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13 janeiro 2009

A importância dos índices de liquidez

A empresa Sacyr possui 20% da empresa de petróleo Repsol. Esta participação está valorada em 3,9 bilhões de euros. A Sacyr pretende vender esta participação. O procedimento mais adequado seria reclassificar este investimento como sendo circulante. Mas para não influenciar os índices de solvência, a empresa decidiu manter a participação como não circulante.

(…) Las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) obligan a presentar los negocios o participaciones en fase de desinversión como "Activos mantenidos para la venta". Cuando se efectúa esa reclasificación, los citados activos pasan del apartado de no circulantes al de corrientes; del mismo modo que la deuda que llevan asociada cae desde el pasivo no circulante al pasivo circulante. (…) El 20% de la participada equivale a 3.943 millones en Bolsa, mientras la deuda permanece inalterable y es igual a los créditos bancarios y otros préstamos en que incurrió Sacyr para alcanzar esa posición: 6.518 millones. El desfase entre ambas cifras en la parte más líquida o realizable del balance afectaría a la posición de solvencia a corto plazo. (…)


Sacyr estudia cómo clasificar Repsol en el balance para no deteriorar su solvencia
Javier F. Magariño Madrid
12 January 2009
Cinco Días
Nacional
005

Ensinando IFRS

O Canadian Institute of Chartered Accountants preparou um material para ajudar o professor que está ensinando IFRS aos estudantes. Os links estão a seguir:

Aqui
Aqui

Estão em PDF.

Caso Parmalat

Deloitte entra em acordo com CVM sobre caso Parmalat
Valor Online
08/01/2009 20:41

A auditoria independente Deloitte e seus sócios Wanderley Olivetti e Michael John Morrel firmaram um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e vão pagar um total de R$ 400 mil para encerrar um processo administrativo em função do caso Parmalat. Desse total, R$ 300 mil são relativos à Deloitte e R$ 50 mil à cada executivo.

De acordo com comunicado divulgado pela autarquia, a auditoria, que prestava serviços de auditoria independente para a Parmalat, era acusada no processo de não ter emitido, no período de 2000 a 2003, os pareceres e os relatórios de revisão especial de acordo com as normas contábeis vigentes. Os dois sócios também tinham sido acusados no processo porque eram os responsáveis pela emissão dos pareceres de auditoria e relatórios de revisão especial em questão.

Como a diretoria colegiada da CVM aceitou a proposta de termo de compromisso, os processos e as acusações ficam suspensos em relação aos que firmaram o acordo. Após o cumprimento dos termos do acordo, o processo é extinto. A Parmalat Alimentos (que era a empresa operacional) e a Deloitte eram partes do mesmo processo administrativo, aberto pela CVM em 2005, após um inquérito que apurou irregularidades no processo de reestruturação da Parmalat Brasil S/A, iniciado em 2000. Em 2003, ocorreu o pedido de concordata da companhia.

A Deloitte já tinha feito uma proposta anterior, de pagar um total de R$ 50 mil para fechar o termo, porém os diretores da autarquia rejeitaram, em outubro do ano passado. A auditoria alegou à CVM que a empresa auditada, a Parmalat, já havia feito um acordo com a autarquia, no valor de R$ 70 mil. Depois da rejeição da primeira proposta, o comitê de termos de compromisso da CVM iniciou um processo de negociação com a Deloitte e o valor final foi acertado em R$ 400 mil.
(...)
(Catherine Vieira | Valor Econômico, para o Valor Online)

Barato ou caro?

Compare:


O mercado financeiro tem demonstrado descontentamento com a estratégia agressiva de incorporações do Banco do Brasil. O resultado acaba se refletindo nos papéis da instituição, que amargam uma queda da ordem de 47% nos últimos 12 meses, de longe a maior entre os maiores bancos brasileiros. Com a redução no valor de mercado, o BB passou a ter uma avaliação próxima à do Unibanco, que antes da fusão com o Itaú possuía menos da metade dos ativos do banco estatal, de acordo com dados da consultoria Economatica. No pregão desta quinta-feira, enquanto o Ibovespa subiu 2,87%, as ações do BB fecharam em queda de 2,28%.

