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11 dezembro 2007

IPO numa empresa familiar

Uma reportagem interessante da Gazeta Mercantil

IPO tem custo alto IPO para empresa familiar

São Paulo, 11 de Dezembro de 2007 - Nestes tempos de elevada liquidez nos mercados financeiros, os benefícios da abertura de capital têm sido amplamente alardeados, mas os problemas que pode acarretar para a empresa familiar têm sido pouco discutidos. Este ano, das 49 companhias que abriram o capital - essas operações movimentaram R$ 62 bilhões -, a maioria era de origem familiar.

A abertura de capital implica em custos nem sempre lembrados na hora de optar pela alternativa, afirma Alex Novellino, consultor e pesquisador da Prosperare, consultoria especializada em empresas familiares. Os mais preocupantes são honorários pagos para auditoria externa e consultores, custos de publicação de balanços e outras informações, gastos para contratar e manter uma diretoria de relacionamento com o mercado, entre outros. Esses custos costumam variar de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões por ano, conta o consultor.

Existem, também, outros custos e riscos adicionais, difíceis de se mensurar, que são potencialmente maiores que os custos tangíveis citados anteriormente. "Primeiro há a divulgação de informações sobre o patrimônio, remuneração e nomes dos sócios da família controladora da empresa. Essa publicidade traz riscos não só à segurança física desses sócios e seus familiares, mas também ao vínculo emocional que estes têm com as pessoas de seu convívio social, que poderão sentir-se ressentidas, ou ainda incomodadas, com o súbito enriquecimento da família", ressalta.

Em segundo lugar, conta o consultor, há o impacto psicológico que a divulgação do valor do patrimônio da família pode ter sobre seus membros. "É um desafio evitar que isso atrapalhe a educação da próxima geração, ou ainda, lidar com os impulsos de consumo de alguns dos membros da família. Se os sócios atuais não conseguirem transmitir esses valores e essa riqueza intangível aos seus sucessores, o futuro patrimônio tangível também estará sob risco", afirma.

Existe ainda a questão da maior transparência . "Concorrentes, fornecedores, clientes, sindicatos, entre outros, que antes tinham acesso limitado às informações estratégicas de sua empresa, também passarão a ter acesso aos dados financeiros e mercadológicos - como margens, estrutura de custos, volumes, entre outros -, que são compartilhados com os analistas do mercado financeiro."

Os benefícios são bastante conhecidos. Entre eles, Novellino cita maior acesso ao capital para financiar o crescimento da empresa; liquidez para os acionistas da família controladora que queiram vender suas ações; maior visibilidade para seus produtos, aumento de sua reputação; maior atratividade para recrutar executivos profissionais; maior disciplina na elaboração e apresentação dos resultados da empresa, conforme exigência dos órgãos reguladores do mercado e dos acionistas minoritários; além de maior transparência perante todos os sócios, familiares ou não.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

10 dezembro 2007

Rir é o melhor remédio:

Um homem entra na biblioteca e pede a funcionária:
- Pode-me ajudar a encontrar um livro?
- Diga-me o título do livro por favor?
- Penso que o título é "Homem, o sexo forte"
- A ficção científica é no piso de baixo, senhor
Enviado por Nelma

Enanpad

O XXXII Encontro da ANPAD - EnANPAD 2008, que ocorrerá de 06 a 10 de setembro de 2008, no Windsor Barra Hotel & Congressos, Rio de Janeiro, RJ, já se encontra em no sítio www.anpad.org.br

Congresso da ANPCONT

II Congresso ANPCONT - Período de realização: 15 a 17 de junho de 2008 - Local: Salvador/BA

Datas importantes para o II Congresso ANPCONT

Dia 16/02/08 Fim de submissão dos resumos expandidos ao evento
Dia 03/03/08 Divulgação dos resultados da avaliação dos resumos expandidos
Dia 05/03/08 Início de submissão dos trabalhos referentes aos resumos expandidos aprovados
Dia 15/03/08 Fim de submissão dos trabalhos ao evento
Dia 07/04/08 Divulgação dos resultados da avaliação dos trabalhos
Dia 07/04/08 Início das inscrições dos participantes no evento
Dia 28/04/08 Término das inscrições dos participantes com a taxa inicial (R$ 400,00 para professores e pesquisadores e R$ 250,00 para estudantes). A partir desta data a taxa será acrescida em 20% (R$ 480,00 para professores e pesquisadores e R$ 300,00 para estudantes)
Dia 28/04/08 Término das inscrições dos autores que tiveram trabalhos aprovados para ter seus trabalhos incluídos nos anais dos eventos
Dia 15/06/08 11:00 às 16:00 city tur por adesão
Dia 15/06/08 17:00 às 19:00 recebimento de congressistas e entrega de material
Dia 15/06/08 19:00 início do evento no Centro de Eventos Hotel Pestana
Dia 17/06/08 18:00 encerramento do evento
Dia 18/06/08 9:00 às 15:00 Assembléia Geral Ordinária da ANPCONT

