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13 outubro 2008

Críticas a substituição do US GAAP pelo IFRS

1. Não significa melhoria para a contabilidade dos EUA
2. O US GAAP apresenta menor custo de capital
3. O IFRS não representa a uniformidade dos padrões contábeis pois a implementação das normas é diferente
4. As normas do Iasb são menos testadas que o US GAAP
5. A flexibilidade do IFRS pode tornar difícil a comparação e o trabalho dos analistas
6. US GAAP é mais focada nos investidores
7. O investidor médio terá mais dificuldade de fazer investimentos
8. Delegar a um órgão estrangeiro as normas contábeis e talvez o aspecto político faça com que a pressão pela globalização seja menor do que se imagina
9. O IFRS é pior em termos do reconhecimento da receita, joint ventures e contabilidade para ativo fixo e intangíveis

David Merkel

Depois da ajuda...

Conforme postado anteriormente, a AIG, a empresa de seguros que já recebeu mais de 100 bilhões de ajuda do governo dos EUA, promoveu gastos com executivos considerados questionáveis. No Valor Econômico de hoje um texto sobre o assunto:

A indecência de diretores de grupos financeiros salvos pelo dinheiro público provoca revolta de investidores e autoridades na Europa e nos Estados Unidos. A direção do grupo financeiro belga Fortis fez um banquete de US$ 200 mil para 50 corretores independentes na sexta-feira, alguns dias depois de o banco ter sido salvo da falência graças à intervenção pública. O rega-bofe ao custo de US$ 4 mil por convidado foi realizado num palácio gastronômico do principado de Monte Carlos. Somente um prato de 50 gramas de caviar real do Irã custou US$ 650. O restaurante abriga uma das melhores caves de vinhos do mundo. Para o Partido Socialista da Bélgica, foi um insulto a milhares de poupadores e ao Estado. "O mundo das finanças perdeu toda a decência e joga com somas superando a compreensão", criticou.

No começo da semana, foi revelado que a diretoria da seguradora americana AIG gastou US$ 370 mil num fim de semana num luxuoso hotel em uma praia na Califórnia, uma semana depois de o Tesouro americano ter salvo a companhia com um pacote de US$ 85 bilhões. A fatura foi exibida no Congresso americano, irritando ainda mais parlamentares que tinham hesitado em aprovar o pacote para socorrer o setor. Os executivos da AIG usaram o dinheiro da empresa para pagar quase US$ 200 mil pelos quartos, US$ 150 mil só de refeições e US$ 23 mil no "spa". Culpados, milionários e impunes. Foi como o jornal espanhol El Pais definiu a situação da casta "intocável" de diretores de bancos em meio a dramática crise financeira. O americano Stanley O'Neall é o campeão da lista: foi para casa com US$ 161 milhões como indenização quando deixou o Merrill Lynch com US$ 7,7 bilhões de perdas. Seu sucessor, John Thain, negociou habilmente um contrato de US$ 200 milhões para ele e dois executivos do Goldman Sachs. Richard S. Fuld ganhava US$ 17 mil por hora no Lehman Brothers. Uma comissão de investigação do Congresso americano descobriu que Fuld autorizou o pagamento de US$ 20 milhões a dois diretores do Lehman quatro dias antes de o banco declarar falência. (AM)

Revolta com festas regadas a verbas
Valor Econômico - 13/10/2008

Chrysler e GM: problemas

Sobre a notícia da GM e Chrysler, postada no sábado, um artigo no Estado de S. Paulo:

'Juntas, GM e Chrysler perderiam ainda mais'
Tom Krisher, Associated Press, Detroit
13/10/2008 - O Estado de São Paulo

Para a General Motors Corp. adquirir a sua rival Chrysler LLC, com todos os seus problemas, vai ter de conseguir dinheiro desesperadamente. E muito dinheiro, segundo analistas do setor. Como ambas as montadoras passam por dificuldades para sobreviver em meio à queda nas vendas, à desaceleração do mercado global e a uma crise sem precedentes do crédito, não está claro se o sócio majoritário da Chrysler, o fundo de private equity (compra de participações em empresas) Cerberus Capital Management LP, estaria disposto a um acordo ou se o governo federal poderia se envolver em uma ou ambas as empresas.

“A Chrysler teria de representar muito mais para a GM do que representa”, disse Erich Merkle, analista do setor automobilístico da Crowe Horwath LLP, empresa de contabilidade e consultoria. “Se as duas montadoras se juntarem, ambas com perdas monetárias e perdas no mercado de ações, então o que se vai ter será uma montadora perdendo ações com mais rapidez e perdendo mais dinheiro”, acrescentou.

(...) Embora uma fusão das empresas possa resultar em economias, com a combinação das áreas de gerenciamento, engenharia, manufatura e do pessoal administrativo, para os analistas a consolidação pode provocar mais gastos ainda e os lucros provavelmente só aparecerão depois de vários anos. O que já seria muito tarde para as duas montadoras.

A Chrysler perdeu pelo menos US$ 510 milhões no primeiro trimestre e US$ 1,6 bilhão no ano passado. Suas vendas caíram 25% este ano, o pior resultado já contabilizado por uma montadora do seu nível. A GM, por outro lado, vem perdendo mais de US$ 1 bilhão por mês em liquidez [sic].

