Translate

25 novembro 2008

Citigroup 1

Citigroup pode criar um ‘banco ruim’
David Enrich e Carrick Mollenkamp, The Wall Street Journal, de Nova York e Londres
The Wall Street Journal Americas - 24/11/2008

O Citigroup Inc. está perto de um acordo com autoridades do governo americano para criar uma estrutura que abrigaria parte dos ativos mais arriscados do grupo, segundo pessoas a par da situação.

Embora as discussões continuem voláteis e possam não resultar num acordo, as conversas progrediam ontem para que houvesse a criação do que seria essencialmente um “banco ruim”. Essa estrutura ajudaria o Citigroup a limpar seu balanço de bilhões de dólares de ativos potencialmente podres, disseram essas pessoas.

O banco ruim também poderia absorver ativos das entidades fora de balanço do Citigroup, que detêm US$ 1,23 trilhão. Alguns desses ativos são atrelados a hipotecas, e os investidores temiam que tais créditos poderiam provocar grandes perdas se parassem no balanço patrimonial do banco. O Citigroup também tem cerca de US$ 2 trilhões em empréstimos a receber, valores mobiliários e outros ativos em seu balanço de 30 de setembro.

Por trás da iniciativa há um amplo esforço para aumentar a confiança no banco nova-iorquino, cuja ação desabou 60% na semana passada, para seu nível mais baixo em 16 anos.

Pelos termos que estão sendo discutidos, o Citigroup concordaria em absorver perdas de ativos cobertos pelo acordo até um certo limite. O governo americano cobriria perdas além daquele nível, disseram pessoas familiarizadas com a questão. Uma pessoa disse que a nova entidade deve ter ativos de cerca de US$ 50 bilhões.

Uma porta-voz do Citigroup se negou a comentar as discussões.

Não está claro se o governo americano assumirá uma participação acionária no Citigroup em troca de dar um suporte financeiro. Também não está claro se o Citi receberia um empréstimo do governo para financiar a entidade. O governo adotou essa estratégia com a seguradora American International Group Inc. no fim de setembro.

Não se sabia ontem à tarde se o Citigroup terá de fazer mudanças em sua diretoria, conselho de administração ou outras partes dentro da companhia em troca da ajuda do governo.

As partes esperavam anunciar um acordo ainda ontem à noite, depois das discussões entre executivos do Citi e funcionários do Federal Reserve, o banco central, e do Departamento do Tesouro.

Depois da queda das ações do Citi na semana passada, o diretor-presidente Vikram Pandit e outros executivos insistiram que a queda não era uma ameaça porque a companhia tem muito capital e liquidez. Mas na sexta-feira diretores do banco esperavam alguma expressão pública de confiança por parte do governo.

Para pagar o passivo

ABInBev lança ações para pagar dívida
Gazeta Mercantil - 25/11/2008

Genebra, 25 de Novembro de 2008 - A Anheuser-Busch InBev (ABInBev), formada na semana passada com a fusão das maiores cervejarias da Europa e das Américas, reativaram a venda de ações, para pagar a dívida de US$ 54,8 bilhões, depois que seus controladores se dispuseram a desembolsar mais dinheiro.

Até 986,1 milhões de novas ações estão sendo vendidas para os atuais investidores, a ? 6,45 cada, para captar ? 6,36 bilhões (US$ 8,05 bilhões), informou a empresa. Os investidores poderão subscrever oito novas ações para cada cinco que já tinham até 9 de dezembro.

Ontem, depois que o preço foi anunciado, as ações caíram 19,90%, ou 4,10, para E16,50 no pregão da Bolsa de Bruxelas, fechando no menor valor desde março de 2003. A empresa disse que os seus controladores, executivos brasileiros e famílias belgas, vão gastar E2,8 bilhões em ações para manter sua condição de majoritários, mais do que o dobro de suas intenções no mês passado. "Eles acreditam na empresa e também precisam concluir o negócio", disse Giuliu Lombardi, analista da Fitch Ratings, em Londres. "Eles não podem esperar até que a situação do mercado financeiro melhore", disse. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Bloomberg News)

