Translate

04 março 2008

Qual a razão da Vale + Xstrata


Ofertas da Vale e BHP têm mesmo objetivo: o aço
Por Robert Guy Matthews - The Wall Street Journal - 3/3/2008

As duas propostas de fusão, embora diferentes nos detalhes, almejam dominar os minerais fundamentais da fabricação de aço, no que pode ser um ótimo período para a siderurgia global. China, Índia e outros países em desenvolvimento estão num processo histórico de urbanização e precisam de todo o aço que puderem encontrar para construir máquinas, carros, eletrodomésticos, pontes, prédios, estradas e sistemas de esgoto.

(...) O boom das commodities e a demanda por trás dele não vão durar para sempre. Alguns observadores até acreditam que certas commodities já chegaram ao pico. Essa é a razão pela qual as mineradores não estão esperando para localizar reservas virgens: leva mais de três anos entre a descoberta de um novo depósito e o início de produção. A compra de rivais permitiria à BHP e à Vale levar mais ingredientes de aço ao mercado enquanto a demanda continua forte.

(...) O preço do minério de ferro mais que triplicou nos últimos cinco anos. Na semana passada, a Vale negociou altas de 65% e 71% com grandes siderúrgicas ao redor do mundo, o que se segue a uma alta de 9,5% no ano passado. E as siderúrgicas podem ter de pagar até mais para negociar com a Rio Tinto, que já sinalizou intenções de pedir um aumento acima de 70%. Se a demanda na China não enfraquecer, é provável que o preço do minério de ferro suba de novo no ano que vem. Uma fusão da BHP com a Rio Tinto daria mais controle sobre o preço e a produção do minério.

A proposta da Vale para comprar a suíça Xstrata tem mais a ver com o preenchimento de uma lacuna em sua carteira siderúrgica e diversificação para outros metais do que com dominar o mercado de minério de ferro. (...)

O carvão é um negócio lucrativo porque o coque é um ingrediente central na produção de aço, e a Vale quer capitalizar a força desse mercado, diz José Carlos Martins, diretor executivo da Vale para metais ferrosos. "Os preços do carvão estão bem altos", diz ele.

A Vale também quer mais níquel, que é uma liga necessária para fazer aço inoxidável. Uma combinação da Vale com a Xstrata poderia controlar cerca de 28% da produção mundial de níquel, tornando-se o maior produtor de metal em volume. Analistas esperam que, se o negócio for consumado, a Vale tenha de vender parte de seu níquel para contornar problemas regulamentares. Mas provavelmente continuaria sendo o maior produtor de níquel. Os preços do níquel caíram cerca de 7% desde o fim de 2007, mas ainda estão relativamente altos.

Um erro de 7 bilhões


A empresa de agronegócios Bunge irá refazer suas demonstrações em virtude de um erro de 7 bilhões, informou Stephen Taub, da CFO (Bunge Finds a Sales Error: $7B Worth).

As a result of these reviews, management said it has determined that the effect in 2006 and 2005 was immaterial.

"Bunge is remediating the control deficiencies that led to the need for these corrections, and which the company has determined constitute material weaknesses in its internal control over financial reporting in 2007," it stated in a press release.


É interessante notar que em 2006 o WSJ (e este blog) já comentava, num artigo, a contabilidade confusa da empresa. Clique aqui para conferir isto

03 março 2008

Mulheres na Contabilidade

Uma leitora deste blog solicita material de apoio para um trabalho sobre mulheres na contabilidade. Sei que no ano passado o Conselho promoveu um encontro sobre este tema. Alguém poderia ajudar?

Links


1. Estamos no Ano Internacional da Batata, segundo a ONU
2. Brasil é o maior emergente
3. As cidades mais sujas do mundo. Baku em 1o. México entre as 10; Moscou entre as 20 mais sujas
4. O executivo da Berkshire Hathaway, Warren Buffet, reconhece que a compra da Dexter Shoe Co. foi o pior erro da sua vida.

Reforma tributária pode complicar contabilidade


A reforma tributária proposta pelo governo vai tornar mais complexa a contabilidade de cerca de 600 mil empresas, principalmente as prestadoras de serviços. Elas também correm sério risco de sofrer aumento de carga tributária. Hoje, essas empresas pagam dois tributos federais - PIS (Contribuição para o Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) - calculando 3,65% sobre seu faturamento. Na proposta de reforma tributária, esses dois tributos desaparecem e são substituídos por um só, o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), resultado da fusão de PIS, Cofins e Cide, incidente em combustíveis.
Ocorre que o IVA será calculado de outra maneira e tende a complicar a vida dessas empresas, segundo alerta feito pelo ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, da consultoria Logos.


Fonte: aqui

Citação


There are no perfect accounting rules, and forcing banks to consolidate everything might be unreasonable. But banks should have done more to let investors know the nature of the risks that were being taken. If the accountants had forced better disclosures, it is at least possible that managements would have spent more time evaluating the risks they were taking, and then made wiser business decisions.
Floyd Norris
Fonte: Aqui

Partidos políticos e contabilidade


O problema da prestação de contas do Partido Verde (PV) já tem um responsável.

Fundo partidário pagou até multa de carro da executiva (...)

A atual gestão do PV, que está há dez anos à frente do partido, responsabiliza um problema técnico pelas irregularidades na prestação de contas.

— Tínhamos um setor de contabilidade frágil. Tanto é que depois trocamos de contador. Antes, tínhamos um que prestava contas para 50 empresas. Houve falhas contábeis nessa prestação de 2005, o contador fez uma confusão tremenda e contabilizou como não devia no balancete — explica o atual secretário de Finanças do PV, Reynaldo Morais, ressaltando que não estava no cargo em 2005.


Culpa é do contador, diz direção do PV
O Globo - 2/3/2008

Já este outro partido fala em problema de prazo:

A assessoria de imprensa do PT informou sexta-feira que os gastos com a festa de comemoração dos 26 anos do partido foram cobertos pela venda de convites aos participantes, e que a utilização de recursos da conta do Fundo Partidário — que pagou a compra de vinhos, espumantes e o serviço de bufê — se deu “por uma questão contábil de prazo de vencimento”. Segundo a assessoria, a legenda arrecadou, com a venda de convites para a festa, R$271,4 mil, e os custos atingiram R$103,4 mil. Os valores dos convites variaram entre R$200 e R$5 mil.

“Portanto, além de cobrir as faturas pagas via fundo partidário — por uma questão contábil de prazo de vencimento —, a arrecadação da festa ainda gerou um saldo positivo de R$167,7 mil”, disse a nota enviada ao GLOBO pelo PT. (...)


PT alega ‘questão contábil de prazo’ - O Globo 2/3/2008