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07 janeiro 2008

Golpe da Formatura

FORTALEZA. O baile de formatura da turma de Agronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC), marcado para amanhã, era o momento mais esperado pelos 44 alunos que concluíram o curso em dezembro. Mas a festa e a confraternização com as famílias não acontecerão. Eles foram vítimas de um golpe estimado em quase R$5 milhões, praticado pela empresa de eventos Academia da Formatura. Os donos desapareceram com o dinheiro de cerca de três mil alunos que haviam pago integral ou parcialmente os custos para a organização das solenidades de colação de grau, missas e festa.

Gilson Louzado, de 25 anos, um dos integrantes da comissão de organização da formatura do curso de Agronomia foi ontem à tarde à Delegacia de Defraudações e Falsificações registrar ocorrência. Encontrou outras dezenas de pessoas, de diferentes cursos e universidades, também vítimas do golpe. Em média, cada estudante pagou cerca de R$1.500. O baile de Gilson e sua turma aconteceria num dos mais caros buffets de Fortaleza.

Não há ainda o número preciso de alunos lesados. A estimativa é de que cerca de 300 cursos de cinco universidades tenham sido afetados. A Academia de Formatura existe desde 2001 e era muito conhecida na cidade. Os eventos aconteceram normalmente até a semana passada. O delegado titular da Delegacia de Falsificação e Defraudações, Andrade Júnior, disse que já pediu a prisão preventiva de Geraldo Guerra e Ana Cristina Ribeiro Lopes, donos da empresa.


Alunos sofrem golpe de R$5 milhões - O Globo - 4/1/2008

Jargão

Um texto interessante do Financial Times (Sharp reminder of how auditing jargon can hurt, escrito pela Jennifer Hughes, 2/1/2008, Ed1, Page 17) comenta sobre o jargão de auditoria. A autora coloca que os investidores aguardam, todo ano, as demonstrações contábeis e o parecer de auditoria se os negócios estão em processo de continuidade. Este ano, a consideração da "continuidade" será crítica para os investidores como um sinal. Conforme lembra Hughes, tecnicamente "estar em continuidade" significa que um negócio é considerado viável. Caso contrário, existindo um opinião adversa, isto significa problemas.

In auditing standards, cause for the emphases are preceded by dire-sounding phrases such as "significant level of concern" and "material uncertainty."

"The wording is horrid. There is a danger the market will react and that the words become a prophecy that is self-fulfilling," said Martyn Jones, national audit technical partner at Deloitte. "There clearly needs to be a lot of early work by companies to make sure the going concern area is dealt with properly."

Auditors have good reason to worry about professional liability. After the meltdown of so many dotcom companies in 2001, a wave of lawsuits followed.

Coréia Perdoa fraudador

Segundo o Financial Times (President pardons Daewoo fraudster, por Song Jung-A, 2/1/2008, Asia Ed1,Page 13), o ex-dirigente do Daewoo Group, Kim Woo-choong, foi perdoado, no dia 1o. de janeiro, da sentença de 10 anos recebida em 2006. O executivo foi preso por fraude e outros crimes, depois que a Daewoo entrou em crise financeira com dívidas acima de 80 bilhões de dólares. O perdão é um procedimento tradicional na Coréia do Sul e incluiu outros executivos. Mas o tamanho do perdão gerou críticas no país.

Enquanto isto, nos Estados Unidos, o ex-executivo da Waste James E. Koenig foi condenado. Aqui e aqui

Nova Lei

Foi sancionada pelo Presidente da República a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n o 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

A supracitada lei pode ser acessada através do seguinte endereço


Grato, Eliedna Barbosa (Edinha)

A seguir uma reportagem sobre o assunto:

Nova lei deve provocar correria nas empresas
Gazeta Mercantil 3/1/2007

São Paulo, 3 de Janeiro de 2008 - A reforma da lei contábil brasileira deve provocar correria entre as empresas que serão atingidas pela mudança, segundo instituições do mercado de capitais. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quinta-feira, dia 28, o texto da lei n 3741/00 determina a publicação dos demonstrativos financeiros individuais de acordo com os padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês) já no exercício de 2008.

