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25 novembro 2008

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Citigroup 3

EUA resgatam Citibank em pacote bilionário
Gazeta Mercantil - 25/11/2008

25 de Novembro de 2008 - Os reguladores federais aprovaram um plano radical para estabilizar o Citgroup, em um acordo complexo no qual o governo poderia absorver dezenas de bilhões de dólares em perdas no problemático banco, conforme anunciou o governo do EUA. O plano exige que o governo financie cerca de US$ 306 bilhões em empréstimos e títulos e invista diretamente cerca de US$ 20 bilhões no grupo.

O plano, que emergiu depois de uma semana angustiante nos mercados financeiros, seria a terceira tentativa do governo em três meses de conter a crise econômica que se aprofunda. Embora as negociações estivessem ocorrendo na noite de domingo, a proposta, se aplicada a outros bancos, poderia estabelecer um precedente para outros resgates financeiros bilionários.

Pelo acordo, o governo irá assumir até US$ 306 bilhões em empréstimos do setor imobiliário residencial e comercial que estão na carteira do banco, além de outros ativos, que vão permanecer no balanço do banco. O Citigroup vai arcar com perdas sobre os US$ 29 bilhões desse portfólio.

Quaisquer perdas remanescentes serão divididas entre o Citigroup e o governo. O banco absorverá 10% e o governo 90%. O Departamento do Tesouro vai usar seu fundo para resgate financeiro para assumir até US$ 5 bilhões em perdas. Caso seja necessário, o FDIC vai arcar com os próximos US$ 10 bilhões em perdas.

Em troca, o Citigroup vai emitir US$ 20 bilhões em ações preferenciais a agências do governo, uma medida que daria aos contribuintes um benefício, mas que poderia prejudicar os acionistas existentes. As ações preferenciais vão pagar um dividendo de 8%.

O Citigroup também vai concordar com certas restrições à compensação de executivos e colocar em ordem o plano de modificação de empréstimos do FDIC, que é similar àquele no qual o grupo embarcou recentemente.

O governo disse que estava dando um passo para reforçar economia enquanto protege os contribuintes. "Vamos continuar a usar todos os nossos recursos para preservar a força de nossas instituições bancárias e promover o processo de reparação e recuperação e administrar os riscos", disseram os reguladores em um comunicado.

Os executivos do Citigroup apresentaram o plano às autoridades federais na tarde de sexta-feira, depois que a queda de uma semana no preço da ação do banco ameaçou afundar outras grandes instituições. Em negociações tensas que duraram todo o dia, depois de se estenderem pela semana, ficou claro que a crise de confiança tinha de ser neutralizada ou os mercados financeiros poderiam despencar ainda mais.

Se o plano de resgate mais recente vai ajudar a acalmar os mercados é incerto, dado o estresse no sistema financeiro causado pelas perdas cada vez maiores no Citigroup e em outros bancos. Cada esforço prévio inicialmente parecia acalmar os investidores, levando ao otimismo de que o sistema bancário havia se estabilizado. Mas essas esperanças desapareceram à medida que o panorama econômico piorou, aumentando as preocupações de que mais empréstimos bancários provavelmente não seriam pagos.

Novo presidente

O presidente eleito, Barack Obama, também esteve trabalhando durante a semana passada para sustentar a confiança na economia que cede rapidamente. Obama sinalizou que vai perseguir um plano muito mais ambicioso de cortes de gastos e impostos que havia esboçado durante sua campanha. Enquanto isso, alguns democratas no Congresso exigiam que o governo gaste US$ 700 bilhões para estimular a economia nos próximos dois anos.

A escolha de Obama para o secretário do Tesouro, Timothy F. Geithner, presidente do Federal Reserve de Nova York, teve um papel crucial nas negociações na sexta-feira, mas aconteceu nos bastidores, uma vez que notícias de sua indicação começaram a circular. Enquanto o foco inicial das autoridades governamentais era o de ajudar o Citi, elas podem também tentar formular um plano que envolva o setor industrial como um todo e que poderia ajudar outros bancos.

Sob a proposta, o governo assumiria as perdas no Citigroup caso elas excedessem certos níveis, de acordo com pessoas que receberam informações a respeito das conversações, que falaram na condição de que não seriam identificadas porque o plano ainda estava em discussão.

