13 maio 2008
Efeito do crescimento na redução da pobreza
O gráfico ilustra a redução da pobreza da população de quatro países (Vietnam, China, Indonésia e Tailândia) nos últimos anos (em termos de paridade do poder de compra). O Vietnam é o país que fez maiores progressos: em 1990 metade da sua população estava abaixo da linha de pobreza; quinze anos depois, somente 10%. Fonte: Aqui
Esportes, ilusão da moeda e remuneração
No texto "Do Employees Care about their Relative Position? Behavioural evidence focusing on Perfomance" Benno Torgler, Markus Schaffner, Sascha L. Schmidt e Bruno S. Frey procuram determinar a relação entre a posição de um indivíduo, sua remuneração e seu desempenho. Usam dados de esportes, incluindo jogadores de futebol na Alemanha. Usando uma medida de desempenho do jogador (simplista, que inclui gols e assistências), os autores estabeleceram uma relação entre desempenho, salário relativo futuro do jogador, salário absoluto e variáveis de controle.
Saliência
Em Behavioral Finance and the Sources of Alpha, Russell Fuller apresenta o conceito de saliência:
"Para eventos que ocorrem raramente, pessoas tendem a superestimar a probabilidade desses eventos ocorrerem no futuro se eles recentemente tiverem ocorrido. Por exemplo, uma queda de uma avião comercial ocorre raramente. Entretanto, se um avião cai e tem uma grande cobertura da imprensa, as pessoas irão superestimar a probabilidade de uma queda ocorrer no futuro. Saliência causa uma superreação nos investidores a uma nova informação"
Por que as pessoas ignoram os Genocídios?
Paul Slovic, da University of Oregon, faz essa pergunta na sua pesquisa "If I look at the mass I Will never act": Psychic numbing and genocide, para o Judgment and Decision Making (volume 2, número 2, abril de 2007, p. 79-95). somente no século XX tivemos vários genocídeos:
Armenia (1915)
Ucraine (1932-1933)
Holocausto Nazista (World War II)
Bangladesh (1971)
Cambodia (1975-1979)
Ex-Iugoslavia (1990s)
Ruanda (1994)
Zimbabwe (2000)
Congo (Hoje)
Darfur (Hoje)
Enquanto isso os jornais dedicam páginas para o caso Isabella. Faz sentido? Slovic mostra uma pesquisa de arrecadação de fundos onde três abordagens foram usadas. Na primeira, a campanha apresentava um depoimento pessoal de um garoto, com foto e descrição pessoal. A segunda estratégia era apresentar estatísticas sobre pessoas que necessitavam de ajuda. A terceira estratégia era uma combinação das duas, ou seja, um depoimento pessoal com estatísticas. O resultado da campanhas está na figura:
As pessoas contribuiram mais quando existia uma narração pessoal. Isso faz sentido?
Armenia (1915)
Ucraine (1932-1933)
Holocausto Nazista (World War II)
Bangladesh (1971)
Cambodia (1975-1979)
Ex-Iugoslavia (1990s)
Ruanda (1994)
Zimbabwe (2000)
Congo (Hoje)
Darfur (Hoje)
Enquanto isso os jornais dedicam páginas para o caso Isabella. Faz sentido? Slovic mostra uma pesquisa de arrecadação de fundos onde três abordagens foram usadas. Na primeira, a campanha apresentava um depoimento pessoal de um garoto, com foto e descrição pessoal. A segunda estratégia era apresentar estatísticas sobre pessoas que necessitavam de ajuda. A terceira estratégia era uma combinação das duas, ou seja, um depoimento pessoal com estatísticas. O resultado da campanhas está na figura:
As pessoas contribuiram mais quando existia uma narração pessoal. Isso faz sentido?
