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25 novembro 2008

Bibliotecas de luxo


As bibliotecas presidenciais americanas abrigam muito mais do que livros e documentos dos chefes de governo dos Estados Unidos. Cinco delas contém em seus limites, os restos mortais de seus fundadores. São 12 as instituições deste gênero que têm a chancela do governo do país, recebendo orçamentos próprios com dinheiro público. Homenageiam desde o ex-presidente Herbert Hoover (1920-33) até William Clinton (1993-2001). Somadas, elas consumirão, em 2008, US$ 312,800 milhões (R$ 749,500 milhões) em custos operacionais, garantidos por verbas aprovadas pelo Congresso. Esta quantia pode parecer extraordinária, mas é preciso considerar que, além dos corpos de alguns mortos, estes monumentos nacionais abertos aos cidadãos guardam tesouros de valor histórico incalculável.


Mais adiante

"Acho que a Biblioteca de W. Bush poderia ser um armário de banheiro. Ele já disse que não gosta de ler. Não vai doar todos seus documentos. Para que precisa de um prédio? É verdade que sua mulher, a primeira-dama Laura Bush, é formada em bibleoteconomia, mas não acho que ela seja capaz de montar uma biblioteca com tão puco material", diz o humorista Chris Rock.


Tesouro dos EUA banca de livros a restos mortais - Gazeta Mercantil - 24/11/2008

Fonte da Foto: Life

Divórcio


Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, pode ter o divórcio mais caro do mundo. Sua fortuna é estimada em 3,5 bilhões de dólares e boa parte num offshore trust que ele criou para fugir dos impostos. Mas este trust é controlado por Slavica, modelo croata e esposa de Bernie (foto, ao lado, de Bernie e Slavica). Os especialistas acreditam que ela não sairá do processo com alguns trocados, mas talvez até com boa parte da fortuna.

Mais detalhes, aqui.

Acredite se quiser


O processo de transformação dos grandes bancos de varejo do País em conglomerados financeiros não deve inibir a concorrência no segmento, que deverá ser estimulada por três fatores.

Os dois primeiros têm relação direta com a consolidação, que diminui o espaço para compras de novas instituições e de folhas de pagamentos de funcionários públicos. O terceiro fator é a portabilidade das contas-salário. A partir de janeiro do próximo ano, os funcionários de empresas privadas poderão escolher em que banco receberão seus salários. Em 2012, o mesmo ocorrerá com os funcionários públicos de todo o País. "Acabou a vida fácil de crescer comprando folhas de pagamento e outros bancos", sentencia o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti. "Com a diminuição da maior barreira para mudar de instituição, os bancos terão de ser mais agressivos na manutenção e busca de novos clientes", projeta o especialista.

Competitividade deve aumentar, diz estudo
Gazeta Mercantil - 21/11/2008

Foto: Life

Nova Marca


(...) A fusão das duas instituições financeiras oferece uma oportunidade rara de acompanharmos no dia-a-dia como os condutores dessas marcas irão superar uma série de desafios e manter intactos dois ícones vencedores. Se do ponto de vista econômico, trata-se de uma complexa transação, do ponto de vista da imagem corporativa certamente será fonte para inúmeras lições.

O primeiro e mais complexo desafio é como fazer para que, juntas agora, as duas marcas possam valer ainda mais. Afinal, a lógica de uma fusão é fortalecer as operações, criar vantagens competitivas - e isso vale também para o bem intangível da marca. O ponto mais delicado, sabemos, é que fusões são feitas para aquilo que, com eufemismo típico, os financistas chamam de "capturar sinergias". Ou seja, cortar custos, eliminar sobreposições, ganhar eficiência. Isso se faz de inúmeras formas. A mais dolorosa é eliminando postos de trabalho.

Seguindo um planejamento cuidadoso, todo o arsenal de comunicação do negócio ressaltou na largada que a fusão não será seguida de demissões. Sinal de que a equipe dos dois bancos está atenta para preservar a marca de arranhões, mas a realidade dos próximos meses continuará sendo desafiadora, pois fusões só fazem sentido econômico graças às "sinergias", claro. (...)

Vida Executiva - Os desafios da mais nova megamarca - 21/11/2008 - Gazeta Mercantil
Caderno C - Pág. 9 - Mário Rosa



Apesar de interessante, destaco que "capturar sinergias" não é o que o autor afirma no texto.

Um Estudo de Caso em Controladoria

O texto a seguir foi originalmente publicado no New York Times (Citigroup Pays for a Rush to Risk, Eric Dash e Julie Creswell, 23/11/2008, Late Edition - Final, 1) e traduzido e publicado no Brasil pelo Estado de São Paulo. É um excelente estudo de caso sobre controladoria (ou talvez sobre auditoria).

