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03 março 2008

Bancos Oficiais

BB e Caixa ainda devem R$ 18 bi aos cofres públicos
Sheila D´Amorim - Folha de São Paulo - 3/3/2008

Apesar do lucro registrado nos últimos anos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ainda estão em dívida com o Tesouro Nacional e, juntos, devem R$ 18 bilhões aos cofres públicos. As duas instituições controladas pela União não deram retorno suficiente para compensar o dinheiro público gasto para saneá-las.

Doze anos depois de receber R$ 8 bilhões do governo, o total devolvido pelo Banco do Brasil à sociedade com repasses de dividendos e juros sobre o capital próprio ao Tesouro corresponde a apenas metade do investimento original corrigido a valores de hoje.

Já a Caixa Econômica Federal, em sete anos, deu retorno para o Tesouro equivalente a um terço dos R$ 9,3 bilhões atualizados também com base no IPCA.

Em junho de 1996, o governo gastou R$ 8 bilhões para capitalizar o Banco do Brasil. Essa quantia, corrigida a valores de hoje, chega a quase R$ 17 bilhões. Desde então, o BB deixou para trás a era de prejuízos e gerou lucros anuais que somam R$ 32,7 bilhões corrigidos pela inflação.

Isso rendeu aos cofres públicos R$ 8,764 bilhões em juros e dividendos, 52% do valor aplicado inicialmente. Resta algo próximo a R$ 8,2 bilhões.

O cálculo não inclui o subsídio implícito numa outra operação de troca de títulos realizada em junho de 2001 com o Tesouro para retirar da contabilidade do banco papéis e créditos ruins e substituí-los por outros de maior rentabilidade. Na época, essa operação envolveu R$ 12,5 bilhões.

Na engenharia financeira montada em 2001 para sanear os bancos federais, a CEF movimentou outros R$ 87 bilhões que envolveram troca de títulos, compra de créditos e substituição de empréstimos de má qualidade, a valores da época e cujo custo para o Tesouro não foi divulgado.

Além disso, a instituição recebeu dos cofres públicos para reforçar seu caixa R$ 9,3 bilhões, cujo valor atualizado chega perto de R$ 15 bilhões.

De lá para cá, o banco controlado 100% pela União gerou lucros de R$ 12,441 bilhões a valores de hoje e isso representou um repasse de R$ 5,138 bilhões para o Tesouro a título de juros e dividendos. Ainda faltam quase R$ 10 bilhões para dar retorno à sociedade.

(...) Como eles podem pagar isso? Primeiro não dando prejuízo, depois provando que são viáveis e gerando dividendos para o governo. Por isso, a discussão sobre a lucratividade dos bancos públicos e a compatibilização de resultados com a função pública gera polêmica dentro da própria equipe econômica.

Na última semana, o resultado do BB em 2007 surpreendeu negativamente o mercado. As ações do banco caíram porque se esperava um lucro mais compatível com seus concorrentes privados -a instituição ganhou R$ 5,06 bilhões, contra R$ 8,01 bilhões do Bradesco e R$ 8,47 bilhões do Itaú. A Caixa garantiu R$ 2,5 bilhões de lucro líquido no ano passado graças a R$ 1,4 bilhão em créditos tributários que foram registrados.

Vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes argumenta que a capitalização do banco, em 1996, e a troca de títulos e créditos, em 2001, foram um acerto de contas do passado. "Durante anos o BB assumiu obrigações do Tesouro, financiou dívidas do governo. A capitalização foi uma forma de explicitar todos os passivos do governo."

Além disso, ele defende que o retorno para o Tesouro não deve ser avaliado só com base nos dividendos pagos, mas é preciso considerar a valorização do banco. "Hoje o valor de mercado do BB é de R$ 75 bilhões, lá atrás não era de R$ 7 bilhões."

Segundo o vice-presidente da Caixa, o patrimônio do banco desde a capitalização subiu 159%, de R$ 4,1 bilhões para R$ 10,5 bilhões, e a rentabilidade foi superior à variação da Selic.

02 março 2008

Iasb e o Valor Justo

O Iasb está propondo uma discussão sobre a mensuração do valor justo (aqui). A proposta deverá ser concluída em 2010. Atualmente as normas internacionais de contabilidade exigem que alguns ativos, passivos e instrumentos financeiros sejam mensurados pelo valor justo. Entretanto, esta norma já tem alguns anos e o Board decidiu unificar e esclarecer certos itens. As normas estão dispersas e não são consistentes, conforme o próprio Iasb afirma. A proposta envolve, portanto, unificar as normas, mas também melhorar a definição de valor justo.

01 março 2008

Educação na Finlândia

Trechos extraídos de uma reportagem do WSJ:

Aqui, estudantes de nível médio raramente têm mais de meia hora de dever de casa.

Quase não há exames padronizados, poucos pais arrancam os cabelos pensando na faculdade e as crianças só começam a ir à escola aos 7 anos.

Logo cedo, as crianças fazem muitas coisas sem a supervisão de adultos.

E os professores criam lições sob medida para seus estudantes.