Se o governo tivesse de assumir as perdas maiores, ele receberia uma participação no Citigroup que poderia prejudicar potencialmente os acionista existentes, cujas ações despencaram 87% neste ano. Um ano atrás elas, eram negociadas em cerca de US$ 30. Na sexta-feira, fecharam em US$ 3,77. O plano poderia introduzir uma outra mudança no resgate financeiro do governo.

O departamento do Tesouro propôs primeiramente comprar ativos de bancos com problemas, mas mudou de política e começou a injetar capital diretamente em instituições financeiras. Entretanto, nenhum dos planos restaurou a confiança dos investidores por muito tempo. "Tem sido um anúncio depois do outro. Anúncios com conteúdo, mas sem força para enfrentar a crise", disse Charles R. Geisst, historiador financeiro e professor da Manhattan College. "Ao intervir, estão dando ao mercado alguma força para afastar temporariamente o medo".

Autoridades do setor bancário disseram que a decisão de apoiar o Citigroup receberia críticas de instituições menores que não são grandes o suficiente para serem salvas.

Ver também pág. B3(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times, com agên cias internacionais)

Citigroup 2

Valor de mercado do Citi despenca US$ 216,65 bi

São Paulo, 25 de Novembro de 2008 - Há pouco mais de um ano o Citigroup (Citi) era o maior banco em valor de mercado, se consideradas as instituições de capital aberto dos Estados Unidos e América Latina. O banco norte-americano valia US$ 237,2 bilhões em 9 de outubro de 2007, quando o Dow Jones alcançou seu valor máximo. De lá para cá perdeu US$ 216, 65 bilhões, mostra pesquisa da Economatica, e fechou na sexta-feira em US$ 20,5 bilhões, 9 lugar no ranking e atrás de instituições menos globalizadas, como os brasileiros Itaú e Bradesco, na 6 e 7 posição, respectivamente.

A queda decorre das perdas e prejuízos oriundas da crise do subprime e o socorro do governo dos Estados Unidos tenta salvar da falência a instituição, uma das mais antigas do cenário financeiro mundial, fundada em 1812. No Brasil, chegou há 93 anos e, ao contrário do derretimento da matriz, aqui os negócios vão bem. Tanto que é considerado como uma das "noivas mais atrativas" nesse momento de consolidação do setor, intensificado também por causa da crise, alvo de compra de Bradesco ou Banco do Brasil, se estivesse à venda, o que não ocorre, segundo já informou.

Não à toa. Até junho, conforme dados do Banco Central, a subsidiária registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão e ostenta a 12 posição no ranking brasileiro das 50 maiores instituições por ativos, com R$ 39,41 bilhões. Se o desempenho da matriz não impactar os resultados, o banco pode crescer mais no Brasil, onde tem em curso um plano de expansão, orgânica e por aquisições. Neste ano, inclusive, já fechou a compra da Corretora Intra

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Iolanda Nascimento)

Citigroup 1

Citigroup pode criar um ‘banco ruim’
David Enrich e Carrick Mollenkamp, The Wall Street Journal, de Nova York e Londres
The Wall Street Journal Americas - 24/11/2008

O Citigroup Inc. está perto de um acordo com autoridades do governo americano para criar uma estrutura que abrigaria parte dos ativos mais arriscados do grupo, segundo pessoas a par da situação.

Embora as discussões continuem voláteis e possam não resultar num acordo, as conversas progrediam ontem para que houvesse a criação do que seria essencialmente um “banco ruim”. Essa estrutura ajudaria o Citigroup a limpar seu balanço de bilhões de dólares de ativos potencialmente podres, disseram essas pessoas.

O banco ruim também poderia absorver ativos das entidades fora de balanço do Citigroup, que detêm US$ 1,23 trilhão. Alguns desses ativos são atrelados a hipotecas, e os investidores temiam que tais créditos poderiam provocar grandes perdas se parassem no balanço patrimonial do banco. O Citigroup também tem cerca de US$ 2 trilhões em empréstimos a receber, valores mobiliários e outros ativos em seu balanço de 30 de setembro.

Por trás da iniciativa há um amplo esforço para aumentar a confiança no banco nova-iorquino, cuja ação desabou 60% na semana passada, para seu nível mais baixo em 16 anos.