Na semana passada, as ações da GM na Bolsa de Nova York chegaram a cair mais de 30% em um só dia, atingindo seu nível mais baixo desde 1950. Com o aprofundamento da crise no mercado automobilístico americano, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s chegou a dizer, na sexta-feira, que havia o risco de GM, Ford e Chrysler terem de pedir concordata em um período não muito distante.

IFRS e auditores

Próximos passos na direção do IFRS
Gazeta Mercantil - 13/10/2008

A Lei número 11.638, aprovada no final do ano passado, é o primeiro e importante passo para o Brasil convergir com as Normas Internacionais de Contabilidade, denominadas IFRS, a partir de 2010. Essa decisão trará enormes ganhos para as empresas brasileiras, pois o Brasil se alinhará a vários países que usam as normas internacionais de contabilidade, fazendo com que qualquer investidor, seja da Europa, da Ásia ou dos Estados Unidos, que adotará o mesmo padrão a partir de 2014, possa entender as informações constantes das demonstrações contábeis das nossas companhias. Isso significa o favorecimento da entrada de mais capital estrangeiro.

A adoção do IFRS, no entanto, não vai exigir mudanças apenas nas empresas e nas suas demonstrações contábeis. As auditorias também deverão se adaptar. Serão necessários mais profissionais com conhecimento nesta área, pois, hoje, o Brasil ainda não tem especialistas suficientes. As auditorias, por sua vez, terão de aumentar os investimentos em cursos e treinamentos para manter seus auditores atualizados sobre o tema. No futuro, auditores e contabilistas deixarão de trabalhar apenas com o registro numérico para participar ativamente em decisões estratégicas das empresas.

A necessidade de profissionais bem treinados será ainda maior quando se sabe que pequenas e médias empresas, em especial as familiares, devem implementar melhorias em sua governança. Este é o passo mais importante para que estas empresas possam buscar capital, utilizando private equity, investment funds ou venture capital, e expandir seus negócios, atraindo investidores ou mesmo para oferecer aos sócios e herdeiros números mais confiáveis. As grandes empresas já estão se profissionalizando, seja para entrar na Bolsa ou no mercado globalizado. As menores entenderam que somente se seguirem os mesmos passos terão mais credibilidade, fortalecendo o seu crescimento e facilitando uma futura fusão, aquisição ou abertura de capital. Essas mudanças de comportamento das empresas estão modificando também os canais de comunicação com os investidores. Atualmente é preciso informar mais e definir, de fato, qual é o papel e responsabilidade do Conselho de Administração e de todos os escalões. Comitês de auditoria e de administração. A tendência para os próximos anos é que estes comitês tornem o canal de comunicação com os auditores cada vez mais abertos. Com isto, a responsabilidade do auditor estará cada vez mais evidente, pois, além da empresa que o contratou, ele também presta informações aos investidores, às instituições reguladoras e, conseqüentemente, à sociedade em geral. A uniformidade de normas de independência também é pauta para discussão mundial. Atualmente, temos diversos órgãos reguladores, cujas normas emitidas por eles podem ser similares; porém existem pontos conflitantes, que podem dificultar a análise. Outro tema importante é o caso do rodízio de auditorias, que ocorre após cinco anos de trabalho para cada instituição. No início de setembro, o BC extinguiu a necessidade de rodízio para as instituições financeiras. A Susep, por sua vez, emitiu um comunicado mantendo a exigência dele para as instituições securitárias. Já a CVM emitiu parecer suspendendo a necessidade de rodízio até 2011. O objetivo dessas decisões é regular o mercado com normas que reflitam as melhoras práticas internacionais. Mas elas podem dar início a discussões mais profundas sobre este tema.

É consenso que a decisão do BC, acabando com a necessidade do rodízio, alertando apenas para a necessidade de troca da equipe de auditoria a cada cinco anos, é a mais acertada. Obrigatório apenas no Brasil e na Itália, o rodízio não está em conformidade com a tendência mundial. Precisamos estar alinhados com o que é realizado na maioria dos países. Com o IFRS demos o primeiro passo, é fato. Agora precisamos caminhar na direção da tendência mundial.

Finanças & Mercados - Pág. 4 - Rogério Villa - Sócio da área de auditoria da Terco Grant Thornton

12 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

O Blog GraphJam apresenta gráficos criativos sobre diferentes situações (obviamente, os gráficos não são baseados em dados reais). A seguir dois desses gráficos postados recentemente. O primeiro mostra o uso o iPhone. O principal uso é ver vídeos do YouTube e o menor uso é fazer ligações.



O segundo gráfico mostra como é distribuído o tempo de um programa de televisão denominado American Idol (uma espécie de programa de calouros). Segundo o gráfico, 78% são propagandas e 10% promoção de outros programas da Fox.

Antes da Chrysler, a Ford

Ontem postamos a notícia que a GM está tentando uma fusão com a Chrysler. O New York Times de hoje afirma que anteriormente a GM tentou o mesmo com a Ford e a empresa recusou a proposta.

Quem ganhou e quem perdeu com a crise


O gráfico mostra os investimentos que ganharam (ouro e dólar) e os que perderam com a crise. As ações (em especial das empresas européias e dos emergentes) sofreram perdas expressivas. Mas o preço do petróleo também caiu.