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28 maio 2008

Arte e valor


Esse quadro, Benefits Supervisor Sleeping, de Lucien Freud, foi vendido por 33,6 milhões de dólares para um milionário russo. Uma entrevista (What Does $33.6 Million Mean in the Art World?, By Annika Mengisen, New York Times, 23/5/2008) com dois especialistas em economia da arte tenta verificar se o preço pago é algo que expressa seu valor ou não. Além disso, é discutido quais as variáveis que influenciam no preço de uma obra de arte (o artista morto - não, a nudez - não, a inovação da obra - sim, o tamanho da tela - sim, o prestígio que confere a compra -sim).

Os entrevistados lembram que o valor da tela representa 0,1% da riqueza de Abramovich (comprador, dono do clube Chelsea). Ou seja, é muito pouco para ele.

Pirataria


Recentemente postei um link para um museu de pirataria na Itália (aqui). A figura, da The Economist, mostra o crescimento da pirataria na Europa.

Inflação

A revista The Economist faz um levantamento sobre a volta da inflação em An old enemy rears its head. O gráfico abaixo mostra como a inflação cresceu em alguns países selecionados. O Brasil inclusive.



A segunda figura é a participação de alimentos nos índices de preços. A posição do Brasil é razoavelmente confortável.



No entanto, o texto destaca que o Brasil é um dos países com risco de aumento na taxa de inflação.

Bancos e balanços


A figura mostra os melhores bancos, segundo o critério contábil. Mas o Deutsche Bank argumenta que seu resultado foi influenciado pela adoção, em 2007, das normas internacionais de contabilidade. Outra crítica é que a medida enfatiza a quantidade e não a qualidade.

Links

1. Momentos da história com Lego

2. Meu primeiro milhão

3. 40,51% do rendimento bruto do brasileiro se destina ao pagamento de tributos

Comentários e Blogs

Um comentário sobre a postagem da Isabella

Além de toda manipulação midiática dos veículos de comunicação, o caso Isabella pode apoiar-se em duas distinções: "vidas identificadas" e "vidas estatísticas". Robert Frank afirma que por alguma razão, supõe-se que nos importemos mais com vidas identificadas do que com vidas estatísticas e, dealguma manira, supõe-se que tudo isso seja uma justificativa para dar aparelhos de respiração artificial às pessoas quando elas preferem leite.

Agora, a distinção entre uma vida estatística e uma identificada é incoerente. Acabei de ouvir no noticiário que uma menina acaba de ser jogada do 6 andar. No momento, não sei nada sobre essa menina, portanto, suponho que ela represente uma vida estatística. Quando essa vida se torna identificada?

Muitas questões envolvidas, mas uma coisa é certa: um espetáculo midiático para direcionar manada.


O mesmo Guilherme fez um comentário sobre Saliência:

Interessante!.. Só para complementar, se assim permitir. Malcolm Gladwell trata desse "assunto" no livro 'ponto de desequilíbrio' onde estuda os casos de suicídio, tabagismo entre os aolescentes. Ele trata como "permissão", ou seja, quando houve o primeiro suicídio esse deu permissão a outros e, assim por diante. Agora é minha questão... hahaha

Será que as pessoas entram numa frquência psíquica e influenciam o nosso ambiente externo (realidade)? Podemos falar em incosciente coletivo!

Um abraço! César.


Esse comentário levou-me a descobrir dois blogs interessantes (em língua portuguesa): aqui e aqui

Aproveitando um comentário de um leitor (André Machado) conheci o seu blog e recomendo

Por que temos tão poucos blogs no Brasil?

Como o sentimento influencia nos negócios

A reportagem a seguir é uma prova de como o lado pessoal influencia nos negócios. Destaquei, em negrito, alguns pontos:

Possível oferta da InBev intensifica drama familiar na Anheuser-Busch
David Kesmodel, The Wall Street Journal, de St. Louis, EUA
27/5/2008 - The Wall Street Journal Americas

Durante anos, August A. Busch IV cobiçou a chefia da Anheuser-Busch Cos. e a chance de finalmente provar-se a seu pai implacável.

