20 maio 2008
O valor da crise sistêmica
O recente problema financeiro dos Estados Unidos exigiu a intervenção do governo. Uma conta interessante (In Case you were Sleeping) mostrou que o “investimento” do Fed na crise foi de 2.500 dólares por pessoa. Isso excedeu o custo direto da guerra do Iraque.
Capital de Giro de Longo Prazo
Educação e Inflação
O blog Stumbling and Mumbling (Education & inflation, 7 de fevereiro de 2008, ) tenta explicar que países com melhores níveis de educação tem menos probabilidade de ter inflação:
a)Pessoas espertas fazem pechinchas e as empresas terão mais pressão ao aumentar preços
b)Pessoas com maior nível de educação devem sofrer menos com a ilusão da moeda.
c)Pessoas mais educadas entendem que a inflação não é uma coisa boa e toleram políticas inflacionárias
d)Pessoas mais educadas tendem a ser credores e credores odeiam inflação.
Valor Justo na prática
“Qual o valor justo da GMAC LLC em 2006?” pergunta Peter Lattman em Valuation Still Part Art – Accounting Change Adds Transparency, Exposes Subjectivity (The Wall Street Journal, 14/5/2008, p. C24). As respostas são:
1) Para o fundo de Hedge York Capital Management em 2006 a GMAC LLC perdeu 25%.
2) Para a empresa Cerberus a perda foi de 20%
3) Para o Aozora Bank Ltd, um banco japonês, a perda foi de 26%
4) Para a General Motors foi de 20%
Faça sua escolha
Terceirização na contabilidade
Publiquei recentemente um comentário sobre a ausência de terceirização na contabilidade (aqui). Agora, um texto do periódico El Economista (Opinión - Outsourcing contable, Roberto Mena, 19/5/2008) mostra uma empresa que lida com a contabilidade das empresas. É bem verdade que o texto está muito próximo de uma propaganda da empresa:
Esa desinversión de los grandes despachos vino a fortalecer un nicho que hoy se conoce como BPO (Business Process Outsourcing), que implica asumir los negocios de administración, contabilidad y nóminas, entre otros. Entre los jugadores que se están posicionando en este segmento en el mercado mexicano se encuentra la firma holandesa TMF, fundada hace 20 años como Trust Management Finance, y que como su nombre indica, estuvo originalmente enfocada a la gestión financiera de fideicomisos.
(...) TMF-México identificó una enorme oportunidad de negocios con la separación administrativa y contable, dice Bonifaz, y agrega que ha desarrollado servicios integrales en materia de contabilidad, reportes financieros, recursos humanos, nómina, domicilio fiscal, representación legal y hasta servicios secretariales corporativos, vía terceros o el llamado outsourcing.
Controle de custos em hospitais
O controle de custos em hospitais é muito difícil. Uma abordagem proposta por um acadêmico espanhol onde seria possível obter o custo por produto, por paciente e por processo clínico. O texto a seguir:
Un nuevo modelo matemático permitirá optimizar los gastos
Diario Médico - 20/5/2008
El control del gasto basado en la eficiencia es una prioridad de los gerentes hospitalarios. Un modelo matemático creado en la Universidad de Extremadura y basado en el cálculo del coste por producto, por paciente y por proceso ayudará a lograr dicho objetivo.
¿Puede el sector público sanitario calcular y gestionar los costes de manera más eficaz? De esta materia se ha ocupado Mercedes Vaquera en su tesis doctoral Propuesta de un modelo para el cálculo y gestión de costes en los centros hospitalarios y su funcionamiento empírico, un trabajo dirigido por el decano de la Facultad de Ciencias Económicas y Empresariales de la Universidad de Extremadura (UEX), Antonio Fernández Fernández.
La investigación trata de proporcionar al sector hospitalario un modelo que le aporte la información suficiente para la toma de decisiones útiles en la gestión: "Estamos convencidos de que la implantación del modelo que proponemos puede aportar grandes resultados, ya que permite identificar la mejora de los procesos clínicos y una mayor racionalización de los procedimientos y eficiencia en la asignación de los recursos, además de trascender del tradicional propósito de valoración de los productos que ha caracterizado la implantación de las metodologías actuales", explica la investigadora.
