante.

Qualquer pessoa que quiser deitar os olhos nessa linha de pensamento desejará ler "The Smartest Guys in the Room" (os mais espertos da sala), o livro de 2003 de Bethany McLean e Peter Elkind sobre o desaparecimento da Enron. Seu relato sobre os procedimentos de fritura pesada da contabilidade corporativa é valioso como nunca, nesse momento em que Wall Street arde.

Até executivos que não estão se envolvendo com fraude podem deixar as pressões dos demonstrativos de resultados trimestrais distorcerem o seu modo de pensar.

O Japão começou a exigir que todas as empresas registradas em bolsa informassem trimestralmente os seus resultados em 2003. Agora os executivos podem estar tomando providências contraproducentes que lamentarão em mais cinco anos. NEC, Nissan, Panasonic e outras estão ajudando a alarmar os consumidores, induzindo-os a uma hibernação plurianual. Em vez de gastarem mais, os 127 milhões de habitantes do país pouparão mais agressivamente.

(...) Grandes coisas podem advir de empresas que aderirem mais a padrões internacionais e acolherem positivamente o investimento estrangeiro. Maior diversidade internacional nos gabinetes dos diretores das corporações e entre os grandes acionistas poderia sacudir o Japão S.A. para melhor.

Num mundo perfeito, apresentar relatórios a cada poucos meses força a responsabilidade e a transparência, mas isso joga desproporcionalmente o enfoque num período de 90 dias, à custa do quadro mais amplo.

Hong Kong, por exemplo, quer instituir relatórios trimestrais para substituir o sistema semestral atual. É o caso de se questionar se é benéfico ter executivos na nona maior economia da Ásia sendo constantemente distraídos pelo placar.

Informes semestrais - ou até anuais - podem criar um ambiente mais estável. À medida que os executivos fortalecerem as lacunas com atualizações confiáveis aqui e acolá sobre rentabilidade e riscos, haverá menos enfoque direto sobre preços de ações.

Os investidores poderão recompensar empresas que voluntariamente oferecem análises aprofundadas reais sobre sua saúde, em contraponto às que não o fazem. Se a realidade a cada seis a 12 meses não combinar com a informação, as ações seriam castigadas. Falemos sobre deixar os mercados livres funcionarem.

A Ásia precisa se abrir mais ao mundo financeiro ao seu redor. Os comunicados recentes sobre demissões nos levam a perguntar se o Japão estaria aprendendo as lições erradas com o Ocidente.

Observe que existe uma crítica interessante a adoção das normas internacionais. Convergir para único padrão implica em reduzir a criatividade dos mercados locais.