01 abril 2008
Incentivos podem ajudar a "enxergar" melhor
Uma experiência interessante relatada aqui sobre a importância do "incentivo":
Em geral as pessoas possuem 50% de chance de acertar, num teste cego, se o refrigerante que está bebendo é uma Coca ou uma Pepsi. Entretanto, quando se pergunta isto para as pessoas, existe uma tendência a aumentar a proporção de respostas corretas. Quando se oferece uma quantia em dinheiro para o entrevistado, desde que ele acerte a resposta, a tendência é a resposta aproximar-se de 50%.
Poderia se concluir que incentivos podem muitas vezes (mas nem sempre) melhorar a nossa capacidade de percepção.
Links
1. Bad Fashion - Quando a moda é questionável
2. A evolução da propaganda no tempo: os meios de comunicação. Em 1920 predominava a imprensa; hoje, a TV analógica; em 2020 a TV Digital e Internet
3. Concorrência no mercado de aviação brasileiro
4. análise gráfica
5. Mulheres em Copenhague podem nadar e caminhar nas piscinas de topless
2. A evolução da propaganda no tempo: os meios de comunicação. Em 1920 predominava a imprensa; hoje, a TV analógica; em 2020 a TV Digital e Internet
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4. análise gráfica
5. Mulheres em Copenhague podem nadar e caminhar nas piscinas de topless
Orçamento
Num estudo, 87 estudantes universitários fizeram previsões sobre gastos com sua alimentação e entretenimento para o próximo ano e para o próximo mês e. As despesas foram registradas e comparadas. As despesas anuais previstas foram as que mais se aproximaram das realizadas. Alguns estudos mostram que a orçamentação de curto prazo tende a ser otimista. Fonte: Aqui
31 março 2008
Que país é este?
Efeito CSI
Segundo um relatório do Case-Shiller, sobre preço de imóvel, os valores em Las Vegas e Miami declinaram 19,3%. Coincidência? Ambas cidades possuem a "franquia" do CSI. O preço nas três cidades onde passa esta série cairam em 14,8% em 12 meses, comparado com uma redução de 8,7% de outras 17 cidades. Fazendo uma regressão com uma variável binária para CSI tem-se um p-value de 15,1%. Fonte: Aqui
Finanças Comportamentais: uma visão geral
O campo de finanças comportamentais (também conhecido como Behavioral finance e behavioral economics) nasceu na década de 70 do século passado com o trabalho de Kahneman e Tversky. Antes destes dois autores, diversos pesquisadores já destacavam a importância do aspecto comportamental nas decisões financeiras/econômicas (Smith, Keynes, etc).
Em 2000 Kahneman recebeu o Nobel de Economia (Tversky já tinha falecido).
Existem diversos temas interessantes para estudar na área. Os estudos estão divididos em três grandes grupos:
a) Heurística – As pessoas tomam decisões baseadas em regras informais, que não são obtidas por análise racionais. Um exemplo simples e muito comum diz respeito uma pessoa que leu que a inflação foi de 4% ao ano e não acredita. Ela baseia sua análise nos produtos que subiram de preço, mas deixa de lado os ganhos de produtividade (computador, telefone etc) ou redução de preços de produtos lançados recentemente (TV de Plasma, por exemplo). A inflação é um cálculo muito mais complexo do que alguns poucos exemplos pessoais.
b) Framing – é a maneira como o problema é apresentado influencia a decisão. É muito comum escutar a frase que a “essência é mais importante que a forma” para indicar que os investidores têm sua atenção voltada para os fatos cruciais de uma empresa. Algumas pesquisas mostraram que em diversas situações a “forma” é importante. Uma pesquisa conduzida no final do século passado, durante a “bolha da internet”, mostrou que quando as empresas mudavam seu nome, incorporando algo que lembrava tecnologia (como o termo “com” no nome), aumentava o preço da ação da empresa. A empresa era a mesma, sem nenhuma alteração. Mas a mudança no nome (forma) tinha influencia para os investidores
c) Ineficiências do mercado – o mercado reage muito abaixo ou acima do que deveria. Uma situação já estudada corresponde ao “efeito-manada”. O nome diz muito. Quando um investidor influente resolve sair do mercado, a reação da “manada” induz o mercado a uma queda muito acima do normal.
Existem algumas situações interessantes que já foram comprovadas pelas finanças comportamentais:
=> As pessoas possuem uma grande aversão à perda. Ou seja, as pessoas não gostam de perder e esta aversão às vezes é maior do que o ganho. Um investidor que apostou no mercado acionário. O mercado caiu, mas ele insiste em manter o dinheiro até pelo menos recuperar o que aplicou (nominalmente).
=> Custo perdido. As decisões devem ser tomadas com base no futuro, sendo que aquilo que ficou para trás é um custo perdido (e não deve ser considerado na decisão). Uma pessoa comprou um apartamento e fez uma reforma. Decidindo vender o apartamento, estipula o preço com base no valor de aquisição mais o que foi gasto na reforma. O que foi gasto no passado é considerado “perdido” (ou afundado) e não deve ser considerado na decisão. O que é importante é o valor de mercado.
=> Winner´s Curse (eu gosto de chamar de Vitória de Pirro, rei grego que venceu uma batalha, mas o seu exército foi quase totalmente destruído) – Num leilão, com muitos interessados, o ganhador é um perdedor. É contraditório, mas verdadeiro. Se várias pessoas avaliam um bem leiloado em 100 reais, o ganhador provavelmente fez um lance acima deste valor.
=> Efeito propriedade – as pessoas costumam valorizar muito acima do normal os bens de sua propriedade. Uma experiência famosa deu chocolate e café para um grupo de pessoas de forma aleatória. Sabia-se, de antemão, que metade preferia café e metade chocolate. Depois de distribuído o café e o chocolate, informou-se que poderia trocar o brinde. Poucos fizeram, mostrando um apego ao bem de sua propriedade. Um dono de um carro valoriza seu bem de forma excessiva
=> Apostar em ganhadores – Você leu um anúncio que informa que um fundo de investimento apresentou o melhor rendimento do mercado. Qual a sua decisão: (a) correria para aplicar neste fundo ou (b) aplicaria no fundo que rendeu muito abaixo do mercado? A decisão correta seria a segunda. Pesquisas realizadas mostraram que os fundos perdedores possuem maiores chances de serem vencedores nos próximo período. Existem várias razões para explicar isto: (a) o fundo ganhador conseguiu este feito graças ao acaso; (b) o mercado poderá observar com mais atenção o fundo ganhador e tentar antecipar sua decisão; (c) a atração de novos investidores torna difícil o fundo ganhador ter flexibilidade suficiente para ajustar ao mercado. Ou seja, a bola de cristal não funciona todo dia. Este efeito é conhecido como reversão à média.
Bibliografia sobre o assunto em língua portuguesa:
O livro “Proteja seu dinheiro de você mesmo”, da Editora Futura, de autoria de Belsky e Gilovich tenta aplicar Finanças comportamentais a situações diárias de investimento.
“Investimento sob Medida”, IBEP, é de Achiles Mosca, que escreve alguns artigos sobre o tema.
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