Para resolver a crise

Segundo a revista Forbes, 12 passos são necessários para resolver a crise econômica (
12 Steps to Economic Recovery; Has a 12-step recovery program for the economy, Rich Karlgaard, 8/12/2008, Forbes, 29, Volume 182 Issue 12). Existem medidas imediatas, para o próximo ano e para um futuro próximo. A primeira medida imediata é, segundo a revista, admitir nossos erros, que inclui a marcação a mercado:

(...) Immediate Steps

1. Admit our mistakes. Retool mark-to-market accounting rules. Eliminate naked short-selling and reinstate the uptick rule. The damage from these three policy boners has mostly been done, but it would be good to admit our errors and fix them anyway. If our goal was to destroy the banking system as we know it, there was no surer way than to (a) insist on mark--to-market accounting valuations of thinly traded distressed assets during a panic, (b) allow any hedge fund to short bank stocks without borrowing the stock first and (c) let short-selling careen downhill without brakes. That's how a market gets violent short raids. Yet this is exactly what the U.S. government--the FASB, the SEC and the Treasury--allowed to happen throughout 2008. The victims--Bear Stearns, AIG and Lehman Brothers--were cash-flow-positive right up until the point they declared bankruptcy. Did you know that?

Custo dos ex-presidentes

Ex-presidentes custam ao País mais de R$ 3 milhões por ano
Gazeta Mercantil – 24/11/2008

São Paulo, 24 de Novembro de 2008 - Enquanto governo e oposição se articulam para as eleições de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se prepara para desfrutar dos benefícios a que todo ex-presidente da República tem direito. Decreto assinado por Lula no dia 27 de fevereiro de 2008 amplia de seis para oito o número de servidores disponíveis para segurança aos ex-presidentes, além de estender a proteção a bens e direitos, fato inédito na história do País, segundo especialistas consultados pela Gazeta Mercantil.

De acordo com dados da ONG Contas Abertas, um ex-presidente custa aos cofres públicos R$ 63.438,53 por mês. Este valor inclui despesas com servidores (41.284,38), a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (R$ 10.733, 94) e o salário que cada ex-ocupante do Palácio do Planalto tem direito (R$ 11.420,21).

Se somados os gastos com os dois veículos oficiais que estão à disposição, a despesa individual sobe para R$ 69.076,03, segundo estimativas da ONG Contas Abertas. Anualmente, isso representa um gasto de R$ 828.912,35. Ou seja, os presidentes eleitos desde a redemocratização (José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) custam ao País R$ 3.315.649,38 por ano. Em 2011, quando o presidente Lula deixar o cargo, essa quantia irá crescer para R$ 4.114.561,73.

"É justo que ex-presidentes tenham certa proteção do Estado. Até porque tomam decisões que desagradam muitas pessoas. O que se pode questionar é a quantidade de funcionários à serviço dos presidentes", afirma Gil Castelo Branco, consultor da Contas Abertas. O advogado tributarista Ives Gandra Martins considera "exagerado" a quantidade de servidores responsáveis pelas atividades de segurança e proteção aos ex-presidentes. Mesmo assim, não enxerga o decreto como um casuísmo autêntico.

"Todos os presidentes têm o mesmo direito. Agora, Lula apenas utiliza mais do que FHC as mordomias do cargo", avalia Ives Gandra. O advogado André Carlos Magalhães, especialista nas áreas de direito administrativo/público, consumidor, financeiro e bancário, lembra que o aumento do número de servidores à disposição dos ex-presidentes já fazia parte de medida provisória editada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), quando o tucano instituiu o gabinete de transição.

A Casa Civil explicou que o governo Lula apenas regulamentou a Lei 10.609, de 2002, que alterou a Lei 7.474, de 1986. Os dois novos cargos comissionados são do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS de nível 5) no valor de R$ 8.400,00. Além desses comissionados, os ex-presidentes dispõem de dois funcionários DAS-1 (com remuneração de R$ 1.977,31 cada), dois DAS-2 (R$ 2.518,42) e dois DAS-4 (R$ 6.396,04). Segundo a Casa Civil, no primeiro semestre de 2008, Sarney, Collor, Itamar e FHC mantiveram preenchidos os oito cargos.

Além disso, por ser senador, Sarney recebe R$ 12.700 de salário, R$ 3.800 de auxílio-moradia, R$ 15 mil verba indenizatória e até R$ 80 mil para contratar funcionários comissionados. Também senador, Collor terá direito aos mesmos benefícios, em janeiro de 2009, quando promete retornar da licença de 120 dias.

