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10 julho 2008

Rodízio de auditores: o estudo

Uma análise do estudo de rodízio de auditores permite indagar os seguintes pontos no estudo:

a) foi considerado dois grupos de pareceres: com ressalvas e demais valores, que inclui negativa de opinião, sem ressalva e parecer adverso. Creio que colocar num único grupo um parecer "sem ressalva" e "negativa/adverso" é um erro. São coisas completamente distintas;

b) não está claro se uma mesma empresa participou mais de uma vez do estudo. Aparentemente sim.

c) tenho algumas dúvidas se o estudo conseguiu isolar outros efeitos com as variáveis usadas.

Rodízio de auditores

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme decisão do Colegiado de 24 de junho, apresenta resultado do Estudo sobre a Avaliação da Rotatividade dos Auditores Independentes, elaborado por pesquisadores do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ. O objetivo do estudo, contratado pela Autarquia, foi avaliar a efetividade e a pertinência da regra do rodízio de auditores independentes no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, instituído pela Instrução CVM nº 308, de 14 de maio de 1999.
O estudo analisa, principalmente, as evidências comprovadas na prática sobre a efetividade da auditoria promovida pelo rodízio e a existência de formas alternativas para aprimorar o processo de auditoria, em comparação ao rodízio.
O estudo conclui, de um lado, que há elementos quantitativos que indicam a efetividade da regra de rodízio para auditores. Por outro prisma, o estudo constata, a partir de entrevistas com participantes do mercado, que existem custos relevantes decorrentes da regra de substituição compulsória e periódica dos auditores independentes.


Fonte: CVM

Sobre essa notícia, veja o que diz o Valor Econômico:

A autarquia encomendou o estudo para a PUC-Rio porque queria uma análise acadêmica independente para avaliar os efeitos práticos do rodízio em termos de benefícios para o mercado de capitais, já que a obrigação de troca de firma de auditoria a cada cinco anos é criticada tanto pelos auditores como pelas empresas.


Rodízio eleva transparência, mas modelo tem custo alto
Valor Econômico - 10/07/2008

Cortando custos

Uma notícia interessante do jornal O Globo mostra como decisão de cortar custos pode ser crucial (e fatal) para uma empresa.

Até a temporada do ano passado seria impossível que os times da Fórmula-1 errassem a escolha dos pneus, como aconteceu domingo passado com Ferrari e Renault, que preferiram sair com os intermediários desgastados. Se estivéssemos em 2007, todos teriam feito a mesma aposta de Honda e Williams, que calçaram os pneus “extreme”, feitos para enfrentar aguaceiros.

Os erros se deveram, em ultima instância, à política de cortar custos, de baratear a temporada. A não ser as equipes independentes, todas as outras contavam com suas próprias equipes de previsão do tempo. In loco. Iam a todas corridas, dispunham de equipamentos sofisticados e, desde 15 minutos antes da largada, sobrevoavam os arredores dos circuitos.

Tinham helicópteros e radares de última geração. Sobrevoavam as nuvens pesadas e estudavam a direção dos ventos para indicar aos estrategistas, nos boxes, se iria chover, quando e por quanto tempo. Com toda essa estrutura (cara, é verdade) os erros ficavam perto de zero.

Quando Max Mosley começou a pressionar para que cortassem custos, a primeira coisa que veio à cabeça dos chefões foi dispensar os que pareciam menos importantes. Sobrou para os meteorologistas. Os times se juntaram e, com anuência da Federação Internacional e de Bernie Ecclestone, decidiram receber, na base do rateio, os mapas do tempo da Meteo France. O serviço, antes personalizado, passou a vir em boletim distribuído pela internet. A margem de erro é bem maior. Como se viu em Silverstone já são muitos aqueles que, como Ross Brawn e Patrick Head, não levam muita fé no que recebem. Para Ferrari e Renault o barato saiu caro. Apostaram que a chuva iria parar e mantiveram os pneus desgastados.

O barato saiu caro
O Globo - 10/07/2008 - p. 34

Marcação a mercado

A seguinte notícia mostra que não existe consenso no meio bancário sobre a regra mark-to-market (marcação a mercado):

O banco de investimento Goldman Sachs Group Inc. (GS) saiu do Instituto de Finanças Internacionais, ou IIF, uma associação global de instituições financeiras, disse fonte próxima do processo à Dow Jones Newswires esta quarta-feira.

A mesma fonte disse que a Goldman Sachs enviou uma carta ao IIF a anunciar a sua saída há poucas semanas mas não adiantou por que razão é que o banco decidiu retirar-se.

Ninguém estava, de imediato, disponível para comentar tanto na Goldman Sachs na Alemanha como no IIF.

O jornal alemão Die Welt noticiou esta quarta-feira que a Goldman Sachs saiu devido a uma discussão sobre regras de contabilidade que requerem uma avaliação mark-to-market da maioria dos activos e da dívida própria no portfólio do banco, tornando as perdas eminentes mais transparentes.

O IIF quer agilizar aquelas regras, uma mudança a que muitos bancos se opõem, diz o jornal.

Goldman Sachs Sai do Grupo Lóbi Bancário - Dow Jones - 09/07/2008