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05 junho 2008

Siglas

A sopa de letrinhas das finanças e dos investimentos
Alexandre E. Santo - Valor Econômico - 29/05/2008

Gerir recursos é uma atividade fascinante e das que mais crescem em nosso mercado. Nos dias de hoje, muitos jovens buscam se enveredar por essa área. Formados, ou ainda estagiando, a maioria está sedenta para pôr em prática os ensinamentos adquiridos nas faculdades, sem se preocupar, muitas vezes, em esclarecer para o cliente o linguajar técnico, que alguns profissionais pernósticos ainda insistem em utilizar.

A existência de um alfabeto inteiro (às vezes grego) e de uma verdadeira sopa de letrinhas de siglas torna ininteligível o dialeto financeiro para muitos. Para desestimular esse comportamento, preparei um glossário para meus alunos, buscando traduzir para o bom português alguns hieróglifos das finanças.

- Alfa: medida usada para avaliar a eficiência do gestor de uma carteira de investimentos ou fundo. De forma simples, o quanto sua gestão contribui além do retorno esperado. O ideal é que a carteira tenha um alfa elevado, com risco baixo, maximizando a relação entre esses dois. Em determinados tipos de produtos, como os fundos long/short, por exemplo, existe o chamado duplo-alfa, uma espécie de duplicação do retorno, via posições compradas e vendidas.

- Beta: é a correlação entre a variação do preço da ação e o retorno de mercado. Pode-se dizer que é a parcela de risco não diversificável que uma ação carrega consigo. O beta indica o perfil de comportamento da ação em comparação a um indicador de referência (Ibovespa, IBrX, etc.). Se o beta é superior à unidade, esse ativo será considerado agressivo, pois terá um desempenho melhor do que o índice. Se for inferior, diz-se que o ativo tem perfil conservador ou defensivo e ,caso seja igual à unidade, será um ativo neutro. A analogia é total em relação ao beta de uma carteira/fundo calculado por média ponderada. Há diversos softwares no mercado que disponibilizam o beta histórico das ações.

- Delta: é a mudança no preço da opção em relação à mudança no preço do ativo objeto. Por exemplo, se o preço de uma ação sobe R$ 1 e a opção valoriza-se R$ 0,4, então o delta da opção será de 40% (R$ 0,4/R$ 1). O delta, entretanto, não é um número estático. Ele oscila dependendo de variações nos preços do ativo. Para essa variação destacamos outra letra grega, o Gama;

- EV/EBITDA: múltiplo que relaciona o valor da empresa, incluindo sua dívida líquida (EV), com seu resultado operacional (EBITDA). É um indicador do tempo de retorno (anual) para se reaver o investimento feito na ação. Em minha opinião, é o múltiplo mais interessante de se analisar, pois possui a qualidade de se estar com um número mais adequado no denominador.

- P/L: múltiplo que relaciona preço em bolsa com o lucro da empresa. Tal qual o EV/EBITDA, é o tempo de retorno que se leva para reaver o investimento na ação, só que em termos de lucro. É o indicador mais usado pelos analistas;

- Rô: mede a variação no prêmio da opção em relação à taxa de juros. Se os juros aumentam ou diminuem, isso causa impacto sobre o prêmio, para cima ou para baixo, supondo demais variáveis constantes.

- Theta: mensura o quanto variará o prêmio da opção ao se aproximar o exercício da mesma. Suponha uma opção com preço de exercício de R$ 50 e que seu ativo objeto esteja negociado no mercado à vista por R$ 52. Se seu prêmio estiver negociando em bolsa por R$ 3, o valor temporal da mesma será R$ 1.

- VaR: o Value at Risk é o máximo valor possível de perda para uma carteira de investimentos, dado um nível de significância estatístico estipulado (em geral 95%), em condições de não estresse. São nos outros 5% que podem ocorrer prejuízos superiores, originados, por exemplo, das crises sistêmicas.

- Vega: um ativo oscila ao longo do tempo. Esse sobe e desce influi no prêmio da opção, que deriva daquele ativo. O vega é justamente essa mudança no preço da opção em função da mudança na volatilidade.