Na prática, os balanços de todas as companhias abertas e as de capital fechado com ativos acima de R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões terão que seguir as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia avisou que pretende acatar os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão independente criado em 2005 para liderar o processo de convergência do padrão de contabilidade brasileiro ao IFRS, já adotado por 107 países.

Até agora, o CPC emitiu apenas um pronunciamento técnico, que diz respeito à redução do valor recuperável de ativos. Outros cinco pareceres estão em audiência pública e podem ser aprovados em breve de forma conjunta com a CVM. "À medida que forem divulgados, esses pareceres se tornarão obrigatórios", explica Vânia Borgerth, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) no Rio de Janeiro. A CVM já avisou que o balanço consolidado das empresas do exercício de 2010 deverá estar totalmente enquadrado ao padrão internacional.

Para o presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Papellás Filho, a pressa das empresas para se enquadrar às novas regras vai provocar uma corrida por profissionais especializados em contabilidade internacional. "Não vai ter contador suficiente para atender a demanda", prevê. "Não há profissionais formados em número suficiente para conduzir essa transição com tranquilidade", concorda Vânia, do Ibri.

Segundo ela, as companhias que apostavam na postergação da mudança são as que mais têm a temer, já que trata-se de uma transição complexa e custosa. "Foi por isso que as autoridades regulatórias européias deram alguns anos de prazo para as companhias da região se adaptarem".

Para tentar compensar a falta de formação no assunto nas universidades, grandes empresas como Itaú, HSBC, Petrobras e Odebrecht vêm realizando cursos intensivos de IFRS in company para seus funcionários. Simultaneamente, as grandes firmas de auditoria (Ernst & Young, Price, Deloitte e KPMG) estão vendendo programas de treinamento.

Para Reginaldo Alexandre é diretor técnico da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), a mudança é bem vinda e abrirá a porta para a chegada de mais investimentos estrangeiros em ações de empresas domésticas. "Por outro lado, a pressão de prazo vai obrigar as companhias a se movimentarem mais rapidamente", avalia.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

Fundos quantitativos


Máquinas do lucro
Por Angelo Pavini, de São Paulo
04/01/2008

A maioria dos fundos quantitativos, que usam sistemas automáticos de decisão de investimentos com base em modelos estatísticos e matemáticos, se saiu bem no ano passado. De uma amostra de 12 fundos acompanhados pelo Valor com base em dados do site Fortuna, oito conseguiram superar o CDI de 11,82% em 2007. Apesar disso, a estratégia parece não ter ainda caído nas graças dos investidores, com um resgate líquido de R$ 95 milhões, fechando dezembro com um patrimônio de R$ 630 milhões. Esse valor está concentrado em cinco carteiras - Santander Dinâmico, SLW Volatilidade, ABN Amro Quant e os dois fundos que o Itaú herdou do BankBoston, Quant IB e Expert IB. Muitas carteiras têm menos de R$ 10 milhões.

Um dos destaques do ano é a novata Vector Investimentos, cujo fundo Vector Quantitativo acumulou 16,70% no ano, o melhor desempenho da amostra. A gestora foi criada em 2006 por um grupo de ex-executivos do Garantia/Credit Suisse e do Unibanco que resolveu criar uma carteira quantitativa dentro do projeto de uma encubadora de fundos do Banque Safdié. "A idéia era receber aplicações dessa encubadora, mas o Safdié desistiu do projeto", explica Moacir Kang, sócio da Vector. Assim, o fundo acabou sendo criado com recursos dos sócios e conhecidos, acumulando R$ 3,5 milhões.

Kang - que foi responsável pela área de derivativos da Unibanco Asset Management e da tesouraria do banco - e seu sócio Marcelo Chilov tiveram sua primeira experiência com gestão quantitativa na AAA Asset Management, em 1999. O fundo quantitativo voltado para estrangeiros acabou fechando com a crise da Nasdaq. "Mas essa experiência nos ajudou a montar um dos melhores bancos de dados de cotações do mercado brasileiro, ferramenta fundamental para os modelos quantitativos", diz.

