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11 junho 2008

O custo da beleza

Eu estudei o mercado de empréstimo online em que 7321 devedores solicitaram 11957 pedidos de empréstimos que incluía informações financeiras verificáveis, fotos e taxas de juros. Devedores com uma aparência acima da média eram 1,41% mais provável de obter o empréstimo e, dado o empréstimo, pagar 0,81% menos que a média. (...)

Entretanto não é por que aqueles de boa aparência possuem menor risco de crédito. Exatamente o oposto, os belos são três vezes mais prováveis de serem maus pagadores.

Isso mostra, claramente, uma discriminação. (Fonte: The cost of beauty, 11/03/2008)

Siglas

A sopa de letrinhas das finanças e dos investimentos
Alexandre E. Santo – Valor
29/05/2008

(...)
- Alfa: medida usada para avaliar a eficiência do gestor de uma carteira de investimentos ou fundo. De forma simples, o quanto sua gestão contribui além do retorno esperado. O ideal é que a carteira tenha um alfa elevado, com risco baixo, maximizando a relação entre esses dois. Em determinados tipos de produtos, como os fundos long/short, por exemplo, existe o chamado duplo-alfa, uma espécie de duplicação do retorno, via posições compradas e vendidas.

- Beta: é a correlação entre a variação do preço da ação e o retorno de mercado. Pode-se dizer que é a parcela de risco não diversificável que uma ação carrega consigo. O beta indica o perfil de comportamento da ação em comparação a um indicador de referência (Ibovespa, IBrX, etc.). Se o beta é superior à unidade, esse ativo será considerado agressivo, pois terá um desempenho melhor do que o índice. Se for inferior, diz-se que o ativo tem perfil conservador ou defensivo e ,caso seja igual à unidade, será um ativo neutro. A analogia é total em relação ao beta de uma carteira/fundo calculado por média ponderada. Há diversos softwares no mercado que disponibilizam o beta histórico das ações.

- Delta: é a mudança no preço da opção em relação à mudança no preço do ativo objeto. Por exemplo, se o preço de uma ação sobe R$ 1 e a opção valoriza-se R$ 0,4, então o delta da opção será de 40% (R$ 0,4/R$ 1). O delta, entretanto, não é um número estático. Ele oscila dependendo de variações nos preços do ativo. Para essa variação destacamos outra letra grega, o Gama;

- EV/EBITDA: múltiplo que relaciona o valor da empresa, incluindo sua dívida líquida (EV), com seu resultado operacional (EBITDA). É um indicador do tempo de retorno (anual) para se reaver o investimento feito na ação. Em minha opinião, é o múltiplo mais interessante de se analisar, pois possui a qualidade de se estar com um número mais adequado no denominador.

- P/L: múltiplo que relaciona preço em bolsa com o lucro da empresa. Tal qual o EV/EBITDA, é o tempo de retorno que se leva para reaver o investimento na ação, só que em termos de lucro. É o indicador mais usado pelos analistas;

- Rô: mede a variação no prêmio da opção em relação à taxa de juros. Se os juros aumentam ou diminuem, isso causa impacto sobre o prêmio, para cima ou para baixo, supondo demais variáveis constantes.

- Theta: mensura o quanto variará o prêmio da opção ao se aproximar o exercício da mesma. Suponha uma opção com preço de exercício de R$ 50 e que seu ativo objeto esteja negociado no mercado à vista por R$ 52. Se seu prêmio estiver negociando em bolsa por R$ 3, o valor temporal da mesma será R$ 1.

- VaR: o Value at Risk é o máximo valor possível de perda para uma carteira de investimentos, dado um nível de significância estatístico estipulado (em geral 95%), em condições de não estresse. São nos outros 5% que podem ocorrer prejuízos superiores, originados, por exemplo, das crises sistêmicas.

- Vega: um ativo oscila ao longo do tempo. Esse sobe e desce influi no prêmio da opção, que deriva daquele ativo. O vega é justamente essa mudança no preço da opção em função da mudança na volatilidade.

- WACC: custo médio ponderado do capital. Uma empresa pode captar recursos de duas fontes: de seus acionistas e/ou via empréstimos. Cada uma dessas fontes possui um custo associado a ela. Chega-se ao WACC da empresa ponderando o custo do capital próprio e o capital de terceiros, considerando o benefício fiscal sobre esse último. Serve, dentre outras coisas, como taxa de desconto para cálculo do preço justo de uma empresa.

Enviado por Ricardo Viana (grato)

Canadá, IFRS e uma defesa dos padrões nacionais

Em Unaccountable accounting standards; Investors need protection of a national regulator, National Post de 11/6/2008, FP11, Al Rosen defende a necessidade do Canadá (que recentemente optou pelo IFRS) ter um conjunto de normas contábeis do próprio país:

IFRS is deficient compared with current Canadian standards on numerous fronts. IFRS contains loopholes not present in Canadian standards. IFRS is silent on specific prohibitions that have been built into Canadian accounting over the years. IFRS does not address specific industries critical to our economy. And IFRS opens up our accounting standards to political influence from abroad.