Agora, apenas 18 meses depois de ele assumir a presidência executiva, uma possível aquisição está complicando seus planos.

A gigante belga InBev NV, dona da AmBev, planeja fazer uma oferta não negociada pela Anheuser, segundo pessoas a par da questão. Analistas do setor dizem que uma oferta provavelmente superaria os US$ 45 bilhões, o que a tornaria a maior aquisição da história das cervejarias. Mas a oferta ainda não é certa. Tanto Busch IV quanto seu pai se opõem a uma aquisição, dizem pessoas familiarizadas com a empresa. A Anheuser pode tentar evitar a aquisição comprando a metade da mexicana Grupo Modelo que ainda não tem. A InBev, a Anheuser e a Grupo Modelo não comentaram o assunto.

Um integrante da família, Adolphus Busch IV, disse ontem que ele e outros familiares estão abertos à idéia de a Anheuser e a InBev discutirem um possível acordo. Busch, de 54 anos, é meio-irmão de August A. Busch III, pai do atual diretor- presidente. Adolphus Busch diz que tem um bloco “substancial” de ações, que no entanto é menor que 1%. No total, a família Busch tem menos de 4% do capital social, de modo que não pode bloquear um negócio.

“Há membros (da família) que absolutamente querem preservar o status quo”, disse ele ao Wall Street Journal. “Mas há outros que dizem que querem algum tipo de mudança para melhorar o retorno dos acionistas.”

Uma oferta da InBev pode deixar Busch, de 43 anos, numa posição difícil. Se a Anheuser for vendida à InBev, ele pode vir a ser lembrado como o integrante da família fundadora que deixou um ícone americano passar para mãos estrangeiras.

Mas os rumores de aquisição têm outro viés ainda mais pessoal para Busch: o tênue relacionamento com seu pai, August A. Busch III, de 70 anos, atualmente membro do conselho da Anheuser e lendário ex-diretor-presidente da empresa.

Busch IV gostaria de ter mais tempo para provar que pode ressuscitar a estagnada cervejaria. Apesar de a Anheuser ser a maior cervejaria dos Estados Unidos, Busch III ignorou vários possíveis acordos internacionais, permitindo que a InBev a ultrapassasse em nível mundial.

Numa entrevista ao Wall Street Journal no início do mês, August Busch IV disse que ainda busca a aprovação do pai. “Quando eu for finalmente bem-sucedido, terei o seu amor e admiração”, diz ele.

Até agora, os dois são totalmente contra a venda da cervejaria de 150 anos e querem que a Anheuser controle o próprio destino nesse setor, de rápida consolidação. A cervejaria não será vendida “enquanto eu estiver aqui”, disse o diretor-presidente a distribuidores no mês passado.

Mas não está claro como as posições podem mudar no desenrolar da saga. E, apesar de pai e filho estarem de acordo em relação à InBev, eles discordam em outras questões como, por exemplo, como criar uma estratégia de sucesso em meio às fracas vendas de marcas importantes como Budweiser e Michelob, dizem pessoas ligadas à Anheuser.

Busch IV reconhece a existência de conflitos. Sua transição para diretor- presidente, diz, foi uma “situação conturbada, muito difícil”. Seu pai, Busch III, não quis dar entrevista.

Nascido em 1964, Busch IV é o quinto integrante da dinastia a chefiar a Anheuser. A empresa é a terceira maior cervejaria do mundo em volume, depois da britânica SABMiller PLC e da InBev. Ela tem vendas anuais de US$ 17 bilhões e valor de mercado de US$ 40,4 bilhões.

