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18 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio

Já que hoje é o dia da The Economist, a charge também é da revista

O primeiro personagem fala: Uma dica, começa com a letra "R".

O segundo tenta várias alternativas, menos o mais óbvio, "Recessão" (que é o monstro atrás dele)

Contabilidade baseada em Princípios

Aqui a apresentação das grandes empresas de auditoria defendendo a Contabilidade Baseada em Princípios. A princípio, as normas do Iasb adotam esta postura. Mas Jack Ciesielski, que participa de um dos comitês do Fasb, faz algumas perguntas interessantes: por que as empresas de auditoria gastam tanto tempo nos princípios contábeis em geral? Elas não deveriam estar trabalhando nos princípios de auditoria?

Economia e Sexo

Segundo a The Economist (Selling sex, 17/01/2008), o encontro da American Economic Association deste ano foi dominado por uma sessão onde de discutiu o mercado de sexo pago (prostituição).

O trabalho foi desenvolvido por Steven Levitt, co-autor de “Freakonomics”, e Sudhir Venkatesh. Eles pesquisaram as transações de prostitutas nas ruas de Chicago.
Os resultados:
=> A indústria está concentrada em termos de locais pelo fato das prostitutas e seus clientes necessitarem de um “ponto de encontro”
=> O lucro é alto, quando comparado com outros trabalhos (de 25 a 30 dólares por hora, ou quatro vezes o salário normal)
=> Risco é elevado pois o sexo sem proteção é algo normal.
=> A chance de assalto é elevada (média de uma vez por mês)
=> O risco de problemas legais é baixo (a chance de serem presas é menor que terem sexo com policiais)
=> Estratégia de preço é igual a outros tipos de negócios. Os preços são segmentados e o valor varia conforme a percepção da habilidade de pagamento do cliente
=> O mercado absorve um aumento de demanda (através de um evento nas proximidades de um ponto) por conta da flexibilidade de oferta.

Economia Brasileira

A seguir, uma análise da economia brasileira pela The Economist

This time it will all be different
Jan 17th 2008 | SÃO PAULO
From The Economist print edition
Why Brazil is better placed than it used to be to cope with a world slowdown

BRAZILIANS know about economic and financial crises. The squalls afflicting America and threatening Europe look like a gentle breeze when compared with the frequent and violent blow-ups that litter Brazil's economic history. Much of the problem has been Brazil's vulnerability to shocks imported from around the rest of the globe. So what might happen if the economies in the rich world stumble again this year?
Recent precedents do not look good. Since the introduction of a new currency, the real, in 1994, which serves as the year zero for economic policy, growth has picked up to a reasonable rate three times. Each time, points out Eduardo Giannetti da Fonseca, an economist, people have speculated that Brazil was at last on the road to a bright new future. And each time something has come along to puncture this optimism: in 1998 it was the Asian financial crisis, in 2001 Argentina's bond default and in 2005 a rapid rise in inflation.
Now bullishness is abundant once again. The economy grew at an estimated annualised rate of 6% in the final quarter of last year (which is probably too fast). The Bovespa, Brazil's stockmarket, jumped by 60% in value during 2007. And yet even though recent history counsels caution, there are reasons to believe that the economy should cope better with whatever the world throws at it.
“Brazil has never been so well placed to face a downturn,” says Mailson da Nobrega, finance minister from 1988 to 1990, a period that coincided with an inflation crisis. He now works for Tendencias, a consultancy. Arminio Fraga, who was in charge of the central bank during the Argentine collapse and the bond market's swoon at the prospect of Luiz Inácio Lula da Silva's election as president, cautiously agrees. “A lot has been driven by favourable winds,” says Mr Fraga, who now runs Gavea, an investment fund. “If they stop then we are not in a position to blow up, but it won't be irrelevant.”
What changed? First, domestic demand is strong. Brazil's headline real interest rate is just below 7% which, as Alexandre Bassoli of HSBC bank points out, would tip most countries into recession, but is low by Brazilian standards. The result has been a flowering of credit, which helped domestic demand grow by an annualised rate of almost 7% in the third quarter. It would take a sharp rise in rates to kill this off, and that looks unlikely.
Second, Brazil is fairly well integrated into world markets. It is not overly dependent on America, which accounts for less than a fifth of exports. The remaining four-fifths are reasonably well spread between Europe, Asia and the rest of Latin America. Admittedly, most of what Brazil produces for foreign consumption is in the form of primary goods (from orange juice to footballers), which means that export growth correlates strongly with commodity prices. But exports are not made up of any single commodity (unlike oil-rich Venezuela's, for example). “Even if China buys less Brazilian iron ore, the hope is that Chinese people will keep eating Brazilian protein,” says Jose Mendonca de Barros of MB Associados, a consultancy.
Third, Brazil is less vulnerable to financial shocks than it once was. A large part of this is due to a combination of a central bank that acts independently and transparently, publishing minutes of meetings promptly on its website; and a floating exchange rate, adopted in 1999. Before then, whenever the current account deteriorated, the central bank was forced to hike rates, killing growth.

Brazil has retired its dollar-denominated debt, which has been a source of trouble in earlier financial crises. In the past, when the currency depreciated this debt ballooned, causing further problems. Now that government debt is denominated in reais, a similar move in the exchange rate reduces government liabilities. This was tested in August last year, when the real lost 11% of its value in a couple of weeks, and the government debt effectively shrank. Foreign direct investment is strong, and Brazil now holds more dollars than it owes, a happy development that has led to misguided suggestions of setting up a sovereign wealth fund.
Even so, Brazil is clearly far from immune to what happens in the rest of the world. The economy also seems to be moving into a less benign phase. After years of big surpluses, the current account looks set to run a small deficit this year. Inflation, which had been falling, picked up toward the end of last year to give an annual inflation rate in December of 4.5%. That is right on the central bank's target, and forecasters expect inflation to increase only slightly this year. But markets have been wrong on this before.
Moreover, the economy still suffers from problems that make growth above 5% look like a stretch. Government debt is still too high, Brazil invests too little, and the government takes too much for itself, spending it on things that do little to raise the economy's potential. “The easy part of growth is over,” says Mr da Fonseca. But if Brazil is able to sustain steady growth without being blown off-course by events elsewhere, the country will look very different in ten years' time.