A principal preocupação do mercado é com o valor que o banco tem pago nas operações. Na assembléia que aprovou a aquisição da Nossa Caixa, que custou R$ 7,6 bilhões, os fundos estrangeiros que são acionistas minoritários do BB votaram contra a operação.

Ações caem e valor de mercado encosta no Unibanco
9/1/2009 - Gazeta Mercantil - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro e Jiane Carvalho


Com:

O temor do mercado de que o Banco do Brasil pagasse caro pela participação no Banco Votorantim acabou não se concretizando. Os R$ 4,2 bilhões desembolsados por metade do capital do braço financeiro da família Ermírio de Moraes correspondem a um valor cerca de 20% superior ao patrimônio líquido da instituição. A relação entre preço e valor patrimonial (P/VPA) é o método de avaliação mais usado nas operações de fusões e aquisições no setor financeiro.

Para efeito de comparação, a Nossa Caixa, adquirida pelo BB dois meses antes, saiu por R$ 7,6 bilhões, o equivalente a 2,4 vezes o patrimônio. Na época, os fundos estrangeiros com participação minoritária no banco se manifestaram contra a operação, cujo valor foi considerado caro.

As ações do BB, que vinham em queda pelo receio de que o Votorantim tivesse uma avaliação semelhante, subiram 3,11% na sexta-feira. Na avaliação da equipe de análise da Link Investimentos, o preço surpreendeu positivamente. Antes do anúncio, o mercado especulava que o BB pagaria até R$ 7 bilhões pela participação, ou 2,2 vezes o patrimônio do Votorantim.

Os analistas também destacaram o fato de a relação entre preço e patrimônio líquido ter ficado abaixo da registrada pelo próprio BB, que atualmente é negociado na bolsa com um P/VPA de 1,4 vez. Segundo a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, parte da diferença entre as avaliações pode ser explicada pelo fato de o BB não ter assumido uma posição majoritária do Votorantim. "Porém, mesmo que fosse o caso e o banco pagasse 30% a mais pelo chamado prêmio de controle, a compra ficaria em um patamar abaixo da média das últimas operações no setor bancário."
Necessidade de caixa

Para um profissional do mercado, que pediu para não ser identificado, a necessidade de caixa do grupo Votorantim após as perdas de R$ 2,2 bilhões registradas com as operações em derivativos cambiais exóticos pode ter facilitado o negócio para o BB. Ele destaca que a distribuição de R$ 750 milhões em dividendos à família Ermírio de Moraes, que será realizada antes da entrada do banco estatal, é um sinal de que a venda pode ter sido usada para reequilibrar as finanças do grupo.

Banco do Brasil pagou barato pelo Votorantim, dizem analistas
12/1/2009 - Gazeta Mercanti - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro

Ilusão da Moeda

A época que a pessoa nasceu interfere nas decisões financeiras tomadas e na atitude perante o risco. Este fato é muito explorado no livro Outlier (muito bom, vale a pena ler). Mas chamou a atenção o seguinte texto:

Ms Malmendier e Mr Nagel também encontraram que pessoas que viveram em períodos de elevada inflação sistematicamente esperam que a inflação futura seja mais elevada do que aqueles que não tiveram a experiência com alta inflação


Este aspecto é interessante. No passado, reproduzimos (eu e minha orientanda Ludmila) um trabalho sobre ilusão da moeda. E os resultados não corresponderam ao que foi obtido nos Estados Unidos. Teria alguma relação?

Xadrez

BRIC é abreviatura para Brasil, Rússia, Índia e China. Seriam os países que alcançariam um patamar de desenvolvimento rapidamente. No xadrez a Rússia sempre foi o principal país. Mas recentemente tanto a Índia quanto a China estão avançando. A China possui hoje a terceira melhor média de rating entre os dez principais jogadores. A Índia conta com o atual campeão mundial, o campeão juvenil, a campeã juvenil. [O Brasil praticamente só teve Mequinho, que na década de 70 chegou a ser um dos quatro melhores do mundo]

Agora uma notícia impressionante: um garoto indiano de 9 anos, Hetul Shah, ganhou de um Grande Mestre. É o novo recorde, do garoto mais jovem a ganhar de um GM. (Em 1999 um garoto de oito anos bateu John Nunn, mas num jogo rápido).