Banco está pagando o preço por ter flertado com o risco
Eric Dash e Julie Creswell, The New York Times
O Estado de São Paulo - 24/11/2008

Em setembro de 2007, quando Wall Street enfrentava uma crise provocada pelas inadimplências hipotecárias, os executivos do Citigroup se reuniram para avaliar sua própria situação.

Velhas amizades impediram análise isenta de responsáveis por supervisão

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Veja a cronologia da crise financeira internacional

Ali, pela primeira vez, o presidente da instituição, Charles O. Prince III, soube que o banco tinha cerca de US$ 3 bilhões em ativos relacionados a hipotecas. E perguntou para Thomas G. Maheras, que supervisionava as operações do banco, se tudo estava correndo bem.

Maheras disse ao patrão que não existia nenhuma perspectiva de grandes perdas, de acordo com fontes presentes na reunião, que pediram para não ser identificadas.

Por meses, as garantias dadas por Maheras a outros executivos dentro do Citigroup acalmaram as preocupações internas sobre as vulnerabilidades do banco. Mas desta vez, uma equipe de administração de riscos foi criada para examinar com rigor os enormes ativos do banco vinculados a hipotecas.

Contudo, já era tarde; algumas semanas depois, o Citigroup anunciaria prejuízos de bilhões de dólares. Normalmente, um grande banco nunca permite que a palavra de um único executivo tenha tanto peso. Em vez disso, despacha seus gestores de risco para examinar ativamente tudo o que possa estar ocorrendo sorrateiramente e se proteger contra excessos no seu setor de empréstimos e operações no mercado financeiro.

Mas, segundo várias pessoas próximas do Citigroup, os administradores de risco nunca realizaram uma investigação com a profundidade necessária. Por causa das velhas amizades, fato que atrapalhou o seu julgamento, os encarregados de supervisionar as pessoas incumbidas dos negócios do banco, ávidas para aumentar os ganhos a curto prazo - e também as bonificações multimilionárias dos executivos -, não conseguiram pôr um freio em tudo isso.

Hoje, o Citigroup, que foi a maior e mais poderosa instituição financeira do país, se vê subjugado por US$ 65 bilhões em dívidas, baixas contábeis de ativos podres e provisões por conta de perdas futuras. Mais da metade desse valor provém de títulos lastreados por hipotecas criados pela equipe de Maheras - os mesmos produtos que inquietavam Prince, que chamou sua atenção na reunião de 2007.

As ações do Citigroup despencaram, atingindo seu preço mais baixo em mais de uma década, de US$ 3,77 na sexta-feira. A esse preço, a instituição vale hoje apenas US$ 20,5 bilhões, um queda significativa em comparação com os US$ 244 bilhões que ela valia há dois anos. Uma onda de demissões acompanharam esse mergulho, com 75.000 postos de trabalho já eliminados ou previstos para desaparecer, de um quadro de funcionários que chegava a 375.000 um ano atrás.

Sobrecarregado pelas perdas e pela crise de confiança, o futuro do Citigroup é tão incerto que as autoridades reguladoras em Nova York e Washington realizaram uma série de reuniões de emergência no fim da semana para discutir maneiras de ajudar o banco a se erguer.

E, como a crise de crédito parece entrar numa nova fase perigosa, apesar do pacote de US$700 bilhões, os problemas do Citigroup são emblemáticos da administração caótica e da pressa para ganhar dinheiro rápido, que tomou conta de Wall Street. Em todas as atividades bancárias, o lucro fácil e o mercado imobiliário em expansão levaram financistas conhecidos a negligenciar perigos a que se estavam se expondo.

Para os críticos, embora grande parte dos danos sofridos pelo Citigroup e pela economia de modo geral tenha sido provocada pela intensa atividade dentro do mercado financeiro e por uma supervisão negligente das operações , os membros do escalão mais alto do banco também são responsáveis. No início deste ano, num relatório enviado à instituição, o Federal Reserve (Fed) censurou o Citigroup por manter uma fiscalização das operações e controles de risco medíocres.

A ruína do banco já vinha sendo preparada há anos, e envolveu muita gente dentro da sua hierarquia, particularmente Prince e Robert E. Rubin, diretor e conselheiro sênior que tinham grande influência dentro da empresa. Segundo analistas, Prince e Rubin têm grande responsabilidade pelos problemas atuais da instituição, ao escolherem e favorecerem uma estratégia que levou o banco a assumir riscos financeiros muito maiores para expandir suas operações e lucrar ainda mais.