Não existe contabilidade para criatividade

Uma coluna de Glen Murray no The Toronto Star (There's no accounting for creativity, Glen Murray, The Toronto Star, 9/12/2007, A 27) mostra algo precioso e que deveria servir de lição para contabilidade pública.

"Este pequeno incidente é emblemático com o tempo perdido com a contabilidade pública nos detalhes absurdos e decisões inconseqüentes. No governo, accountability está tornando inimigo da criatividade. Roger Martin, da Rotman School of Management, coloca simplesmente que "criatividade está tornando a mais importante fonte de crescimento econômico". Criatividade é a invenção e aplicação de idéias boas para dirigir a inovação. (...)

A reforma governamental está focada pela obsessão de menor risco e maior accountability que levam embora a criatividade. (...) Governo está tornando menos avesso ao risco com a diminuição da capacidade para criatividade.

Jogando para a platéia

O governo resolveu agir nas tarifas bancárias, tentando padronizar e evitar abusos. Como um amador, que desconhece o que está fazendo, cometeu um grande erro: deixou de lado da periodicidade.

Preocupado em uniformizar a nomenclatura das tarifas, que varia de banco para banco, o governo deixou de lado um detalhe importante: também existe diferença de periodicidade na cobrança dos serviços. Um levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac) mostra, por exemplo, que a taxa para a manutenção ou validade do cartão de débito varia de 30 a 365 dias. O Citibank cobra R$6 a cada 30 dias. No Itaú, são R$12, pagos a cada três meses. (...)

Dependendo do banco escolhido pelo correntista, a renovação da ficha cadastral é cobrada a cada 90, 180 ou 365 dias. Clientes do ABN Real pagam uma tarifa de R$4,50 pelo serviço, valor aparentemente menos indigesto dos que os R$15 debitados pelo Bradesco. Mas a comparação só fica completa quando se considera os prazos: no ABN, a cobrança é feita a cada 90 dias, enquanto no Bradesco, uma vez por ano. (...)
Governo padroniza nomes de tarifas bancárias, mas periodicidade varia - O Globo - 8/12/2007

Conceito de Restos a Pagar

A Contabilidade Pública tem conceitos próprios que são interessantes. Um deles chama "restos a pagar", que de "restos" não possui muita coisa. Veja um sobre o conceito numa reportagem de um jornal:

Muitas vezes falta não só pagar como executar obra
O Estado de São Paulo - 9/12/2007


Apesar de o nome ser "resto a pagar", na maior parte dos casos falta não apenas pagar, como também realizar a obra - nessa situação, no jargão orçamentário, utiliza-se outro jargão, o programa que atende pelo nome de "não-processado".

Isso ocorre, por exemplo, com a maior parte dos projetos previstos por emenda parlamentar. Em todos os finais de ano, por pressão do Congresso, o governo autoriza o empenho de alguns bilhões de reais para as emendas, os parlamentares aproveitam a ocasião para anunciar sua "conquista" às bases eleitorais, mas o projeto muitas vezes não sai do papel e aparece na contabilidade como "resto a pagar não processado".

No início deste ano, o volume de restos a pagar não-processados chegava ao nível de R$ 14 bilhões. Metade disso foi efetivamente executado ao longo deste ano, mas a outra metade deve se juntar ao novo estoque do final de 2007, com o crescimento dos empenhos - que já somam R$ 18 bilhões e ultrapassarão facilmente os R$ 20 bilhões até o dia 31 de dezembro.

EXPECTATIVA

A expectativa dos técnicos do Congresso é de que o volume de restos a pagar bata um novo recorde no próximo ano. Em tese, o governo federal seria o maior interessado em acabar com isso, mas, na prática, não é o que ocorre.

Recentemente, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que determinava o cancelamento dos restos a pagar depois de um ano. Motivo: essa medida não interessa à coordenação política do governo, pois a permanente expectativa do pagamento permite manter os parlamentares reféns do Palácio do Planalto. S.G.


Ou seja, o orçamento público é uma peça política, não técnica.