Responsabilidade Social

A The Economist traz uma série de análises sobre a responsabilidade social corporativa (CSR). Em “A stich-in-time” a revista afirma que a CSR representa uma gestão de risco, que envolve limitar o risco de um notícia ruim ou um boicote afetar a marca (e consequentemente o valor) da empresa. Esta questão é tão relevante hoje que existe uma indústria de CSR.

Um problema é que não existe uma receita de bolo. Cada setor possui especificidades.
O gráfico a seguir mostra que a CSR visa essencialmente a reputação (mais da metade das respostas)



As empresas têm descoberto que a CSR é um caminho árduo.

Em “Just good business” aparece a seguinte figura onde se mostra o grau de prioridade da responsabilidade. Há três anos, a CSR era algo moderado. Nos dias de hoje (segunda barra) a prioridade da CSR está entre alta e moderada.



Finalmente, nos próximos três anos a CSR deve oscilar entre muito alta e alta.

Isto não significa, Segundo a The Economist, que a CSR tornou-se subitamente uma grande idéia. Mas a prática hoje nas grandes empresas recomenda não ignorar este conceito. A internet, que multiplica rapidamente uma má notícia, tem sido um complicador.
Isto é bom para as consultorias. E para os consultores. E para os grande autores. Em dezembro de 2006 a Harvard Business Review publicou um artigo de Michael Porter e Mark Kramer sobre o assunto.



No texto “Do it right” analisa-se a relação entre economia e CSR. Particularmente achei este texto um pouco confuso, ao contrário dos textos desta revista.

Outro texto possui o título de “Going Global” Segundo a revista, o que dá certo na Europa pode não ser apropriado para Índia. Estas diferenças podem ser notadas na figura a seguir.



No Brasil o aspecto mais relevante é o meio-ambiente e produtos seguros. Já benefícios para saúde, prioritários para os norte-americanos e alemães, estão em 8º. No nosso país.
O texto cita expressamente o Ethos:

Among the BRICs, Russian companies seem the least interested in the idea of corporate citizenship, but Brazil has a lively CSR scene. Some 1,300 companies are members of Instituto Ethos, a network of businesses committed to social responsibility. “We are developing a unique process in Brazil,” says Ethos's founder, Oded Grajew. Ethos tries to influence public policy and corporate behaviour “to establish a socially responsible market”. A few Brazilian firms—such as Natura, a cosmetics company, and Aracruz, a pulp and paper producer—are widely known for their CSR efforts.



Já o texto “The next question” destaca que pesquisa da The Economist mostrou que somente 4% consideram CSR uma perda de tempo e dinheiro. Ou seja, CSR é uma realidade.

As outras respostas estão na figura a seguir.



Ou seja, CSR é um custo necessário para fazer negócios. Entretanto, uma comparação entre os preços das ações de empresas que buscam a CSR e outras empresas não é muito animadora, conforme pode ser visto na figura.



Dois dos mais conhecidos indices - Dow Jones Sustainability e o FTSE4Good—possuem um desempenho abaixo do Mercado. Isto significa que sustentabilidade não possui relação com desempenho financeiro.


A new, exhaustive academic review of 167 studies over the past 35 years concludes that there is in fact a positive link between companies' social and financial performance—but only a weak one. Firms are not richly rewarded for CSR, it seems, but nor does it typically destroy shareholder value. Might cleverer approaches to CSR in future produce better returns?
“There is no evidence that ESG [environmental, social and corporate governance] or SRI investing on their own add value,” say analysts at Goldman Sachs. But they reckon that by incorporating an ESG perspective into their long-term industry analysis they can beat the market. Their model, called GS SUSTAIN, includes ESG analysis as “a good overall proxy for the management of companies relative to their peers”, hence indicative of their chances of long-term success. But these factors need to be put into the context of companies' financial performance and the circumstances of individual industries. A company's attention to environmental, social and corporate-governance issues is only one factor among others in determining its long-term success.


O texto “The good consumer” lembra uma pesquisa por Michael Hiscox e Nicholas Smyth com produtos com o logotipo de fabricação sob condições humanitárias. O resultado mostrou que não somente as vendas aumentaram, como aumentaram cada vez que o preço aumentou.



Para o varejista britânico M&S, os seus clientes estão divididos em quarto grupos. Dez por cento são apaixonados pelo verde e farão compras conforme esta paixão (vide figura) Ou seja, é uma oportunidade de negócios. Mas, lembra a revista, é um trabalho difícil.
Já o texto “A Change in Climate” destaca a questão da emissão de carbono e outros poluentes. Os exemplos estão centrados nas empresas e seus esforços ambientais.
Finalmente aqui uma breve resumo de algumas questões.

Vinho e Prazer

Postei anteriormente sobre isto (AQUI) Mais aqui sobre a pesquisa

Queda no mercado

Uma possível explicação para o comportamento do mercado nos últimos pode ser encontrada nas finanças comportamentais, segundo este endereço . A argumentação é que os problemas do Citigroup (e da economia e de mercados imobiliários) já eram conhecidos. O problema seria o fato de que o mercado possui um viés de otimismo, que impede de ver os problemas de lucro ou recessão.