Segundo Kang, o Vector Quantitativo usa o sistema de caixa preta, onde o modelo decide o que fazer, sem interferência humana. "O gestor só entra se há algum evento corporativo, algum anúncio de uma empresa", diz. Nesse caso, normalmente a ação é retirada da carteira, que é, então, recalculada pelo modelo.

O desempenho do Santander Dinâmico, o maior da categoria, foi bastante errático ao longo de 2007, explica Alexandre Silverio, superintendente de gestão de fundos da Santander Asset Management. O fundo, que completou quatro anos em 2007 com retorno médio anual de 114% do CDI, foi razoável no primeiro semestre e ganhou bastante no segundo, chegando a acumular 125% do referencial até outubro. Em novembro e dezembro, porém, a carteira teve perdas no mercado de dólar e fechou o ano com 104,5% do CDI. "Gosto de indicar esse fundo para diversificação, pois ele não se vincula às decisões da equipe de gestão", diz Silverio. O Dinâmico fechou com uma volatilidade razoável, de 7,6% ao ano, para 12% dos multimercados mais agressivos ou 30% de um fundo de ações.

Os modelos dos fundos quantitativos tiveram de ser ajustados à nova realidade do mercado criada pela crise das hipotecas de alto risco ("subprime"), diz Aristides Jannini, diretor-executivo de Asset Management do banco WestLB. Uma das mudanças foi fazer com que os modelos trabalhassem com menor risco e volatilidade, que assustavam os investidores. "Fizemos isso evitando que os fundos 'dormissem' com posições em aberto, mesmo abrindo mão de alguns ganhos", diz. "Isso corrigia a grande falha dos fundos quantitativos, que é não detectar o fato novo, que não está no modelo", diz. O resultado foi bom para o WestLB Absolut, que terminou o ano com retorno de 15,68%. "Foi um retorno muito bom se levarmos em conta que muitos fundos multimercados tiveram perdas", diz. "Nosso trabalho neste ano, que também deve ter forte volatilidade, será reduzir ainda mais a oscilação dos modelos e mostrar para o cliente que essas aplicações devem ser vistas no longo prazo."



No começo do ano, o Principia Hedge também não foi muito bem. O período foi de "spreads" (diferenças de cotações) altos e as distorções de preços demoraram mais para se ajustar, reduzindo os ganhos dos modelos, explica Marcelo Paixão, sócio da Principia Capital Management. Mas, quando o mercado começou a cair em agosto, com liquidez, os modelos começaram a ir bem. "Nos pares de long/short (arbitragem de ações) e no mercado de volatilidade tinha muita distorção e, com a liquidez maior e 'spreads' menores, o custo de transação caiu e tivemos mais resultados", diz. Paixão lembra que, para o modelo quantitativo, não importa muito se o mercado cai ou sobe, mas que oscile bastante e tenha muita liquidez para os "spreads" não se alargarem. Para este ano, Paixão espera que mercado continue com liquidez abundante e muita volatilidade, o que deve beneficiar os modelos quantitativos. "Pode ser um quadro semelhante ao do segundo semestre do ano passado", diz.

Valor Econômico

Enviado por Ricardo Viana

Novo periódico

A Revista de Contabilidade e Organizações aparece com uma série de artigos interessantes. Temas como princípios de contabilidade (com Sérgio de Iudicíbus), Teoria de Agência (Flávia Dalmácio e Luiz Corrar), Evidenciação de Informações (Marcelle Oliveira), Métodos quantitativos em Auditoria (José Maria Dias Filho e Joselito Ribeiro), Privatização (Rogério Reis, Ariton Teixeira e Mirian Pires), Situação Financeira dos Estados Brasileiros (Gilmar Mello e Valmor Slomski) e Professor Universitário (Vilma Slomski). Além disto, um artigo internacional de Merchant, sobre orçamento.

Vale Brinde

Sobre o crescente mercado de vale brinde, em especial nesta época do ano, este artigo ilustra o crescimento exponencial e faz uma análise sob a ótica econômica. Aqui e aqui mais sobre isto. No livro de Teoria da Contabilidade, em co-autoria com o prof. Jorge Katsumi, analisamos o sentido contábil do vale brinde.