Fonte: Aqui

Remuneração e Evidenciação

Empresas são contra abertura de salário
7/1/2009
Valor Econômico

Vai começar um jogo de forças entre as empresas abertas e o regulador do mercado de capitais brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O alvo da disputa é a transparência que será exigida das companhias na divulgação da remuneração de seus executivos.

A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) deverá se opor à proposta feita pela autarquia de obrigar que as empresas divulguem os salários de diretores e conselheiros individualmente. "Essa divulgação é mais um tema de curiosidade do que de necessidade para os acionistas", afirmou Antonio Castro, presidente da organização. (1)

(...) Com a mudança pretendida pela CVM, o país se alinha às práticas americanas e francesas, por exemplo. A partir de 2010, as companhias brasileiras terão que fornecer, por executivo, todos os pagamentos feitos - salário fixo, bônus, planos de opções de ações, aposentadoria e todos os tipos de benefícios. Tudo isso referente aos três últimos anos e também uma estimativa para o exercício corrente da entrega deste documento anual, que deve ser divulgado até o fim de todo mês de abril. Além disso, as empresas terão que justificar e explicar a estratégia de sua política de remuneração, com detalhes.

Castro, da Abrasca, considera útil aos acionistas que as empresas identifiquem o que é remuneração fixa e variável nas informações divulgadas ao mercado. "O que aconteceu nos Estados Unidos decorreu de grandes excessos nos salários variáveis", ressaltou ele, ao justificar sua posição. Ele também defende a separação entre os pagamentos feitos aos conselheiros e aos diretores, em grupo. (2)
A atual crise financeira está intimamente relacionada aos ganhos milionários dos executivos financeiros. Como grande parte da remuneração estava atrelada ao desempenho das companhias, muitos riscos foram assumidos em busca de retornos exorbitantes. Não é a primeira vez que o estímulo dado aos executivos está no centro dos problemas de grandes grupos econômicos. Foi assim também com as fraudes contábeis da Enron, Tyco, WorldCom, entre outras. (3)

Apesar de o embate entre o regulador e as companhias ser esperado, os especialistas acreditam que não há espaço para retrocesso nas propostas da CVM.

"Não dá mais para a remuneração ser uma caixa preta no Brasil. A mudança é necessária se o país quer continuar com um mercado ativo, para alinhamento às práticas internacionais", defendeu Érica Gorga, professora da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Carlos Eduardo Lessa Brandão, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), acredita que esse avanço é muito importante para que o país continue sendo um receptor de recursos internacionais. (4)

O aumento da transparência na divulgação dos salários dos executivos em outros países trouxe conseqüências. Nos Estados Unidos, contou Érica, há especialistas que defendem que a competição entre os administradores elevou os ganhos desses profissionais. Há uma pressão por maior salários maiores, pois todos querem estar entre os 25% mais bem pagos do mercado. A professora da FGV afirmou, porém, que essa não é a única explicação para a expansão das remunerações nos últimos anos. Há argumentos que relacionam a alta dos ganhos dos administradores com o aumento do lucro das empresas. (5)

No Brasil, há uma clara resistência cultural à abertura desse tipo de informação. Já nos Estados Unidos, o assunto é de interesse coletivo. Meios para conter as distorção nos ganhos dos executivos constaram das plataformas de campanha dos candidatos à presidência do país. A diferença é tão marcante que a própria CVM, no edital da minuta da instrução que trata do assunto, discorre sobre esse desafio.

A autarquia destaca que três argumentos devem ser levados em consideração no debate do tema e pede, especialmente, contribuições para a discussão. O primeiro é justamente a diferença cultural entre o Brasil e os países que exigem que a remuneração de executivos seja aberta em nível individual. "Aqui, as pessoas tendem a não revelar seu patrimônio ou renda", diz o texto da CVM. A preocupação do regulador é justamente os reflexos que essa divulgação pode causar, como a redução de interesse de executivos "competentes" por esses cargos, devido ao maior grau de exposição, o que poderia acarretar um aumento de salários.