12 maio 2008
Governança e Custo de Capital
"pode-se dizer que no médio e longo prazo, o custo do capital de terceiros reduziu após a adesão aos níveis diferenciados de GC [Governança Corporativa] e ao novo mercado" Adesão às práticas de governança corporativa e as alterações no custo de capital de terceiros, de José Roberto Lopes e Henrique Cordeiro Martins Aqui
Teoria da Reflexividade
Um assunto de que economistas querem distância
Valor Econômico - De São Paulo
24/04/2008
A teoria da reflexividade, assunto recorrente nos escritos de George Soros, não se qualifica como ciência, por que não provê explicações deterministas e predições. Constitui apenas uma estrutura conceitual para a compreensão de eventos de que humanos participam. No livro, Soros dedica um capítulo inteiro à explicação da teoria, que pode ser entendida, como ele diz, como uma "teoria da história" de uso amplo, inclusive em assuntos financeiros.
Por que o conceito de reflexividade não obteve reconhecimento generalizado? No caso dos mercados financeiros, Soros diz saber a resposta: "A reflexividade impede os economistas de produzir teorias que poderiam explicar e predizer o comportamento dos mercados do mesmo modo que cientistas naturais podem explicar e predizer os fenômenos naturais", afirma. "Para estabelecer e proteger o status da economia como ciência, os economistas fizeram de tudo para afastar a reflexividade dos assuntos de seu interesse".
A reflexividade é usada em lógica como relação que um objeto tem consigo mesmo. Soros a usa para descrever uma conexão de duas mãos entre o pensamento dos participantes de uma situação (como os agentes do mercado e autoridades econômicas e reguladoras) e a própria situação de que participam. Situações reflexivas são caracterizadas por falta de correspondência entre os pontos de vista dos agentes e o estado real dos acontecimentos.
A compreensão de determinada situação e a participação nessa situação envolve duas funções diferentes. Na função cognitiva, as pessoas procuram compreender o mundo em que vivem. Na função manipulativa, pretendem modificar os fatos em seu benefício. Se as duas funções fossem isoladas uma da outra, poderiam servir a seus propósitos: o entendimento dos agentes equivaleria a informação e suas ações levariam aos resultados desejados. "Mas esse é um pressuposto da teoria econômica que não se justifica, exceto em circunstâncias muito excepcionais", diz Soros. "Pode ser assim entre cientistas sociais empenhados na obtenção de conhecimento, mas não entre participantes de eventos que os cientistas sociais estudam. Cientistas sociais, particularmente os economistas, tendem a ignorar esse fato."
Quando as duas funções estão em operação simultânea, interferem uma na outra e os fenômenos envolvidos não consistem apenas em fatos e informações objetivas, mas também em intenções e expectativas a respeito do futuro - contingenciado pelas decisões dos próprios participantes. Estes buscam compensar a insuficiência de informações com suposições baseadas em experiência, instinto, emoções, rituais - e, assim, incorrem em equívocos.
Tome-se o mercado de ações, por exemplo. As pessoas compram e vendem ações imaginando preços futuros, mas esses preços estão sujeitos a influências das expectativas dos investidores. As expectativas não podem ser qualificadas como informação. Na ausência de informação suficiente, os participantes precisam introduzir um elemento de julgamento ou viés em seu processo de decisão. Como resultado, os resultados provavelmente divergirão das expectativas.
Os pontos de vista tendenciosos e os equívocos dos participantes introduzem a incerteza no curso dos eventos. Reconheçam isso ou não, os participantes são obrigados a agir com base em crenças que não têm raízes na realidade. "Interpretações errôneas da realidade e outros equívocos desempenham papel muito maior na determinação do curso dos eventos do que é geralmente reconhecido", diz Soros. "Esse é o principal novo 'insight' que a teoria da reflexividade oferece. A atual crise financeira é um exemplo persuasivo disso."
"A incerteza inerente à conexão reflexiva entre as funções cognitiva e manipulativa não pode ser eliminada", diz Soros, "mas nossa compreensão e capacidade para lidar com tal situação seriam bastante melhoradas se reconhecêssemos esse fato".(CA)
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