Tres tipos de cálculo
El modelo propuesto, denominado Costes por Integración Sucesiva (CIS) está instrumentado para poder calcular y gestionar los costes en los centros hospitalarios desde tres perspectivas distintas: por producto, por paciente y por proceso clínico o grupo relacionado de diagnóstico (GRD), y desde tres niveles diferentes: básico de gestión, completo de gestión y coste de tarifación. "Lo hemos aplicado en una institución sanitaria privada y hemos visto que funciona de una manera muy eficaz", apunta su autora, profesora del Área de Economía Financiera y Contabilidad de la UEX.
Entre otras conclusiones, la investigación apunta que cualquier modelo de cálculo y gestión de costes proporcionará sus efectos más beneficiosos si se encuadra en el contexto de la gestión clínica, "pues una de sus principales características es lograr que sus responsables actúen en estrecha colaboración con el resto de las áreas funcionales de la empresa".
Utilidades
Además de analizar el sector sanitario, tanto público como privado, la tesis concluye que el modelo propuesto es lo suficientemente útil como para satisfacer las necesidades informativas que ayuden en la toma de múltiples decisiones en este tipo de empresas.
Añade que, pese a ser totalmente novedoso, el modelo mejora significativamente la dinámica existente en cuanto a gestión de costes en el sector, y la nueva metodología propuesta tiene utilidad no sólo desde el punto de vista económico, sino también desde el punto de vista sanitario.
La labor investigadora desarrollada por Vaquera se ha llevado a la práctica mediante sus correspondientes aplicaciones empíricas en centros sanitarios para demostrar su viabilidad.
Control de recursos
La limitación de los recursos y la necesidad de hacer que el sistema sanitario sea sostenible empuja a políticos y gestores a preocuparse cada vez más del control del gasto sanitario, y los hospitales son un buen punto de partida.
"Gracias a este trabajo hemos contactado con multitud de empresas y organismos relacionados de una u otra forma con el cálculo y la gestión de costes, que en todo momento han mostrado un gran interés por los resultados obtenidos.
Ahora nos gustaría calibrar con nuestras autoridades sanitarias la posibilidad de implantarlo en los hospitales de Extremadura que vienen aplicando sus propios modelos en los hospitales bajo su jurisdicción", explica Mercedes Vaquera.
Baixas contábeis nos Bancos
Bancos escondem US$ 35 bi em baixas
Gazeta Mercantil - 20/5/2008
Diante das perdas recordes resultantes do colapso do mercado de crédito imobiliário residencial, muitos bancos e corretoras não estão reconhecendo em seus demonstrativos de resultados pelo menos US$ 35 bilhões de baixas contábeis adicionais incluídas nos seus balanços patrimoniais, segundo registros encaminhados às autoridades reguladoras das bolsas.
O Citigroup Inc. subtraiu US$ 2 bilhões de seu valor patrimonial devido ao declínio do valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário em seu relatório trimestral para a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão regulador das bolsas nos EUA), apresentado em 2 de maio. A dedução não foi mencionada em sua declaração de lucros nem na teleconferência com os investidores que se seguiu à apresentação. O ING Groep NV colocou 3,6 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões) de avaliações negativas em sua conta de capital do balanço de pagamentos, enquanto informava em seus resultados uma perda de lucros de apenas 80 milhões.
Os ajustes no balanço patrimonial se somam às baixas contábeis e perdas com crédito, de US$ 344 bilhões, que já foram informadas nas declarações de resultados de mais de 100 bancos. Essas empresas levantaram US$ 263 bilhões de fundos soberanos, de seus próprios governos e investidores públicos para captar recursos. As baixas contábeis no balanço patrimonial também reduzem o patrimônio, que precisa ser coberto com novos aportes de capital. Com acréscimo dos US$ 35 bilhões, os bancos ficam com a montanha de perdas de US$ 116 bilhões a ser escalada.
