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10 dezembro 2007

Faturamento das Multis

Uma notícia no sítio da Terra:

"Multinacionais dos EUA faturam três vezes mais no País"

O País refere-se ao Brasil. Como seria possível que o faturamento destas empresas seja maior no Brasil que nos Estados Unidos? O primeiro parágrafo esclarece:

"Pesquisa do Brazil-US Business Council mostra que o faturamento das empresas norte-americanas no País cresceu cerca de três vezes mais do que o crescimento que elas atingiram em outros mercados no mundo. Enquanto aqui as vendas dessas multinacionais subiram 18,8% ao ano, a média mundial de crescimento dessas mesmas empresas é de 4,8%."

P.S. Observe que o texto usou faturamento e vendas como sinônimos.

Dividendos e Contabilidade

Num artigo do Valor Econômico (O mercado de capitais e as novas propostas para os dividendos, 10/12/2007, Ruy Dourado e Rubens Cambraia) se discute o Projeto de Lei do Senado 214. Num determinado momento, o texto informa que:

Paralelamente a esta disposição específica relacionada à negociação de ações na bolsa, a mesma lei obriga a distribuição de lucros a todos os acionistas (artigo 109, inciso I) segundo as regras dispostas no seu estatuto ou no artigo 202. Entretanto, é a companhia quem decide quando distribuí-los, conforme o artigo 192, havendo uma série de instrumentos capazes de alterar essa diretriz, ligados à contabilidade e às reservas de capital.


Na verdade, a contabilidade não é um "instrumento" capaz de alterar o disposto na lei.

07 dezembro 2007

Rir é o melhor remédio


Este cartoon ilustra a reportagem da The Economist desta semana sobre o Brazil (CPMF, Calheiros, Congresso etc). Vale mais do que mil palavras.

Correlação entre mercado acionário e preço do petróleo




Existe correlação entre o preço do petróleo e o mercado? Pelo gráfico, não. A correlação é de 0,05, conforme esta fonte.

Marcas

Esta pesquisa é muito conhecida: o valor da marca. Entretanto, as limitações da metodologia (só participa empresa com ação negociada na bolsa, por exemplo) são relevantes demais para serem esquecidas. A Vale não participava no ano anterior e agora aparece. É muito estranho isto.

Além disto a metodologia confunde o conceito de marca com outros ativos. Aqui, uma crítica. A seguir, uma reportagem sobre o assunto


Bancos lideram a lista das marcas mais valiosas do Brasil
Marianna Aragão
O Estado de São Paulo - 6/12/2007

VALOR DA IMAGEM - Roger Agnelli, presidente da Vale, lançou na semana passada a nova marca da empresa

Marca do Itaú foi avaliada em R$ 8,07 bilhões pela Interbrand Os bancos dominam o ranking das dez marcas mais valiosas do País, divulgado ontem pela consultoria internacional Interbrand. Na quarta edição da pesquisa, realizada desde 2001, quatro das dez marcas nacionais de maior valor são empresas do setor financeiro. O Itaú, cujo valor de marca é de R$ 8,076 bilhões, lidera o ranking. Em seguida, vem o Bradesco, avaliado em R$ 7,922 bilhões e o Banco do Brasil, em R$ 7,772 bilhões. O Unibanco ganhou quatro posições e também aparece na lista, agora em quinto lugar.

"As marcas dos bancos têm força porque precisam transmitir confiança aos clientes, que vão depositar ali seu dinheiro. Além disso, todos os anos as instituições financeiras batem recordes de lucros no País", diz o diretor de avaliação de marcas da Interbrand, Alexandre Zogbi. Segundo ele, as três primeiras colocadas já apareciam na mesma ordem na última seleção, em 2005. Porém, este ano, o valor de suas marcas aumentou. "Isso mostra que souberam aproveitar bem a situação macroeconômica atual. Todas as empresas do ranking, inclusive, tiveram aumento do valor de marca maior que o PIB do País." Além dos resultados financeiros, o valor da marca de uma empresa é medido por seu grau de internacionalização, investimentos em sustentabilidade e interação com o consumidor final. Outro destaque da pesquisa foi a entrada de companhias do setor siderúrgico e de mineração. Vale, Gerdau e Usiminas apareceram pela primeira vez no ranking. A mineradora, que tem valor de mercado de aproximadamente US$ 160 bilhões, estreou na seleção na sétima posição. Sua marca foi avaliada em R$ 2,871 bilhões pela Interbrand. Gerdau e Usiminas ocupam a nona e a décima posições na lista, respectivamente.

A Petrobrás também subiu duas posições em relação ao ranking de 2005, passando para o quarto lugar, com R$ 5,738 bilhões. Além dos resultados operacionais crescentes, a presença da marca em novos mercados colaborou para a evolução. A única empresa do setor de bens de consumo incluída na lista de 2007 foi a Natura, que desceu duas posições, ficando com valor de marca de R$ 4,338 bilhões.

Segundo o diretor da Interbrand, a predominância dos setores bancário e siderúrgico, que têm juntos seis das dez marcas mais valiosas do País, pode mudar a médio prazo. A previsão é de que, devido ao ritmo atual de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), empresas de outros setores, como tecnologia, construção civil e serviços possam fazer parte do ranking. "Deve haver mudanças interessantes nos próximos anos.". Zogbi destaca ainda que, neste ano, a proporção entre o valor da marca e o do negócio como um todo das empresas do ranking está mais próxima dos índices internacionais. "As marcas brasileiras estão mais bem alinhadas com as melhores práticas globais", diz ele.

METODOLOGIA

Na pesquisa, foram avaliadas 40 empresas listadas na Bolsa de Valores ou que publiquem informações financeiras regularmente ao mercado. Todas precisam ter, no mínimo, 60% de capital nacional. Por causa dessa limitação, algumas marcas que figuravam no ranking em anos anteriores, como as da cervejaria InBev, ficaram de fora da lista deste ano.

As empresas brasileiras mais competitivas

Uma pesquisa listou 100 empresas mais competitivas entre os emergentes. O Brasil é o terceiro em número, atrás da China e India, com Vale, Petrobras, Embraer, Gerdau, Votorantim, Braskem, Sadia, Perdigão, Natura, Coteminas, WEG, JBS-Friboi (carne) e Marcopolo.

Das empresas escolhidas, 70 fizeram algum tipo de acordo internacional em 2006. Algumas das histórias de sucesso são decorrentes um pouco do acaso. A The Economist cita o caso da Sadia, que tornou-se muito conhecida do mundo árabe. Um pouco desta conquista talvez seja em decorrência do seu nome, que lembra a palavra sa'ada, que significa felicidade em árabe.


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