A união entre os clãs Anheuser e Busch data de 1861, quando o imigrante alemão Adolphus Busch, tataravô do atual diretor-presidente, casou-se com a filha do cervejeiro Eberhard Anheuser, de St. Louis. Adolphus traçou então uma estratégia para transformar o que era uma cervejaria regional num gigante nacional. Em 1957, a Anheuser se tornou a líder inconteste do ramo nos EUA, posição que mantém até hoje.

Busch IV teve uma trajetória um tanto conturbada até chegar à liderança da empresa. Seus pais se divorciaram quando ele tinha 5 anos, e ele foi morar com a mãe. Continuou a ver o pai freqüentemente, mas na maioria das vezes na cervejaria. Ele é o filho mais velho. Seu pai depois se casou de novo e teve mais dois filhos.

Eu nunca, nunca mesmo tive um relacionamento normal com o meu pai”, conta Steven. É “puramente negócios”.

O relacionamento de Busch III com seu próprio pai também foi complicado. Em 1975, Busch III abordou os conselheiros e os persuadiu a indicá-lo para a presidência executiva e demitir o pai, August A. “Gussie” Busch Jr., na época com 76 anos e avesso a assumir riscos. Busch IV diz que os dois não se falaram durante praticamente uma década.

Quando estava na Universidade do Arizona, nos anos 80, Busch IV também colocou à prova o relacionamento com seu pai. Um estudante festeiro, ele destruiu seu carro esportivo num acidente noturno em que sua passageira morreu. Ele fugiu do local. A polícia acabou decidindo não indiciá-lo, mas o incidente rendeu várias manchetes e prejudicou a imagem da família. Busch IV negou-se a comentar o incidente.

Em 1985, ele foi a julgamento depois de fugir da polícia em seu Mercedes e ser acusado de tentar atropelar dois policiais. Um júri de St. Louis acabou inocentando-o da acusação. Ele também preferiu não comentar sobre isso.

Lidar com esses incidentes o tornou “uma pessoa mais forte”, diz sua irmã, Susie Busch-Transou, sócia de uma distribuidora da Anheuser-Busch na Flórida.

Mas a reputação de Busch como playboy motivou questionamentos sobre se ele é a pessoa mais indicada para a presidência executiva. Ele começou de baixo, trabalhando como aprendiz de cervejeiro. Casou-se em 2006 e passou a maior parte da carreira em marketing. Esteve envolvido em alguns fracassos, como a Bud Dry, mas ficou conhecido também como um marqueteiro sagaz, ao defender campanhas publicitárias humorísticas.

Mas até mesmo enquanto amadurecia e era promovido na empresa ele tinha dificuldade de impressionar o pai. Quando Busch III mandava bilhetes com elogios, ele os guardava na pasta. “Há muito poucos desses”, diz.

Busch IV se tornou diretor-presidente em 2006, substituindo Patrick T. Stokes, a primeira pessoa de fora da família a chefiar a cervejaria. Stokes então se tornou presidente do conselho, substituindo Busch III.

Busch IV assumiu o comando durante a que talvez tenha sido a fase mais difícil da empresa desde os anos 70, quando seu pai enfrentou forte concorrência da Miller Brewing.

A participação da Anheuser no mercado americano subiu de 38% para 52% nos quase 30 anos de Busch III como diretor-presidente, segundo a firma de pesquisa de mercado Impact Databank. Busch III deixou o cargo em 2002 e, com Stokes em seu lugar e o filho a comandar as operações americanas, as vendas começaram a estagnar e a participação de mercado caiu para cerca de 50%.

Um motivo pelo qual o trabalho de Busch IV ficou mais difícil é que seu pai deixou passar várias oportunidades de aquisição no exterior, dizem investidores e analistas. Além do México e da China, a Anheuser praticamente não tem presença nos mercados de cerveja com crescimento mais rápido, como Leste Europeu, África e América Latina.

Enquanto a Anheuser hesitava em sua expansão mundial, a InBev e a SABMiller partiram para o ataque com várias aquisições e a ultrapassaram em tamanho.

(Colaboraram Matthew Karnitschnig e Betsy McKay)