"As pessoas inteligentes são as que identificaram os problemas, os expuseram com total transparência e os enfrentaram, levantando mais capital", disse Michael Holland, que supervisiona US$ 4 bilhões como presidente da Holland & Co. em Nova York.
Regras de Contabilidade
Ter perdas no balanço patrimonial e não no demonstrativo de resultados é aceitável pelas regras da contabilidade, que diferenciam entre as carteiras de transações e os investimentos no longo prazo. Mudanças nos valores, ao lado das operações, vão direto para a receita. As mudanças nos valores dos bônus retidos para o longo prazo podem ser descontadas na rubrica de patrimônio do balanço, desde que os declínios não sejam considerados permanentes.
Os bancos que estão mais dispostos a admitir baixas contábeis no balanço patrimonial, como o ING, sediado em Amsterdã, dizem que as avaliações dos ativos serão revertidas quando os mercados se recuperarem. O ING, maior empresa de serviços financeiros da Holanda, informou no relatório sobre lucros no primeiro trimestre, na semana passada, que a queda no valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário residencial mantidos até o vencimento futuro é irrelevante desde que o pagamento dos títulos subjacentes seja honrado.
Com essa lógica, a maior parte das baixas contábeis nas declarações de lucros pode ser revertida se os preços dos ativos se recuperarem. Os declínios nas avaliações podem até ser revertidos, mas a maioria das perdas é um estrago permanente causado pelo número crescente de casos de inadimplência nos créditos imobiliários residenciais dos EUA, disse Janet Tavakoli, autora do livro "Collateralized Debt Obligations & Structured Finance", publicado em 2004 pela John Wiley & Sons Inc.
"É claro que não sabemos quanto da carteira de um banco pode realmente ser material bom, que será pago no vencimento", disse Tavakoli. "Mas existem enormes perdas de valores que são fundamentais, não apenas devidos aos giros do mercado de crédito."
Manter essas desvalorizações fora dos balanços de resultados apenas adia a compreensão das perdas, segundo Brad Hintz, analista da Sanford C. Bernstein & Co., lotado em Nova York. "Os bancos que se aproveitaram dessa abordagem contábil vão ter um preço a pagar mais tarde", disse Hintz, classificado como o terceiro analista de títulos em um levantamento da revista Institutional Investor. "Não se evita o preço a pagar. Os que puseram tudo na sua declaração de resultados sairão com balanços limpos e poderão seguir em frente."
Ignorar a dívida podre e adiar as perdas inevitáveis foi uma das principais razões que fez o Japão passar por uma crise econômica de 10 anos, iniciada na década de 1990, disse Charles Whitehead, professor de direito da Universidade de Boston. Diante da necessidade de novo capital e da dificuldade em atender a essa necessidade, os bancos japoneses adiaram o reconhecimento de suas perdas, com a ajuda dos reguladores, que não aplicaram as regras, escreveu Whitehead em um documento publicado em 2006 no Michigan Journal of International Law.
"Os reguladores dos EUA também podem ser tentados a pegar leve com os bancos", disse. "As novas regras sobre capital já dependem significativamente da auto-disciplina dos bancos. Os riscos podem ser maiores hoje nos EUA do que eram no Japão na década de 1990."
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Yalman Onaran/ Bloomberg News)
Gazeta Mercantil - 20/5/2008
Diante das perdas recordes resultantes do colapso do mercado de crédito imobiliário residencial, muitos bancos e corretoras não estão reconhecendo em seus demonstrativos de resultados pelo menos US$ 35 bilhões de baixas contábeis adicionais incluídas nos seus balanços patrimoniais, segundo registros encaminhados às autoridades reguladoras das bolsas.
O Citigroup Inc. subtraiu US$ 2 bilhões de seu valor patrimonial devido ao declínio do valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário em seu relatório trimestral para a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão regulador das bolsas nos EUA), apresentado em 2 de maio. A dedução não foi mencionada em sua declaração de lucros nem na teleconferência com os investidores que se seguiu à apresentação. O ING Groep NV colocou 3,6 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões) de avaliações negativas em sua conta de capital do balanço de pagamentos, enquanto informava em seus resultados uma perda de lucros de apenas 80 milhões.