Custo do Combustivel








10 junho 2008

Rir é o melhor remédio

Coisas da tecnologia

Links

1. Aqui um comentário sobre a pesquisa de políticos brasileiros (aqui postagem anterior)

2. Behavioural targeting – usando o conhecimento do cliente para fornecer o que ele quer – “Not necessarily a bad idea – behavioural targeting – The Economist, 7/6/2008

3. Recentemente a área desmatada do Brasil foi manchete de jornais. Entretanto, por trás dos números, existem sérios problemas de mensuração – Spot the rancher – Measuring deforestation – The Economist 7/6/2008

4. Problemas com celulares? Uma nova pesquisa mostra que os sinais emitidos por celulares podem alterar as ondas celebrais. E também podem afetar o comportamento humano. Entretanto, o efeito – em especial sobre o sono – equivale a uma xícara de café. Fonte: aqui

5. 64 = 65? Uma curiosidade matemática

6. Você conhece a Lei 11638? Um teste sobre esse assunto.

7. Um teste sobre a contabilidade do Vasco

8. Origamis (aqui e aqui) (fotos)


Custo do combustível

Combustível consome mais de 50% da receita de passagens aéreas nos EUA
Scott McCartney, The Wall Street Journal - 10/6/2008 - The Wall Street Journal Americas - 1

Pode-se voar entre Nova York e Los Angeles, uma viagem de cinco horas, por meros US$ 400, ida-e-volta, mais impostos e tarifas de governo. Desses US$ 400, quanto você acha que a companhia aérea vai gastar em combustível?

Quase US$ 300 por passageiro, aos preços atuais. Só o aumento de US$ 10,75 no preço do barril de petróleo na sexta-feira elevaria os custos para a aérea JetBlue em quase US$ 24.

Embora a maioria das pessoas saiba quanto custa para abastecer seus carros, poucos têm idéia de quanto pagam pelo combustível quando pegam o avião de uma companhia aérea. E é um valor chocantemente alto aos preços atuais — nos Estados Unidos, bem mais que 50% do preço médio das passagens em muitas rotas.

Isso não deixa muito dinheiro para cobrir todos os outros custos de uma companhia aérea — mão-de-obra, aviões, manutenção, seguro, tarifas de uso do aeroporto, instalações e administração. E ajuda a explicar por que voar virou um tal sofrimento, com companhias aéreas cortando serviços, aumentando preços, cobrando uma pilha de tarifas e regulando várias outras coisas.

Antes da invenção da turbina a jato, o combustível era a grande despesa das companhias aéreas. Mas os jatos eram muito mais econômicos e a mão-de-obra passou a ocupar a posição de maior despesa. Agora o setor deu meia-volta, com o combustível de novo como maior despesa, diz Andrew Watterson, sócio da consultoria Oliver Wyman Group, uma divisão da Marsh & McLennan Cos.

“Se esta situação perdurar, a viagem de avião vai se tornar uma empreitada bem mais cara”, diz Watterson. As companhias aéreas, observa, cortaram os custos o suficiente para lucrar no ano passado, quando os preços do petróleo estavam em torno de US$ 70 por barril. Mas a US$ 135 ou mais por barril a situação “está drasticamente diferente”.

A Oliver Wyman analisou números das companhias aéreas americanas e encontrou uma média de custo do combustível por passageiro, considerando o que seria um vôo ida-e- volta médio num avião médio, de US$ 137,60 para o petróleo a US$ 135 por barril. A média de passagem ida-e-volta para os vôos domésticos nos EUA é estimada em US$ 263, sem incluir impostos e outras tarifas do governo. Na média das aéreas americanas, mais de metade do preço da passagem é gasto para comprar combustível.

É uma quantia impressionante quando se considera que apenas quatro anos atrás as despesas com combustível consumiam só 10% a 20% das passagens. Para cobrir a alta dos preços do combustível este ano, as empresas precisam conseguir cerca de US$ 60 a mais em média por passageiro — daí a enxurrada de tarifas de bagagem, alta no custo da passagem e outras tentativas de arrancar mais dinheiro dos clientes.

Um vôo como o de Nova York a Los Angeles, que é a rota longa de maior tráfego nos EUA, mostra o impacto do combustível por passageiro de maneira bem clara.

As companhias aéreas não divulgam publicamente a rentabilidade de rotas específicas, mas têm de informar vários dados operacionais ao governo americano. A JetBlue, por exemplo, informou em seus relatórios ao governo que seus A320 queimam em média 2.919 litros de combustível por hora, de modo que a conta total para uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Nova York e Long Beach, na região de Los Angeles, chega a mais de US$ 35.000 se o querosene de aviação estiver a US$ 1,06 por litro, o preço quando o barril de petróleo está em torno de US$ 135. Divida isso pelo número médio de passageiros da JetBlue, e o custo de combustível por passageiro fica em US$ 290.

Considere-se que a tarifa média da JetBlue nessa rota, no quarto trimestre, era de US$ 376, sem impostos. As passagens subiram este ano, mas não o suficiente para compensar a alta de US$ 140 na conta de combustível por passageiro desde o ano passado.

As estimativas não levam em conta outras receitas que as empresas recebem, de carga, venda de milhas e sobretaxas por bagagem ou multas por troca de passagem, por exemplo, e não incluem os hedges (coberturas no mercado futuro) de combustível que podem reduzir quanto uma aérea realmente paga pelo querosene de aviação. Mas um porta- voz da JetBlue confirma que aqueles números estão próximos das contas atuais da empresa.

A American, que opera jatos Boeing 767-200 entre os aeroportos de Nova York e Los Angeles, consegue uma receita média maior por passageiros que a JetBlue porque transporta mais viajantes a negócios e oferece assentos de executiva e primeira classe nessa rota. No quarto trimestre, seu preço médio na rota era de US$ 610.

Mas, se as passagens são mais caras, a conta de combustível também é. Um 767-200 da American queima em média 60.498 litros de querosene de aviação numa viagem ida-e- volta entre as duas cidades, segundo informes da empresa ao governo. Isso representa uma conta por passageiro de US$ 484, presumindo que os vôos tenham ocupação de 79%, a média da empresa.

A American afirma não divulgar números específicos por questões de concorrência, mas informa que essas estimativas estão “decididamente próximas” dos números naquela rota.