Educadores finlandeses acreditam que obtêm melhores resultados quando se concentram nos estudantes mais fracos do que se ficarem cutucando os mais dotados para se destacarem dos demais. A idéia é que estudantes brilhantes podem ajudar os medíocres sem prejuízo de seu próprio progresso.

Professores e estudantes referem-se uns aos outros pelo primeiro nome. É proibido usar celular, iPods ou chapéus — e essa é praticamente a única regra da classe.

É preciso mestrado para ser professor e a profissão é concorrida. Mais de 40 pessoas podem se candidatar para a mesma vaga.

Os salários estão no nível do Primeiro Mundo, mas em geral eles têm mais liberdade na Finlândia. Professores finlandeses escolhem livros e adaptam as lições para levar os estudantes aos padrões nacionais. "Na maioria dos países, educação parece uma fábrica de carros. Na Finlândia, os professores são empreendedores", diz Schleicher, da Pisa, que tem sede em Paris e começou a fazer os testes em 2000.

Uma explicação para o sucesso finlandês é sua paixão por leitura. O governo dá um pacote para os pais de recém-nascidos que inclui um livro de figuras. Algumas bibliotecas são anexas a shopping centers e há sempre uma biblioteca ambulante em todos os bairros.

A língua local só é falada aqui e até os livros em inglês mais vendidos são traduzidos muito depois do lançamento. Muitas crianças se esforçaram para ler o último Harry Potter em inglês porque tinham medo de que alguém lhes contasse o final antes que chegasse a versão em finlandês. Filmes e programas de TV têm legendas em vez de dublagem. Uma estudante universitária diz que se tornou uma leitora veloz na infância quando ficou viciada no seriado "Barrados no Baile".

A população do país, de 5,3 milhões, é bastante homogênea e há pouca disparidade de educação e renda. O governo gasta, em média, US$ 7.500 por estudante. Os impostos são altos, mas o nível de renda permite às crianças se dedicar aos estudos sem precisar trabalhar. Faculdades são gratuitas. O padrão de vida é um dos mais altos do mundo.


O que torna os adolescentes finlandeses tão inteligentes?
29/2/2008
Por Ellen Gamermanvia Enriquez
The Wall Street Journal, de Helsinque, Finlândia

29 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio


Sobre a multa que a Microsoft levou da Comunidade Européia. Enquanto recebe a multa, a Microsoft esmaga seus concorrentes. Fonte: The Economist

Brasil é o décimo mercado do mundo


O Brasil possui o décimo valor de mercado do mundo, atrás dos Estados Unidos, Inglaterra, Japão, França, Canadá, Alemanha, Suiça, Austrália e Espanha. Fonte: Aqui

Para estudantes de custos


O custo da matéria-prima (farinha, açúcar, melhorante, sal e fermento( no preço final de um pão com 40 gramas que custa 10 cêntimos é de 2,5 cêntimos, revela um estudo da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação.

Os custos com pessoal pesam 2,9 cêntimos e os com a energia, dois cêntimos. Mais 2,6 cêntimos para instalações e equipamentos, 0,4 cêntimos para impostos e 0,3 cêntimos para consultadoria,em que se inclui desinfestação e higiene de instalações e viaturas. A margem comercial é 30% e o IVA 5 %, ou seja, mais 0,65 cêntimos. A carcaça fica por 13,7 cêntimos
Estudo faz contas ao fabrico do pão - Jornal de Notícias - 29/2/2008

Resultados


O Banco Central registrou um prejuízo de R$ 47 bilhões em 2007, provocado sobretudo pela valorização do câmbio, segundo balanço divulgado ontem pela instituição. O resultado negativo representa mais do que o triplo do prejuízo de R$ 13 bilhões de 2006. O BC perde com a valorização da taxa de câmbio porque tem posição ativa em moeda estrangeira.
Banco Central tem prejuízo de R$ 47 bi - Valor Econômico - 29/2/2008

A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) alcançou no ano passado lucro histórico de R$ 20 bilhões - mais que o orçamento de alguns ministérios do governo federal e o suficiente para quase dobrar o Bolsa-Família. Os números divulgados ontem à noite pela maior produtora de minério de ferro do mundo estavam dentro do que esperava o mercado. O lucro cresceu 49% em relação ao resultado de 2006. Os recordes de produção de nove produtos, entre os quais minério de ferro, cobre, níquel e bauxita, compensaram o expressivo aumento dos custos de exploração das reservas minerais.
(...) Os sucessivos aumentos do preço do minério, além do crescimento da produção, explicam como a Vale cresceu nos últimos cinco anos. A receita da companhia triplicou desde 2003.

Lucro líquido da Vale sobe 49%, para R$ 20 bilhões - Gazeta Mercantil - 29/2/2008

O dinheiro levantado pelas companhias nos últimos anos, com a revitalização do mercado de capitais, está puxando o lucro líquido para números recordes e ajudando a esconder a pressão dos aumentos de custos.

Os balanços de 2007 mostram que a margem da atividade, que exclui as despesas financeiras, é a menor dos últimos quatro anos: caiu de 20,7% para 17,2%, de 2004 para o ano passado.

Lucros e vendas são recordes, mas custos já pressionam resultados - Valor Econômico - 29/2/2008