Proteção patrimonial

"A grande novidade entre o decreto de Lula e os anteriores é a destinação de servidores para a proteção patrimonial de ex-presidentes. Nenhum outro decreto - nem mesmo a Lei originária - tratava de proteção de bens e direitos", analisa Magalhães. Segundo ele, o decreto é um avanço na medida em que a residência de um ex-presidente é um depósito de informações da história do Brasil.

"O que parece um retrocesso na verdade pode representar um avanço, já que as memórias, cartas e mensagens recebidas durante as campanhas, as anotações particulares, depoimentos, biblioteca, honrarias e títulos outorgados ao presidente da República compõem um acervo histórico que não é guardado em bancos, mas em casa. Embora pertença ao ex-presidente, faz parte da história do País e merece proteção", justifica Magalhães. Ele defende que os benefícios sejam estendidos, em menor grau, aos vices.

"A história recente do País mostra que por duas vezes um vice assumiu o lugar do titular", lembra o advogado. Em abril de 1985, o senador José Sarney tornou-se presidente após o falecimento de Tancredo Neves. Na época, o político mineiro encabeçava a chapa que superou o então candidato Paulo Maluf nas eleições indiretas para o Palácio do Planalto. Primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, em 1989, Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, em 1992, para evitar um processo de impechment. A renúncia, contudo, não evitou a cassação de Collor pelo Senado sob acusações de corrupção.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Fernando Taquari Ribeiro)

Bibliotecas de luxo


As bibliotecas presidenciais americanas abrigam muito mais do que livros e documentos dos chefes de governo dos Estados Unidos. Cinco delas contém em seus limites, os restos mortais de seus fundadores. São 12 as instituições deste gênero que têm a chancela do governo do país, recebendo orçamentos próprios com dinheiro público. Homenageiam desde o ex-presidente Herbert Hoover (1920-33) até William Clinton (1993-2001). Somadas, elas consumirão, em 2008, US$ 312,800 milhões (R$ 749,500 milhões) em custos operacionais, garantidos por verbas aprovadas pelo Congresso. Esta quantia pode parecer extraordinária, mas é preciso considerar que, além dos corpos de alguns mortos, estes monumentos nacionais abertos aos cidadãos guardam tesouros de valor histórico incalculável.


Mais adiante

"Acho que a Biblioteca de W. Bush poderia ser um armário de banheiro. Ele já disse que não gosta de ler. Não vai doar todos seus documentos. Para que precisa de um prédio? É verdade que sua mulher, a primeira-dama Laura Bush, é formada em bibleoteconomia, mas não acho que ela seja capaz de montar uma biblioteca com tão puco material", diz o humorista Chris Rock.


Tesouro dos EUA banca de livros a restos mortais - Gazeta Mercantil - 24/11/2008

Fonte da Foto: Life

Divórcio


Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, pode ter o divórcio mais caro do mundo. Sua fortuna é estimada em 3,5 bilhões de dólares e boa parte num offshore trust que ele criou para fugir dos impostos. Mas este trust é controlado por Slavica, modelo croata e esposa de Bernie (foto, ao lado, de Bernie e Slavica). Os especialistas acreditam que ela não sairá do processo com alguns trocados, mas talvez até com boa parte da fortuna.

Mais detalhes, aqui.

Acredite se quiser


O processo de transformação dos grandes bancos de varejo do País em conglomerados financeiros não deve inibir a concorrência no segmento, que deverá ser estimulada por três fatores.

Os dois primeiros têm relação direta com a consolidação, que diminui o espaço para compras de novas instituições e de folhas de pagamentos de funcionários públicos. O terceiro fator é a portabilidade das contas-salário. A partir de janeiro do próximo ano, os funcionários de empresas privadas poderão escolher em que banco receberão seus salários. Em 2012, o mesmo ocorrerá com os funcionários públicos de todo o País. "Acabou a vida fácil de crescer comprando folhas de pagamento e outros bancos", sentencia o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti. "Com a diminuição da maior barreira para mudar de instituição, os bancos terão de ser mais agressivos na manutenção e busca de novos clientes", projeta o especialista.

Competitividade deve aumentar, diz estudo
Gazeta Mercantil - 21/11/2008

Foto: Life