Os ajustes no balanço patrimonial se somam às baixas contábeis e perdas com crédito, de US$ 344 bilhões, que já foram informadas nas declarações de resultados de mais de 100 bancos. Essas empresas levantaram US$ 263 bilhões de fundos soberanos, de seus próprios governos e investidores públicos para captar recursos. As baixas contábeis no balanço patrimonial também reduzem o patrimônio, que precisa ser coberto com novos aportes de capital. Com acréscimo dos US$ 35 bilhões, os bancos ficam com a montanha de perdas de US$ 116 bilhões a ser escalada.
"As pessoas inteligentes são as que identificaram os problemas, os expuseram com total transparência e os enfrentaram, levantando mais capital", disse Michael Holland, que supervisiona US$ 4 bilhões como presidente da Holland & Co. em Nova York.
Regras de Contabilidade
Ter perdas no balanço patrimonial e não no demonstrativo de resultados é aceitável pelas regras da contabilidade, que diferenciam entre as carteiras de transações e os investimentos no longo prazo. Mudanças nos valores, ao lado das operações, vão direto para a receita. As mudanças nos valores dos bônus retidos para o longo prazo podem ser descontadas na rubrica de patrimônio do balanço, desde que os declínios não sejam considerados permanentes.
Os bancos que estão mais dispostos a admitir baixas contábeis no balanço patrimonial, como o ING, sediado em Amsterdã, dizem que as avaliações dos ativos serão revertidas quando os mercados se recuperarem. O ING, maior empresa de serviços financeiros da Holanda, informou no relatório sobre lucros no primeiro trimestre, na semana passada, que a queda no valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário residencial mantidos até o vencimento futuro é irrelevante desde que o pagamento dos títulos subjacentes seja honrado.
Com essa lógica, a maior parte das baixas contábeis nas declarações de lucros pode ser revertida se os preços dos ativos se recuperarem. Os declínios nas avaliações podem até ser revertidos, mas a maioria das perdas é um estrago permanente causado pelo número crescente de casos de inadimplência nos créditos imobiliários residenciais dos EUA, disse Janet Tavakoli, autora do livro "Collateralized Debt Obligations & Structured Finance", publicado em 2004 pela John Wiley & Sons Inc.
"É claro que não sabemos quanto da carteira de um banco pode realmente ser material bom, que será pago no vencimento", disse Tavakoli. "Mas existem enormes perdas de valores que são fundamentais, não apenas devidos aos giros do mercado de crédito."
Manter essas desvalorizações fora dos balanços de resultados apenas adia a compreensão das perdas, segundo Brad Hintz, analista da Sanford C. Bernstein & Co., lotado em Nova York. "Os bancos que se aproveitaram dessa abordagem contábil vão ter um preço a pagar mais tarde", disse Hintz, classificado como o terceiro analista de títulos em um levantamento da revista Institutional Investor. "Não se evita o preço a pagar. Os que puseram tudo na sua declaração de resultados sairão com balanços limpos e poderão seguir em frente."
Ignorar a dívida podre e adiar as perdas inevitáveis foi uma das principais razões que fez o Japão passar por uma crise econômica de 10 anos, iniciada na década de 1990, disse Charles Whitehead, professor de direito da Universidade de Boston. Diante da necessidade de novo capital e da dificuldade em atender a essa necessidade, os bancos japoneses adiaram o reconhecimento de suas perdas, com a ajuda dos reguladores, que não aplicaram as regras, escreveu Whitehead em um documento publicado em 2006 no Michigan Journal of International Law.
"Os reguladores dos EUA também podem ser tentados a pegar leve com os bancos", disse. "As novas regras sobre capital já dependem significativamente da auto-disciplina dos bancos. Os riscos podem ser maiores hoje nos EUA do que eram no Japão na década de 1990."
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Yalman Onaran/ Bloomberg News)
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