Pelos termos que estão sendo discutidos, o Citigroup concordaria em absorver perdas de ativos cobertos pelo acordo até um certo limite. O governo americano cobriria perdas além daquele nível, disseram pessoas familiarizadas com a questão. Uma pessoa disse que a nova entidade deve ter ativos de cerca de US$ 50 bilhões.

Uma porta-voz do Citigroup se negou a comentar as discussões.

Não está claro se o governo americano assumirá uma participação acionária no Citigroup em troca de dar um suporte financeiro. Também não está claro se o Citi receberia um empréstimo do governo para financiar a entidade. O governo adotou essa estratégia com a seguradora American International Group Inc. no fim de setembro.

Não se sabia ontem à tarde se o Citigroup terá de fazer mudanças em sua diretoria, conselho de administração ou outras partes dentro da companhia em troca da ajuda do governo.

As partes esperavam anunciar um acordo ainda ontem à noite, depois das discussões entre executivos do Citi e funcionários do Federal Reserve, o banco central, e do Departamento do Tesouro.

Depois da queda das ações do Citi na semana passada, o diretor-presidente Vikram Pandit e outros executivos insistiram que a queda não era uma ameaça porque a companhia tem muito capital e liquidez. Mas na sexta-feira diretores do banco esperavam alguma expressão pública de confiança por parte do governo.

Para pagar o passivo

ABInBev lança ações para pagar dívida
Gazeta Mercantil - 25/11/2008

Genebra, 25 de Novembro de 2008 - A Anheuser-Busch InBev (ABInBev), formada na semana passada com a fusão das maiores cervejarias da Europa e das Américas, reativaram a venda de ações, para pagar a dívida de US$ 54,8 bilhões, depois que seus controladores se dispuseram a desembolsar mais dinheiro.

Até 986,1 milhões de novas ações estão sendo vendidas para os atuais investidores, a ? 6,45 cada, para captar ? 6,36 bilhões (US$ 8,05 bilhões), informou a empresa. Os investidores poderão subscrever oito novas ações para cada cinco que já tinham até 9 de dezembro.

Ontem, depois que o preço foi anunciado, as ações caíram 19,90%, ou 4,10, para E16,50 no pregão da Bolsa de Bruxelas, fechando no menor valor desde março de 2003. A empresa disse que os seus controladores, executivos brasileiros e famílias belgas, vão gastar E2,8 bilhões em ações para manter sua condição de majoritários, mais do que o dobro de suas intenções no mês passado. "Eles acreditam na empresa e também precisam concluir o negócio", disse Giuliu Lombardi, analista da Fitch Ratings, em Londres. "Eles não podem esperar até que a situação do mercado financeiro melhore", disse. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Bloomberg News)

Para resolver a crise

Segundo a revista Forbes, 12 passos são necessários para resolver a crise econômica (
12 Steps to Economic Recovery; Has a 12-step recovery program for the economy, Rich Karlgaard, 8/12/2008, Forbes, 29, Volume 182 Issue 12). Existem medidas imediatas, para o próximo ano e para um futuro próximo. A primeira medida imediata é, segundo a revista, admitir nossos erros, que inclui a marcação a mercado:

(...) Immediate Steps

1. Admit our mistakes. Retool mark-to-market accounting rules. Eliminate naked short-selling and reinstate the uptick rule. The damage from these three policy boners has mostly been done, but it would be good to admit our errors and fix them anyway. If our goal was to destroy the banking system as we know it, there was no surer way than to (a) insist on mark--to-market accounting valuations of thinly traded distressed assets during a panic, (b) allow any hedge fund to short bank stocks without borrowing the stock first and (c) let short-selling careen downhill without brakes. That's how a market gets violent short raids. Yet this is exactly what the U.S. government--the FASB, the SEC and the Treasury--allowed to happen throughout 2008. The victims--Bear Stearns, AIG and Lehman Brothers--were cash-flow-positive right up until the point they declared bankruptcy. Did you know that?

Custo dos ex-presidentes

Ex-presidentes custam ao País mais de R$ 3 milhões por ano
Gazeta Mercantil – 24/11/2008

São Paulo, 24 de Novembro de 2008 - Enquanto governo e oposição se articulam para as eleições de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se prepara para desfrutar dos benefícios a que todo ex-presidente da República tem direito. Decreto assinado por Lula no dia 27 de fevereiro de 2008 amplia de seis para oito o número de servidores disponíveis para segurança aos ex-presidentes, além de estender a proteção a bens e direitos, fato inédito na história do País, segundo especialistas consultados pela Gazeta Mercantil.