Outro ponto de preocupação é com uma eventual desvantagem entre as companhias abertas e as fechadas na competição por executivos. As fechadas não têm nenhuma obrigação de dar informações sobre salários. (6)
Por fim, a CVM também admite que há a questão da segurança. Trata-se de um dos principais argumentos de quem se opõe à maior transparência. "Mesmo que esses dados tenham utilidade aos investidores, não é aconselhável que as empresas os divulguem dada a nossa realidade, de grandes problemas de segurança", disse Castro, da Abrasca. (7)

As exigências propostas pelo regulador para a questão da remuneração são superiores a quaisquer manuais ou recomendações de boas práticas de governança existentes hoje no país. O tema não é abordado nem mesmo nos segmentos diferenciados de listagem da Bovespa - níveis 1, 2 e Novo Mercado.

A transparência que pode ser alcançada com a nova regra da CVM supera até mesmo as sugestões de órgãos como o IBGC e o Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado (Codim), ambos estão também realizando audiências públicas neste momento. O IBGC está revisando os códigos de boas práticas e no texto sugerido não há menção à abertura individual de salários e benefícios. Já o Codim iniciou, em dezembro, audiência sobre um pronunciamento para remuneração, que se limita a sugerir a abertura dos ganhos por órgão de administração, com divisão da parcela fixa e variável e divulgação da política dos pagamentos.

O principal motivo da condescendência com a não divulgação dos salários por executivos é de que a informação mais relevante aos investidores é a política de remuneração. (8) Entretanto, é preciso ressaltar que, com exceção do próprio regulador, há poucos órgãos independentes para tratar do assunto. O próprio IBGC, que reúne companhias abertas e conselheiros, não abriga um consenso sobre o assunto.

"O mais importante é verificar se a empresa foca o estímulo aos executivos no curto prazo ou no longo prazo", acredita Renato Chaves, da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, fazendo coro a tolerância. (9) Para ele, uma sugestão feita pela própria CVM na consulta é interessante. O regulador admite sua "pouca experiência" com o tema e questiona se a divulgação por órgão de administração, com abertura individual apenas para os três executivos mais bem pagos, não seria suficiente para identificar distorções nas práticas das companhias.


(1) Uma afirmação infeliz. A informação é útil ao investidor. Elevada remuneração pode representar maior despesa. Alem disto, é interessante comparar a remuneração com o desempenho da empresa. Esta é uma discussão relevante nos mercados mais sérios. (2) o pagamento de conselheiros deve ser evidenciado. Em muitas empresas, o cargo num conselho nada mais é do que a contratação de lobistas disfarçados. Nas estatais, é uma forma de “remunerar” os políticos aliados, em especial os gestores do governo. Muitos deles são incompetentes para ocupar estes cargos. (3) Provavelmente esta afirmação é verdadeira. (4) Este é um ponto de vista interessante. Mas observe que o investidor estrangeiro tem este interesse em saber a remuneração. Mas o brasileiro não? (5) Existem autores que afirmam que a divulgação da informação fez aumentar os ganhos dos executivos. No entanto isto não seria plenamente aplicável no Brasil já que os executivos brasileiros são tipicamente os acionistas controladores. São os fundadores ou os filhos dos fundadores da empresa, e não gestores profissionais, que mostraram serviço ao longo do tempo. Estas pessoas não estão muito interessadas na divulgação das informações. (6) Este argumento é fraco e tendencioso. Sempre existira diferença entre estas duas empresas. (7) Outro argumento fraco. Esta questão existira, com ou sem esta divulgação. (8) não é verdade. Saber quanto ganha um executivo que desempenha mal suas funções também é relevante. (9) A Previ não é uma boa escolha para defender o argumento. Quanto ganha um executivo da Previ? A sua remuneração é compatível com a qualidade das suas decisões?