- WACC: custo médio ponderado do capital. Uma empresa pode captar recursos de duas fontes: de seus acionistas e/ou via empréstimos. Cada uma dessas fontes possui um custo associado a ela. Chega-se ao WACC da empresa ponderando o custo do capital próprio e o capital de terceiros, considerando o benefício fiscal sobre esse último. Serve, dentre outras coisas, como taxa de desconto para cálculo do preço justo de uma empresa.


Enviado por Ricardo Viana, grato.

Congresso de Custos

O tradicional Congresso de Custos será realizado em Curitiba-PR, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, na sede da Unindus - Universidade da Indústria / Sistema FIEP.

As datas importantes para a submissão de trabalhos são:

Envio dos trabalhos científicos para avaliação: de 16/06/2008 até 15/07/2008.
Divulgação dos trabalhos científicos aprovados: 01/09/2008.
Abertura das inscrições: 01/07/2008.
Prazo final para inscrição dos autores com trabalhos científicos aprovados: 18/09/2008.
Divulgação da programação científica definitiva: 30/10/2008.

Reserva de reavaliação

Antiga Acesita decide estornar reserva de reavaliação

SÃO PAULO - A ArcelorMittal Inox Brasil, antiga Acesita, decidiu realizar o estorno de sua reserva de reavaliação registrada no patrimônio líquido (PL) da companhia. O valor, de R$ 631 milhões, será baixado do PL da companhia e também da conta do ativo imobilizado da empresa.

Segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as companhias abertas que atuam no Brasil terão até o balanço do segundo trimestre para decidir se estornam ou se mantêm definitivamente a reserva de reavaliação. A determinação segue o movimento de convergência contábil para o padrão internacional (IFRS), que não prevê esse tipo de reavaliação.

A Acesita ressalta, no entanto, que a decisão não vai alterar sua distribuição de dividendos, nem sua capacidade de geração de caixa.

(Valor Online)

Enviado por Alexandre Alcantara, grato.

04 junho 2008

Links

Links
1) Mulheres possuem melhor memória visual. Explicação pode ser da evolução da espécie
2) Iasb deve mudar para obter maior “diversidade geográfica”
3) Cada casamento gasta 28 mil dólares. Um gasto anual de 62 bilhões, só nos Estados Unidos. É quase o PIB do Chile
4) Com o SFAS 159 (valor justo) perde-se a comparabilidade
5) Deveres legais de administradores nas incorporações de controladas
6) Fast food não causa obesidade
7) O retorno sobre o capital pode ser um bom índice

Existem belgas famosos?

Essa pergunta foi feita por Justin Wolfers (What Explains the Supply of Fame?, NY Times, 2/6/2008). Resposta: talvez Hergé (de Tintin), Toots Thielemans (jazz), César Auguste Franck (músico), Marguerite Yourcenar (escritora) e Hieronymus Bosch (pintor). De qualquer forma, aqui um endereço para localizar belgas famosos. São 259 belgas.

Evidenciação de gastos com políticos

Uma empresa de capital aberto deve divulgar os valores que contribuiu com políticos e partidos políticos? Alguns partidários da evidenciação dessas empresas acreditam que sim. Além disso, a empresa deveria explicar os motivos das doações. Entretanto, a evidenciação dessa informação é muito pobre.

Esse debate sobre a divulgação dessas informações está ocorrendo nos Estados Unidos, onde a cultura da transparência das informações é maior (e onde a política aparentemente está mais avançada em termos da clareza dos objetivos defendidos pelos políticos e seus partidos).

Fonte: A Big Challenge for Fans of Political Disclosure: GM, Kate Plourd, CFO, 2/6/2008

Fraude em medicina



Observe a foto acima e veja a diferença. Ela faz parte de uma pesquisa médica, onde os pesquisadores usaram Photoshop para obter um resultado. Esse tipo de fraude tem sido comum nos artigos submetidos para periódicos especializados como Science e Nature. Alguns periódicos estão contratando especialistas em detectar manipulação de imagens.

Fonte: Bioscientists photoshop their cultures to fake results, 29/5/2008