De acordo com dados da ONG Contas Abertas, um ex-presidente custa aos cofres públicos R$ 63.438,53 por mês. Este valor inclui despesas com servidores (41.284,38), a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (R$ 10.733, 94) e o salário que cada ex-ocupante do Palácio do Planalto tem direito (R$ 11.420,21).

Se somados os gastos com os dois veículos oficiais que estão à disposição, a despesa individual sobe para R$ 69.076,03, segundo estimativas da ONG Contas Abertas. Anualmente, isso representa um gasto de R$ 828.912,35. Ou seja, os presidentes eleitos desde a redemocratização (José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) custam ao País R$ 3.315.649,38 por ano. Em 2011, quando o presidente Lula deixar o cargo, essa quantia irá crescer para R$ 4.114.561,73.

"É justo que ex-presidentes tenham certa proteção do Estado. Até porque tomam decisões que desagradam muitas pessoas. O que se pode questionar é a quantidade de funcionários à serviço dos presidentes", afirma Gil Castelo Branco, consultor da Contas Abertas. O advogado tributarista Ives Gandra Martins considera "exagerado" a quantidade de servidores responsáveis pelas atividades de segurança e proteção aos ex-presidentes. Mesmo assim, não enxerga o decreto como um casuísmo autêntico.

"Todos os presidentes têm o mesmo direito. Agora, Lula apenas utiliza mais do que FHC as mordomias do cargo", avalia Ives Gandra. O advogado André Carlos Magalhães, especialista nas áreas de direito administrativo/público, consumidor, financeiro e bancário, lembra que o aumento do número de servidores à disposição dos ex-presidentes já fazia parte de medida provisória editada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), quando o tucano instituiu o gabinete de transição.

A Casa Civil explicou que o governo Lula apenas regulamentou a Lei 10.609, de 2002, que alterou a Lei 7.474, de 1986. Os dois novos cargos comissionados são do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS de nível 5) no valor de R$ 8.400,00. Além desses comissionados, os ex-presidentes dispõem de dois funcionários DAS-1 (com remuneração de R$ 1.977,31 cada), dois DAS-2 (R$ 2.518,42) e dois DAS-4 (R$ 6.396,04). Segundo a Casa Civil, no primeiro semestre de 2008, Sarney, Collor, Itamar e FHC mantiveram preenchidos os oito cargos.

Além disso, por ser senador, Sarney recebe R$ 12.700 de salário, R$ 3.800 de auxílio-moradia, R$ 15 mil verba indenizatória e até R$ 80 mil para contratar funcionários comissionados. Também senador, Collor terá direito aos mesmos benefícios, em janeiro de 2009, quando promete retornar da licença de 120 dias.

Proteção patrimonial

"A grande novidade entre o decreto de Lula e os anteriores é a destinação de servidores para a proteção patrimonial de ex-presidentes. Nenhum outro decreto - nem mesmo a Lei originária - tratava de proteção de bens e direitos", analisa Magalhães. Segundo ele, o decreto é um avanço na medida em que a residência de um ex-presidente é um depósito de informações da história do Brasil.

"O que parece um retrocesso na verdade pode representar um avanço, já que as memórias, cartas e mensagens recebidas durante as campanhas, as anotações particulares, depoimentos, biblioteca, honrarias e títulos outorgados ao presidente da República compõem um acervo histórico que não é guardado em bancos, mas em casa. Embora pertença ao ex-presidente, faz parte da história do País e merece proteção", justifica Magalhães. Ele defende que os benefícios sejam estendidos, em menor grau, aos vices.

"A história recente do País mostra que por duas vezes um vice assumiu o lugar do titular", lembra o advogado. Em abril de 1985, o senador José Sarney tornou-se presidente após o falecimento de Tancredo Neves. Na época, o político mineiro encabeçava a chapa que superou o então candidato Paulo Maluf nas eleições indiretas para o Palácio do Planalto. Primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, em 1989, Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, em 1992, para evitar um processo de impechment. A renúncia, contudo, não evitou a cassação de Collor pelo Senado sob acusações de corrupção.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Fernando Taquari Ribeiro)